Maria
foi uma mulher judia escolhida por Deus para ser a mãe de Jesus. Ela era virgem
quando ficou grávida pela ação do Espírito Santo. Junto com seu marido José,
Maria provavelmente teve um papel importante na educação de Jesus durante sua
infância e, mais tarde, se tornou sua seguidora. Ela estava com os outros
discípulos de Jesus quando o Espírito Santo desceu no dia de Pentecoste.
A
Bíblia não fala muito sobre a vida de Maria, mas diz que ela foi muito
abençoada, porque foi escolhida para ser a mãe do Salvador do mundo. Em Maria
temos um grande exemplo de como o Deus perfeito e imortal pode habitar dentro
de um ser humano pecador, transformando sua vida. Podemos aprender muito com a
vida de Maria.
01 - Maria descobre que
vai ficar grávida
Maria
era uma jovem que morava na cidade de Nazaré, na região da Galileia. Ela estava
noiva de um homem chamado José, mas ainda não tinham casado quando um anjo
falou com ela. O anjo se chamava Gabriel e contou a Maria que ela era muito
abençoada, porque Deus a tinha escolhido para dar à luz o Salvador do mundo
(Lucas 1,30-33). Esse era o rei prometido por Deus, que os judeus esperavam há
vários séculos.
Maria
ficou um pouco confusa sobre como poderia ter um filho se ainda era virgem.
Então o anjo Gabriel explicou que a criança seria gerada pelo Espírito Santo,
não por meios naturais, porque a criança seria verdadeiramente o Filho de Deus.
Como prova que aquilo que dizia era verdade, o anjo contou a Maria que sua
prima Isabel, que era estéril e idosa, também iria ter um filho em breve (Lucas
1,35-37).
Maria
creu na mensagem vinda de Deus e concordou em se tornar a mãe de Jesus (Lucas
1,38). Como o anjo tinha predito, ela ficou grávida ainda virgem, cumprindo
assim a profecia do Antigo Testamento: “a
virgem ficará grávida” (Isaías 7,14).
Por que Deus escolheu
Maria para ser mãe de Jesus?
Maria
foi escolhida por causa da graça de Deus. Os textos onde Maria é apresentada e
que também falam do nascimento de Jesus Cristo não dizem o motivo da escolha.
O que diz o Antigo
Testamento acerca de Maria?
O
Antigo Testamento traz uma referência a quem viria a ser a mãe de Jesus. O
Messias viria da linhagem de Davi, nasceria de uma virgem (Isaías 7,14), que
seria de Belém (Miquéias 5,2). Com certeza havia muitas jovens virgens de boa
reputação naquela época, que viviam em Belém. Mas Deus a escolheu, e Maria foi
agraciada, ou seja, recebeu o privilégio de dar à luz ao salvador do mundo.
Qual foi a atitude de
Maria?
Maria
tinha um coração humilde. Quando ela foi visitada pelo anjo, ficou perturbada
com a saudação dele (Lucas 1,29), mas aceitou o seu papel. Ela louvou a Deus
com um cântico, considerou-se uma serva, literalmente escrava (Lucas 1,48). Ela
demonstrou uma atitude de submissão.
02 - Maria visita Isabel
Quando
ouviu que sua prima estava grávida, Maria foi visitar Isabel. O anjo Gabriel
tinha profetizado que o filho de Isabel, João Batista, iria preparar o caminho
para a vinda do Salvador. Quando Maria, já grávida, chegou à casa de Isabel, o
bebê dentro de Isabel saltou de alegria! Assim, Isabel soube logo que Maria
estava grávida do Salvador (Lucas 1,42-44).
Diante
desse acontecimento, Maria compôs uma canção glorificando a Deus. Ela
reconheceu Deus como seu Salvador e profetizou que ela seria para sempre
reconhecida como uma mulher muito abençoada (Lucas 1,46-49). Maria não se
tornou arrogante, mas deu todo o louvor a Deus.
