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domingo, 9 de março de 2014

VIVENDO NO AMOR DE DEUS - LIÇÃO 12 – A BASE DA NOSSA SEGURANÇA



VIVENDO NO AMOR DE DEUS - LIÇÃO 12 – A BASE DA NOSSA SEGURANÇA

“É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (1Cor 2,9).

        I.            INTRODUÇÃO.

Em época de eleições, nosso país, assim como tanto outros, vive momentos de euforia por parte de alguns, expectativas por outros e ainda segurança por parte daqueles que estão desacreditados e desesperançados com tantas promessas e tão pouco cumprimento das mesmas por parte de nossos governantes. Com a igreja não tem sido diferente. Há os que estão apostando tudo nela, os que estão desconfiados de suas propostas e os que já não acreditam mais no discurso da igreja. Estão decepcionados com ela.
A verdade é que os sentimentos se misturam e se confundem em meio a tantas vozes dissonantes. E o cristão que leva a Deus a sério, como ficar? Como ele deve se comportar em relação ao que tem acontecido em nosso país e ao redor do mundo, e também na igreja?

Qual deve ser nossa atitude em relação àquelas pessoas que se sentem inseguras ou decepcionada?

Devemos aproveitar as oportunidades para falar do amor de Deus ao mundo, apresentar o plano da salvação àqueles que estão na dúvida, e ter uma atitude que demonstre nossa segurança e confiança em Deus. Você deve estar se perguntando: que bases comprovam que nós, cristãos, estamos seguros em meio a tanta insegurança? É o que veremos em seguir.

      II.            PORQUE DEUS ESTÁ EM NÓS

“12. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito. 13. Nisto é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o seu Espírito. 14. E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo. 15. Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.” (1Jo 4,12-15).

O argumento do apóstolo parte do princípio de que nossas segurança está baseada no fato de que Deus está em nós. As suas afirmações são claras e contundentes. Ele diz: “Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós” (v 12). Se Ele permanece, é porque já está em nós, pois só pode permanecer em determinado lugar quem já está lá. No verso 13, o apóstolo reforça ainda mais essa ideia quando diz: “Nisto é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o seu Espírito.” (v 13). João diz ainda; “. Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.” (v 15).

Pelo menos três sentenças podem ser destacadas dos versículos 13-15 que evidenciam claramente a afirmação do apóstolo de que Deus está no salvo por Jesus. São marcas que confirmam a nossa segurança.
1.       Recebemos o Espirito Santo.

“Nisto é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o seu Espírito.” (v 13).

Somente o Espírito Santo pode trazer esta certeza de que Deus está em nós – “Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Cor 3,16); “19. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?” (1Cor 6,19); somente pelo Espírito  é que confessamos a divindade de Jesus – “1. Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se levantaram no mundo. 2. Nisto se reconhece o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que Jesus Cristo se encarnou é de Deus; 3. todo espírito que não proclama Jesus esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo de cuja vinda tendes ouvido, e já está agora no mundo. (1Jo 4,1-3); somente pelo Espírito é que somos capacitados a amar – “23. Eis o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, como ele nos mandou. 24. Quem observa os seus mandamentos permanece em (Deus) e (Deus) nele. É nisto que reconhecemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu.” (1Jo 3, 23-24); somente pela graça do Espírito Santo é que podemos entender o ministério de Deus em nós.

2.       Temos o testemunho apostólico.

“E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo.” (1Jo 4,14).
Outro argumento que João usa para afirmar que Deus está em nós é a experiência objetiva da vida do Filho à terra, da qual eles, os apóstolos, foram testemunhas oculares – “5. apareceu a Cefas, e em seguida aos Doze. 6. Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maior parte ainda vive (e alguns já são mortos); 7. depois apareceu a Tiago, em seguida a todos os apóstolos. 8. E, por último de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo.” (1Cor 15,5-8). “O propósito de graça do Pai foi enviar o Seu Filho ao mundo como Salvador e enviar o Seu Espírito aos nossos corações como testemunha. A certeza cristã repousa no fato histórico e objetivo da missão do Filho e na experiencia subjetiva interior do testemunho do Espirito” (Introdução e comentário de I, II, III João – John Stott).

3.       Recebemos Jesus pessoalmente como Filho de Deus.

“14. E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo. 15. Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.” (1Jo 4,14-15).

O apóstolo pressupõe que já passamos pela experiencia do novo nascimento, pois só quem já nasceu de novo pode confessar Jesus publicamente como Filho de Deus – “2. Nisto se reconhece o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que Jesus Cristo se encarnou é de Deus; 3. todo espírito que não proclama Jesus esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo de cuja vinda tendes ouvido, e já está agora no mundo.” (1Jo 4,2-3). “Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Rm 10,9).

