sábado, 27 de julho de 2013

LITURGIA DA PALAVRA - DIA 28 DE JULHO - DOMINGO



DIA 28 DE JULHO - DOMINGO

XVII DOMINGO DO TEMO COMUM 
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – I SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona da entrada: Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele que dá força e poder a seu povo (Sl 67,6s.36)

Oração do dia

Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Gênesis 18,20-32)

Leitura do livro do Gênesis. 
18 20 O Senhor ajuntou: “É imenso o clamor que se eleva de Sodoma e Gomorra, e o seu pecado é muito grande.
21 Eu vou descer para ver se as suas obras correspondem realmente ao clamor que chega até mim; se assim não for, eu o saberei.” 
22 Os homens partiram, pois, na direção de Sodoma, enquanto Abraão ficou em presença do Senhor. 
23 Abraão aproximou-se e disse: “Fareis o justo perecer com o ímpio? 
24 Talvez haja cinqüenta justos na cidade: fá-los-eis perecer? Não perdoaríeis antes a cidade, em atenção aos cinqüenta justos que nela se poderiam encontrar? 
25 Não, vós não poderíeis agir assim, matando o justo com o ímpio, e tratando o justo como ímpio! Longe de vós tal pensamento! Não exerceria o juiz de toda a terra a justiça?” 
26 O Senhor disse: “Se eu encontrar em Sodoma cinqüenta justos, perdoarei a toda a cidade em atenção a eles.”
27 Abraão continuou: “Não leveis a mal, se ainda ouso falar ao meu Senhor, embora seja eu pó e cinza. 
28 Se porventura faltarem cinco aos cinqüenta justos, fareis perecer toda a cidade por causa desses cincos?” “Não a destruirei, respondeu o Senhor, se nela eu encontrar quarenta e cinco justos.” 
29 Abraão insistiu ainda e disse: “Talvez só haja aí quarenta.” “Não destruirei a cidade por causa desses quarenta.” 
30 Abraão disse de novo: “Rogo-vos, Senhor, que não vos irriteis se eu insisto ainda! Talvez só se encontrem trinta!” “Se eu encontrar trinta, disse o Senhor, não o farei.” 
31 Abraão continuou: “Desculpai, se ouso ainda falar ao Senhor: pode ser que só se encontre vinte.” “Em atenção aos vinte, não a destruirei.” 
32 Abraão replicou: “Que o Senhor não se irrite se falo ainda uma última vez! Que será, se lá forem achados dez?” E Deus respondeu: “Não a destruirei por causa desses dez.” 
Palavra do Senhor.


Salmo responsorial 138

Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor! 

Ó Senhor, de coração eu vos dou graças 
porque ouvistes as palavras dos meus lábios! 
Perante os vossos anjos vou cantar-vos 
e ante o vosso templo vou prostrar-me. 

Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, 
porque fizestes muito mais que prometestes; 
naquele dia em que gritei, vós me escutastes 
e aumentastes o vigor da minha alma. 

Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres 
e de longe reconhece os orgulhosos. 
Se no meio da desgraça eu caminhar, 
vós me fazeis tornar à vida novamente; 
quando os meus perseguidores me atacarem 
e com ira investirem contra mim, 
estendereis o vosso braço em meu auxílio 
e havereis de me salvar com vossa destra. 

Completai em mim a obra começada; 
ó Senhor, vossa bondade é para sempre! 
Eu vos peço: não deixeis inacabada 
esta obra que fizeram vossas mãos!

Leitura (Colossenses 2,12-14)

Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
2 12 Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.
13 Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão da vossa carne, chamou-vos novamente à vida em companhia com ele. É ele que nos perdoou todos os pecados,
14 cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz.
Palavra do Senhor.

Evangelho (Lucas 11,1-13)

Aleluia, aleluia, aleluia. 
Recebestes o Espírito de adoção; é por ele que clamamos: Aba, Pai! (Rm 8,15) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 
11 1 Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”. 
2 Disse-lhes ele, então: “Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino; 
3 dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento; 
4 perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação”. 
5 Em seguida, ele continuou: Se alguém de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: “Amigo, empresta-me três pães, 
6 pois um amigo meu acaba de chegar à minha casa, de uma viagem, e não tenho nada para lhe oferecer; 
7 e se ele responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta já está fechada, meus filhos e eu estamos deitados; não posso levantar-me para te dar os pães’; 
8 eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar. 
9 E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. 
10 Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá. 
11 Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente? 
12 Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião? 
13 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem”. 
Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

A MISERICÓRDIA DO PAI CELESTE

O traço mais característico do Pai, transmitido nos Evangelhos, é a misericórdia. Por isso, ao ensinar os discípulos a rezar, Jesus revela-lhes o rosto misericordioso do Pai, e os exorta a contar sempre com ele. Um dado fundamental: é preciso ser perseverante, quando se trata de recorrer ao Pai. Só ele conhece o momento oportuno de atender a quem lhe pede ajuda. Contudo, ninguém perde por esperar. 