03 - O nascimento de
Jesus
Chegou
uma hora em que José, o noivo de Maria, descobriu que ela estava grávida. Ele
achou que ela tinha sido infiel, mas um anjo lhe explicou a situação e lhe deu
o nome do menino: Jesus. Por isso, José casou com Maria, mas eles não tiveram
relações até ela dar à luz (Mateus 1,24-25).
Na
época em que Maria deveria ter o filho, o casal foi para Belém, por causa de um
recenseamento. A cidade estava muito cheia, então quando o menino nasceu,
tiveram de colocá-lo dentro de uma manjedoura, por não terem outro lugar para
ele (Lucas 2,6-7). Maria foi a mãe do Salvador do mundo, mas não teve nenhum
tratamento especial na hora do parto!
Quando
o menino nasceu, pastores de ovelhas visitaram a família, porque tinham sido
avisados sobre o nascimento de Jesus por anjos. Depois disso, Maria e José
dedicaram seu filho a Deus no templo, como era costume entre os judeus. Lá,
eles receberam profecias sobre como o menino iria mudar o mundo. Maria guardou
todos esses acontecimentos em sua memória e refletiu sobre eles (Lucas 2,19).
Depois
de uma visita de magos do Oriente, Maria e José tiveram de fugir com seu filho
para o Egito, porque o rei Herodes queria matar o menino. Eles ficaram algum
tempo no Egito, depois voltaram e moraram em Nazaré, onde Jesus cresceu.
04 - Maria teve outros
filhos além de Jesus? Quem eram os irmãos de Jesus?
Sim,
Maria muito provavelmente teve outros filhos além de Jesus. A evidência bíblica
sugere fortemente que Maria teve outros filhos. A Bíblia diz que Jesus tinha
quatro irmãos (Tiago, José, Judas e
Simão) e pelo menos duas irmãs (Marcos 6,3). Maria era virgem quando Jesus
nasceu, mas nada na Bíblia indica que ela se manteve virgem depois disso.
Irmãos ou primos?
A
Bíblia diz que Jesus tinha irmãos, não primos. Na língua hebraica não se fazia distinção entre irmão e primo, mas o Novo Testamento foi escrito em grego,
que tem uma palavra para “irmão” e outra distinta para designar “primo”. Os
escritores do Novo Testamento, nas referências acerca de Jesus, usaram a
palavra “irmão” (adelfos que significa
– filhos do mesmo útero).
Alguns
argumentam que o Novo Testamento foi escrito por judeus e para judeus e por
isso usaram a palavra grega para “irmão” no sentido hebraico de parente. Mas
Lucas era gentio e estava escrevendo para gentios e ele usou a palavra irmão
(Lucas 8,19-20). Lucas foi muito cuidadoso na sua escrita e teria usado a
palavra “primo” (anepsios) se não
fossem realmente os irmãos de Jesus.
Filhos de Maria?
A
Bíblia não diz que os irmãos de Jesus eram filhos de Maria. Mas também não diz
que eram filhos somente de José. Por outro lado, os irmãos de Jesus são
mencionados quase sempre com a mãe de Jesus (Mateus 12,46). Claramente eram
muito ligados à Maria. E, embora possa ter outros significados, a palavra “adelfos” significa literalmente - “saídos do mesmo útero”. Não está
explícito que eram filhos de Maria, mas está implícito.
Um
argumento um pouco confuso sugere que os irmãos de Jesus eram na verdade seus
discípulos. Jesus tinha discípulos com o mesmo nome que seus irmãos, mas, tal
como acontece hoje, esses nomes eram muito comuns. Muitos naquela época se
chamavam Tiago, José, Judas, Simão e até Jesus! Só entre os Doze Apóstolos
havia dois homens chamados Simão, dois Tiago e dois chamados Judas. E os irmãos
de Jesus não eram seus discípulos no início; eles pensavam que ele estava louco
(Marcos 3,21; João 7,3-5).
