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domingo, 29 de abril de 2012

SERMÃO DA MONTANHA - LIÇÃO 14 – UM CONVITE À ORAÇÃO.


“Por acaso não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que estão clamando por ele dia e noite? Porventura tardará em socorrê-los? Digo-vos que em breve lhes fará justiça. Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?” (Lc 18,7-8).


  1. INTRODUÇÃO.

Este é definitivamente  um assunto apaixonante a possibilidade de parar o sol, acalmar a tempestade, ressuscitar mortos, levar pecadores ao Senhor, reconciliar irmãos, fertilizar mulheres estéreis pelo exercício da fé. A oração é um mistério ainda a ser revelado integralmente ao povo de Deus. Há tantas perguntas, tantas dúvidas! Porém, aqui, Jesus nos convida à oração. Esse é, com certeza, seu grande propósito nessa palavra.

  1. QUANDO, APARENTEMENTE, A ORAÇÃO NÃO FUNCIONA – exceções que comprovam a regra.

                    I.    Quando o filho pede mal; pedra, cobra ou escorpião.

a)       Tiago 4,2-4 – esbanjar em prazeres.
b)       Tiago 4,24 – amizade do mundo.

É muito natural, pela pista de figura do filho que pede, imaginar que pedimos mal. Alias, a oração ensinada por alguns grandes comunicadores cristãos (livros, TV, radio, conferencias de avivamento, outros) é, em muitos casos, uma pós-graduação em “como pedir mal e ainda receber”, pelo menos é o que concluímos pelos mentirosos na Igreja do que pensamos.

“Se um filho, de 16 anos, pedir o carro pra dar um ‘rolê’, não dê”.

                  II.    Quando o filho não pede ou não pede com todo coração.

A importância da progressão “pedir, buscar e bater” – talvez haja aqui o sentido de progressão ou processo ou diferentes tipos de bênção. Sugerimos algumas trilhas possibilidades:

a)    A estratégia de uma criança (Mt 18,1-5; Mt 21,16).

“Estando à mãe perto e visível, pede; caso contrário, longe, a criança busca; se a mãe estiver inacessível no seu quarto, ela bate(Richard Glover).

Assim é que o filho de Deus REM nessa figura um espelho de sua experiência real. Há situações em que basta pedir (caso de cura da sogra de Pedro – Lc 4,38-39); outras há em que é necessário buscar com insistente humildade (caso do paralitico que desceu pelo telhado – Lc 5,17-26); e ainda outras em que a posição é grande. Nesse caso é preciso bater até quebrar certos protocolos para ver a porta do céu ser aberta (caso de Zaqueu – subiu numa arvore, não dar importância à torcida contra, abrir mão do estilo de vida, abrir mão do dinheiro amado, por ter certeza de que a resposta está logo ali “atrás da porta” – Lc 19,1-10).

b)    A experiência acontece em níveis.

·         Primeiro nível – pedir – é o estágio em que o filho simplesmente pede. Ainda está descobrindo o que “quer” ou quase já sabe, com certeza. Aqui é preciso repetir muito: “seja feita a Tua vontade”.
·         Segundo nível – buscar – o filho já o que quer, ou o que deve querer, mas tem de perseverar (“Não temas, Daniel, disse-me, porque desde o primeiro dia em que aplicaste teu espírito a compreender, e em que te humilhou diante de teu Deus, tua oração foi ouvida, e é por isso que eu vim. O chefe do reino persa resistiu-me durante vinte e um dias; porém Miguel, um dos principais chefes, veio em meu socorro. Permaneci assim ao lado dos reis da Pérsia. Aqui estou para fazer-te compreender o que deve acontecer a teu povo nos últimos dias; pois essa visão diz respeito a tempos longínquos.” Dn 10,12-14). Quase sempre, nesse ponto da caminhada, os obstáculos surgem em maior qualidade. A palavra de oração muda para: “dá-me forças para não desanimar, não desviar, não desistir”; e “confirma a Tua vontade”.
·         Terceiro nível – bater – o filho chega até a resposta, mas “a porta esta fechada”. Precisa bater, insistir, conquistar. Muitas confirmações foram dadas, mas um detalhe final ainda impede. Daí é preciso orar com insistência ainda maior. Não é mais uma petição, mas uma oração de invasão. Agora, sim, a oração é: “Em nome de Jesus: levanta e anda” ou “sai deste homem” ou “caia fogo do céu”. Lembre-se da história de José do Egito no cárcere à espera da lembrança do copeiro no palácio para falar em seu favor. Tudo indicava que logo poderia ser libertado, mas o copeiro não se lembrou de José. Esse era o momento de “bater” – foi quando Faraó sonhou e o copeiro lembrou-se de seu compromisso “de cela” com José.

