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quinta-feira, 29 de julho de 2021

Entreguei a Satanás! Por que Paulo entregou dois homens ao diabo?

O que significa entreguei a Satanás?


(1) O texto em que Paulo entrega Himeneu e Alexandre a Satanás é 1 Timóteo 1:20: “E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem”.

 

Quando observamos o contexto vemos o apóstolo Paulo aconselhando Timóteo a manter sua fé firmada e sua mente focada no bem (1 Timóteo 1:19).

 

Paulo continua demonstrando que muitos que não cuidaram da sua fé e da sua boa consciência vieram a abandonar a fé em Cristo.

 

Na sequência temos então a citação de Himeneu e Alexandre como maus exemplos de pessoas que agiram assim.

 

(2) Esses dois homens são citados como apóstatas, ou seja, homens que abandonaram a fé. Além disso, tornaram-se pessoas problemáticas dentro da comunidade, trazendo grandes problemas.

 

Himeneu, por exemplo, é citado novamente por Paulo como exemplo de alguém que usava as palavras para destruir: “Além disso, a linguagem deles corrói como câncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto” (2 Timóteo 2:17).

 

Alexandre também é citado em outro texto como sendo um homem que perseguiu o apóstolo Paulo com muita maldade: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras” (2 Timóteo 4:14).

 

Entregar para Satanás, o significado da expressão


(3) Agora que conhecemos bem esses homens que Paulo “entregou a Satanás”, devemos saber que essa expressão usada por Paulo em 1 Timóteo 1:20 geralmente é compreendida de duas formas:

 

a) Paulo estaria com sua autoridade apostólica dando um castigo especial a esses dois homens como punição.

 

b) Paulo estaria usando sua autoridade apostólica para expulsá-los da comunidade cristã, o que geralmente é chamado de excomunhão.

 

O segundo significado é o mais provável. Digo isto, pois Paulo já usou essa mesma expressão em 1 Coríntios 5:3-5 para também com sua autoridade aplicar essa expulsão.

 

Por que entregar uma pessoa a Satanás? Isso não é falta de amor?


(4) Alexandre e Himeneu se opunham fortemente à fé cristã, tinham uma atitude moral condenável e desafiavam o ensino dos apóstolos, que era a base da igreja, portanto, estavam debaixo do domínio do Diabo.

 

Quando Paulo os entrega a Satanás, ou os expulsa da comunidade, como vimos no ponto anterior, na verdade, tem como foco principal não só a proteção da comunidade cristã, mas também a aplicação de severa punição que resultasse na conversão deles.

 

Observe que o trecho final diz: “a fim de não mais blasfemarem”. Aqui temos a esperança do apóstolo de que eles aprendam a honrar o nome de Deus através da dor e sofrimento que experimentariam longe da comunidade cristã.

 

Portanto, não temos por parte do apóstolo um desejo maldoso de vingança, mas o exercício da sua autoridade dentro da comunidade cristã, protegendo-a de pessoas que se opõe à sã doutrina e ao mesmo tempo o desejo de que tais homens aprendam a tratar o nome do Senhor da maneira desejável, o que aconteceria se houvesse a conversão deles.

Tanque de Betesda: estudo sobre o significado da história

O tanque de Betesda foi o lugar onde Jesus curou um homem doente há 38 anos. Muitas pessoas esperavam por um milagre na água do tanque, mas Jesus curou o paralítico apenas com suas palavras! O poder não estava no tanque de Betesda, mas em Deus.

 

Em Jerusalém havia um tanque de água com cinco pórticos em volta chamado Betesda. Esse tanque era famoso por causa da crença que, de vez em quando, um anjo agitava as águas. Quando isso acontecia, a primeira pessoa que entrasse na água ficaria curada de qualquer problema físico que tivesse. Por causa desses milagres, muitas pessoas doentes e com deficiências físicas ficavam junto ao tanque, aguardando a oportunidade de serem curadas (João 5:2-4).

 

Como era o tanque de Betesda?

 

O tanque de Betesda era formado por duas piscinas. Eram tanques de imersão, pois naquela época havia rituais de purificação por causa das impurezas e, então usava-se os tanques. Tinham que se purificar antes de irem ao Templo de Jerusalém.

 

Era o único tanque que tinha cinco alpendres. Os outros tanques que haviam apenas tinham quatro portas e quatro lados, num formato de retângulo. Apenas o tanque de Betesda tinha uma entrada extra. Curiosamente, até mesmo a arqueologia confirmou isto e, se encaixa no relato de João (João 5:2).

 

E o que eram os alpendres?

 

A definição mais comum de alpendres são portas ou entradas, de algo. Neste caso, o tanque de Betesda! Muitos estudiosos da Bíblia concordam que, o apóstolo João fez uma referência aos cinco livros iniciais do Antigo Testamento, também conhecido como Pentateuco. Ele queria fazer menção que todo Pentateuco, indiretamente, demonstra Jesus, o Messias. Assim, o povo judeu poderia reconhecer quem era Jesus.

 

O que João está dizendo é que, em todos livros escritos por Moisés (comparando aos cinco alpendres) especialmente ao povo judeu, nada mais é do que uma introdução ao Messias, a Jesus.

 

O paralítico de Betesda


Certo sábado, quando veio a Jerusalém por causa de uma festa religiosa, Jesus passou junto do tanque de Betesda. Lá ele viu um homem que sofria de paralisia há 38 anos. Esse homem não tinha muita chance de ser curado. Quando a água era agitada, ele não tinha ninguém para o colocar dentro do tanque e, sozinho e com as pernas paralisadas, ele nunca conseguia ser o primeiro a entrar (João 5:6-7).