A argumentação de Jesus funda-se na insuperável misericórdia divina. Se nenhum pai humano, por pior que seja, responderia à súplica de um filho, dando-lhe algo nocivo, quanto mais o Pai celeste. Sua bondade infinita responde generosamente a quem lhe suplica. E ninguém fica decepcionado, pois é garantida a sua intervenção em favor de seus filhos. 

A oração do Pai-Nosso é o resumo de tudo de que há de bom e que o discípulo pode desejar obter do Pai. Para rezá-lo, o orante deverá despojar-se de suas ambições pessoais e sintonizar-se com a misericórdia divina. Por isso, seu desejo é ver santificado o nome do Pai celeste, e concretizado seu Reino, na história humana. Seus anseios abrem-se para as relações interpessoais e se manifestam na esperança de ver o pão ser partilhado entre todos, os pecados, perdoados, e o ser humano, livre das insídias do Maligno. Só um coração misericordioso, à imitação do Pai, poderá nutrir tais desejos! 

Oração
Espírito que despoja do egoísmo, sintoniza-me com a misericórdia do Pai, tirando de mim tudo quanto me fecha nos estreitos limites de minhas ambições pessoais. 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

TIAGOS NA BÍBLIA



TIAGO O MAIOR:

  • Filho de Zebedeu e de Salomé (Mc 15,40; Mt 27,56);
  • Um dos doze Apóstolos e irmão do João também é um dos doze (Mt 10,12; Mc 3,17; Lc 5,10);
  • Foi intimo do Senhor Jesus (Mt 17,11; Mc 5,37; Mc 9,2; Mc 14:33);
  • Foi martirizado por Herodes (At 12,2);
  • É primo de Jesus -  comparar Jo 19,25 com Mc 15,40 e Mt 27,56 e juntar as peças então teremos as seguintes pessoas no pé da cruz no dia que Jesus foi crucificado – Maria – mãe de Jesus; Salomé (irmã ou prima de Maria), Maria esposa de Alfeu (ou Clôpas ou Cleopas) e Maria Madalena.

TIAGO MENOR:

  • Filho da outra Maria (Mt 27,56) e Filho de Alfeu ou Clôpas ou Cleopas (Jo 19,25); Alfeu era irmão de José (pai adotivo de Jesus) e a outra Maria era prima de Maria (mãe de Jesus)
  • É primo de Jesus;
  • Um dos doze Apóstolos (Mt 10,3; Mc 3,18, Lc 6,15)
  • Irmão de José - outro José (Mc 15,40);
  • É chamado de “Tiago – o Menor” (Mc 15,40).

TIAGO – O IRMÃO DO SENHOR:

  • Irmão do Senhor (Mt 13,55; Mc 6,3; Gl 1,19);
  • Líder da igreja em Jerusalém (At 12,17; At 15,13; At 21,18; Gl 2,9-12).

 TIAGO – PAI DO APOSTOLO JUDAS TADEU:

  • Pai de Judas Tadeu (Lc 6,16; At 1,13)

ANALISANDO-OS:

  • Tiago pai de Judas Tadeu – Lucas não o citaria se ele fosse importante então quem seria este Tiago? Pegando Marcos e Mateus este Tiago é o Tiago Menor irmão de José (o outro) filho de Alfeu a da outra Maria. Pois o Tiago filho de Zebedeu com Salomé faleceu jovem.
  • Tiago o irmão de Jesus – analisando a passagem de Gl 1,19 – “Mas não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor”.– Pedro esta dizendo aos Gálatas que ele não viu a nenhum dos outros apóstolos  senão Tiago o irmão de Jesus isto quer dizer que ele viu pelo menos um dos apóstolos e este apostolo é o Tiago Menor; agora se ele dissesse que não viu nenhum dos apóstolos senão Tiago o irmão de Jesus ai sim poderemos dizer que este Tiago é realmente o irmão de Jesus.
  • Tiago Menor – este não tem que explicar ele é filho de Alfeu com a outra Maria e irmão de Jose (outro) e pai de Judas Tadeu conforme falado acima.
  • Tiago – filho de Zebedeu com Salomé, irmão de João Apostolo. Morto degolado muito novo.

CONCLUINDO:

A Bíblia em parte alguma fala filhos de Maria e sim irmãos de Jesus. A Bíblia nos mostra apenas Jesus com Maria e Jose em Jerusalém; na festa de bodas de Cana da Galileia Jesus com Maria.

O povo de Jesus falava aramaico e esta língua era muito pobre por isto a palavra irmão tem vários significados (pode ser filho do mesmo pai, mas não da mesma mãe; primos de sangue; tio; sobrinho). No AT esta cheia de passagens onde tios e sobrinhos chamam de irmãos o mais famoso é a passagem de Abraão e Ló quando Abraão chama Ló para uma conversa a respeito do que está acontecendo com seus empregados – Gn 13,8.

