Páginas

domingo, 29 de janeiro de 2012

TIAGO, A FÉ EM AÇÃO - LIÇÃO 14 – CONDENAÇAO AOS RICOS GANANCIOSOS


“Eis que o salário que fraudulentamente retivestes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos clama, e os clamores dos ceifeiros têm chegado aos ouvidos do Senhor dos exércitos.” Tg 5,4.

  1. INTRODUÇAO.

Ao ler estes versos de Tiago parece que estamos lendo o jornal de nossa cidade ou estado. A nítida divisão de classes sociais, ricos e pobres, está estampada neste texto. Sempre houve exploração econômica no mundo; pessoas e países ricos oprimindo os mais pobres. Desde o AT o Senhor vem condenando essa pratica (Is 3,14-15; Jr 5,26-27; Am 5,10-12). O próprio Tiago faz menção deste tema em capítulos anteriores  (Tg 1,10; 2,16). Atualmente, a desigualdade social constitui um dos principais problemas do mundo, especialmente do Brasil.

Nós, cristãos, como Igreja contemporânea, podemos contribuir muito para manter o equilíbrio. Tratar do tema da responsabilidade social é como tocar em uma ferida de nosso mundo. Às vezes até a própria igreja em tratar deste assunto, sob o pretexto de que devemos somente evangelizar. Não nos esqueçamos, no entanto, que a evangelização foi acompanhada, no inicio da Igreja, por um dedicado trabalho social a fim de minimizar a necessidade de alguns (At 2,42-47; 6,1-3; 2Cor 9,1-14). No inicio da Igreja aqueles que tinham mais repartiam com os necessitados.

Segundo Tiago, como devemos agir diante da riqueza e da pobreza? Vejamos:

  1. O PERIGO DA RIQUEZA MAL ADQUIRIDA.

a)    A bíblia condena a riqueza adquirida através da corrupção, exploração e desonestidade.

Temos noticia de pessoas que eram ricas e ao mesmo tempo abençoadas por Deus (Jó, Abraão, Jacó, outros). Elas enriqueceram enquanto serviam ao Senhor e não usaram de corrupção para tal. Aos seus amados, Deus dá o que necessitam enquanto dormem (Sl 127,2). O Senhor desaprovou a conduta de pessoas que, sem a autorização dele, lançaram mãos de riquezas. Vejamos como Deus pesou a Mao sobre todo o Israel por causa da ganância e da avareza de Acaz (Is 7) e como respondeu Geazi, com lepra, por este ter lançado mão do que Deus não aprovara (2Rs 5,20-27). Tiago condena os que se enriqueceram por causa da corrupção (Tg 5,2) e retendo o salário de seus trabalhadores (Tg 5,4). O AT regulava as leis trabalhistas e proibia o pagamento injusto e a opressão (Lv 19,13). Não podia haver retenção do salário (Dt 24,14-15; Jr 22,13).




b)   O salvo não deve enriquecer de maneira fraudulenta e nem de maneira fácil.

A ordem bíblica é para que trabalhemos honestamente e vivamos do suor do nosso rosto (Gn 3,17-19; 2 Ts 3,10). Devemos viver de maneira que dignifique a nossa vocação cristã (Ef 4,1), pagando as nossas contas (Rm 13,8), e confiar que Deus há de suprir cada uma de nossas necessidades (Fl 4,19).

c)    Devemos tomar cuidado com o desejo de ficar ricos, mesmo que de forma honesta, visto que o dinheiro, que é neutro, pode se tornar senhor e não servo nosso.