    III.            PORQUE DEUS TEM AMOR POR NÓS.

“16. Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. 17. Nisto é perfeito em nós o amor: que tenhamos confiança no dia do julgamento, pois, como ele é, assim também nós o somos neste mundo. 18. No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor. (1Jo 4,16-18).

João descreve Deus como amor. Ele diz: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1Jo 4,8). O amor é essência de Deus, “pois Deus é amor”. O texto não diz que o amor é Deus, mas que Deus é amor. “Se o amor é essencial em Deus, Ele não precisa necessariamente manifestar Seu amor aos homens, mas na Sua essência Ele é amor” (o Ser de Deus, de Heber C. De Campos).
1.       Quais são as características do amor de Deus descritas em 1Jo 4,16-18?

a)      O amor de Deus é essencial à nossa fé (v 16).
b)      O amor de Deus é imensurável em sua grandeza (v 17-18; Ef 3,18-19).
c)       O Amor de Deus nos enche de confiança (v 17).
d)      O amor de Deus encoraja o cristão a vencer o medo (v 18).

2.       A base da segurança do cristão está também no fato de que Deus tem amor por nós.
Entretanto, alguns passos são necessários para que o amor de Deus seja visto em nós.
a)      Precisamos crer no amor que Deus tem por nós (v 16).
b)      Precisamos conhecer o amor que Deustem por nós (v 16; Rm 5,8).
c)       Precisamos experimentar o amor que Deus tem por nós (v17; 1Jo 3,24; Jo 15,9-10).
“Deus é eterno assim como eternos são todos os seus atributos. O amor de Deus por nós não foge à regra. O amor de Deus por nós existe antes de haver mundo e existirá mesmo depois que este mundo for renovado” (Heber C. De campos)

    IV.            PORQUE AMAMOS NOSSOS IRMÃOS.

“19. Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro. 20. Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê. 21. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão.” (1Jo 4,19-21).

Uma frase que tocou-me profundamente foi: “Já tomei a decisão de que vou amar a todos, mesmo que me custe a vida! Nisto coloquei o meu coração. E isto farei. Algumas pessoas não gostam de mim, e já disseram isso. Mas eu vou amá-las, e elas não poderão fazer nada para me parar”. (A.W.Tozer em seu livro A Tragédia da Igreja – Ausência de Dons).

A terceira base de nossa segurança está no fato de que amamos os nossos irmãos. O que João está querendo dizer na sua primeira epístola (1Jo 4,7-21) é que o amor a Deus não somente se expressa em confidente atitude para com Ele, isenta de temor, mas num efetuoso interesse por nossos companheiros cristãos. Sendo assim, podemos fazer algumas afirmações.

1.       Deus nos amou primeiro.

“19. Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro.” (v 19).

O amor divino é a fonte de todo amor humano. O fato de Deus ter nos escolhido antes da fundação do mundo – “4. e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos. 5. No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade.” (Ef 1,4-5). Comprova que toda a iniciativa de amor da parte de Deus é verdadeira.

2.       Amar a Deus requer amar o irmão.
“20. Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê. 21. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão.” (v 20-21).

Alegar que amamos o Pai quando odiamos os nossos irmãos é mentir (v 20). É ridículo um homem dizer que ama a Deus quando odeia a seu irmão.

É mais fácil amar e servir a um homem visível do que um Deus invisível. Se falharmos na tarefa mais fácil, é muita pretensão querermos sucesso na mais fácil difícil.

“É uma falsa jactância quando alguém diz que ama a Deus, mas negligencia a Sua imagem que está diante dos seus olhos” (Calvino). A verdade, contudo, é clara. Toda pretensão de amor a Deus é ilusão, se não vem acompanhada por um amor altruista e prático por nossos irmãos (1Jo 3,17; 4,19-20).
O amor de Deus não deve ser somente pregado e apreciado, mas deve ser exercitado por nós. Se Deus nos amou, devemos também amar nossos irmãos – “30. amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. 31. Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe.” (Mc 12,30-31). Portanto, se não exercitamos esses dois grandes mandamentos, a nossa vida não é cristã.

      V.            CONCLUSÃO.
A base sólida de nossa segurança está na combinação dos argumentos do apóstolo João de que, pelo fato de sabermos que Deus está em nós, de que Ele tem amor por nós e de que nós amamos os nossos irmãos, estamos seguros e protegidos. Por isso, o cristão não tem que se desespera com as incertezas desta vida.
“Enquanto a presença de Deus é terror para os impios, ela é matéria de conforto para os cristãos” (Heber C. De Campos). Charnock diz que: “Ele enche o inferno com Sua severidade, os céus com Sua glória, e o Seu povo com Sua graça”.


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