Quando Marcos e Mateus citam “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão aqui entre nós suas irmãs?”. O povo falava que estes são parentes de Jesus por causa de que Tiago e Jose eram irmãos e tinha como pais Maria (a outra) e Alfeu (Clôpas ou Cleopas). Maria era prima de Maria (mãe de Jesus) e Alfeu era irmão de Jose (pai adotivo de Jesus).


Jesus era judeu e como um bom judeu respeitava as leis de Moises. Moises pregava que quando a mulher ficava viúva o filho mais velho ficava com a mãe e na falta deste com o 2º filho e assim por diante, mas no pé da cruz Jesus entregou sua mãe Maria para seu primo João – o discípulo amado (Jo 19,25). Neste  caso Jesus não tinha irmãos. Se Jesus tivesse irmãos e depois dele seria Tiago conforme Mateus e Marcos, Jesus entregaria a sua mãe para o seu irmão mesmo que este fosse contra Ele, pois Jesus pregava que temos de perdoar os inimigos. Se ele entregou a sua mãe para seu primo João – o Apostolo e não para seu irmão, se ele o tinha, Jesus pôs tudo a perder que pregou por terra.

Marco Antonio Lana
Bacharel em Teologia

sábado, 20 de julho de 2013

LITURGIA DA PALAVRA - DOMINGO - 21/07/2013



DIA 21 DE JULHO - DOMINGO

XVI DOMINGO TEMPO COMUM 
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – IV SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona da entrada: É Deus quem me ajuda, é o Senhor quem defende a minha vida. Senhor, de todo o coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom (Sl 53,6.8).

Oração do dia

Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Gênesis 18,1-10)

Leitura do livro do Gênesis.
18 1 O Senhor apareceu a Abraão nos carvalhos de Mambré, quando ele estava assentado à entrada de sua tenda, no maior calor do dia. 
2 Abraão levantou os olhos e viu três homens de pé diante dele. Levantou-se no mesmo instante da entrada de sua tenda, veio-lhes ao encontro e prostrou-se por terra. 
3 “Meus senhores, disse ele, se encontrei graça diante de vossos olhos, não passeis avante sem vos deterdes em casa de vosso servo. 
4 Vou buscar um pouco de água para vos lavar os pés. 
5 Descansai um pouco sob esta árvore. Eu vos trarei um pouco de pão, e assim restaurareis as vossas forças para prosseguirdes o vosso caminho; porque é para isso que passastes perto de vosso servo.” Eles responderam: “Faze como disseste.” 
6 Abraão foi depressa à tenda de Sara: “Depressa, disse ele, amassa três medidas de farinha e coze pães.” 
7 Correu em seguida ao rebanho, escolheu um novilho tenro e bom, e deu-o a um criado que o preparou logo. 
8 Tomou manteiga e leite e serviu aos peregrinos juntamente com o novilho preparado, conservando-se de pé junto deles, sob a árvore, enquanto comiam. 
9 E disseram-lhe: “Onde está Sara, tua mulher?” “Ela está na tenda”, respondeu ele. 
10 E ele disse-lhe: “Voltarei à tua casa dentro de um ano, a esta época; e Sara, tua mulher, terá um filho.” Ora, Sara ouvia por detrás, à entrada da tenda. 
Palavra do Senhor.


Salmo responsorial 15

Senhor, quem morará em vossa casa? 

É aquele que caminha sem pecado 
e pratica a justiça fielmente; 
que pensa a verdade no seu íntimo 
e não solta em calúnias sua língua. 

Que em nada prejudica o seu irmão 
nem cobre de insultos seu vizinho; 
que não dá valor algum ao homem ímpio, 
mas honra os que respeitam o Senhor. 

Não empresta o seu dinheiro com usura 
nem se deixa subornar contra o inocente. 
Jamais vacilará quem vive assim!

Leitura (Colossenses 1,24-28)

Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses. 

1 24 Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja. 
25 Dela fui constituído ministro, em virtude da missão que Deus me conferiu de anunciar em vosso favor a realização da palavra de Deus, 
26 mistério este que esteve escondido desde a origem às gerações (passadas), mas que agora foi manifestado aos seus santos. 
27 A estes quis Deus dar a conhecer a riqueza e glória deste mistério entre os gentios: Cristo em vós, esperança da glória! 
28 A ele é que anunciamos, admoestando todos os homens e instruindo-os em toda a sabedoria, para tornar todo homem perfeito em Cristo. 
Palavra do Senhor.

Evangelho (Lucas 10,38-42)

Aleluia, aleluia, aleluia. 
Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Lc 8,15) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. 
10 38 Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa. 
39 Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar. 
40 Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude”. 
41 Respondeu-lhe o Senhor: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; 
42 no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada”. 
Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

A MELHOR PARTE 

A cena evangélica desafia-nos a fazer uma leitura integrativa, sem contrapor Maria e Marta, como se uma fosse símbolo da ação e a outra, da contemplação, como se uma tivesse feito uma ação louvável e a outra, uma ação censurável. Portanto, quando Jesus fala que Maria escolheu a melhor parte, pensa-se logo que a contemplação é mais importante que a ação ou, mais radicalmente, a contemplação pode prescindir da ação. 