 

Quando Jesus lhe perguntou se queria ser curado, o paralítico explicou sua situação. Então Jesus lhe disse para se levantar, pegar na maca e andar. Nesse instante, o paralítico ficou curado e saiu andando!

 

Alguns judeus implicaram com o paralítico curado, porque ele estava carregando sua maca, que por tradição não era permitido no sábado. Mas o homem respondeu que a pessoa que o tinha curado tinha mandado levar a maca (João 5:9-11). O paralítico não sabia o nome de quem tinha curado, porque Jesus tinha ido embora.

 

Algum tempo mais tarde, o ex-paralítico se encontrou com Jesus no templo. Jesus o avisou a deixar o pecado, para não sofrer algo pior que a paralisia (João 5:14). Então, o paralítico foi e contou para os judeus que tinha sido Jesus que o tinha curado. Mas, em vez de ficarem felizes e maravilhados, os judeus procuraram matar Jesus por ter curado no sábado!

 

O tanque de Betesda – havia mesmo um anjo que agitava a água?

 

É difícil dizer com certeza se aconteciam mesmo milagres por ação de um anjo no tanque ou não. A passagem de João 5:4, que explica sobre o anjo, não aparece em várias das cópias mais antigas do Novo Testamento. Por isso não se sabe se acontecia de verdade.

 

De qualquer forma, havia essa crença, porque os doentes ficavam à espera junto do tanque para receber o milagre. Quer fosse verdade ou não, as pessoas acreditavam que podiam ser curadas em Betesda. Mas a existência ou não de um anjo em Betesda não é o foco principal da história...

 

A verdadeira lição e significado do tanque de Betesda 


A história sobre o tanque de Betesda mostra o poder de Jesus. Enquanto muitos esperavam por uma rara oportunidade para serem curados, Jesus mostrou que podia oferecer cura a qualquer um em qualquer tempo!

 

Não havia esperança para o paralítico de Betesda. Sua situação era impossível, mas Jesus chegou e mudou tudo! Jesus também faz isso em nossas vidas. Ele salva do pecado e nos promete vitória sobre o impossível – a morte.

 

Jesus deixou um aviso importante ao paralítico de Betesda. Ficar paralisado é uma coisa terrível, mas o pecado tem consequências muito piores. Quem continua vivendo para o pecado, e não para Deus, terá de enfrentar um castigo eterno. Se converter para Jesus significa mudar de vida.

Qual o significado e a importância do amor ágape na Bíblia?

Ágape significa amor, mas um tipo específico de amor. O amor ágape é muito importante na Bíblia. Só no Novo Testamento aparece 158 vezes. O amor ágape não trata apenas de sentir ou de fazer isso ou aquilo, é um ato de obediência, altruísta, com propósito de fazer o bem àquela determinada pessoa. Um amor que age e que pode ser evidenciado pela relação que Jesus tem com o Pai e conosco (João 3:16; João 13:34-35).

 

Amor Ágape = amor incondicional


Podemos dizer que a origem desse amor é no próprio Senhor. Um amor incondicional, perfeito, sacrificial! Como nós somos seres imperfeitos, não se pode originar esse esse tipo de amor em nós. Mas pode ser gerado em nós pelo Espírito Santo. Só desta maneira que conseguimos amar como o Senhor ama (Romanos 5:5; 1 João 3:16; Gálatas 5:22).

 

Na cruz do Calvário é onde podemos evidenciar o amor incondicional de Deus por nós, onde podemos constatar o amor ágape de Deus por nós com o sacrifico de Jesus, pois o amor ágape sempre é visível (João 3:16-18).

 

'Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões, pela graça vocês são salvos'. - Efésios 2:4-5

 

Nós não somos dignos de tal amor por parte do Senhor, “mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5:8).

 

Um exemplo de Jesus e outro do apóstolo Paulo mostram a importância da palavra ágape. O primeiro, Jesus usa para orientar os discípulos sobre os inimigos:

 

“Amem, (ágape), os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus” (Lucas 6:35).

 

O segundo exemplo, Paulo usou para dar uma descrição do motivo que Deus enviou Seu Filho: “mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5:8).

 

O amor ágape não faz acepção de pessoas, isto é, por um lado, o desafio de amar os “irmãos da fé”, por outro, o desafio de amar as pessoas que nos perseguem, que querem nos fazer mal. Jesus, ao contar a parábola do bom samaritano, enfatiza o exemplo desse amor sacrificial pelo outro, mesmo que o outro não se importe conosco.

 

Um detalhe interessante é que, nós seres humanos, temos em nossa natureza, outros tipos de amor (eros; filos; storge), mas o amor ágape, como já vimos, não temos.

 

Amor Filos 


Este tipo de amor é o mais abrangente, mais geral da Bíblia. Trata-se de um amor com uma maior ênfase para uma amizade profunda, carinho, respeito, compaixão.

 

No Novo Testamento, esta palavra, filos, em sua origem no grego, aparece cerca de 26 vezes. 