Jesus fala quando do perigo de se colocar o coração na riqueza e com isso abandonar o Deus verdadeiro (Mt 6,24; Lc 16.13). Devemos buscar em primeiro lugar o reino e Deus e a sua justiça e não duvidar da providencia de Deus em relação às nossas necessidades (Mt 6,33). É bom lembrar, no entanto, que não é pecado  ganhar dinheiro nem ficar rico. Parece que este é o principio que Paulo ensinou quando disse que se um escravo pode tornar-se livre, que não perca a oportunidade (1 Cor 7,21). O que se requer, no entanto, é uma disposição mental e espiritual de não se tornar servo da riqueza. O teólogo peruano Pedro Arana adverte que podemos viver uma “crise de ansiedade” se começarmos a nos comparar com o mundo e a querer enriquecer usando os mesmos padrões. Devemos, pelo contrario, nos comparar a Cristo, que sendo rico se fez pobre por amor de nós (“Vós conheceis a bondade de nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza.” 2 Cor 8,9.

  1. DESAFIO DA RIQUEZA MAL DISTRIBUIDA.

a)    Assim como devemos tomar cuidado com a forma de adquirir os bens, devemos tomar cuidado dobrado ao gastá-los

Tiago fala dos que vivem regaladamente com seus bens, em detrimento de outras pessoas menos favorecidos (Tg 5,5-6). Algumas estavam usando os seus recursos para destruir outras pessoas (v 6). Veja o mau exemplo do rei Acabe, que mesmo tendo tanto terra e bem ainda usurpou a terra do pobre Nabote e o matou (1Rs 21,1-16). Jesus fala em Lc 12,13-21 de um homem que não repartia, não dava nada a ninguém, mesmo tendo o seu celeiro transbordando. Ele se regalava em sua riqueza e colocava nela todo o seu prazer. A este, Jesus chama de louco.

b)   Paulo alerta os cristãos ricos a que não depositem na confiança na riqueza, que é instável – 1 Tm 6,17-19.

Pelo contrario, devem ser generosos e repartir os bens temporários que possuem. O empenho maior deve ser em praticar boas obras, acumulando assim riquezas eternas nos céus. É o mesmo principio ensinado por Jesus em Mt 6,19-21, que na Nova Tradução na língua de hoje está assim: “Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Para administrar bem o que Deus tem nos dado, observemos dez princípios para a saúde financeira.

                      I.    Faça uma lista de suas reais necessidades e só compre o que de fato precisa. Não gaste desnecessariamente. De oportunidade para Deus agir na provisão de suas necessidades reais.
                    II.    Antes de comprar é preciso orar e esperar o conselho de Deus para decidir.
                   III.    Evite o luxo. A simplicidade nunca fez mal a ninguém.
                  IV.    Não gaste além do que ganha.
                   V.    Procure equilibrar receita e despesa.
                  VI.    Não torne fiador de estranhos (“Quem fica por fiador de um estranho cairá na desventura” Pr 11.15ª).
                 VII.    Tente comprar somente a dinheiro, à vista. Evite o excesso de prestações.
               VIII.    Não torne dinheiro emprestado sem analisar os riscos. Não desafie Deus a pagar as contas. A fé não é irresponsável.
                  IX.    Seja generoso. Os que contribuem liberalmente têm a promessa do Senhor de que serão recompensados (“Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também.” (Lc 6,38).
                   X.    Seja sempre fiel nos dízimos.

Há promessas maravilhosas para quem é fiel ao Senhor (“Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência - diz o Senhor dos exércitos - e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário.” Ml 3,10).

  1. O RESULTADO DA RIQUEZA NÃO CONSAGRADA.

A riqueza mal adquirida, mal distribuída e mal consagrada produz resultados indesejáveis para nós. Tiago fala de algumas conseqüências, imediatas e futuras, advindas da não consagração dos bens ao Senhor. Vejamos.

a)    A destruição da riqueza – Tg 5,2-3.

A traça come o que não está a disposição  do Senhor (“Vossas riquezas apodreceram e vossas roupas foram comidas pela traça.” Tg 5,2) e a ferrugem o destrói (“Vosso ouro e vossa prata enferrujaram-se e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e devorará vossas carnes como fogo.” Tg 5,3). Jesus já tinha dito que os que ajuntam tesouros na terra terão muita decepção. Quantas tristezas têm as famílias que se firmam em suas riquezas! Quantas brigas judiciais entre irmãos quando a questão é o dinheiro deixado pelos pais. O mesmo Pedro Arana, citado anteriormente, fala da “crise do matrimonio”, em função do muito e até do pouco dinheiro do casal. Para ele, muito do romantismo do casamento vai embora quando os cônjuges não consagram seus bens ao Senhor.

b)   A destruição futura – Tg 5,3-4.

