“Juntarás todo o povo
num mesmo lugar, homens, mulheres, crianças e o estrangeiro que habita em tuas
cidades, para que, ouvindo essa leitura, aprendam a temer o Senhor vosso Deus,
e ponham cuidadosamente em prática todas as prescrições dessa lei.” (Dt 31,12).
“1. Todo o povo se
reuniu então, como um só homem, na praça que ficava diante da porta da Água, e
pediu a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor
havia prescrito a Israel. 2. O sacerdote Esdras trouxe a lei diante da
assembléia de homens, mulheres e de todas (as crianças) que fossem capazes de
compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês. 3. Esdras fez então a leitura da
lei, na praça que ficava diante da porta da Água, desde a manhã até o meio-dia,
na presença dos homens, mulheres e das (crianças) capazes de compreender; todos
escutavam atentamente a leitura. 4. O escriba Esdras postou-se num estrado de
madeira que haviam construído para a ocasião; a seu lado encontravam-se, à direita,
Matatias, Semeías, Anias, Urias, Helcias e Maasias; à esquerda, Fadaías,
Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mosolão. 5. Esdras abriu o livro
à vista do povo todo; ele estava, com efeito, elevado acima da multidão. Quando
o escriba abriu o livro, todo o povo levantou-se. 6. Esdras bendisse o Senhor,
o grande Deus; ao que todo o povo respondeu, levantando as mãos: Amém! Amém!
Depois inclinaram-se e prostraram-se diante do Senhor com a face por terra. 7.
E Josué, Bani, Serebias, Jamin, Acub, Seftai, Odias, Maasias, Celita, Azarias,
Josabed, Hanã, Falaías e outros levitas explicavam a lei ao povo, e cada um
ficou no seu lugar.” (Ne
8,1-7).
I. INTRODUÇÃO.
Catecismo - A palavra "catecismo" origina-se do
termo grego katecheo que significa informar, instruir e
ensinar, a viva voz, para distinguir do ensino realizado através da escrita, ou
seja, através dos livros. Enquanto o ensino dos livros é feito individual e
silenciosamente, a catequese (ou catecismo) é feita com a presença de um
instrutor, ensinando a viva voz. Variações da palavra catequese aparecem, na Bíblia, na Carta a Gálatas 6.6 – “Aquele que recebe a catequese da palavra,
reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.” – (Gl 6,6), a
palavra "catequizando" significando aquele que está sendo
instruído na palavra de Deus. Assim, em Lucas 1,4 – “para que conheças a solidez daqueles ensinamentos que tens recebido.” (Lc
1,4), se diz que Teófilo "foi catequizado".
II.
A ORIGEM DA CATEQUESE.
O
Catecismo da Igreja Católica (CIC) surgiu após a Assembléia Extraordinária do Sínodo dos Bispos em
comemoração a vigésimo ano de encerramento do Concílio
Vaticano II, em 25
de janeiro de 1985. Na ocasião surgiu no coração dos Padres sinodais o desejo
de um Catecismo ou compêndio que abordasse a doutrina católica de forma geral, servindo
de referência para os catecismo ou compêndios a serem preparados em diversos
lugares do mundo. Após o Sínodo, o papa João
Paulo II assumiu para si este desejo e deu início ao
trabalho de formulação do CIC, entregando-o à população no dia 11 de outubro de 1992, resultado do trabalho que demorou seis anos.
O papa
João Paulo II confiou ao Cardeal Joseph
Ratzinger em 1986 a responsabilidade de presidir uma Comissão
composta por doze cardeais e bispos para preparar um projeto para o catecismo. Esta equipe
contou com o apoio de uma Comissão de redação, formada por sete bispos diocesanos peritos em teologia e catequese. A Comissão deu diretrizes ao desenvolvimento do trabalho,
cuja redação sucedeu nove composições. Por outro lado, a Comissão de redação
escreveu o texto e inseriu neles as modificações pedidas pela Comissão e
examinaram as observações de numerosos teólogos, exegetas e catequistas e
bispos do mundo inteiro, a fim de melhorar o texto.
III.
FINALIDADES DA CATEQUESE.