Veja alguns exemplos:

 

“Quanto ao amor fraternal, não precisamos escrever-lhes, pois vocês mesmos já foram ensinados por Deus a se amarem uns aos outros” (1 Tessalonicenses 4:9)

 

“Seja constante o amor fraternal” (Hebreus 13:1)

 

”…à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor” (2 Pedro 1:7)

 

“Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes” (1 Pedro 3:8)

 

Amor Eros


Este tipo de amor é voltado para o amor romântico, entre um homem e uma mulher. Eros é uma palavra grega. Um amor com mais paixão, mais forte, com maior desejo. Por isso que este tipo de amor não aparece no Novo Testamento. Também pelo fato que naquela época um tipo de amor assim era tido como algo sujo, imoral e julgado pelas pessoas. Podemos encontrar, praticamente por todo o livro de Cânticos, menções desse tipo de amor.

 

Amor Storge 


Outro tipo de amor, storge, uma palavra grega também, que demonstra um amor para descrever amor familiar, ter afeição, carinho, em particular, amor entre pais e filhos.

 

Uma coisa curiosa é que, assim como o amor eros, o amor storge não aparece exatamente assim na Bíblia. O que aparece, no entanto, é o oposto da palavra storge, em particular usada duas vezes no Novo Testamento. A palavra é astorgos, que tem a definição de “não ter afeição, ser insensível a família” e podemos verificar isso em Romanos 1:31 e 2 Timóteo 3:3.

 

Por outro lado, em Romanos 12:10 encontramos, na origem grega, a palavra filostorgos, que nada mais é do que a soma das palavras filos e storge. Podemos traduzir como: amar com carinho, amar de maneira familiar, mãe, filhos.

 

Temos alguns exemplos na Bíblia desse tipo de amor storge, amor de família, como por exemplo Marta e Maria que tinham pelo seu irmão Lázaro, o amor de Jacó por seus filhos, Noé por sua esposa.

O que significa o tempo de Deus?

O tempo de Deus não é o nosso tempo! O tempo de Deus é perfeito, não há atrasos (Gálatas 4:4). O tempo de Deus está relacionado ao tempo oportuno para cumprimento do Seu propósito ou vontade. Não pode ser medido ou cronometrado, mas atua na nossa história consoante à Sua vontade.

 

Por vezes, algumas pessoas consideram que Deus está demorando para cumprir determinadas coisas. A Bíblia mostra um triste exemplo de precipitação: o rei Saul 1 Samuel 13:8-15. Ele antecipou-se fazendo coisas que não eram da sua alçada. Como consequência, perdeu tudo. Em contrapartida, também encontramos uma advertência a esse respeito 2 Pedro 3:9. O Senhor cumpre suas promessas e é paciente conosco.

 

Tempo kairós e tempo chronos

 

Estas duas palavras gregas, kairós e chronos, podem nos ajudar a elucidar a ideia que temos sobre tempo de Deus e e qual seu significado. Nós vivemos no chronos e Deus age num outro tipo de tempo, chamado kairós.

 

Deus criou tudo que existe, incluindo o chronos (tempo cronológico). Os seres humanos são dependentes do chronos e tudo que se faz está ligado a ele. Mas o Senhor não pode ser limitado ao chronos, por isso que Ele é eterno, sempre existiu e sempre existirá e, é imutável.

 

Quando analisamos, por exemplo, a palavra amor, temos que recorrer ao grego e seus significados na Bíblia (ágape, philos e eros) que nos ajudam a entender a ideia de “amor”, portanto, na mesma perspectiva, existe o kairós e chronos.

 

O chronos tem uma conotação de intervalo, espaço de tempo, período de tempo longo ou breve. Representa, inicialmente, a designação de um espaço de tempo ou ponto de tempo e que está ligado ao tempo cronológico que pode ser medido. Nos textos bíblicos abaixo, podemos encontrar exemplos do chronos:

 

Lucas 20:9 (o proprietário da vinha ausentou-se do país por muito tempo);


João 5:6 (o paralítico que esteve doente muito tempo);


Atos dos Apóstolos 8:11 (Simão, o mágico, desde muito tempo iludindo os samaritanos com suas artes);


Atos dos Apóstolos 13:18 (Deus suportou os costumes do povo de Israel no deserto por quarenta anos).


Quando lemos em 2 Pedro 3:8, entendemos que o kairós é uma “janela de oportunidade” que o Senhor resolve atuar.

 

Podemos traduzir a palavra kairós como: tempo, ponto no tempo, momento, tempo oportuno, medida certa, aquilo que é decisivo. Nos mostra aquele momento marcante quando tudo muda, quando o Senhor ordena que o que está parado comece a se mover, assim como cada dia que nasce vem algo novo.

 

Um exemplo disto está em Atos dos Apóstolos 17:26-30, onde podemos constatar o contraste. No versículo 26, lemos que o Senhor fez todas as nações para habitarem na terra, determinando-lhes o tempo, neste caso o kairós. Dentro do espaço de tempo, há momentos específicos que o Senhor determinou como especial, momento de mudança, momento em que se abrem novas oportunidades.

 

Aqui podemos entender, concretamente, o significado do tempo kairós, sendo um momento de decisão, época especial, em que o novo de Deus pode surgir, coisas novas podem acontecer.

 

Em Atos dos Apóstolos 17:30, podemos observar que o Senhor não considerou o tempo chronos de ignorância, no qual os povos não tinham conhecimento da verdade. E esta é a ideia do tempo chronos; determinados espaços de tempo e prolongados em que, não vemos nada de especial ou importante acontecendo.