O dinheiro, como instrumento de opressão, há de se voltar contra o que oprime (“... dará testemunho contra vós e devorará vossas carnes como fogo.” Tg 5,3). As riquezas mal adquiridas e mal administradas devorarão como fogo a carne dos que nelas confiaram. Fica registrado diante do Senhor o que fazemos com o que temos (“Eis que o salário, que defraudastes aos trabalhadores que ceifavam os vossos campos, clama, e seus gritos de ceifadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos.” Tg 5,4). Podemos entender que quando usamos nossos recursos para abençoar os outros, para salvar vidas, para sustentar a obra de Deus, estamos ajuntando  nos céus um tesouro que ninguém poderá tirar de nós (Mt, 6,19-21). Se para alguns o dinheiro se torna um tormento para os que confiam no Senhor é um instrumento a seu serviço.

  1. CONCLUSAO.

A Bíblia fala muito de dinheiro (125 vezes) de ouro (466 vezes) e de prata (296 vezes). Segundo ela, o dinheiro não é bom e nem ruim, ele é neutro. O que o torna bom ou mau é a maneira como o obtemos e como o usamos. Ele pode ser uma benção (“Assim, enriquecidos em todas as coisas, podereis exercer toda espécie de generosidade que, por nosso intermédio, será ocasião de agradecer a Deus. Realmente, o serviço desta obra de caridade não só provê as necessidades dos irmãos, mas é também uma abundante fonte de ações de graças a Deus.” 2 Cor 9,11-12) ou uma maldição (“Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições.” 1 Tm 6,10).

Que cada um de nós consagre primeiramente sua vida ao Senhor, e depois os recursos que Deus nos deu (“E ultrapassaram nossas expectativas. Primeiro deram-se a si mesmos ao Senhor e, depois, a nós, pela vontade de Deus.” 1 Cor 8,5). Lembremo-nos sempre que o nosso valor não depende do que temos (“E disse então ao povo: Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas.” Lc 12,15.

  • Você já consagrou sua vida ao Senhor? E seus bens: são propriedade sua ou dEle?  Caso esteja em dificuldades nessa área, ore, peça ajuda, mas não permaneça no erro.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