c)     Tipos de bênçãos I.

·         Para pedir: perdão, cura, socorro, sustento;
·         Para buscar: poder, santificação, crescimento espiritual, dons espirituais;
·         Para bater: libertação, conversões, justiça.

d)    Tipos de bênçãos II

·         Bênçãos da criação e bênçãos da redenção – J. Stott acrescenta outra possibilidade quanto aos tipos de bênçãos, da seguinte forma: ”Ao pensarmos nisso, é preciso diferenciar entre as dádivas como Pai, ou entre os dons da criação e os dons da e amor; na verdade redenção. É realmente verdade que Ele dá certas coisas (colheitas, filhos, alimento, vida), quer oremos ou não, quer creiamos ou não. Ele dá vida e respiração a todos. Ele envia chuva do céu e as estações do ano a todos. Ele faz o sol nascer para os maus e os bons igualmente. Ele visita uma mãe quando ela concebe e, mais tarde, quando ela dá à luz. Nenhum desses dons depende do conhecimento que as pessoas têm do seu Criador ou de orar. Mas os dons divinos da redenção são diferentes. Deus não concede salvação a todos, mas é “rico para todos os que invocam”, pois ‘todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo’”.

O mesmo aplica às bênçãos pós-salvação, as “boas dádivas” que Jesus diz que o Pai dá a seus filhos. Não são bênçãos materiais, mas espirituais: perdão diário, livramento do mal, paz, aumenta de fé, esperança e amor; na verdade é a benção completa de Deus na obra do Espírito Santo que habita em nós, que é, como Lucas traduz, as “as boas dádivas”. Por esses dons certamente devemos orar.

Stott conclui dizendo que quando pedimos “o pão de cada dia” na verdade não estamos pedindo, já que sabemos que Ele nos dará de qualquer modo. O que estamos fazendo e isso é correto e bom, é reconhecer nossa dependência de Deus em todas as áreas da vida, especialmente a vital: sobrevivência.

Por fim, neste ponto, ressaltamos que precisamos perseverar em oração, individualmente e como Igreja. Os cristãos costumam dizer que a igreja “tradicional”  tem um problema histórico com a oração. Isso não é verdade. As igrejas históricas evangelizaram o mundo com oração, poder e consagração. A oração deve estar em primeiro lugar:

  • A liderança da igreja deve reunir-se muito mais para orar do que para administrar;
  • Os jovens precisam reunir-se menos para socializar-se e cantar – mais para orar e estudar a Bíblia;
  • As mulheres, as crianças e os lideres das igrejas, especialmente, devem orar mais e compartilhar menos em suas reuniões.

Não se esqueça: estamos verificando as exceções que comprovam a regra: o filho não pode, pode sem “força”, pede mal ou ainda...

                III.    Deus respondeu e o filho não percebeu.

Aprenda com esta pequena “parábola” sobre provocação, tribulação e oração (Rm 8; 2Cor 4,7-18).

“O único sobrevivente de um naufrágio foi parar em uma pequena ilha desabitada, fora de qualquer rota de navegação. Ele orava fervorosamente pedindo a Deus para ser resgatado, mas os dias passavam e nenhum socorro vinha. Mesmo exausto, construiu um pequeno abrigo de madeira para que pudesse se proteger do sol, da chuva e de animais; também para guardar seus poucos pertences. Um dia, saiu em busca de alimento e, quando voltou, encontrou seu abrigo em chamas, envolto em altas nuvens de fumaça.