 

Um outro exemplo do tempo kairós está em Josué 1. Muito tempo de espera, anos de momentos dramáticos quando, finalmente, Moisés termina sua missão e, a hora estava se aproximando para entrar na terra prometida. Outro episódio marcante foi quando Jesus anunciou que o tempo, kairós, estava cumprido e que o reino estava chegando (Marcos 1:15).

 

Já podemos concordar que o tempo de Deus e o tempo do homem não são o mesmo e, uma das melhores maneiras de reconhecer isto é quando nosso coração permanece confiando, descansando, no agir do Senhor, mesmo passando por aflições.

 

Já entendemos também, por várias passagens bíblicas, que muitas etapas no plano do Senhor demoram mais do que realmente é necessário, talvez boa parte disso é por causa da incredulidade ou desobediência humana. Um exemplo foram os quarenta anos do povo no deserto, que poderiam ter durado muito menos (Números 13; Números 14).

 

Por que os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor. Por que, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meu caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. - Isaías 55:8-9

 

Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa; porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e não confirmaria? Números 23:19

 

Por que Deus demora tanto para agir? 


Quando relembramos a história do povo de Israel, que ficou cerca de quatrocentos anos escravizado clamando o agir de Deus para que fossem libertos, demorou. Aos olhos humanos demorou muito, entretanto o Senhor tinha prometido um libertador, mas passaram-se várias gerações para que isso acontecesse, através de Moisés.

 

 

Quando o Senhor fez a promessa ao povo acerca do libertador, o kairós de Deus já havia iniciado, mas foi necessário aguardar o chronos adequado para isso. O momento que Moisés chegou, apareceu em cena, foi precisamente quando o Egito estava fraco pela ação dos inimigos, o que permitiu Israel condições para sair da cativeiro e ir para a terra prometida.


 

Se você achar ou estiver passando por algo em que sinta que “Deus está atrasado”, foque na fé e na confiança que o Senhor faz as coisas quando é o tempo perfeito para isso, nem antes nem depois.


Podemos lembrar das palavras de Jesus quando dizia: “a minha hora ainda não chegou” (João 7:6), no entanto depois houve outro momento em que Ele disse: “A minha hora chegou” (João 12:23).

Por que a Bíblia diz que o justo não vai mendigar o pão se isso acontece no nosso mundo?

No salmos 37:25 a Bíblia afirma que o justo não vai ser desamparado e a descendência do justo não vai mendigar o pão. Com toda sinceridade, já vi muitos servos de Deus passarem fome e terem dificuldades até no básico da vida. Como podemos entender esse versículo bíblico? Existe contradição nele?


O justo nunca irá mendigar o pão?


(1) A primeira coisa a ser observada é que o Salmos 37 nos traz uma reflexão de sabedoria, fazendo contrastes entre ímpios e justos, mostrando que apesar de muitas vezes os ímpios serem prósperos financeiramente, sua riqueza não é eterna, enquanto que o justo desfruta da bênção eterna de Deus, ainda que não seja rico materialmente nesta terra.


Em meio a essas reflexões, Davi diz: “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Salmos 37:25).


Quem lê esse verso sem o devido cuidado, questiona: como isso é possível, sendo que milhares de crianças já morreram de fome nesse mundo? Ou: eu conheço pessoas justas que têm passado muita necessidade na vida!


(2) Para compreender a fala do rei Davi, a primeira coisa é entender cada trecho do verso. Vamos fazer isso agora:


(i) Fui moço e já, agora, sou velho 


De cara observamos que Davi está falando aqui do ponto de vista de sua observação pessoal, de seu tempo de vida. Ou seja, temos aqui uma observação pessoal e não uma regra de Deus sem exceções.


Sabemos que no Antigo Testamento existiam as “bênção da obediência” e os “castigos da desobediência” (Leia Deuteronômio 28).


Davi está vivendo um momento de um retorno de Israel à obediência ao Senhor, Isso trazia bênçãos de toda sorte, além, é claro, de uma consciência de que quem tinha alguma posse deveria ajudar o pobre, conforme ensinava a lei (Deuteronômio 15:11). 


(i) Jamais vi o justo desamparado 


Davi viveu essa realidade em seu tempo de vida. Isso não significa que o justo nunca terá adversidades em sua vida. Nessa vida é possível passarmos necessidades por “n” motivos, porém, a realidade desse trecho vai muito além dessa vida.


Mesmo passando por adversidades o justo tem herança garantida na presença de Deus: “Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no SENHOR possuirão a terra” (Salmos 37:9).


Isso significa que o justo NUNCA é desamparado pelo Senhor de forma final e definitiva! 


(iii) Nem a sua descendência a mendigar o pão


Davi teve o privilégio de presenciar um tempo de grande prosperidade e retorno do povo à obediência, o que trazia bênçãos não só àquela geração, mas também aos descendentes que também seguissem nesse caminho.


Observe que ele complementa, dizendo: “É sempre compassivo e empresta, e a sua descendência será uma bênção” (Salmos 37:26).


Os descendentes que presenciam e aprendem as boas práticas da lei do Senhor (vista na vida de seus pais) têm ações diferentes com relação a importância de serem bênção ao próximo (principalmente aos necessitados).


Tudo isso gera uma sociedade mais justa. Davi destaca essa bênção que ele pode viver nos anos de sua vida! 


(3) Davi, então, presenciou toda essa bênção! De fato, quem dera também tivéssemos em todas as sociedades, em todos os povos, um coração voltado ao Senhor!