JETRO




Jetro
No Antigo Testamento ou na Bíblia hebraica, Jetro (em hebraico: יִתְרוֹ, hebraico padrão: Yitro, hebraico tiberiano: Yi; cujo significado é "Sua Excelência/Posteridade"; em árabe: شعيب Shoaib) é o sogro de Moisés, um pastor queneu e sacerdote de Midiã. Ele também é reverenciado como um profeta em seu próprio direito na religião drusa, e considerado um ancestral dos drusos.
Em Êxodo
Jetro é chamado como um sacerdote de Midiã e tornou-se sogro de Moisés depois que ele deu a sua filha, Zípora, em casamento a Moisés. Ele é introduzido em Êxodo 2:18.
Jetro é registrado como vivendo em Midiã, um território que se estende ao longo da borda oriental do Golfo de Aqaba, no que é hoje, noroeste da Arábia Saudita. Alguns acreditam que Midiã está dentro da Península do Sinai. Mapas bíblicos da antiguidade mostram Midiã em ambos os locais.[carece de fontes?]
A filha de Jetro, Zípora, tornou-se esposa de Moisés após Moisés fugir do Egito, depois de ter matado um egípcio que estava batendo em um escravo hebreu. Moisés é relatado como ter trabalhado como pastor de Jetro por 40 anos antes de retornar ao Egito para conduzir os hebreus para Canaã, a "terra prometida". Depois que Moisés tinha começado a liderar os israelitas em seu Êxodo, foi Jetro que o encorajou a nomear outras pessoas para compartilhar o fardo do ministério para a nação de Israel, permitindo que outros o ajudassem no julgamento de questões menores que vinham a ele. Isto ocorre na porção da Torá Yitro (Êxodo 18:1-20 - Êxodo 20:23).
Visão Islâmica
Jetro é considerado como um profeta do Islão mencionado no Alcorão. Ele é tradicionalmente associado com a figura bíblica chamada de Jetro, e acreditava ser descendente direto de Abraão, bem como Moisés (padrasto).
Os muçulmanos acreditam que ele foi designado por Deus para ser um profeta para as pessoas que viveram no leste do monte Sinai, o povo de Madian e Ayka. A população destas terras eram especialmente conhecidas por enganarem e serem desonestas. Jetro admoestá-los contra tais ações, mas eles não escutavam. Posteriormente, ambas as terras foram destruídas pela ira de Deus. (Ver 7:91)
Apesar dessa alegação, de acordo com Abdullah Yusuf Ali, em seu comentário sobre o capítulo 7:85 ele disse:
Jetro pertence a tradição árabe, em vez de tradição judaica, à qual ele é desconhecido. Sua identificação com Jetro, como padrasto de Moisés é rejeitádo. Não existe qualquer semelhança quer em nomes ou incidentes (Jetro e Shoaib, e existem dificuldades cronológicas. Se, como os comentaristas dizem, Shoaib estava na quarta geração de Abraão,  sendo um bisneto de Madian (filho de Abraão), ele seria apenas um século do tempo de Abraão, que o Bíblia hebraica nos daria um período de quatro a seis séculos entre Abraão e de Moisés. O simples fato de Jetro ser um midianita que outro nome de Hobab, é mencionado para um padrasto de Moisés, em Num.x.29, é de fácil identificação. Como os Midianitas eram sobretudo uma tribo nômade, que não precisavam ser surpreendido pelo facto de a sua destruição em um ou dois assentamentos não afetou a sua vida, vagueando nas seções da tribo em outras regiões geográficas. - Abdullah Yusuf Ali,O Sagrado Alcorão: Texto, Tradução e Comentário, n 1054, p. 365
Ele ainda argumentou a missão que Jetro trouxe foi resolvida em uma das cidades da Midianitas, que foi completamente destruída por um terremoto (ver 7,91), e que, se isto aconteceu no século depois de Abraão, não há dificuldade em supor que eles foram novamente uma tribo numerosa três ou cinco séculos mais tarde, no tempo de Moisés.
Tumba de Jetro
O túmulo de Jetro é bem preservado na Jordânia, que está localizada 2 km oeste da cidade de O Mahis, em uma área chamada "Wadi Shoaib". Outro local reconhecido como o túmulo de Jetro está situado perto do "Chifres de Hattin" na Baixa Galiléia. O local é sagrado para o povo Druzo






SIGNIFICADO


  • Significado: SUPERIORIDADE.
  • Origem: Bíblico





PONTOS FORTES E EXITOS

  • Como sogro de Moisés, reconheceu o verdadeiro e unico Deus
  • Era um apaziguador e organizador pratico



FRAQUESAS E ERROS

  • Nao encontrado na biblia


LIÇOES DE VIDA

  • Supervisao e administraçao sao esforço de equipe;
  • O plano de Deus inclui todas as naçoes





INFORMAÇOES ESSENCIAIS

  • Locais – terra de Midiã e deserto do Sinai
  • Ocupaçoes – pastor de ovelha e sacerdote
  • Familiares
o   Filha – Zipora
o   Filho - Hobabe
o   Genro – Moises



VERSICULOS - CHAVE


  • E alegrou-se Jetro de todo o bem que o Senhor tinha feito a Istrael, livrndo-o da mão dos egipcios – Ex 18,9





terça-feira, 24 de janeiro de 2012

TIAGO, A FÉ EM AÇÃO - LIÇÃO 13 - O PERIGO DA AUTOCONFIANÇA


“Não percais esta convicção a que está vinculada uma grande recompensa” Hb 10,35.