No
livro Apócrifo (não inspirado pelo Espirito Santo de Deus) – HISTÓRIA DE JOSÉ –
O CARPINTEIRO – cita os nomes dos irmãos de Jesus e na mesma sequencia conforme
os Evangelistas Mateus (Mt 13,55) e
Marcos (Mc 6,3) citam em seus livros
e falam de duas irmãs e estes são filhos de José do sue primeiro casamento, ou
seja, quando José casou com Maria ele era viúvo e tinha seis filhos. Provavelmente
foi dai que a Igreja Católica fez o dogma de que Maria nunca teve outros filhos
além de Jesus.
Maria, sempre virgem?
Nada
na Bíblia sugere que Maria ficou sempre virgem nem que precisava manter-se
virgem depois do nascimento de Jesus. Isso vem de duas ideias erradas:
·
Sexo
é pecado
·
Maria
nunca pecou
Na
verdade a Bíblia ensina que todos
pecaram (Romanos 3,23) sem exceção. Maria não é contada como exceção.
Só Jesus nunca pecou. Tal como Jesus esteve dentro de Maria, pecadora como nós,
Ele habita também dentro de cada pecador que se arrepende.
Se
Maria não fosse uma pecadora como nós então Jesus não habitaria dentro de nós.
O
sexo (dentro do casamento) não é pecado. O primeiro mandamento que Deus deu à
humanidade foi para se multiplicar (Gênesis 1,28). Jesus nasceu de uma virgem
para confirmar Sua natureza divina. Nada indica que depois disso Maria e José
não tiveram um casamento normal e aprovado por Deus, produzindo filhos.
05 - Maria perde seu
filho em Jerusalém
Todos
os anos, Maria e José iam para Jerusalém com outros parentes para celebrarem a
Páscoa. Quando Jesus fez 12 anos, ele também foi com eles. Quando a festa
terminou, os pais começaram a viagem para casa, mas não repararam que Jesus não
estava com eles! Certamente, o menino estaria com algum de seus primos. Mas, ao
fim de um dia de caminhada, não encontraram seu filho.
Maria
e José voltaram para Jerusalém e procuraram Jesus por três dias. Por fim
encontraram seu filho no templo, conversando com os professores que explicavam
as Escrituras (Lucas 2,46-47). Maria ralhou Jesus. Ela e José tinham ficado
muito aflitos e preocupados com ele! Jesus explicou que o templo era a casa de
seu Pai, mas Maria e José não entenderam do que ele estava falando (Lucas 2,48-50).
No
fim, tudo acabou bem e Jesus não deu mais trabalho a seus pais. Mas esse
acontecimento também ficou gravado na memória de Maria.
06 - Maria e o
ministério de Jesus
Quando
Jesus começou seu ministério, ele foi para um casamento na cidade de Caná e
Maria também foi. A certa altura, Maria contou a Jesus que o vinho tinha acabado
uma situação muito embaraçosa para os noivos (João 2,1-3). Jesus não tinha
realizado nenhum milagre e explicou à sua mãe que sua hora ainda não tinha
chegado. Parece que Maria esperava que ele assumisse seu lugar como Rei de
Israel, mas Jesus sabia que ainda era cedo para isso.
Depois
Maria disse aos empregados que eles deveriam fazer o que Jesus lhes ordenasse
(João 2,4-5). Jesus mandou encher vários potes grandes com água e a água se
transformou em vinho da melhor qualidade! Esse foi seu primeiro milagre.
Mais
tarde durante seu ministério, os parentes de Jesus acharam que ele não estava
bem da cabeça e tentaram impedi-lo de continuar a pregar. Em uma ocasião, Maria
veio com seus outros filhos para visitar Jesus onde ele estava pregando. Porém,
havia uma multidão no seu caminho. Por isso, enviaram uma mensagem a Jesus,
pedindo para ele parar de pregar um pouco para conversar com eles (Marcos 3,31-32).
Jesus usou a ocasião para explicar que a sua verdadeira família são todos
aqueles que fazem a vontade de Deus (Marcos 3,33-35).
Jesus
não rejeitou sua mãe, mas também não permitiu que ela atrapalhasse seu
ministério. Apesar de amar sua mãe, ele tinha de cumprir a vontade de Deus
acima de tudo. Seus discípulos também eram sua família.