Tanto a atitude de Maria quanto a de Marta foram de carinhosa acolhida a Jesus e a seus discípulos. A primeira deteve-se a escutar o amigo recém-chegado, enquanto a outra pôs-se a preparar uma refeição para esses hóspedes. Diante de amigos com fome, nada melhor do que oferecer-lhes algo para restaurar as forças. O erro de Marta consistiu em não começar por acolher a quem chegava, talvez depois de um longo período de ausência. Era preciso acolher o Mestre, antes de pôr-se em ação. Afinal, Jesus estava mais interessado em partilhar alguns momentos de convívio com uma família amiga do que em degustar uma excelente refeição. 

No caso de Maria, sua amabilidade inicial transformar-se-ia em insensibilidade, se fosse incapaz de perceber a situação dos amigos e não se apressasse em dar-lhes comida. Ela, porém, agiu corretamente. Sua ação foi precedida da escuta da palavra do Mestre. Ou seja, a contemplação culminou e expressou-se na ação caridosa para com os visitantes. 

Oração 

Espírito de contemplação, ensina-me a inspirar o meu agir na escuta atenta da Palavra, de forma que minhas ações sejam expressão de comunhão com o Senhor. 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

FAMILIA X BÍBLIA - LIÇÃO 11 – A FAMILIA E A CATEQUESE



“Juntarás todo o povo num mesmo lugar, homens, mulheres, crianças e o estrangeiro que habita em tuas cidades, para que, ouvindo essa leitura, aprendam a temer o Senhor vosso Deus, e ponham cuidadosamente em prática todas as prescrições dessa lei.” (Dt 31,12).

“1. Todo o povo se reuniu então, como um só homem, na praça que ficava diante da porta da Água, e pediu a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor havia prescrito a Israel. 2. O sacerdote Esdras trouxe a lei diante da assembléia de homens, mulheres e de todas (as crianças) que fossem capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês. 3. Esdras fez então a leitura da lei, na praça que ficava diante da porta da Água, desde a manhã até o meio-dia, na presença dos homens, mulheres e das (crianças) capazes de compreender; todos escutavam atentamente a leitura. 4. O escriba Esdras postou-se num estrado de madeira que haviam construído para a ocasião; a seu lado encontravam-se, à direita, Matatias, Semeías, Anias, Urias, Helcias e Maasias; à esquerda, Fadaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mosolão. 5. Esdras abriu o livro à vista do povo todo; ele estava, com efeito, elevado acima da multidão. Quando o escriba abriu o livro, todo o povo levantou-se. 6. Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus; ao que todo o povo respondeu, levantando as mãos: Amém! Amém! Depois inclinaram-se e prostraram-se diante do Senhor com a face por terra. 7. E Josué, Bani, Serebias, Jamin, Acub, Seftai, Odias, Maasias, Celita, Azarias, Josabed, Hanã, Falaías e outros levitas explicavam a lei ao povo, e cada um ficou no seu lugar.” (Ne 8,1-7).

      I.        INTRODUÇÃO.

Catecismo - A palavra "catecismo" origina-se do termo grego katecheo que significa informar, instruir e ensinar, a viva voz, para distinguir do ensino realizado através da escrita, ou seja, através dos livros. Enquanto o ensino dos livros é feito individual e silenciosamente, a catequese (ou catecismo) é feita com a presença de um instrutor, ensinando a viva voz. Variações da palavra catequese aparecem, na Bíblia, na Carta a Gálatas 6.6 – “Aquele que recebe a catequese da palavra, reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.” – (Gl 6,6), a palavra "catequizando" significando aquele que está sendo instruído na palavra de Deus. Assim, em Lucas 1,4 – “para que conheças a solidez daqueles ensinamentos que tens recebido.” (Lc 1,4), se diz que Teófilo "foi catequizado".

    II.        A ORIGEM DA CATEQUESE.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) surgiu após a Assembléia Extraordinária do Sínodo dos Bispos em comemoração a vigésimo ano de encerramento do Concílio Vaticano II, em 25 de janeiro de 1985. Na ocasião surgiu no coração dos Padres sinodais o desejo de um Catecismo ou compêndio que abordasse a doutrina católica de forma geral, servindo de referência para os catecismo ou compêndios a serem preparados em diversos lugares do mundo. Após o Sínodo, o papa João Paulo II assumiu para si este desejo e deu início ao trabalho de formulação do CIC, entregando-o à população no dia 11 de outubro de 1992, resultado do trabalho que demorou seis anos.

O papa João Paulo II confiou ao Cardeal Joseph Ratzinger em 1986 a responsabilidade de presidir uma Comissão composta por doze cardeais e bispos para preparar um projeto para o catecismo. Esta equipe contou com o apoio de uma Comissão de redação, formada por sete bispos diocesanos peritos em teologia e catequese. A Comissão deu diretrizes ao desenvolvimento do trabalho, cuja redação sucedeu nove composições. Por outro lado, a Comissão de redação escreveu o texto e inseriu neles as modificações pedidas pela Comissão e examinaram as observações de numerosos teólogos, exegetas e catequistas e bispos do mundo inteiro, a fim de melhorar o texto.