Terrivelmente desesperado e revoltado ele gritava chorando: “O pior aconteceu! Perdi tudo! Deus, porque fizeste isso comigo?” chorou tanto que adormeceu profundamente cansado.

  No dia seguinte, bem cedinho, foi despertado pelo sim de um navio que se aproximava:
- Viemos resgatá-lo, disseram.
- Como souberam que eu estava aqui? Perguntou ele.
- Nós vimos o seu sinal de fumaça!”

Essa história ilustra a situação pela qual todos nós passamos ao “acharmos” que a resposta não chegou. A resposta pode ter chegado e você não viu. Já ouviu o “caso” do homem na enchente que não aceitou socorro das pessoas porque tinha certeza do livramento prometido por Deus? Os vizinhos o chamaram  para correr, outros passaram mais tarde com botes, por fim até um helicóptero, mas ele sempre se negava dizendo: Deus vai enviar livramento em resposta a minha oração”. Por fim, morreu. Quando chegou ao céu reclamou com Deus sobre o n ao atendimento de sua prece, ao que o Senhor respondeu: “Enviei vizinhos para ajudá-lo; outros, mais tarde, com botes; até um helicóptero e você não aceitou”.

Enxergar, entender, aceitar e interpretar a resposta é tão importante quanto pedir.

Mas a força do texto bíblico está no desafio de Jesus a uma vida de oração intensa, aguerrida, corajosa, consagrada e sincera. Isto funciona. Veja como.

  1. QUANDO A ORAÇÃO FUNCIONA – A REGRA.

                    I.    Um convite à oração.

Claramente essa palavra de Jesus é um convite à oração. É quase uma provocação do Mestre. Ele, que já havia depreciado a hipocrisia (Mt 6,5-8), agora desfere uma poderosa palavra positiva a respeito da oração sincera, objetiva e fervorosa. Sempre devemos pensar: “Eu preciso orar mais”.

                  II.    A oração funciona.

Faz parte de nossa natureza “material” crer apenas no que se vê. Viver baseado nos códigos do reino dos céus é um constante desafio para os “olhos de nossa alma”.

Vocês se lembram do caso da prisão e primeiro martírio de um apóstolo (Tiago) em At 12,1-19? A Igreja reunida orava pedindo a libertação de Pedro (v 5.12), o Senhor atendeu pronta e milagrosamente (v 6-8), ma Pedro demorou a acreditar (v 9-11). A igreja, em oração, mais ainda titubeou  diante da PRONA e imediata resposta (v 13-16).
Nossa carne é assim mesmo. Quando o cristão ora, abandona os códigos deste mundo e passa a trabalhar com outras leis: as do reino de Deus. Essa foi a lição para Israel na peleja contra os amalaquitas: enquanto Moisés, apoiado por Arão e Hur, levantava as mãos ao céu (oração), Israel prevalecia; quando, porem, ele abaixava, prevalecia Amaleque (Ex 17,8-16). Moisés escreveu isto e deve ter repetido muitas vezes para Josué, a fim de que o moço jamais se esquecesse de que a oração funciona.

Quando Jesus amaldiçoou a figueira sem fruto os discípulos estranharam o fato de ela secar imediatamente. A palavra de Jesus diante da incredibilidade dos seus seguidores foi no sentido de que eles deveriam dores foi no sentido de que eles deveriam passar a andar sobre os trilhos do reino de Deus – invisível, mas real. Deveriam estranhar se nada acontecesse. A oração deve ir tomando conta da nossa alma de modo que a gente estranhe quando nada acontece, e não o contrario – porque a oração funciona, nosso Deus funciona, Jesus esta vivo (Mt 21,18-22).

  1. CONCLUSÃO.

A prática da oração é um desafio que supera comunitariamente. Note que em Mt 7,12 – “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas.” – Jesus, abruptamente, volta os olhos dos discípulos para o próximo. Alias, nosso Mestre fez isso nos capítulos 6 e 7; misturou a esmola com a oração e o jejum; a questão do dinheiro e o céu com o vicio do julgamento. Isso quer dizer que o desafio da oração será vencido pelos “filhos do Pai celeste” operando juntos.