Certamente o mundo seria mais justo e haveríamos de presenciar, assim como Davi, os princípios da Palavra de Deus sendo vividos de fato e de verdade! Mas infelizmente não é assim.


A sociedade desvirtuada gera angústias na vida do justo. Veja como Paulo descreveu um tempo de sua vida: “Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez” (Filipenses 4:12).


(4) Por isso, o Salmos que Davi escreveu não são uma regra geral de que nenhum justo irá passar necessidade ou que nunca ficará desamparado em termos materiais nessa terra! 


Isso poderá ocorrer, porém, observamos que essa não é uma condição definitiva, pois o Senhor socorrerá o justo e de forma definitiva o abençoará com bênçãos que são superiores a bênçãos temporais nesta terra!


Mas, de fato, se as pessoas se voltarem ao Senhor de todo o coração, é possível viver essa realidade que Davi presenciou!


Veja como a igreja primitiva a vivia: “Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes…” (Atos 4:34).

terça-feira, 27 de julho de 2021

Por que a Bíblia chama morcegos de aves e lebres de ruminantes?

(1) Na Bíblia realmente consta, na seção que trata sobre as regras alimentares que Deus estabeleceu para o povo de Israel, o morcego sendo enquadrado como uma ave:

 

“Das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, o quebrantosso e a águia marinha; o milhano e o falcão, segundo a sua espécie, todo corvo, segundo a sua espécie, o avestruz, a coruja, a gaivota, o gavião, segundo a sua espécie, o mocho, o corvo marinho, a íbis, a gralha, o pelicano, o abutre, a cegonha, a garça, segundo a sua espécie, a poupa e o morcego” (Levítico 11:13-19).

 

Temos também a menção da lebre (uma espécie de coelho selvagem) sendo enquadrada da lista de ruminantes: “a lebre, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; esta vos será imunda” (Levítico 11:6).

 

O que confunde muitas pessoas é o fato de que o morcego não é uma ave, mas um mamífero, e a lebre não é um ruminante.

 

A Bíblia teria errado ao enquadrar o morcego como ave e a lebre como ruminante?

(2) O grande erro de interpretação dos que acusam o texto bíblico de estar errado é aplicar os conhecimentos existentes em nossas épocas a textos que foram escritos, como no caso das leis do Antigo Testamento, especialmente o livro de Levítico, escrito por volta de 1446-1406 a.C.

 

Seria mais ou menos como exigir que as pessoas que viveram há 1000 anos conhecessem o funcionamento de um avião antes dele ser inventado.

 

(3) Quando Moisés escreve as leis que recebe de Deus para que o povo lesse e seguisse, Ele emprega conhecimentos existentes em sua época para que houvesse compreensão.

 

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Quando analisamos as leis alimentares, observamos que elas são baseadas em observações externas. Por exemplo, apenas peixes que tinham escamas e barbatanas podiam ser comidos:

 

“De todos os animais que há nas águas comereis os seguintes: todo o que tem barbatanas e escamas, nos mares e nos rios; esses comereis” (Levítico 11:9).

 

Essa era a forma possível do povo identificar simplificadamente os animais puros e imundos e saber qual podiam comer.

 

(4) Quando a Bíblia inclui morcegos entre o grupo de aves está claramente agrupando animais que tem certa característica clara e perceptível, que é voar.

 

Não se tinha naquela época conhecimento tal qual temos hoje em dia a respeito de características tão detalhadas da biologia animal.

 

Daí o morcego, segundo o conhecimento da época, estar listado entre aves devido a sua característica principal ser semelhante a delas.

 

(5) As lebres, tais como os ruminantes (animais que ficam como que mastigando frequentemente um alimento, devido seu processo de digestão), também tem uma característica de ficar como que mastigando o alimento de forma frequente.

 

Externamente a lebre parece com os ruminantes na sua forma de comer, mas internamente (hoje em dia) sabemos que ela não rumina. A boa regra de interpretação ensina que um texto deve ser interpretado à luz de seu contexto.

 

No contexto das leis, a lebre entra em um grupo de animais com a mesma característica e essa característica era facilmente identificada visualmente naquela época.

 

(6) Além disso, não era objetivo do texto bíblico ensinar biologia. O objetivo era trazer leis alimentares ao povo, que deveria conseguir identificar de forma simples o que era ou não proibido.

 

Daí os animais serem agrupados por características peculiares. Seria no mínimo insensatez querer que o texto bíblico trouxesse nele conhecimentos que ainda não existiam de forma plena como, por exemplo, o funcionamento do sistema digestivo dos ruminantes.

 

(7) Dessa forma, fica claro que não temos um erro na Bíblia se considerarmos o texto analisado à luz de sua época e à luz de seu propósito.

 

E ainda fica também claro que aqueles que buscam manipular o texto bíblico para insinuar contradições que minimizem a autoridade da Palavra de Deus, acabam “caindo do cavalo” mais uma vez, pois sua manipulação não consegue resistir a mais simples análise textual conforme demonstramos aqui.

Deus criou duas vezes os seres humanos?

 (1) Após o relato da criação de Deus de todos os elementos importantes à vida em Gênesis 1, temos o relato da criação de homem e mulher:


“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra” (Gênesis 1:26).


Observe que temos em Gênesis 1 um resumo que compreende toda criação de Deus, de forma que o leitor saiba como Deus fez.


Esse resumo compreende tanto a forma como o planeta ganhou a sua forma totalmente organizada para a vida, a criação dos animais, a criação de homem e mulher, tudo isso de forma direta e resumida em poucos versos.

