quarta-feira, 11 de junho de 2014

FAMÍLIA, IDEIA DE DEUS - LIÇÃO 10 – COMUNICAÇÃO FAMILIAR.



FAMÍLIA, IDEIA DE DEUS - LIÇÃO 10 – COMUNICAÇÃO FAMILIAR.

“O homem alegra-se em dar uma resposta adequada; e a palavra há seu tempo quão boa é!” (Pr 15,23).

Eu acredito que muitos problemas de falta de intimidade conjugais são porque não existe uma comunicação adequada. Muitos acabam levantando verdadeiras muralhas ao redor de si para não permitir que o outro conheça ou mesmo afete o mais intimo do seu coração. Quando na realidade essa não é a melhor maneira de se proteger do sofrimento. Todo relacionamento passa por momentos difíceis e a melhor forma de sair deles é através de uma boa comunicação. Vou falar sobre níveis de comunicação. Gostaria que você, esposa ou marido, avaliasse o seu relacionamento conjugal, o seu relacionamento com os seus filhos, e identificasse em que nível de comunicação você está. Posso seguir, pelo menos,  níveis de comunicação.

I – NIVEIS DE COMUNICAÇAÕ:

·         Nível superficial – neste nível nós usamos: “Como vai” ou “Será que hoje vai chover?”.
·         Nível de transmissão de informações – “O dia está chuvoso”. “Não esquece o guarda-chuva”, “Você ouviu a última sobre o Presidente?”.
·         Nível de verbalização de idéias e de julgamentos – neste nível já ocorre uma comunicação real. A pessoa já está disposta a correr o risco da comunicação. Há idéias e soluções próprias. Mas eu gostaria que você notasse que este nível é o nível intelectual.
·         Nível de verbalização e emoções – neste nível nós compartilhamos o que sentimos sobre os fatos, sobre as idéias, sobre os julgamentos. Sentimentos neste nível são relevados: “Fiquei realmente magoada com o que você disse”, nós já estamos abrindo o coração para o cônjuge.
·         Nível de revelação das necessidades pessoais e emocionais – é o nível mais profundo da comunicação de um casal, onde expressões como: “Preciso que você me abrace por alguns minutos” são confessadas.

Para ir até ao quinto nível de comunicação e intimidade verbal é preciso que nos sintamos seguros no relacionamento. E, nem todo casal se sente seguro. A Palavra de Deus diz que “No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo.” (1Jo 4,18). Porque o medo é o inimigo da comunicação. Nós temos medo de ser rejeitados, de ser mal interpretados. E então, nós deixamos de abrir o nosso coração e compartilhar numa maneira intima.

II – COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

Estudos de comunicação provaram que as palavras são responsáveis por apenas sete por cento da comunicação total. Trinta e oito por cento da comunicação é feita pelo tom da voz e cinqüenta e cinco por cento mediante expressão faciais e movimentos do corpo. Agora,  vamos dizer que eu quero comunicar meu amor por minha esposa e então eu vou falar assim: “Querida, eu te amo!” (com o rosto franzido e com a voz brava?”). É claro que você não viu a minha expressão, mas a minha cara era uma cara feia, irritada e certamente ela não ficará convencida do meu amor por ela. Quando nós falamos alguma coisa para o cônjuge, mas o tom de voz, os gestos, a expressão são contrários àquilo que se fala cria-se uma confusão na comunicação. Por isso nós precisamos compreender que a comunicação não é apenas verbal, mas também não-verbal.


III – A COMUNICAÇÃO QUE DEUS QUER.

·         “Sabei isto, meus amados irmãos: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar.” (Tg 1,19). Pronto para ouvir! Quantas vezes nós somos prontos para ouvir! Quantas vezes somos prontos para falar, expressar nossa opinião? Prontos a expressar nossa raiva, nossa irritação? Mas aqui Tiago está dizendo que um princípio bonito de comunicação é saber ouvir. E ainda, não apenas ouça com os ouvidos, mas com o coração.

·         “O coração do justo medita no que há de responder; mas a boca dos ímpios derrama coisas más.” (Pr 15,28). É preciso meditar, pensar bem antes de responder, uma vez que soltamos a palavra, não é possível voltar atrás.

·         “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.” (Ef 4,15), Paulo nos diz para falar a verdade, mas em amor. É bom falarmos o que sentimos, mas não temos o direito de manipular a outra pessoa para que ela faça o que queremos. Existem muitas manipulações utilizadas dentro da família, observe alguns exemplos:
Þ     Chantagem emocional: “Se você não fizer que eu estou pedindo  eu me mato”.
Þ     Armadilha da culpa: “Como você pode fazer isto comigo depois de tudo  que fiz por você?”.
Þ     Revelação divina: “Deus me disse que você deve fazer o que eu estou lhe dizendo”.
Þ     Barganha: “Se você não fizer o que estou pedindo, não pagarei as contas”.
Þ     Suborno: “Faça o que estou dizendo e você não se arrependerá”.
Þ     Por força e por poder: “Cala a boca”.
Þ     Humilhação: “Se você não fizer o que estou mandando, vou falar alto para todos ouvirem”.
Þ     Doença: “Por favor, não me aborrece com isto, não percebe que estou doente”?
Þ     Ajuda do alem: “Tenho certeza, que sua mãe, que Deus a tenha, concordaria comigo”.
Þ     Ameaça de infidelidade: “Se você não fizer isto que eu estou mandando eu arranjo outra que o faz”.

É triste, mas tudo isso é mais comum do que parece. Fale sempre a verdade, mas fale com amor. Seja honesto consigo e com seu cônjuge.

·         “Honroso é para o homem o desviar-se de questões; mas todo insensato se entremete nelas.” (Pr 20,3). Muitos casais que não se contentam em apenas discutir, mas chegam a se agredir. Isto é inaceitável dentro do relacionamento conjugal. A palavra de Deus nos diz que quem tem sabedoria, desvia-se de contendas. Não responda com raiva! O grande sábio em Provérbios 15,1 nos diz – “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” (Pr 15,1). Use palavras brandas e respostas bondosas. E não use o silencio para frustrar seu parceiro. Principalmente as mulheres ficam furiosas quando o marido simplesmente não fala nada. Se você ficar quieto para fugir de uma contenda, explique isso a ela. Alem disso, é importante na comunicação saber escolher a hora para dialogar. Bem na hora do futebol, não é um bom momento para discutir a relação como seu marido. As vezes são duas horas da manha quando a esposa já está dormindo e o marido que falar. Essa não é a hora de conversar. Seja sábio, saiba a hora de falar e a hora de ficar calado.

CONCLUINDO


Para encerrar quero dizer que conflitos são naturais. A questão é saber resolver estes conflitos. E a maneira de resolver é através de uma comunicação aberta, humilde, com disposição para ouvir e resolver de acordo com os princípios da Palavra de Deus. Todos nós temos coerência, todos nós temos momentos de solidão. E, infelismente, muitas vezes as pessoas mais solitárias não são as pessoas solteiras, são as pessoas casadas. E realmente isto não é plano de Deus para o casamento. Invista no seu casamento. É o seu relacionamento mais precioso aqui na terra.

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