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sábado, 15 de março de 2014

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 19 – O ESTABELECIMENTO DO TRONO.



A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 19 – O ESTABELECIMENTO DO TRONO.

Uma das realizações mais relevantes do reinado de Davi foi estabelecer Jerusalém com sua cidade real e como capital da nação. Todavia, essa foi mais uma conquista que o jovem que obter.

1.    A CIDADE DE DAVI (2Sm 5,6-16).

Embora Jerusalém fosse herança dos filhos de Benjamim (Js 18,21;Jz 1,21), estava em poder dos jebuseus quando Davi foi ungido rei de Israel. Estes desafiaram e menosprezaram a Davi (2Sm 5,6-8); mas a presença do Senhor dos Exércitos garantiu vitória ao novo rei (2Sm 5,10). A fim de não provocar as tribos do norte, permanecendo em hebrom, nem criar dificuldades com o sul, fixando-se no norte. Davi mudou a capital para outro lugar.

Þ     POLITICAMENTE – era neutro, pois era localizada na fronteira entre Judá e Benjamim, mas não era controlada por nenhuma destas tribos, e sim pelos jebuseus.
Þ     GEOGRAFICAMENTE – era mais centralizada do que hebrom ou Maanaim  (atuais capitais). E ao localizar sua cidade real numa fronteira entre os dois segmentos do seu reino, Davi uniu o pais inteiro debaixo da sua monarquia sem dar a aparência de subordinar um deles ao outro.
Þ     MILITARMENTE – era estratégica . Jerusalém era uma fortaleza natural por causa da sua localização numa elevação cercada por vales profundos em três lados; por iso os jebuseus tinham confiança de que seus muros podiam ser facilmente defendidos.

Obs.:

Þ      “6-16: A escolha de Jerusalém como capital é um ato estratégico de Davi: tomando uma cidade que ainda não pertencia a Israel, ele evita possíveis ciúmes entre as várias tribos. O texto não fala propriamente de uma conquista. É provável que Davi tenha feito um pacto com a dinastia sacerdotal que governava a cidade: Davi seria o chefe político, e Sadoc o chefe religioso (cf. 2Sm 8,17 e Gn 14).” Bíblia Pastoral.

2.    DAVI DERROTA OS FILISTEUS (2Sm 5,17-25).

Cronologicamente é provável que o ataque pelos filisteus tenha seguido imediatamente aos acontecimentos do v.3, se deu antes da captura de Jerusalém (vs. 6-14). Esta é a sugestão da Bíblia de Estudo NVI, acreditando que o autor organizava por temas.
Enquanto Davi era rei apenas em Judá, os filisteus se contentavam em tolerar seu poder, quando foi proclamado rei de todo Israel, resolveram destruí-lo.
Ao consultar ao Senhor, Davi demonstra toda sua dependência de Deus e consciência de que a vitória esta nas mãos dEle (2Sm 5,19). Mas também é interessante notar como o Senhor dá a estratégia correta para derrotar os adversários (2Sm 5,23-25).


Obs.:
Þ       “17-25: Os filisteus se assustam com o crescente poder de Davi e tentam conservar os territórios conquistados. Davi, porém, os encurrala cada vez mais junto à costa marítima.” – Bíblia Pastoral.

3.    A ARCA É LEVADA PARA JERUSALEM (2Sm 6,1-23).

Por simbolizar a presença de Deus (2Sm 6,1-2), Davi queria levar a arca da aliança para Jerusalém, retirando-a  da casa de Abinadade onde ficou depois de ter sido capturada pelos filisteus (1Sm 7,1-2). Ale disso, com a arca em Jerusalém, a vida religiosa e política de Israel poderiam obter unidade.
Os israelitas foram instruídos que somente os levitas poderiam carregar a arca e que ela não deveria ser tocada (Ex 25,12-25; Nm 4,15-20; Dt 10,8). Por isso que Oza morreu ao segurar a arca (2Sm 6,6-7). “Davi ficou contrariado” (2Sm 6,8a), porque sua intenção era agradar a Deus ao trazer a arca para Jerusalém e, de repente, vê uma severa advertência divina que não seria facilmente esquecida; mas isso lhe aumentou o temor  do Senhor.
Após permanecer três meses na casa de Obed-Edom (2Sm 6,11), a araçá entrou na cidade sob as bênçãos de Deus. Davi comemorou com dança e muita alegria diante do Senhor (2Sm 6,14-15). Micol, filha de Saul, reprova a expressão de louvor do novo rei, sendo punida com a impossibilidade de ter filhos até  final de sua vida (2Sm 6,16.20-23).