 

(2) No capítulo 2 de Gênesis o que muitos não percebem é que NÃO estamos diante de uma nova criação, mas de um detalhamento da criação já mencionada no capítulo 1, mas agora com foco no detalhamento da criação, principalmente do homem e mulher com maiores pormenores.

 

Logo no início é dito: “Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou” (Gênesis 2:4).

 

Observe que essa frase mostra que o autor, a partir desse texto, passa a mostrar mais detalhes sobre a criação já realizada. Observe o trecho “quando foram criados”. O foco, claro, é no detalhamento da obra prima da criação de Deus já realizada, o ser humano.

 

(3) O autor passa a detalhar questões da criação já citadas em Gênesis 1. Veja: “Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o SENHOR Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo” (Gênesis 2:5).

 

Observe que aqui o autor detalha como estava a terra criada e narrada em Gênesis 1:1-25, ou seja, antes do homem entrar nela. Sendo assim, não é uma nova criação de uma nova Terra, mas uma citação da mesma já criada.

 

E a partir de Gênesis 2:7 ele narra os pormenores da criação do homem e de como Deus estabeleceu uma “casa” para ele: “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente…” (Gênesis 2:7).

 

E mais à frente vêm os detalhes da criação da mulher.


(4) Isso é suficiente para demonstrar que não temos duas criações, mas apenas uma. Mas para aqueles que são mais “desconfiados” é importante que pensemos que se realmente houvesse outra criação antes de Adão e Eva, a Bíblia entraria em uma grande confusão:


Por que essas pessoas não teriam sido mais mencionadas? O que ocorreu com essas pessoas por conta do pecado de Adão e Eva, já que elas não teriam pecado?

 

Por que Adão é citado na Bíblia como o primeiro criado e não essas pessoas? “Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante” (1 Coríntios 15:45).

 

(5) Esses questionamentos e argumentos apresentados mostram que achar que houve pessoas antes de Adão e Eva não é algo razoável e acaba por trazer muita confusão às narrativas bíblicas, além de deixar várias perguntas sem resposta.

 

Por isso, a ideia de que Gênesis 2 é um desdobramento de Gênesis 1, onde existe detalhamento da criação já feita, é bastante correta e se harmoniza corretamente com as narrativas bíblicas.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

O que é a salvação pela graça?

A salvação pela graça é a forma como Deus nos livra da condenação do pecado, sem merecermos nem termos de pagar. Não podemos alcançar a salvação pelo mérito nem o podemos comprar. Deus nos oferece a salvação de graça.

 

Uma dívida impossível de pagar

Todos nós pecamos e merecemos castigo. O preço do pecado é a morte e a separação de Deus (Romanos 6:23). Ninguém consegue pagar por todos os seus pecados, ao ponto de ficar completamente puro e sem condenação. É impossível!

Mas Deus nos ama e não quer nos condenar. Por isso, em Sua graça, Ele decidiu pagar o preço. Deus enviou Jesus, que não tinha nenhum pecado, para morrer em nosso lugar (Romanos 3:23-24). Na cruz, Jesus pagou o preço de todos os nossos pecados! Não precisamos mais pagar por eles.

 

Salvos pela graça

 

A salvação é pela graça porque Deus não exige nada para merecermos a salvação. Não precisamos fazer nenhum ato de bondade, heroísmo nem penitência. Basta ter fé.

Em Sua graça, Deus oferece a salvação a todos gratuitamente. Pessoas “boas” não são favorecidas e pessoas “ruins” não são desprezadas. Em relação a Deus, todos estão na mesma situação e todos recebem a mesma oferta, sem custo. Tudo que temos de fazer é aceitar, pela fé (Efésios 2:8-9).

Assim, ninguém tem motivo para se achar superior aos outros, porque foi Jesus que fez o trabalho e conquistou a salvação por todos nós. Nossas obras não nos podem salvar porque são imperfeitas. Somente Deus é perfeito e somente Ele pode nos aperfeiçoar.

 

Graça e responsabilidade

Então, qual é nossa motivação para fazer o que é certo? Se nós cremos em Jesus e Deus perdoou todos os nossos pecados, podemos continuar no pecado, sem nos preocuparmos? Não!

Jesus veio para nos salvar da vida antiga, presa no pecado (Romanos 6:1-2). Quem é salvo pela graça de Deus fica purificado do pecado e agora deve ter uma vida diferente. Quando alguém acha que pode continuar no pecado, sem querer mudar, porque a salvação é pela graça, essa pessoa ainda não entendeu o que é a salvação.

Deus tem boas obras preparadas para nós fazermos. Não somos salvos pelas obras, mas as boas obras são um sinal que já fomos salvos (Romanos 6:14). A graça de Deus nos salva e a graça de Deus nos capacita a fazermos Sua vontade.                        

Sinais de que você não está nem aí para a obra de Deus

(1) Nunca se lembra de orar pela obra do Senhor

Quando nos importamos com algo, aquilo está em nosso coração de forma muito profunda. Devemos amar a obra de Deus e interceder por ela, pois isso demonstra que nos importamos.

Quando Jesus constatou perante Seus discípulos que a obra era grande e os trabalhadores poucos, Ele os orientou: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara” (Mateus 9:38).

Se não oramos pela obra do Senhor isso pode indicar que não ligamos para ela, que a menosprezamos que não a amamos de fato e de verdade, assim como Jesus demonstrou quando sentiu que deveria haver mais gente para o trabalho.