07 - A crucificação
Maria
foi testemunha da crucificação de Jesus. Ela ficou ao pé da cruz enquanto ele
sofria, junto com o apóstolo João. Ao vê-los, Jesus encomendou sua mãe aos
cuidados de João. A partir desse dia, João passou a receber Maria como parte de
sua família (João 19,25-27).
Como
filho mais velho, Jesus teria a responsabilidade de cuidar de sua mãe na sua
velhice. Mesmo quando estava cumprindo seu propósito de salvar a humanidade,
Jesus não se esqueceu de garantir que sua mãe estava bem cuidada. Com esse ato,
ele mostrou que cada pessoa individualmente é importante para Deus. Ele se
preocupa com todos os detalhes de nossas vidas.
08 - O dia de Pentecoste
Depois
que Jesus morreu e ressuscitou, Maria e os irmãos de Jesus se juntaram aos
outros discípulos em oração, aguardando a vinda do Espírito Santo (Atos dos
Apóstolos 1,14). A família de sangue e a família espiritual estavam finalmente
unidas, pela sua fé em Jesus.
No
dia de Pentecoste, estavam todos reunidos em um só lugar orando, quando o
Espírito Santo desceu sobre eles como línguas de fogo. Eles começaram a falar
em outras línguas e a pregar sobre Jesus para outras pessoas e, nesse dia, três
mil pessoas se converteram!
Depois
disso, a Bíblia não nos conta mais nada sobre a vida de Maria.
08 - Maria ascendeu ao
Céu?
A
Bíblia não diz em lado nenhum que Maria ascendeu ao Céu. Essa é apenas uma história que se tornou tradição entre
alguns grupos cristãos. Mas não existe nenhuma evidência forte que isso tenha
acontecido.
Maria
precisava de Jesus tanto quanto qualquer outra pessoa. Ela foi muito abençoada,
mas ela própria reconheceu que precisava de um salvador. Maria era uma mulher
normal e pecadora, mas com fé em Deus. Ela seguia a Deus de todo coração e
provavelmente foi um bom exemplo de devoção para Jesus enquanto ele crescia.
Mas não existe evidência nenhuma na Bíblia que ela foi perfeita nem que ela
tenha subido corporalmente ao Céu, como Jesus fez.
09 - É bíblico adorar
Maria e os santos?
Não.
Não é bíblico adorar Maria nem os santos. Só Deus deve ser adorado. Também não
é bíblico prestar culto nem orar para Maria e os santos. Só Jesus intercede por
nós e só ele merece toda nossa devoção.
Maria
e muitos dos santos foram bons cristãos, que procuraram viver para Deus.
Devemos tratar sua memória com respeito e podemos aprender muito estudando suas
vidas. Sua fé em Jesus deve servir como exemplo para imitarmos (Hebreus 6,11-12).
Mas não os devemos adorar nem cultuar por que:
·
Só Deus merece nossa adoração – Deus deve ser o centro de nossa
devoção e adoração. Devemos amar a Deus acima de tudo e todos. Só devemos prestar
culto a Deus (Deuteronômio 6,13). Cultuar Maria e os santos é desviar o foco de
Deus e muitas vezes toma o lugar de Deus, tornando-se idolatria.
·
Todos os milagres vêm de Deus – nenhum milagre realizado por um
santo foi obra sua; foi Deus que operou o milagre através deles. O mérito não
pertence à pessoa que Deus usa para realizar o milagre. O mérito pertence todo
a Deus.
·
Eles eram humanos – todos pecaram (Romanos 3,23-24). A
única pessoa que nunca pecou foi Jesus. Maria e muitos dos santos foram pessoas
muito boas, mas não eram perfeitos, mesmo depois de convertidos. Devemos respeitá-los
como seres humanos, iguais a nós mas que tiveram fé e deixaram Deus agir em
suas vidas.
·
Maria e os santos estão mortos – os mortos não têm mais contato com
os vivos. Os mortos não interferem no mundo dos vivos. Não devemos falar com os
mortos, muito menos prestar-lhes culto.