   III.        FINALIDADES DA CATEQUESE.

1.    Auxiliar no ensino das escrituras.
O ensino bíblico sistemático, e por faixas etárias, é de grande significado espiritual e moral para toda a família. Por isso, tem de ser ministrado por pessoas maduras que amem comunicar a Palavra de Deus, pois, como instrui-nos o apóstolo Paulo – “Aquele que é chamado ao ministério, dedique-se ao ministério. Se tem o dom de ensinar, que ensine” (Rm 12,7). A família é beneficiada quando o ensino alcança os objetivos propostos na formação cristã de todos os seus membros. Não há duvidas de que a Catequese é o melhor lugar para isso.

2.    Auxiliar na evangelização.
É desejável que a Catequese resgate este supremo objetivo: evangelizar – “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregue o Evangelho a toda criatura.” (Mc 16,15). Uma classe pode incumbir-se de levar convites aos descrentes para virem a igreja no domingo. Uma gincana pode ser realizada, concedendo pontos às classes que trouxerem mais visitantes na Catequese. Tal iniciativa é uma ótima forma de apresentarmos o Evangelho aos que ainda não receberam a Cristo.

3.    Auxiliar no discipulado.
Jesus mandou fazer discípulos e não prioritariamente membros e congregados – “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” (Mt 28,19). Por esse motivo, os que aceitam a Cristo devem ser eficazmente discipulados. Nesse sentido, a Catequese desempenha um importante e insubstituível papel. Portanto, que haja classes de discipulado para as crianças adolescentes, jovens e adultos. Mas acima de tudo, não nos esqueçamos de que, como discipulados de Cristo, a nossa vida é um permanente discipulados – “Mas todos nós temos o rosto descoberto, refletimos como num espelho a glória do Senhor e nos vemos transformados nesta mesma imagem, sempre mais resplandecentes, pela ação do Espírito do Senhor.” (2 Cor 3,18).

  IV.        A CATEQUESE FORTALECE A FAMÍLIA.

1.    As crianças são bem instruídas.
Dizem os estudiosos que a personalidade humana é definida até os sete anos. O que aprendemos nessa fase refletirá decisivamente em nosso desenvolvimento psíquico, emocional, afetivo e social, influenciando-nos por toda a vida. Nesse aspecto, advertem-nos as Sagradas Escrituras: “Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar” (Pr 22,6). Por conseguinte, a Catequese ajuda, e muito, no desenvolvimento da personalidade infantil, pois encaminha cada criança no aprendizado cristão.

2.    A juventude é prevenida contra o pecado.
A juventude é vitima de muitas brutalidades sociais: álcool, drogas, sexo ilícito, delinqüência, etc. Por isso  mesmo, nossos jovens devem freqüentar assiduamente a Catequese, pois aqui são alertados contra todos esses males tão característicos de uma sociedade sem Deus. O salmista oferece um caminho segura para que o jovem previna-se contra os males desse tempo: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a tua palavra.” (Sl 119,9).

3.    Os adultos frutificam.
Por aceitar a Cristo na idade adulta e ao haver recebido uma solida formação espiritual e moral durante a infância e juventude, há cristãos que acabam não formando uma consciência clara e madura da vida cristã. A Catequese, todavia, está apta a ajudá-los a formar o seu caráter cristão e estimulando-os à leitura da Bíblia Sagrada e à prática  da vida cristã em seu dia a dia – “Vós perscrutais as Escrituras, julgando encontrar nelas a vida eterna. Pois bem! São elas mesmas que dão testemunho de mim.” (Jo 5,39). Assim, os adultos tornam-se aptos a dar muitos frutos na obra do Senhor (Jo 15,1-16).

    V.        CONCLUSÃO.

Nenhuma instituição de ensino tem efeito tão benéfico sobra a família como a Catequese. Mas a falta de catequistas a enfraquece. Quanto  a Catequese dos adultos parece não aceita dentro da Igreja Católica Apostólica Romana, ela não existe.


sábado, 13 de julho de 2013

LITURGIA DA PALAVRA - DIA 14 DE JULHO - DOMINGO



DIA 14 DE JULHO - DOMINGO

XV DOMINGO DO TEMPO COMUM 
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – III SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona da entrada: Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar a vossa glória (Sl 16,15).

Oração do dia

Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Deuteronômio 30,10-14)

Leitura do livro do Deuteronômio 
30 10 Moisés assim falou ao povo: obedeça à voz do Senhor, teu Deus, observando seus mandamentos e seus preceitos escritos neste livro da lei, e volte para o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma. 
11 O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem fora de teu alcance. 12 Ele não está nos céus, para que digas: quem subirá ao céu para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos? 
13 Não está tampouco do outro lado do mar, para que digas: quem atravessará o mar para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos? 
14 Mas essa palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir. 