 

(2) Nunca tem tempo para cooperar com a obra do Senhor

Uma das matérias primas com que se faz a obra do Senhor somos nós. Deus escolheu que fosse assim, que nós fossemos Seus cooperadores na obra: “Porque de Deus somos cooperadores…” (1 Coríntios 3:9).

Mas o que dizer de cooperadores que não se dispõem, que não cooperam, que não colocam ao menos uma pequena parte de seu tempo para fazer essa obra?

Certamente o que se pode dizer de alguém assim é que não está nem aí para a obra! Se nunca temos tempo para cooperar em nada na obra do Senhor, isso significa que ela não é nada para nós, que não faz parte, de fato, da nossa vida!

 

(3) Nunca usa seus recursos para colaborar com a obra do Senhor

De onde vêm os recursos necessários para que a obra do Senhor seja feita? Talvez fosse mais fácil se Deus enviasse anjos que fizessem recursos aparecerem como num passe de mágica.

Mas Deus não quis que fosse assim! Deus quis que nós, Seus servos, fornecêssemos esses recursos, que são retirados das bênçãos que Deus nos dá diariamente:

“Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2 Coríntios 9:7).

Quando retemos a contribuição que nós podemos dar, estamos dando um recado claro a Deus: não me importo com a obra, não vou repartir dos meus recursos com esse tipo de trabalho, eles são meus e não reconheço que eles vêm do Senhor!

 

(4) Sempre acha que a responsabilidade é dos outros

De quem é a responsabilidade por realizar a obra de Deus? Aquele que não está nem aí para a obra do Senhor irá sempre apontar para alguém, mas nunca irá olhar para si mesmo como parte importante e responsável, em conjunto com os outros servos, para a realização da obra do Senhor.

Quando Paulo refletiu sobre isso, falou sobre o “peso” da responsabilidade que ele colocava sobre sua vida pelo bem da obra do Senhor:

“Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas” (2 Coríntios 11:28).

Paulo chamava a sua responsabilidade para si. Ele não era covarde, colocando a responsabilidade que era dele nas costas de outras pessoas. Por que ele fazia isso? Porque ele se importava e amava a obra do Senhor!

 

(5) Não participa de nada porque se acha pouco importante

Algumas pessoas não estão nem aí para a obra do Senhor porque se comparam com outras pessoas e não se acham necessárias ou importantes na obra.

Paulo enfrentou esse problema em uma das igrejas que ele cuidava e trouxe a eles uma orientação importante:

“Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários” (1 Coríntios 12:21).

Se você se acha um membro dos mais “fracos” e deixa isso te impedir de dar a sua contribuição necessária à obra de Deus, isso faz com que você rejeite a obra e sobrecarregue outros membros.

Todos os membros são necessários e importantes. Se isso não estiver em nosso coração iremos rejeitar a obra do Senhor em nossas vidas.

 

(6) Só coopera com a obra se for reconhecido e paparicado

Infelizmente alguns só cooperam com a obra do Senhor se forem reconhecidos e paparicados pelos homens. Não conseguem servir apenas para agradar a Deus e cumprir sua missão, precisam do reconhecimento, do aplauso.

Não é pecado ser reconhecido, mas só fazer para ser reconhecido demonstra um serviço apenas pelo interesse e não pelo amor à obra. Retire os paparicos e essa pessoa se retira do serviço.

Isso indica claramente um coração que não liga para a obra, antes, apenas quer conquistar reconhecimento para si mesmo.

Sobre isso, João Batista nos ensinou profundamente o que é um coração de servo que se importa com a obra do Senhor e não com si mesmo, quando Jesus aparece e toma toda a atenção para si:

“E foram ter com João e lhe disseram: Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, está batizando, e todos lhe saem ao encontro (…) Convém que ele cresça e que eu diminua. (João 3:26, 30).

Síndrome da Cegueira



Gênesis 27.1; 1 Samuel 3.2; Juízes 16.21


Encontraremos em diversos textos bíblicos e em momentos distintos um diagnóstico de cegueira. Está cegueira é recorrente no final da vida de muitos dos personagens bíblicos conforme constatamos nos exemplos abaixo.


Nos tempos dos Patriarcas: Isaque ao final de sua vida foi acometido de uma cegueira (Gn 27.1) que acabou por comprometer seu discernimento, da qual se aproveitaram Rebeca e Jacó para receber a primogenitura em lugar de seu irmão Esaú. Posteriormente Jacó também experimentou a cegueira em sua velhice (Gn 48.10). Os habitantes de Sodoma foram cegados no dia anterior à destruição da cidade, pelos anjos que visitaram a família de Ló, sobrinho de Abraão, para adverti-los para saírem rapidamente, pois a ira de Deus seria derramada sobre aquela sociedade depravada.


Nos tempos dos Juízes e Samuel: o último dos juízes foi Sansão, que vivendo displicentemente seu ministério de nazireu (consagração) acabou sendo seduzido e enganado por uma mulher filisteia e depois de ter seus cabelos raspados também teve seus olhos vazados pelos inimigos (Jz 16.21) e posteriormente teve uma morte violenta. Após os Juízes sobressaem a figura dos sacerdotes, dentre os quais temos o envelhecido Elias que também foi acometido de cegueira (1Sm 3.2), tanto física quanto moral e espiritual que o impedia de ver a maldade e depravação de seus próprios filhos.