  1. INTRODUÇAO.

O compromisso que gera credibilidade é descrito na Bíblia como uma virtude cristã, sendo mesmo a essência da própria fé (Mt 23,23; Rm 3,3; Gl 5,22; Tt 2,10) e a base da doutrina cristã saudável, descrita como algo em que devemos  crer e confiar  (1Tm 1,19; Gl 1,23). Por outro lado, a autoconfiança é vista com suspeita por ser acompanhada, não raras vezes, pelo fermento da jactância, que segundo dicionário Aurélio é a atitude de alguém que se manifesta com arrogância e tem alta opinião de si mesmo; ou a atitude de quem conta bravatas, movido pela pretensão de bravura ou busca de altos méritos e conquistas.

Segundo Tiago, confiar em si mesmo é ilusão, pois não podemos saber o que nos trará o amanhã. Melhor é nos submetermos a Deus e buscar na Sua vontade a direção de nossa vida. O cristão deve procurar conhecer a vontade de Deus e cumpri-la, pois não fazendo assim, está pecando. Arrogância, busca pelo sucesso mundano, pretensão de decidir o futuro é atitude maligna, pois leva o ser humano ao orgulho.

  1. A TENTAÇAO DA PROSPERIDADE NOS NEGOCIOS – 1Tm 6,10.

Tiago é um dos escritores mais judaico do NT e elemento de transição do pensamento judaico do AT para o pensamento cristão do NT.

Segundo J.B. dos Santos Junior, a prosperidade material é uma força de dois pólos: pode ser bênção e pode ser maldição. É sempre uma prova. É antes de tudo uma prova de caráter porque a prosperidade honesta requer muita energia e força de caráter. É difícil ganhar dinheiro. Mais difícil ainda é defendê-lo daqueles que o desejam obter de qualquer jeito.

No pensamento cristão revelado pelo N.T., os bens materiais são vistos como de origem terrena e iníqua, a serviço de um sistema mundano, secularizado. Contudo o cristão pode fazer deles motivo de bênção e regozijo espiritual, através da mordomia cristã (Lc 16,9-13).

  1. SE EU QUIZER OU SE O SENHOR (Deus) QUIZER? – Jô 7,17-18.

Como cristão penso que o grande dilema da nossa fé, hoje, consiste em compreendermos, a vontade de Deus para a nossa vida em cada dia. O que o Senhor quer que eu faça? Qual é a vontade do Senhor para mim? É fácil ocultar o problema sob uma profissão de fé vazia de obediência ao Senhor e ocultar a revolta e a desobediência ao Senhor  e ocultar a revolta e a desobediência em uma vida de aparências religiosas, como sucedeu com os lideres dos judeus, os sacerdotes, os anciãos do povo e os fariseus, denunciados por Jesus na parábolas dos dois filhos (Mt 21,28-32). Quem fez a vontade do Senhor?

Enquanto os lideres fingiam estar trabalhando na vinha do Senhor, os pecadores, como os publicanos e as meretrizes, recebiam o reino de Deus com alegria, arrependiam-se sinceramente e obedeciam. Estavam prontos para fazer a vontade do Senhor. Lembremos: para Jesus a vontade de Deus era a sua comida e bebida (Jô 4,31-34).


  1. O PECADO DA SONEGAÇAO DO BEM.

Em Tiago, o conceito de fazer o bem tem um sentido prático: “Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará?” Tg 2,15-16. Desta forma Tiago faz coro com a igreja primitiva que usava a necessidade como oportunidade para os cristãos desenvolverem a solidariedade e o dom do socorro (At 4,34-35; 20,35).

Algumas igrejas locais têm falhado neste aspecto da diaconia cristã, ao utilizar-se de organizações pára – eclesiásticas, que lhe prestam serviços. Essas organizações são, quase sempre, impessoais; ou ainda empresas que captam recursos para igrejas, mas com suas próprias administrações (não eclesiásticas). Ao deter o controle financeiro, há a tendência de se julgarem mais poderosas e com poder de decisão maior que a própria igreja. Tal modelo foge ao conceito bíblico e neotestametário, no qual o calor humano favorece o crescimento saudável da igreja. Entregamos a uma instituição a tarefa de fazer o bem, que é de cada hoje!