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial 69

Humildes, buscai a Deus e alegrai-vos: 
o vosso coração reviverá! 

Por isso elevo para vós minha oração 
Neste tempo favorável, Senhor Deus! 
Respondei-me e pelo vosso imenso amor, 
Pela vossa salvação que nunca falha! 
Senhor, ouvi-me, pois suave é vossa graça, 
Ponde os olhos sobre mim com grande amor! 

Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! 
Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus! 
Cantando, eu louvarei o vosso nome 
E, agradecido, exultarei de alegria! 

Humildes, vede isto e alegrai-vos: 
O vosso coração reviverá 
Se procurardes o Senhor continuamente! 
Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres 
E não despreza o clamor de seus cativos. 

Sim, Deus viera e salvará Jerusalém, 
Reconstruindo as cidades de Judá. 
A descendência de seus servos há de herdá-las, 
E os que amam o santo nome do Senhor 
Dentro delas fixarão sua morada!

Leitura (Colossenses 1,15-20)

Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses. 
1 15 Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda a criação. 
16 Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e para ele. 
17 Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem nele. 
18 Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o Princípio, o primogênito dentre os mortos e por isso tem o primeiro lugar em todas as coisas. 
19 Porque aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude 
20 e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus. 
Palavra do Senhor.

Evangelho (Lucas 10,25-37)

Aleluia, aleluia, aleluia. 
Ó Senhor, vossas palavras são espírito e vida; as palavras que dizeis bem que são de eterna vida! (Jo 6,63.68) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. 
10 25 Levantou-se um doutor da lei e, para pô-lo à prova, perguntou: “Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?” 
26 Disse-lhe Jesus: “Que está escrito na lei? Como é que lês?” 
27 Respondeu ele: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento; e a teu próximo como a ti mesmo”. 
28 Falou-lhe Jesus: “Respondeste bem; faze isto e viverás”.
29 Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 
30 Jesus então contou: “Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto. 
31 Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. 
32 Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. 
33 Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. 
34 Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. 
35 No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: ‘Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei’. 
36 Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?” 
37 Respondeu o doutor: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai, e faze tu o mesmo”.
Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

FAZE TU O MESMO! 

Existe uma ligação evidente entre a questão dirigida pelo mestre a Lei a Jesus e a ordem conclusiva do relato. O mestre da Lei queria conhecer os caminhos para se obter a vida eterna, e Jesus ordena-lhe que imite o gesto misericordioso do samaritano. 

A preocupação com a vida eterna corresponde a reconhecer os caminhos que conduzem ao Pai, fonte da verdadeira vida. O mestre da Lei estava no bom caminho ao confessar que a via que conduz ao Pai é o caminho do amor. Consciência fenomenal, se levamos em conta a mentalidade legalista, muito difundida na época. 

Faltava-lhe apenas refazer sua concepção de próximo. A parábola contada por Jesus não deixa margem para dúvidas: próximo é qualquer pessoa que, encontrada pelos caminhos da vida, carece do nosso amor misericordioso. Diante deste apelo, caem todas as barreiras sociais, culturais, religiosas, étnicas. O próximo carente é a mediação da comunhão com o Pai. Quem tem sensibilidade e é capaz de desfazer-se de seus planos para se mostrar solidário, estará no caminho da vida eterna. Quem, pelo contrário, desvia-se do próximo carente de solidariedade, desvia-se do caminho que conduz ao Pai. 

Assim, a vida eterna define-se pela disposição de se tornar servidor do próximo, em quem o Pai é servido. Quem é misericordioso, está no bom caminho. 

Oração 

Espírito de sintonia com o próximo, não me deixes ser insensível ao meu próximo carente de solidariedade, pois a misericórdia me conduz à vida eterna. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

FAMILIA X BIBLIA - LIÇÃO 10 – A NECESSIDADE E A URGÊNCIA DO CULTO DOMÉSTICO



“Ensinai-as aos vossos filhos, falando-lhes delas seja em vossa casa, seja em viagem, quando vos deitardes ou levantardes.” (Dt 11,19).

“18. Gravai, pois, profundamente em vosso coração e em vossa alma estas minhas palavras; prenderas às vossas mãos como um sinal, e levaras como uma faixa frontal entre os vossos olhos. 19. Ensinai-as aos vossos filhos, falando-lhes delas seja em vossa casa, seja em viagem, quando vos deitardes ou levantardes. 20. Escreve-as nas ombreiras e nas portas de tua casa, 21. para que se multipliquem os teus dias e os dias de teus filhos na terra que o Senhor jurou dar a teus pais, e sejam tão numerosos como os dias do céu sobre a terra.” (Dt 11,18-21).
“14. Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e creste. Sabes de quem aprendeste. 15. E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo. 16. Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. 17. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra.” (2Tm 3,14-17).