Nos dias dos Reis: O último rei de Judá foi Zedequias que como a maioria de seus antecessores não andou em conformidade com a vontade de Deus. O final de sua vida foi trágico, após uma tentativa frustrada de fugir dos soldados babilônicos foi preso e após contemplar a execução de seus filhos, teve seus olhos queimados a ferro em brasas (2Rs 25.7).


Cegueira Nacional: Os israelitas no transcorrer de sua história demonstra uma total cegueira em relação aos preceitos estabelecidos por Deus na Aliança que havia sido estabelecido com eles. Primeiramente caiu o Reino do Norte (Israel) e posteriormente da mesma fora e pelas mesmas razões caiu o Reino do Sul (Judá).


Nos tempos de Jesus: A cegueira predominante neste período do ministério de Jesus foi a cegueira do legalismo e da hipocrisia religiosa. Os maiores representantes desta categoria foram certamente os fariseus e escribas, que apesar de terem conhecimento da Lei de Moisés, nunca foram capazes de enxergarem o valor espiritual delas e nem de discernirem nela a pessoa de Jesus Cristo como o Messias. Juntamente com eles podemos incluir a completa cegueira espiritual de toda classe sacerdotal do Templo de Jerusalém, que tramaram nos bastidores a prisão e a morte de Jesus Cristo, unicamente para poderem manter seu status quo.


Nos dias do Apocalipse: Mas infelizmente, antes mesmo de terminar o primeiro século do cristianismo, Jesus Cristo escreve uma carta dirigida a uma das Igrejas estabelecidas na Ásia Menor – Laodicéia, que afirmavam não precisar de absolutamente nada, mas na verdade estavam completamente cegos em suas estultícias e pecados, e necessitavam urgentemente do colírio para seus olhos proveniente do próprio Cristo glorificado (Ap. 3.17).

 

Como está nossa visão? Como podemos evitar que sejamos acometidos de tão grave cegueira espiritual? O único antidoto é nos apossarmos do colírio provindo da graça maravilhosa de Jesus, mediante a fé diligente, acompanhadas da virtude, conhecimento, autocontrole, perseverança, piedade e amor fraternal (2Pe 1.5-8).


quinta-feira, 22 de julho de 2021

Por que a mulher veio da costela?

(1) Quando Deus resolve criar a mulher observamos muitos detalhes fascinantes no texto:


“Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe” (Gênesis 2:21-22).


Inicialmente conseguimos observar a natureza descrita do texto, ou seja, ele tem como intenção principal mostrar que Deus é o criador da mulher e que ela vem de uma parte do homem.


O autor não pretende explicar muitos porquês das formas como Deus fez e nem o significado de cada ação no texto. Para alguns isso basta, porém, o estudante curioso começa a perguntar: por que a costela?


(2) É claro que de forma objetiva esse tipo de pergunta não é respondida no texto, ou seja, não dá para afirmar de forma exata esses porquês.


Não está registrado com tantos detalhes quanto os curiosos estudantes queriam. No entanto, isso não nos impede de pensar, de refletir, de usar nosso aprendizado para tentar entender essa história, claro, no campo da hipótese e das possibilidades.


Vamos fazer isso? Vamos tentar entender por que Deus usou a costela de Adão para fazer Eva?


(3) Motivo científico?


Com o avanço da ciência descobriu-se que o nosso corpo tem um tipo de célula chamado de células-tronco.


Elas “são células jovens que apresentam a capacidade de auto renovação (geram células filhas idênticas em forma e função a si próprias) e de originar todas as células do sangue. Além disso, as recentes pesquisas mostram a possibilidade da Célula-Tronco regenerar outros órgãos e tecidos não pertencentes ao sistema sanguíneo” (Crio Gênesis).


E qual é um dos lugares do corpo em que encontramos esse tipo de células-tronco? Sim, dentro do tutano de ossos, especialmente o das costelas!


Por isso, podemos ver um motivo científico na decisão estratégica e precisa de Deus de formar a mulher a partir da costela do homem. Ali tinha material para fazer uma mulher completa, idônea ao homem!


Claro, isso não diminui o poder de Deus, antes, o coloca em um nível incrível, onde Ele também usa o natural junto ao sobrenatural!


(4) Motivo filosófico?


Esse motivo não exclui o motivo científico acima. Para alguns ele o complementa. Os que pensam nesse motivo refletem que Deus tirou uma parte que fica do “lado” do homem e fez a mulher.


Isso indicaria sua parceria, seu lugar especial. A mulher, então, não está nem acima, nem abaixo, nem atrás, mas ao lado! O homem diz algo bem interessante sobre isso ao ver Eva:


“E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gênesis 2:23).


Note a forma carinhosa, amorosa e contemplativa do homem para com a mulher feita de uma parte de seu “lado”, de sua costela! Temos, de fato, a visão de alguém que contemplava uma parceira totalmente idônea!


(5) Por fim, como disse acima, esse é um exercício apenas contemplativo. O texto, de forma direta, não pretende dar todas as respostas.


No entanto, é fascinante pensar como nosso Deus fez as coisas de forma tão incrível e grandiosa! Como Ele encaixou cada parte no todo da Sua criação.


Como Ele trabalha o natural e o sobrenatural de forma harmoniosa para nos abençoar, já que o poder Dele não tem limites.


No final das contas, a lição principal que fica, porém, não é entender por que Deus escolheu a costela, mas: quão grande é o Deus da criação e como Ele faz as coisas de forma magnifica e grandiosa!