A natureza do pecado a que se refere Tiago está ligada à idéia de errar o alvo, entre as outras idéias de pecado que aparecem na carta, tais como: cobiça (Tg 1,15), fazer acepção de pessoas (Tg 2,9) e acumular uma porção de erros (Tg 5,15-16.20) nos relacionamentos mútuos.

  1. CONCLUSAO.

Se a carta aos hebreus nos exorta a confiarmos no Senhor, por meio da fé, o mesmo não ocorre com a autoconfiança, sobre a qual recai a suspeita de ser tomado por uma espécie de jactância, o mesmo orgulho que transformou o estrelismo do querubim celeste em queda para o reino dos mortos e transformou o portador da luz (Lúcifer) em anjo das trevas (Is 14,12-15). É uma jactância maligna!

O povo de Tiago, os israelitas, eram nômades desde o exilo da Babilônia. Poucos voltaram para o assentamento na Palestina segundo Esdras 2 e Neemias 7. Família citadas nominalmente de judaistas, benjamitas e levitas, formaram o remanescente da reconstrução. Os demais se tornaram homens de negócios que mudavam de cidade em cidade à procura de lucros. Muitos se esqueceram de seu Deus ou o trocaram pela comunidade dos negócios. Foram eles, segundo o judeu Frances Jacques Altal, que inventaram o comercio, o dinheiro, as letras de cambio, o sistema bancário, outros. Tiago, vendo o risco dos cristãos procederem do mesmo modo, diz: “.... devíeis dizer: se o Senhor quiser ...” – Tg 4,15, já no A.T. está escrito: “se as vossas riquezas aumentarem, não ponhais nelas o coração.” Sl 62,10b.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

AS TRÊS CRUZES NO CALVARIO


Texto: Lucas 23,39-43

Introdução:

A – Três cruzes foram levantadas no Calvário naquele dia chamado pela cristandade de Sexta-Feira Santa. Essas três cruzes nos devem ensinar lições preciosas para a nossa vida diária. São três cruzes com três histórias e decisões diferentes.

1 – A cruz feita para Jesus estava bem no centro. Jesus estava ladeado por dois criminosos: um a sua esquerda e o outro a sua direita.
2 – Jesus permaneceu em agonia seis horas, expirando às três horas da tarde. (hora nona).
3 – Assim, nos relata Lucas em seu evangelho: “E também eram levados outros dois que eram malfeitores, para serem executados com Ele. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali O crucificaram, bem como aos malfeitores um à direita, outro à esquerda”.( Lucas 23:32,33)
a)     Senhores, que lições podemos tirar destas três cruzes? Vejamos:
I – A CRUZ DA INCREDULIDADE.

A – Consideraremos em primeiro lugar as lições que nos dá o malfeitor que blasfemava de Jesus.

1 – Diz o evangelista que, enquanto o povo zombava de Jesus, esse malfeitor começou também a blasfemar. Dizia: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós. (v. 39).

B – Desse delinquente não sabemos nada, a não ser que era um revolucionário.

1 – Como no caso do seu companheiro, estava ele pagando pelos seus crimes.
a)     Talvez tivesse assaltado alguma aldeia ou desfiladeiros da Galileia.
2 – Mesmo sem saber muita coisa a seu respeito, conhecemos os rastos do seu caráter, através dos incidentes da crucifixão:

a) Era um ladrão duro, insensível e sem fé.
b) Nem a hora da morte o comoveu.
c) Teve, junto de si, a salvação; no entanto, morreu como malfeitor que era.

C – Não podemos ir procrastinando indefinidamente a salvação.