        I.            INTRODUÇÃO.

A negligência para com o culto doméstico tem esfriado espiritualmente na família cristã. A comunhão, que deveria ser intensa no lar, é substituída, hoje, pela televisão e pelas longas horas navegando na internet. Conseqüentemente, o culto ao Senhor em nossas casas, outrora tão prioritário, praticamente desapareceu. Como se não bastasse, muitos pais optaram por terceirizar a formação espiritual e moral de seus filhos. Não querem ter trabalho algum com as suas crianças, adolescentes e jovens. E, para se justificarem, alegam falta de tempo. O que será dessa nova geração sem o ensino cristão?

      II.            O CULTO DOMÉSTICO.

1.       Adoração em família.
Moisés reuniu o povo e fez-lhe saber a vontade de Deus através dos estatutos e dos juízos divinos – “Observareis todas as minhas leis e meus mandamentos, e os praticareis. Eu sou o Senhor”. (Lv 19,37). O lar judaico, por conseguinte, teria de ser uma escola para as crianças aprenderem a temer e amar o Senhor – “Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares.” (Dt 6,7); “18. Gravai, pois, profundamente em vosso coração e em vossa alma estas minhas palavras; prenderas às vossas mãos como um sinal, e levaras como uma faixa frontal entre os vossos olhos. 19. Ensinai-as aos vossos filhos, falando-lhes delas seja em vossa casa, seja em viagem, quando vos deitardes ou levantardes.” (Dt 11,18-19). Lamentavelmente, já não se vê o mesmo zelo e determinação nas famílias cristãs atuais. Não há uma cultura de adoração a Deus no lar. Entretanto, a Bíblia Sagrada destaca o valor do ensino divino cultivado  no coração humano – “20. Meu filho, ouve as minhas palavras, inclina teu ouvido aos meus discursos. 21. Que eles não se afastem dos teus olhos, conserva-os no íntimo do teu coração, 22. pois são vida para aqueles que os encontram, saúde para todo corpo. 23. Guarda teu coração acima de todas as outras coisas, porque dele brotam todas as fontes da vida. (Pr 4,20-23). A Palavra de Deus deve ser o livro-texto dos pais na educação dos seus filhos, pois ela “é viva e eficaz” e produz um poderoso efeito na vida de quem a observa e a pratica – “Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração.” (Hb 4,12).

2.       A restauração da instrução domestica.
A respeito do ensino divino a ser ministrado no lar, o Senhor ordena: “6. Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. 7. Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares.” (Dt 6,6-7). Mais do que nunca, torna-se imperativo o ensino da Palavra de Deus no lar – “Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar.” (Pr 22,6). Nossos filhos precisam aprender com a máxima urgência a amar a Deus como Ele o requer – “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças.” (Dt 6,5).

3.       A prática da adoração domestica.

Muitos casais supõem que, pelo fato de ainda não serem pais, acham-se dispensados do culto doméstico. Na verdade, o culto doméstico não apresenta qualquer restrição no tocante à quantidade de membros em uma família. Portanto, quer você tenha filhos, quer não, à devoção na família não pode esperar. A diferença está apenas no fato de que havendo filhos, a Palavra deverá ser ministrada com o objetivo de alcançá-los também, com uma linguagem própria para cada faixa etária.

    III.            O CULTO NO LAR.

1.       Organizando o culto doméstico.
Tendo em vista a pratica do culto doméstico, a primeira coisa a fazer é definir um dia e um horário em que todos os membros da família possam praticar. A liturgia não precisa ser a mesma da igreja, todavia o louvor a mensagem e a oração são elementos indispensáveis. Procure não utilizar o momento do culto para discutir problemas familiares ou de outra ordem. Faça estudos bíblicos, incentive os filhos a falarem acerca de sua fé e ouça as instruções dos mais velhos. Este é o momento da família cristã! Sejamos, portanto, prudentes para edificarmos o nosso lar na rocha inabalável: Cristo Jesus – “24. Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. 25. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha.” (Mt 7,24-25); “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus.” (Ef 2,20).

Não deixe de ler diariamente a Bíblia com o seu cônjuge e filhos. Programe a leitura diária  para o ano todo. E  aproveite as datas comemorativas, como o natal e os aniversários, para celebrar a Deus em família e agradecê-lo pelas vitórias conquistadas. Um lar que assim procede jamais será destruído.

2.       Ganhando ainda os que não são cristãos.
Sempre é possível que haja na família pessoas que ainda não tenham aceitado a Jesus como seu Salvador e Senhor. Apesar disso, o culto doméstico não pode ser negligenciado. Não deixe de convidar os familiares descrentes, com amor e sabedoria, para que participem da adoração a Deus. Siga o exemplo de Jó. Ele não forçava seus filhos a servirem ao Senhor. Mas, ainda pela madrugada, levantava-se para oferecer holocaustos a Deus por todos eles – “4. Seus filhos tinham o costume de ir à casa uns dos outros, alternadamente, para se banquetearem e convidavam suas três irmãs para comerem e beberem com eles. 5. Quando acabava a série dos dias de banquetes, Jó mandava chamar seus filhos para purificá-los e, na manhã do dia seguinte, oferecia um holocausto por intenção de cada um deles: porque, dizia ele, talvez meus filhos tenham pecado e amaldiçoado Deus nos seus corações. Assim fazia Jó cada vez.” (Jó 1,4-5). Não despreze os momentos de comunhão com o Senhor no seu lar. Busque-o e adore-o de todo o coração – “... amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças.” (Mc 12,30).

