15 – OS DONS DE SINAIS.
Tomemos como ilustração do que chamamos de sinal a imagem produzida pela primeira claridade da manha, que indica que está nascendo um novo dia. O crente que recebe a capacidade de Deus para exercer o dom de cura, milagres ou falar em outras línguas deve ter nestes exercícios o objetivo único de sinalizar o poder do Senhor por meio do feito a ser realizado, de que Aquele que é maior que a claridade está produzindo a luz.
Devemos admitir que o Senhor é soberano e pode capacitar Seus filhos para desenvolver os diversos dons apresentados nas escrituras. Entendamos que, em Sua sabedoria, ele pode também limitar ou ampliar esta capacitação em determinados locais, épocas e condições.
Lembremo-nos que nossa fé, bem como a obediência e submissão ao Senhor, precisam acompanhar o crente que possui uma destas capacidades, mediante um viver de simplicidade, visando unicamente à glória de Deus.
I. DOM DE CURA – (1Cor 12,9.28).
Entendemos através de estudo bíblico que este dom é exercido para restituir ou conceder a saúde física, emocional ou espiritual de uma pessoa, pelo poder do Senhor.
Certamente o uso deste dom contribui para exaltar a grandeza de Deus. Uma prova desta graça foi a experiência do rei Ezequias, que recebeu a cura de uma doença mortal, e teve oportunidade de viver mais quinze anos.
Existem, porém, movimentos que centralizam toda a força de sua existência na ênfase de utilizar este dom. isto limita o plano de Deus para a sua Igreja, que tem um âmbito muito mais abrangente, e em muitas situações da abertura a heresias e formação de novas seitas.
É importante lembrar:
1. que o crente a quem Deus concede o dom de curar deverá possui o discernimento do Senhor, para que, ao ter contato com um enfermo, tenha também a orientação divina para que ore para a realização da cura;
2. que o mérito deste feito maravilhoso deve ser exclusivamente do senhor;
3. que o uso deste dom não serve para a exaltação de um crente ou de uma igreja, mas apenas como um dos recursos oferecidos por Deus para a edificação e suprimento do seu povo.
II. DOM DE LINGUAS – (1Cor 12,10.28.30; 14,1-40).
Consideramos que este dom é a capacidade especial concedida por Deus para falar uma língua diferente da habitual. No 2.º Testamento podemos observar que existem duas formas da prática deste dom. no dia de Pentecostes, os crentes se expressaram em outras línguas, que eram idiomas falados por povos que estavam em Jerusalém párea a festa dos judeus. Já na cidade de Corinto, vemos que os crentes com este dom falavam em línguas estranhas, que nos parece que não eram conhecidas por nenhum povo ou tribo no mundo. Por esta razão, neste segundo caso, Paulo exorta para que houvesse um interprete.
No ensino do apostolo, ele classifica este dom como inferior a outros que contribuem para a edificação da Igreja – “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.” (1Cor 12,28). Ensina também que seu uso deve ser acompanhado por um interprete, em um culto público, limitado a três pessoas – “Se alguém falar em língua, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e cada um por sua vez, e haja um que interprete.” (1Cor 14,27).
Não encontramos nenhuma afirmação direta de que o dom de línguas seja um sinal do batismo no Espírito Santo. Paulo, escrevendo aos romanos – “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Ora, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.” (Rm 8,9-11) afirma que quem esta em Cristo é habitado pelo Espírito Santo. Aos efésios, ele disse aos que ouvem a palavra da verdade, o evangelho da salvação, em Cristo, que são selados com o Santo Espírito da promessa, até o resgate da sua propriedade – “no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da sua glória.” (Ef 1,13-14). É o Santo Espírito do Senhor que capacita o salvo e lhe dá o privilégio de ser instrumento de Deus para promover maravilhas!
III. DOM DE MILAGRES – (1Cor 12,10.28-29).
Esta também é uma capacidade especial dada pelo Senhor a alguns crentes, para realizar feitos sobrenaturais.
Observamos que nas histórias bíblicas, em varias oportunidades, crentes com uma profunda fé e submissão ao Senhor foram instrumentos na realização de milagres.
Podemos ilustrar com alguns destes fatos como o de Moisés, que usou uma vara para abrir o Mar Vermelho; Elias, que orou para cair chuva do céu, após um longo período de seca; Josué que orou para que o sol parasse; e a igreja primitiva, que mediante um culto de oração, viu Pedro ser liberto da prisão.
Todos estes acontecimentos fugiram à ordem natural e, assim como observamos no dom de cura, serviram para a edificação e suprimento dos filhos de Deus.
CONCLUINDO
Concluímos esta deixando alguns questionamentos práticos para serem analisados.
- Somos submissos e inteiramente confiantes no Senhor, para que Ele nos conceda poder para realizar sinais;
- Temos considerado as determinações bíblicas que devem acompanhar exercícios dos dons de sinais? Ou vemos na nossa experiência algo superior ao ensino bíblico?
- Reconhecemos que os dons de sinais, assim como os demais dons, visam exaltar o nome do Senhor? Reconhecemos, como João Batista, que Ele deve crescer e nós diminuirmos?
Marco Antonio Lana
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