1 – Chega o momento em que o homem se endurece tanto, que é quase impossível pensar racionalmente para obter o que necessita.

a) Em primeiro lugar, porque à medida que se avança na vida, a mente se torna mais rígida; as opiniões afirmam-se; o hábitos, as paixões, os vícios arraigam-se

(1) O ladrão incrédulo talvez cresse por muito tempo que Jesus era um impostor, e nem a cruz o fez mudar de opinião.

(2) Era um ladrão impenitente. Como viveu assim morreu.

b) Em segundo lugar, porque os efeitos gravam-se na alma. Toda a sua vida amou as coisas materiais: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós”.

(1) Isto é, ainda que suponhamos que fosse sincero, desejou tanto que Jesus vivesse como ele viveu.

(2) Nada de arrependimento... Viver e gozar a vida era tudo que buscava.

c) Em terceiro lugar há uma impossibilidade de despertar a consciência.

(1) Em vão o seu colega lhe diz: “Nem tu ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?”.
(2) A sua alma está endurecida. Não distingue o bem do mal; o certo do errado.

D – O ladrão incrédulo conta a história de alguém que MORREU NOS SEUS PECADOS.

II – A CRUZ DA SALVAÇÃO.

A – Ainda que a salvação seja improvável no último momento da vida, não é impossível.

1 – É o que nos ensina a atitude do segundo malfeitor, a quem a tradição deu o nome de Dimas.

B – Esse ladrão fez quatro coisas notáveis, com as quais refletiu ao mesmo tempo o seu caráter.

1 – Primeiro: Tinha temor a Deus. Repreendeu o outro malfeitor, quando este blasfemava de Jesus.
a)     Veja a sua repreensão: “Respondeu-lhe, porém o outro, repreendeu-o dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença?” (v.40).
2 – Segundo: Reconhece-se como malfeitor e que merece a pena que padece. Seu reconhecimento: – “Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.” (v. 41).

3 – Terceiro: Mostra que devia ter ouvido algo a respeito de Jesus, e O defende: “Este nenhum mal fez”.

4 – Quarto: Solicita a Jesus que o admita em seu reino, implicando o seu arrependimento. Sua solicitação: – “E acrescentou: Jesus lembra-Te de mim quando vieres no teu reino.” (v. 42)

C – A salvação do ladrão arrependido foi garantida por Jesus, através de suas palavras: “E Jesus lhe responde: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (v. 43).

1 – Jesus não podia deixar de ouvir um pedido tão sincero, de um pecador arrependido, em um momento tão solene.

2 – O ladrão arrependido tem um lugar certo no reino quando Jesus disse: ainda hoje estaras comigo. Literalmente falalando ele ja está no céu.

D – A experiência desse ladrão nos conta a história do HOMEM QUE MORREU PARA O SEU PECADO.

1 – Se ele tivesse a oportunidade de continuar vivendo, nunca mais seria o mesmo homem.

2 – Esse ladrão estava pendurado na cruz ao lado direito de Jesus.

E – Deus é de direita. Você alguma vez já parou para pensar que as coisas de Deus acontecem pela direita e nunca pela esquerda? Eis alguns exemplos:

1 – O Urim e Tumim – Êxodo 28:29,30; Levíticos 8:8; Números 27:21.
a)     Quando se traziam perante o Senhor questões para serem decididas, uma auréola de luz que rodeava a pedra preciosa à direita (Urim) era sinal de consentimento e aprovação de Deus, ao passo que a nuvem que ensombrava a pedra à esquerda (Tumim) era prova de negação ou reprovação.
2 – Os anjos dando boas-novas – Lucas 1:11
a)     O anjo trazendo as boas-novas do nascimento de João Batista estava no templo à direita do altar.
3 – Os Bodes e as Ovelhas. Mateus 25:31-34
a)     No dia do juízo de Deus só haverá duas classes de pessoas: os da direita e os da esquerda. Os bodes e as ovelhas. Os bodes representam os que estão perdidos, que ficarão à esquerda. As ovelhas na parábola representam os salvos, e estarão à direita de Cristo.
4 – A Pesca Maravilhosa. João 21:4-6.
a)     Com a morte de Jesus Cristo, os discípulos, desalentados e com fome, saíram para pescar. Passaram a noite jogando a rede pelo lado esquerdo e não pegaram nada. Jesus apareceu e pediu que lançassem a rede pelo lado direito do barco. Pegaram 153 grandes peixes.
5 – Jesus está assentado ao lado direito de Deus. Romanos 8:34; I Pedro 3:22

6 – Jesus aplicou o poder direitista a si mesmo. Mateus 22:44.
7 – O texto diz que o ladrão do lado direito se salvou; o do lado esquerdo se perdeu.