Em Mt 6 Jesus incentiva a oração secreta ao Pai e em  Mt 18,19 – “Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus”. Leia também os Salmos 122 e 133. Na oração modelo (Mt 6,9-15), Jesus fala do perdão mútuo vinculado ao perdão divino. A lição da oração é para ser aprendida pela família de Deus.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

SERMAO DA MONTANHA - LIÇAO 13 – OS RELACIONAMENTOS DO CRISTÃO


Não julgueis, e não sereis julgados.” (Mt 7,1).

  1. INTRODUÇÃO.

Você já julgou alguém? Ou já foi julgado? Qual foi a sua atitude? Para relacionar-se bem na família de Deus, é necessário saber como lidar com o julgamento, saber quais os critérios e em que medida usá-los. Devemos reconhecer que há pessoas nos quais não devemos investir tempo, pois não dão valor ao Evangelho e ao Senhor Jesus. Como julgar os irmãos? Como lidar com cães e porcos?

  1. OS EMPECILHOS DO RELACIONAMENTO: PALHA E TRAVE.

“Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.” (Mt 7,3-5)

Passamos a ter uma nova relação quando “nascemos de novo”. Tornamo-nos filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Nos relacionamentos interpessoais, existe um obstáculo significativo – o pecado (palha e trave).

a)    Palha – é um pequeno fragmento qualquer, uma lasca que pode causar irritação, ainda que pequena. É uma figura para pequenas falhas, pecados, que podem irritar ou atrapalhar o relacionamento entre os cristãos.

b)    Trave – traves são vigas ou colunas sobre as quais uma casa era edificada. A trave significa pecados e grandes falhas. A existência desses pecados prejudica o relacionamento entre os irmãos, mas o verdadeiro enfoque que Jesus dá não é sobre a existência desses pecados, mas sim sobre a forma como podemos retirá-los do nosso meio.

  1. COMO RETIRAR OS EMPECILHOS: CRITÉRIO E MEDIDA. Mt 7,2-5).

Quando Jesus diz: “Não julgue”, Ele não está condenando o exercício natural do ser humano fazer uso da faculdade critica, do juízo de valor e escolha entre diferentes programas e planos de ação, mas sim o de habito fazer critica ferina e dura contra os irmãos de igreja, o que deprime, machuca e enfraquece em vez de corrigir, fortalecer e edificar.

Então, como tirar os empecilhos ou julgar corretamente?


                    I.    Julgue o irmão como gostaria de ser julgado (v 2).

“Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido também vós sereis medidos.” (v 2).

Ao olhar as falhas do irmão devemos perguntar: como eu gostaria que olhassem as minhas próprias falhas? Com  amor, misericórdia e desejo sincero de ajudar.




                  II.    Tire primeiro os próprios pecados (a trave) (v 5).

"Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.” (v 5).

Alguém que se examina primeiro, e tem autocrítica para perceber seus erros e corrigi-los, terá uma visão melhor para ajudar os pecados dos irmãos, sem machucá-los mais ou prejudicá-los.

                III.    Não sejas hipócritas ou falsos (v 4-5).

“Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.” (v 4-5).

Lembre-se de que nossa tendência sempre é aumentar os pecados alheios e diminuir os nossos. Sendo assim não devemos criticar nossos irmãos, ou censurá-los quando aos seus erros, quando estamos cometendo erros mais graves. Veja só o exemplo de Davi (2 Sm 12,1-7). O homem rico que tomou a cordeirinha do homem pobre, no julgamento de Davi, deveria ser condenado à morte. Mas Davi não conseguia ver seu próprio pecado, que era muito mais grave – adultério e homicídio.

                 IV.    Não se coloque na posição de juiz (Rm 14,4.13; 1Cor 4,5; Tg 4,12).

A posição do cristão é a de ajudar o irmão a corrigir o err, com mansidão – “Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão.” (Gl 6,1), empatia e não apenas simpatia, colocando-se  no lugar da pessoa para encontrar as soluções.

  1. LIDANDO COM MAUS LIDERES.

“Não lanceis aos cães as coisas santas” (Mt 7,6)

Em Fl 3,2 – “Cuidado com esses cães!” – Paulo exorta a Igreja a ter cuidado com os cães. Quem são esses cães? O próprio Paulo esclarece no mesmo versículo – “Cuidado com esses charlatães!