3.       Eu e minha casa serviremos ao senhor.
Alguns cristãos negligenciam o culto domestico por acharem-no antiquado e desnecessário. A falta de tempo e o cansaço são as desculpas mais utilizadas. Entretanto, há textos bíblicos contundentes que exortam os chefes de família a ensinar a Palavra de Deus a toda a tua casa – “7. Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares. 8. Atá-los-ás à tua mão como sinal, e os levarás como uma faixa frontal diante dos teus olhos. 9. Tu os escreverás nos umbrais e nas portas de tua casa.” (Dt 6,7-9).

O culto doméstico foi eficaz na vida de Timóteo. Desde a mais tenra idade, ele era zelosamente instruído nas Sagradas escrituras por sua mãe, Eunice, e por sua avó Loide. E o resultado foi maravilhoso. O jovem Timóteo tornou-se um grande servo de Cristo -  “2. a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia, paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor!” (1Tm 1,2); “a Timóteo, filho caríssimo: graça, misericórdia, paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor!” (2Tm 1,2).

Tomemos como exemplo a mesma atitude de Josué Ele deixou claro que o povo de Israel deveria escolher a quem deveria servir quando da entrada na Terra Prometida, mas fechou a questão quando disse que ele e sua família serviriam ao Senhor – “Porém se vos desagrada servir o Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses, a quem serviram os vossos pais além do rio, se aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porque, quanto a mim, eu e minha casa serviremos o Senhor.” (Js 24,15), motivando a mesma atitude naqueles que o ouviam.

    IV.            BENÇÃOS ADVINDAS DO CULTO DOMÉSTICO.

1.       Fortalece os laços familiares.
Do quanto da espiritual, proporcionando-nos bênçãos extraordinárias. O livro de Ester é um exemplo do que ocorre quando instruímos os nossos familiares na Palavra de Deus. Embora rinha e esposa do homem mais poderoso daquele tempo, ela jamais esqueceu dos ensinos que lhe transmitira seu primo, Mardoqueu, pois os laços entre os ambos eram fortes – “5. quando estávamos mortos em conseqüência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo - é por graça que fostes salvos! -, 6. juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, com Cristo Jesus. 7. Ele demonstrou assim pelos séculos futuros a imensidão das riquezas de sua graça, pela bondade que tem para conosco, em Jesus Cristo.” (Ef 2,5-7). No momento certo ela saiu em defesa do povo de Israel, e Deus se manifestou em todo o império Persa. Na união espiritual do lar, sempre haverá lugar para Deus operar e agir, abençoando a todos – “1 Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! 2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes; 3 como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre.” (Sl 133,1-3).

2.       Santifica e protege a família.
Ouvimos todos os dias noticias estarrecedores sobre tragédias familiares. Como se não bastasse, aumenta, a cada ano, o numero  de divórcios em todo o mundo. E o que dizer das drogas e da prostituição infantil que vitimam milhões de crianças oriundas de lares desestruturados? Mas quando nos unimos para buscar a face do Senhor, através da devoção doméstica, Satanás não encontra espaço para destruir nossos filhos. A família que verdadeiramente serve ao Senhor não será abalada, pois o Senhor santifica-a e a guarda – “16. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. 17. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. 18. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos.” (Ef 6,16-18).

3.       Torna a família piedosa.
Vemos que, em Israel, era comum a família adorar o Senhor por ocasião da Páscoa – “Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o com uma festa em honra do Senhor: fareis isso de geração em geração, pois é uma instituição perpétua.” (Ex 12,14). É gratificante e profundamente saudável a adoração a Deus  em família: “Nas tendas dos justos há jubiloso cântico de vitória; a destra do Senhor faz proezas.” (Sl 118,15).

Pais e filhos orando, lendo a bíblia e cantando alegremente, no lar, produzem uma atmosfera espiritual de grande valor perante Deus, a Igreja e a sociedade.

      V.            CONCLUSÃO.


O culto doméstico precisa ser urgentemente resgatado, pois o mundo quer impor sobre nossas famílias condutas totalmente contrárias às recomendadas pelas Sagradas escrituras. Se ensinarmos os preceitos do Senhor aos nossos filhos, eles jamais serão tragados por este século, cujo príncipe é o Diabo. Quando a família é alicerçada na Palavra de Deus, a igreja local é fortalecida e a sociedade, como um todo, é beneficiada. Enfim, todos nós somos abençoados. Não perca tempo, inicie hoje mesmo o culto doméstico e Jesus jamais deixará o seu lar.