III – A CRUZ DO SALVADOR.

A – Ao lado de Jesus morre um malfeitor que nos deixa a mensagem da incredulidade e suas conseqüências terríveis.

B – Do outro lado, morreu um outro transgressor que nos deixa a mensagem do arrependimento e suas possibilidades benditas.

1 – No centro morre como se fosse um malfeitor também, o mesmo Jesus, o Filho de Deus, deixando-nos a mensagem de amor, com suas fecundidades redentoras.

2 – Justamente Jesus é deixado no centro porque Ele nos dá a mensagem mais importante e sublime: A MENSAGEM DO AMOR.

C – A morte de Jesus foi por amor aos homens.

1 – Mas a Sua grandeza estava em que não só amou, mas morreu amando.

2 – De nada valeria o Seu amor na vida, se tivesse odiado na morte.

3 – Esse amor inefável começou ali mesmo na cruz a dar seus frutos.
a)     Um ladrão é salvo. Um centurião é comovido.
4 – O justo padeceu pelos injustos. “Mas Deus prova o Seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. (Romanos 5:8).

D – A morte de Jesus é a expressão suprema do amor divino.

1 – Na cruz, e antes dela, Deus esquece o pecado do homem

2 – Cristo por amor deixou Sua glória; por amor viveu servindo e por amor morreu salvando.

3 – Não há nada como o amor para converter o coração.

a) O que não pode as normas morais;

(1) O que não pode os bons conselhos;

(2) O que não pode os castigos;

(3) O que não pode as leis...

(4) O pode o amor.

b) O Senhor Deus nos amou e por Seu amor fomos salvos.

1 – Na cruz do centro estava o próprio Jesus.

CONCLUSÃO:

A – Três são as lições das três cruzes levantadas no Calvário:

1 – A cruz do lado esquerdo: A Lição da Incredulidade. Nem a morte fez com que aquele ladrão mudasse de opinião.
a)     Eu espero que não haja aqui ninguém tão incrédulo como aquele ladrão. Ele decidiu morrer no pecado.
2 – A cruz do lado direito: A Lição de Salvação. Deus salvou um ladrão de vida suja. Ele estava morrendo para o pecado

a) Esse mesmo Deus pode salvar você que tem uma vida mais limpa que a dele.

b) Aquele ladrão aproveitou a última oportunidade.

(1) Pode ser que hoje seja a sua última oportunidade.

(2) Não conhecemos o dia de nossa morte. O dia da morte é uma incógnita. Hoje é o dia da salvação. “Hoje se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração”. (Hebreus 3:8).

3 – A cruz do centro: A Lição de Amor do Salvador.
a)     É o que ensina a cruz que estava no centro, por ser a principal. Jesus estava morrendo pelo pecado.
B - Apelo. Você já aceitou Jesus Cristo como o seu Salvador pessoal? Se ainda não o fez, não quer fazer agora?

ORAÇÃO: Senhor Deus, queremos te agradeceu por ter enviado a este mundo o Teu Filho Jesus Cristo para morrer numa cruz pelos nossos pecados. Queiras abençoar a todos os que nesta hora ouviram a tua mensagem, a fim de que possam tomar uma decisão ao lado de Jesus. Que aprendamos a lição que as três cruzes do Calvário nos ensinam. Que possamos sempre decidir as tuas coisa pelo lado direito como tu nos ensinas. Pedimos-te estas bênçãos em nome e por amor de Teu Filho Jesus Cristo. Amém!