                    I.    Os maus líderes só conseguem ver a letra.

“Ele é que nos fez aptos para ser ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica.” (2 Cor 3,6).

Constantemente Jesus exortava os fariseus e escribas por terem uma atitude legalista, sem discernimento do verdadeiro sentido espiritual das Escrituras. Isso os levava à hipocrisia de julgar os outros sem julgar a si mesmos (Mt 23,1-33).

                  II.    Os maus líderes não prezam o que é santo.

Valorizam mais o “fazer” do que o “ser”; vivem da aparência e, por não terem autoridade espiritual, usam de autoritarismo, para não serem confrontados e julgados corretamente. Na sua escala de valores, as coisas e regras são mais importantes do que as pessoas; e buscar as coisas naturais e terrenas é mais importante do que buscar as espirituais e celestiais – “Esses tais são falsos apóstolos, operários desonestos, que se disfarçam em apóstolos de Cristo,” (2 Cor 11,13).


  1. LIDANDO COM MAUS CRISTÃOS.

“Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem.” (Mt 7,6).

Existe na Igreja muitos cristãos que não levam a serio o Evangelho, nem o Senhor da Igreja. As pérolas que são lançadas aos porcos são como as riquezas  das Escrituras que não são consideradas importantes, e por isso são desprezadas e pisadas.

A grandeza do evangelho não pode ser vulgarizada diante de pessoas que ouvem e nunca aprendem, conhecem e nunca praticam.

  1. CONCLUSÃO.

Podemos resumir o ensino desta lição da seguinte maneira:

a)    Jesus é sábio e equilibrado. Agir com precipitação não é um bom caminho. Precisamos entender que os erros precisam ser corrigidos, removidos, sejam eles grandes (trave) ou pequenos (palha). Devemos ajudar os irmãos a tirar os fardos do pecado, sem critica ou condenação, mas com amor e empatia (Tg 5,19-20);
b)    Atacar, criticar os erros do irmão, sem auto-analise, é uma atitude insensata e prejudicial.
c)     Usar nossa potencialidade critica para discernir e conduzir nossos relacionamentos não é errado.

Marco Antonio Lana

quinta-feira, 19 de abril de 2012

OS TRÊS PERDIDOS


No capitulo 15 de Lucas temos as três parábolas dos perdidos, o Filho perdido, a ovelha perdida e a dracma perdida. Esse texto é bastante conhecido entre nós, e pretendo aqui analisar a visão dos perdidos, como os perdidos são ou se acham perdidos.

Primeiramente no capitulo 19 de Lucas Jesus faz a seguinte colocação: Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. Note que a colocação de Jesus é justamente que as coisas se perderam, e não que foi perdida, ou seja, não houve desleixo da parte de Deus com relação aos perdidos, assim a culpa por se estar perdido é nossa e não de Deus.

A dracma perdida

Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma dracma, não acende a candeia, e não varre a casa, buscando com diligência até encontrá-la? E achando-a, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu havia perdido. Lucas 15: 8-9

O termo dracma é derivado do verbo (dratto, "segurar").
A dracma era uma pequena moeda, de pouco valor; Ela correspondia a 3,6 gramas de prata. Era um pouco menor que o denário, que era correspondente a 4 gramas de prata e era o salário de um trabalhador por um dia.

Aquela mulher ainda tinha nove dracmas; poderia não dar muita importância àquela que perdera; Poderia considerar muito trabalhoso procurar a dracma perdida; mas além de procurar por toda a casa ela ainda chama as amigas para se alegrar porque achou a moeda. Por que isso?

Nos tempos de Cristo era costume o noivo dar a sua noiva um sactel ou colar com dez ou doze moedas o “draconario”, representando assim o seu compromisso com ela, era obrigação da mulher cuidar deste “draconario”. Trazendo para os dias de hoje, se você é casado, imagine-se perdendo a sua aliança de casamento. Alias, misericórdia!!! Nem imagine isso acontecendo. Deus nos livre disso, pelo amor de Cristo!!!!