·
Eles não intercedem por nós – por meio de Jesus, temos acesso
direto a Deus, sem mais intermediários. A Bíblia é clara: só Jesus intercede
por nós (1 Timóteo 2:5). Maria e os santos não intercedem. Jesus nos ama e nos
ouve, não precisamos de santos para interceder por nós junto dele.
·
Insulta sua memória – um bom cristão jamais permitiria
que alguém o adorasse ou prestasse culto (Atos dos apóstolos 10,25-26). Maria e
muitos dos santos sabiam que eram pessoas como você e eu e que não mereciam
tanta atenção e devoção. Seu conselho seria "adore a Deus!" -
Apocalipse 22:8-9.
Como surgiu a adoração a
Maria?
A
adoração (ou veneração) a Maria provavelmente surgiu alguns séculos depois de
Cristo, mas só se tornou popular na Idade Média. Muitas das doutrinas católicas
sobre Maria só se tornaram oficiais nos últimos 200 anos. A adoração a Maria
não é ensinada na Bíblia e é o resultado de uma má interpretação.
A
adoração a Maria provavelmente começou quando alguns cristãos começaram a
misturar o Evangelho com outras religiões e filosofias pagãs. Várias religiões
do império romano e de países à volta tinham deusas importantes que eram
adoradas por muitas pessoas. Maria provavelmente foi usada como substituta
dessas deusas. Por exemplo, um dos títulos dados a Maria, “Rainha do Céu”, é o mesmo dado a uma deusa pagã mencionada
por Jeremias (Jeremias 7,18).
Alguns
escritores antigos compararam Maria com uma “segunda Eva”, porque quando decidiu aceitar o desafio de ser a mãe
de Jesus ela trouxe ao mundo o “segundo
Adão”. Mais tarde essa ideia foi exagerada e distorcida para colocar Maria
quase ao mesmo nível de Deus.
Só
cerca de 1000 anos depois de Cristo a adoração ou veneração a Maria ganhou
muita popularidade. Crenças sobre Maria eram debatidas e só se tornaram parte
oficial da religião muito mais tarde:
·
1854
– Imaculada Conceição – a teoria que Maria nasceu sem pecado e nunca pecou.
·
1950
– Assunção – Maria supostamente morreu, depois ressuscitou e foi levada para o
Céu.
Devemos adorar Maria?
Não.
Não devemos adorar Maria. A Bíblia diz claramente que só devemos adorar a Deus
(Lucas 4,8). Adorar a qualquer outra coisa é idolatria. Maria foi uma senhora
muito abençoada, que merece respeito, mas ela era uma pessoa normal com pecado,
que também precisava da salvação.
A
Bíblia diz que todos pecaram (Romanos 3,22-23). Jesus foi à única pessoa que
nunca pecou e o único que podia tirar o pecado do mundo. Por isso, Jesus é o
único mediador entre nós e Deus. Não há mais ninguém entre nós e Deus (1
Timóteo 2,5-6). Maria não intercede por nós, só Jesus intercede.
A
Bíblia não diz em lado algum que devemos adorar Maria ou orar para ela. Jesus
cuidou de sua mãe, mas nunca a exaltou na terra. A própria Maria nunca quis ser
o centro das atenções, mas indicou quem merece: Jesus (João 2,5).
10 - Qual é a diferença
entre venerar e adorar?
É
bastante difícil distinguir entre veneração e adoração. A Igreja Católica
define veneração como à honra especial dada a Maria e aos santos, e adoração
como à honra suprema que somente Deus merece. A idolatria é rejeitada na Igreja
Católica, mas a veneração aos santos praticada por muitos católicos se parece
muito com a adoração a semi-deuses.
A
Bíblia é muito clara: somente devemos adorar a Deus. Não existe outro Deus e
nada mais merece nossa devoção total. Quando algo ou alguém se torna mais
importante que Deus em nossas vidas, isso é idolatria.
