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segunda-feira, 23 de abril de 2012

SERMAO DA MONTANHA - LIÇAO 13 – OS RELACIONAMENTOS DO CRISTÃO


Não julgueis, e não sereis julgados.” (Mt 7,1).

  1. INTRODUÇÃO.

Você já julgou alguém? Ou já foi julgado? Qual foi a sua atitude? Para relacionar-se bem na família de Deus, é necessário saber como lidar com o julgamento, saber quais os critérios e em que medida usá-los. Devemos reconhecer que há pessoas nos quais não devemos investir tempo, pois não dão valor ao Evangelho e ao Senhor Jesus. Como julgar os irmãos? Como lidar com cães e porcos?

  1. OS EMPECILHOS DO RELACIONAMENTO: PALHA E TRAVE.

“Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.” (Mt 7,3-5)

Passamos a ter uma nova relação quando “nascemos de novo”. Tornamo-nos filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Nos relacionamentos interpessoais, existe um obstáculo significativo – o pecado (palha e trave).

a)    Palha – é um pequeno fragmento qualquer, uma lasca que pode causar irritação, ainda que pequena. É uma figura para pequenas falhas, pecados, que podem irritar ou atrapalhar o relacionamento entre os cristãos.

b)    Trave – traves são vigas ou colunas sobre as quais uma casa era edificada. A trave significa pecados e grandes falhas. A existência desses pecados prejudica o relacionamento entre os irmãos, mas o verdadeiro enfoque que Jesus dá não é sobre a existência desses pecados, mas sim sobre a forma como podemos retirá-los do nosso meio.

  1. COMO RETIRAR OS EMPECILHOS: CRITÉRIO E MEDIDA. Mt 7,2-5).

Quando Jesus diz: “Não julgue”, Ele não está condenando o exercício natural do ser humano fazer uso da faculdade critica, do juízo de valor e escolha entre diferentes programas e planos de ação, mas sim o de habito fazer critica ferina e dura contra os irmãos de igreja, o que deprime, machuca e enfraquece em vez de corrigir, fortalecer e edificar.

Então, como tirar os empecilhos ou julgar corretamente?


                    I.    Julgue o irmão como gostaria de ser julgado (v 2).

“Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido também vós sereis medidos.” (v 2).

Ao olhar as falhas do irmão devemos perguntar: como eu gostaria que olhassem as minhas próprias falhas? Com  amor, misericórdia e desejo sincero de ajudar.




                  II.    Tire primeiro os próprios pecados (a trave) (v 5).

"Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.” (v 5).

Alguém que se examina primeiro, e tem autocrítica para perceber seus erros e corrigi-los, terá uma visão melhor para ajudar os pecados dos irmãos, sem machucá-los mais ou prejudicá-los.

                III.    Não sejas hipócritas ou falsos (v 4-5).

“Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.” (v 4-5).

Lembre-se de que nossa tendência sempre é aumentar os pecados alheios e diminuir os nossos. Sendo assim não devemos criticar nossos irmãos, ou censurá-los quando aos seus erros, quando estamos cometendo erros mais graves. Veja só o exemplo de Davi (2 Sm 12,1-7). O homem rico que tomou a cordeirinha do homem pobre, no julgamento de Davi, deveria ser condenado à morte. Mas Davi não conseguia ver seu próprio pecado, que era muito mais grave – adultério e homicídio.

                 IV.    Não se coloque na posição de juiz (Rm 14,4.13; 1Cor 4,5; Tg 4,12).

A posição do cristão é a de ajudar o irmão a corrigir o err, com mansidão – “Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão.” (Gl 6,1), empatia e não apenas simpatia, colocando-se  no lugar da pessoa para encontrar as soluções.

  1. LIDANDO COM MAUS LIDERES.

“Não lanceis aos cães as coisas santas” (Mt 7,6)

Em Fl 3,2 – “Cuidado com esses cães!” – Paulo exorta a Igreja a ter cuidado com os cães. Quem são esses cães? O próprio Paulo esclarece no mesmo versículo – “Cuidado com esses charlatães!

                    I.    Os maus líderes só conseguem ver a letra.

“Ele é que nos fez aptos para ser ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica.” (2 Cor 3,6).

Constantemente Jesus exortava os fariseus e escribas por terem uma atitude legalista, sem discernimento do verdadeiro sentido espiritual das Escrituras. Isso os levava à hipocrisia de julgar os outros sem julgar a si mesmos (Mt 23,1-33).

                  II.    Os maus líderes não prezam o que é santo.

Valorizam mais o “fazer” do que o “ser”; vivem da aparência e, por não terem autoridade espiritual, usam de autoritarismo, para não serem confrontados e julgados corretamente. Na sua escala de valores, as coisas e regras são mais importantes do que as pessoas; e buscar as coisas naturais e terrenas é mais importante do que buscar as espirituais e celestiais – “Esses tais são falsos apóstolos, operários desonestos, que se disfarçam em apóstolos de Cristo,” (2 Cor 11,13).


  1. LIDANDO COM MAUS CRISTÃOS.

“Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem.” (Mt 7,6).

Existe na Igreja muitos cristãos que não levam a serio o Evangelho, nem o Senhor da Igreja. As pérolas que são lançadas aos porcos são como as riquezas  das Escrituras que não são consideradas importantes, e por isso são desprezadas e pisadas.

A grandeza do evangelho não pode ser vulgarizada diante de pessoas que ouvem e nunca aprendem, conhecem e nunca praticam.

  1. CONCLUSÃO.

Podemos resumir o ensino desta lição da seguinte maneira:

a)    Jesus é sábio e equilibrado. Agir com precipitação não é um bom caminho. Precisamos entender que os erros precisam ser corrigidos, removidos, sejam eles grandes (trave) ou pequenos (palha). Devemos ajudar os irmãos a tirar os fardos do pecado, sem critica ou condenação, mas com amor e empatia (Tg 5,19-20);
b)    Atacar, criticar os erros do irmão, sem auto-analise, é uma atitude insensata e prejudicial.
c)     Usar nossa potencialidade critica para discernir e conduzir nossos relacionamentos não é errado.

Marco Antonio Lana

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