Era essa a situação da mulher ela perdeu a “aliança de noivado” e naquele tempo ela seria ridicularizada por todos por causa disso

Perceba que a dracma vale muito mais do que a prata de que ela é feita, assim como nós, que para Deus valemos muito mais do que o barro de que somos feito.

As características do perdido “dracma”.
·      Ele não tem consciência de que esta perdido
·      Ele não sabe o que esta acontecendo
·      Ele pode ser levado para qualquer lugar

Para este perdido, tudo esta bem, não há nada de errado com ele, pode até ir a igreja algumas vezes, mas não entende o que é pecado, o que é arrependimento, afinal não sabe o que esta acontecendo no mundo espiritual. Fuma, bebe, se prostitui, tem vida irregular e etc. Porém para ele tudo isto é normal.
Para este tipo de perdido Jesus acende a candeia (mostra a luz da verdade), varre a casa (limpa o pecador das impurezas do corpo). Cabe a nós como igreja anunciar a Palavra de Deus para que todos saibam que são pecadores e carentes das misericórdias de Deus.

A ovelha perdida

Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que a encontre?
E achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo; e chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos e lhes diz: Alegrai-vos comigo, porque achei a minha ovelha que se havia perdido. Lucas 15: 4-6

Os judeus não tinham o costume de ter animais domésticos, mas alguns até adotavam ovelhas como animais de estimação tal a afinidade do pastor com o seu rebanho. Exemplo disto vemos no caso que o profeta Natã contou a Davi para repreendê-lo: mas o pobre não tinha coisa alguma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; ela crescera em companhia dele e de seus filhos; do seu bocado comia, do seu copo bebia, e dormia em seu regaço; e ele a tinha como filha. II Samuel 12:3.

As características do perdido “ovelha”.

·      Ele tem consciência de que esta perdido
·      Ele não sabe o caminho de volta
·      Ele não pode ser levado por qualquer um, pois conhece o seu dono, a sua casa.
Este tipo de perdido busca a Deus de varias formas, é religioso, sabe que é pecador, busca a salvação, pois sabe que esta perdido, mas não sabe aonde achar, chega até a se martirizar, a ser idolatra, ele verdadeiramente tem sede de Deus.

A este perdido Jesus vai buscar e o trás de volta para o apriscos (a casa de Deus). Cabe a nós como igreja mostrar que Jesus esta presente em nosso meio, assim o perdido tipo “ovelha” reconhecerá Jesus e voltará para seu convívio.

Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros. João 13:35.

O filho perdido

O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Repartiu-lhes, pois, os seus haveres.
Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. E, havendo ele dissipado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a passar necessidades. Então foi encontrar-se a um dos cidadãos daquele país, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos.E desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam; e ninguém lhe dava nada. Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Lucas 15: 12-17.

Creio que não preciso explicar o que é um filho, afinal filho é igual deste os tempos de Adão e Eva.

As características do perdido “filho”.

·      Ele tem consciência de que esta perdido
·      Ele sabe o caminho de volta
·      Ele só pode voltar para casa, se for por conta própria.
Este tipo de perdido conhece a Deus, são os desviados, deixou o convívio com Deus, por algum motivo e, provavelmente, voltará quando se decepcionar com o mundo. Só Deus não decepciona, nunca!
Note que na parábola de Cristo, o Pai dividiu a herança, coisa que podemos fazer hoje com os nossos filhos, mas o Pai não precisava dar a herança ao filho mais moço, isso só deveria acontecer depois do pai morto. Entendemos com isso que Deus não prende ninguém, mas está esperando de braços abertos o filho voltar.
Cabe a nós como igreja de Cristo mostrarmos que as portas estão sempre abertas, e não nos comportamos como o segundo filho, o mais velho, que apesar de estar em casa, trabalhar como escravo, parece que estava também perdido como o irmão mais moço.
Concluindo.
A consciência de perdição e salvação varia de acordo com a pessoa, mas Cristo nos deu estratégia para resgatar todos estes perdidos e fazermos com que os Céus se alegrem. Para isto é muito necessário que a igreja de Cristo se enquadre no chamado para salvar vidas que o próprio Cristo nos deu.

Marco Antonio Lana