No
ensinamento católico, veneração é ligeiramente diferente de adoração. Venerar
significa ter um grande respeito por alguém. A Bíblia diz que devemos dar o
devido respeito a quem merece (Romanos 13,7). Não tem nada de errado em lembrar
alguém e celebrar sua vida, se respeitamos o que fez. O problema é a forma que
a “veneração” aos santos toma no
Catolicismo.
A veneração aos santos
na Igreja Católica
No
Catolicismo, a veneração não se limita a respeitar e celebrar a memória dos
santos. Os fiéis são incentivados a prestar culto aos santos e a orar para
eles. Isso não é certo.
Somente
devemos prestar culto a Deus (Êxodo 20,4-6). Somente Ele merece essa glória.
Podemos honrar outras pessoas e tirar tempo para mostrar quanto as amamos, mas
não devemos prestar culto a outro que não seja Deus.
O
mandamento sobre não prestar culto a outros deuses não se aplica apenas a
imagens. Os pagãos acreditavam que suas imagens representavam seus deuses e seu
poder vinha da presença dos deuses invocada sobre as imagens. Assim, a imagem
simbolizava o deus que era o ídolo. Além disso, eles tinham semi-deuses, que
eram menos importantes mas também recebiam alguma adoração. Prestar culto a
alguém é, no mínimo, chegar perigosamente perto da idolatria (1 João 5,21).
A
Bíblia não diz em lado nenhum que devemos orar para Maria nem para os santos.
Primeiro, eles estão fisicamente mortos. Espiritualmente, os salvos continuam
vivos e esperam pela ressurreição no fim dos tempos. No entanto, é muito
difícil dizer ao certo em que estado estão nesse meio-tempo. Não existe
evidência nenhuma na Bíblia de que eles estão observando o que está acontecendo
aqui na terra nem que eles ouvem orações.
Na
verdade, a Bíblia diz que não devemos invocar os mortos (Deuteronômio 18,10-12).
No paganismo, a ideia de falar com os mortos vem da crença que eles ainda estão
vivos em uma dimensão espiritual. A Bíblia não faz distinção entre os
espiritualmente mortos e os espiritualmente vivos. Não devemos invocar os
mortos e pronto.
Pela
própria lógica católica, os santos somente poderiam nos ouvir através de Jesus.
Ora, se vamos pedir aos santos para pedir algo a Jesus e esse pedido já vai
passar por Jesus, por que não pedir logo para Jesus? Esse é um sistema um pouco
burocrático.
Na
Bíblia aprendemos que é bom orar uns pelos outros (Tiago 5,16). Não há nada de
errado em pedir a alguém para orar por nós (desde que não comecemos a depender
demais dessa pessoa). Mas isso é muito diferente da “veneração” oferecida aos
santos. As orações a Maria e aos santos são muito mais parecidas com as súplicas
que deveriam ser dirigidas a Deus (Filipenses 4,6).
A confusão fatal entre
venerar e adorar
Além
disso, muitos católicos não conhecem a diferença entre venerar e adorar. A
veneração aos santos e a Maria é tão parecida com adoração que muitos adoram em
vez de venerar. Sua esperança está mais no poder dos santos do que no poder de
Deus. Isso é um problema muito grave.
A
devoção que muitos católicos têm por Maria e pelos santos é preocupante. Sim,
há muitos bons exemplos que devem ser seguidos, mas somente devemos dedicar
nossa vida a Deus. Podemos ter amor e dedicação por várias pessoas, mas quando
isso se torna mais importante que a devoção a Deus, é idolatria.
Diante
de um problema tão sério de idolatria, seria melhor tomar a atitude do rei
Ezequias. Muito tempo antes, Deus tinha mandado Moisés construir uma serpente
de bronze no deserto. Quem olhasse para a serpente seria curado das picadas de
cobras, que estavam infestando o acampamento. Mas, no tempo de Ezequias, as
pessoas adoravam a serpente de bronze. Por isso, Ezequias destruiu a imagem (2
Reis 18,3-4).
11 - O que a Bíblia
ensina sobre adoração?
A
Bíblia ensina que só devemos adorar a Deus. A verdadeira adoração vem do
coração, não é só um ato exterior. Quem adora outro que não seja Deus, rejeita
a Deus.