Obs.:

Þ      6,1-23: A arca era, por excelência, o sacramento da religião das tribos. Colocando-a em Jerusalém, Davi se serve da religião para consolidar politicamente o seu reinado. O episódio dos vv. 6-10, porém, mostra que a religião está acima da política e não pode ser manipulada por ela. Ao mesmo tempo, o texto deixa claro que a sacralidade da arca não impede a expressão religiosa popular, em clima de alegria e festa. Deus não se deixa manipular por estruturas e instituições por melhores que sejam; mas está sempre perto da vida do povo. Participando da religiosidade popular, Davi está se comprometendo a conduzir o povo segundo o projeto de Deus.

4.    A ALIANÇA DO SENHOR COM DAVI (2Sm 7,1-29).

A aliança de Deus com Davi é antecedida à sua preocupação com um local digno para a arca de Deus (2Sm 7,1-2).a resposta do Senhor, dada por intermédio de Nata, expressa em três promessas eterna  - uma linhagem real, um reino e um trono (2Sm 7,4-17). Nisto constitui a aliança davídica.
A reação de Davi, mediante estas grandes e preciosas promessas, não poderia ser outra, senão, louvor e adoração, reconhecendo a soberania e o poder de Deus sobre o seu povo e a historia (2Sm 7,18-29). Interessante notar que, ao anunciara a Maria, o nascimento do Rei Jesus, o anjo Gabriel fez menção das palavras da aliança davídica (Lc 1,32-33).

Obs.:
Þ      “7,1-17: Davi quer construir uma casa, isto é, um templo para Javé. Javé recusa, pois está presente no meio do povo que luta pela vida e liberdade. Em troca, é Javé quem vai construir uma casa, isto é, uma dinastia para Davi: o poder político estará sempre nas mãos de seus descendentes.” – Bíblia Pastoral.

O oráculo é sem dúvida um ato político que procura justificar e preservar o poder dinástico da família de Davi, principalmente o poder de Salomão. As tribos do Norte, porém, vão logo rebelar-se contra esse verdadeiro «ato institucional» (cf. 1Rs 12).
Esse texto fundou a concepção messiânica, elaborada tanto no Antigo como no Novo Testamento. Com o fracasso da realeza em Judá, o Messias (rei descendente de Davi) torna-se o rei ideal que libertará o povo e o fará viver conforme a justiça e o direito (cf. Is 11,1-9 e nota). O Novo Testamento vê a pessoa de Jesus como a realização da promessa do Messias (Cristo=Ungido=Messias).
Þ      “18-29: O texto é uma espécie de resposta ao oráculo de Natã (vv. 4-17). Talvez seja originariamente uma oração que os reis costumavam repetir em alguma celebração solene, relembrando o sentido da função política dentro de um povo que foi libertado por Javé.” – Bíblia Pastoral
5.    VITORIAS DE DAVI (2Sm 8,1-10,19)

Ao afirmar  que o “o Senhor dava vitórias a Davi em todos os lugares aonde ia” (2Sm 8,14), o autor está nos preparando para relatar algumas vitórias – chaves que serviriam para que Israel pudesse possuir e controlar a totalidade ao território da Palestina.
As realizações de Davi tornavam possível a concretização da monarquia em Israel. Ele viu seu reino prosperar em pelo menos em  quatro áreas:

Þ     POLITICA – Uniu as doze tribos num só governo e construiu uma equipe de auxiliares (8,15-18; 20,23-26).
Þ     ORGANIZAÇAO MILITAR – Venceu os filisteus, os amonitas, os moabitas, os siros e outros, expandindo territórios. Alem do exercito das tribos, dispunha de trinta e sete valentes extremamente habilitados em guerra, que eram sua guarda pessoal e particular (2Sm 23,8-39).
Þ     PROSPERIDADE FINANCEIRA – Através dos despojos das conquistas, dos tributos de paises conquistados, de recursos naturais e presentes recebidos, o reino de Israel foi enriquecido. Afinal as bênçãos prometidas em Dt 28,1-14 tinham agora  um ambiente favorável a seu  comprimento.
Þ     VIDA ESPIRITUAL – Como salmista, Davi era um adorador por excelência. A composição de setenta e três salmos demonstra que o rei de Israel tinha coração de adorador. Um dos convites a seus súditos dizia – Venham, exultemos em Javé, aclamemos o Rochedo que nos salva. Entremos com louvor em sua presença, vamos aceita-lo cominstrumentos”.  (Sl 95,1-2).
Obs.:

Þ      “8,1-14: O resumo das conquistas de Davi mostra que ele cumpriu a primeira parte do contrato: livrar o povo de seus inimigos.” – Bíblia Pastoral
Þ      “15-18: O outro dever do rei era governar o povo, fazendo-o viver segundo a justiça e o direito. O texto mostra que Davi cumpriu a segunda parte do contrato com o povo. Os vv. 16-18 comprovam a formação inicial de uma burocracia estatal, que se tornará bem mais complexa no tempo de Salomão.” – Bíblia Pastoral


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