1.
Auxiliar no ensino das escrituras.
O
ensino bíblico sistemático, e por faixas etárias, é de grande significado
espiritual e moral para toda a família. Por isso, tem de ser ministrado por
pessoas maduras que amem comunicar a Palavra de Deus, pois, como instrui-nos o
apóstolo Paulo – “Aquele que é chamado
ao ministério, dedique-se ao ministério. Se tem o dom de ensinar, que ensine”
(Rm 12,7). A família é beneficiada quando o ensino alcança os objetivos
propostos na formação cristã de todos os seus membros. Não há duvidas de que a
Catequese é o melhor lugar para isso.
2.
Auxiliar na evangelização.
É
desejável que a Catequese resgate este supremo objetivo: evangelizar – “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e
pregue o Evangelho a toda criatura.” (Mc 16,15). Uma classe pode
incumbir-se de levar convites aos descrentes para virem a igreja no domingo.
Uma gincana pode ser realizada, concedendo pontos às classes que trouxerem mais
visitantes na Catequese. Tal iniciativa é uma ótima forma de apresentarmos o
Evangelho aos que ainda não receberam a Cristo.
3.
Auxiliar no discipulado.
Jesus
mandou fazer discípulos e não prioritariamente membros e congregados – “Ide, pois, e ensinai a todas as nações;
batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” (Mt 28,19). Por esse motivo, os que
aceitam a Cristo devem ser eficazmente discipulados. Nesse sentido, a Catequese
desempenha um importante e insubstituível papel. Portanto, que haja classes de
discipulado para as crianças adolescentes, jovens e adultos. Mas acima de tudo,
não nos esqueçamos de que, como discipulados de Cristo, a nossa vida é um
permanente discipulados – “Mas todos nós
temos o rosto descoberto, refletimos como num espelho a glória do Senhor e nos
vemos transformados nesta mesma imagem, sempre mais resplandecentes, pela ação
do Espírito do Senhor.” (2 Cor 3,18).
IV.
A CATEQUESE FORTALECE A FAMÍLIA.
1.
As crianças são bem instruídas.
Dizem
os estudiosos que a personalidade humana é definida até os sete anos. O que
aprendemos nessa fase refletirá decisivamente em nosso desenvolvimento
psíquico, emocional, afetivo e social, influenciando-nos por toda a vida. Nesse
aspecto, advertem-nos as Sagradas Escrituras: “Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer,
dele não se há de afastar” (Pr 22,6). Por conseguinte, a Catequese ajuda, e
muito, no desenvolvimento da personalidade infantil, pois encaminha cada
criança no aprendizado cristão.
2.
A juventude é prevenida contra o
pecado.
A
juventude é vitima de muitas brutalidades sociais: álcool, drogas, sexo
ilícito, delinqüência, etc. Por isso mesmo,
nossos jovens devem freqüentar assiduamente a Catequese, pois aqui são
alertados contra todos esses males tão característicos de uma sociedade sem
Deus. O salmista oferece um caminho segura para que o jovem previna-se contra
os males desse tempo: “Como purificará o
jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a tua palavra.” (Sl 119,9).
3.
Os adultos frutificam.
Por
aceitar a Cristo na idade adulta e ao haver recebido uma solida formação
espiritual e moral durante a infância e juventude, há cristãos que acabam não
formando uma consciência clara e madura da vida cristã. A Catequese, todavia,
está apta a ajudá-los a formar o seu caráter cristão e estimulando-os à leitura
da Bíblia Sagrada e à prática da vida
cristã em seu dia a dia – “Vós
perscrutais as Escrituras, julgando encontrar nelas a vida eterna. Pois bem!
São elas mesmas que dão testemunho de mim.” (Jo 5,39). Assim, os adultos
tornam-se aptos a dar muitos frutos na obra do Senhor (Jo 15,1-16).
V.
CONCLUSÃO.
Nenhuma
instituição de ensino tem efeito tão benéfico sobra a família como a Catequese.
Mas a falta de catequistas a enfraquece. Quanto
a Catequese dos adultos parece não aceita dentro da Igreja Católica
Apostólica Romana, ela não existe.
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