O que é adoração?
Adoração
é mostrar amor e respeito, se dedicando totalmente a Deus. Só Deus merece tanta
dedicação e reverência, porque Ele nos criou e é soberano sobre tudo. Mais ninguém
merece adoração (Lucas 4,8).
A
adoração vem de dentro e é mostrado em atos que fazemos. Podemos adorar
individualmente ou em grupo, com outras pessoas que amam a Deus. Mas atos de
adoração que não são sinceros não são adoração, só ritual sem valor (João 4,23).
Algumas formas de
adoração são:
·
Louvar – agradecer a Deus, lembrando como
Ele é bom e tudo que fez por nós. Podemos louvar cantando, orando, escrevendo,
até dançando! Veja aqui como louvar a Deus.
·
Estudar a Bíblia – quem adora a Deus quer conhecer
mais sobre Ele e o que O agrada, por isso lê a Sua Palavra.
·
Obedecer – guardar seus mandamentos e
aplicá-los à vida diária. Isso significa submeter-se à vontade de Deus (Romanos
12,1).
·
Rejeitar o pecado – Deus odeia o pecado. Quem O adora
não O quer entristecer, por isso lutará contra o pecado, com a ajuda de Jesus.
·
Amar os outros – quando ajudamos uns aos outros em
amor, adoramos a Deus, que ama a todos (1 João 4,11-12).
·
Ir à igreja – na igreja adoramos a Deus todos
juntos, de várias maneiras. Mostramos adoração tirando tempo só para Ele, em
comunidade.
12 - O que é adorar em
espírito e em verdade?
Adorar
em espírito e em verdade é adorar a Deus de todo coração, com a ajuda do
Espírito Santo. A verdadeira adoração vem do coração, não de fatores externos
como o lugar, a cerimônia ou palavras repetidas. Adorar em espírito e em
verdade é adorar com sinceridade e fé (João 4,23-24).
Adorar
é mostrar amor, respeito e dedicação a Deus. Rituais como ir à igreja e cantar
louvores ajudam a expressar essa adoração, mas só têm valor quando é fruto do
desejo do coração de adorar a Deus. Deus não se agrada de rituais sem
sinceridade (Salmos 51,16-17). Adorar em verdade é adorar por querer adorar a
Deus, por tudo que Ele é e tudo que Ele faz.
Adorar
em espírito é adoração viva. O espírito é aquilo que nos liga a Deus e nos dá
vida. A verdadeira adoração vem da comunhão com Deus. Podemos ter essa comunhão
através do Espírito Santo, que mora dentro de cada pessoa salva (Atos dos
Apóstolos 2,38).
Por que Jesus falou
sobre adorar em espírito e em verdade?
Jesus
falou sobre adorar em espírito e em verdade porque uma mulher samaritana lhe
tinha perguntado como se deve adorar a Deus. Os judeus e samaritanos brigavam
sobre a forma correta de adorar a Deus. Os judeus adoravam no templo em
Jerusalém mas os samaritanos achavam que a adoração deveria ser feita no monte
que eles consideravam sagrado (João 4,19-21).
No
Velho Testamento Deus tinha escolhido o templo de Jerusalém como o único lugar
de adoração, para impedir que os israelitas misturassem a adoração ao Deus
verdadeiro com a adoração a deuses falsos. No templo, debaixo da instrução dos
sacerdotes, os judeus aprendiam sobre Deus, o adoravam e ofereciam sacrifícios
(Deuteronômio 12,4-7). A localização era importante, mas não era o mais
importante. O que contava era a atitude dos adoradores.
Tanto
os judeus quanto os samaritanos perderam esse foco. Muitos deles começaram a
dar mais importância ao lugar e às cerimônias que ao estado do coração dos
adoradores. No seu pensamento, quem cumprisse os rituais de maneira certa
estava bem com Deus, mesmo se não fosse feito pelas razões certas nem com
sinceridade. Adorar a Deus era apenas um ritual.
Jesus
voltou a centrar a atenção naquilo mais importava: o coração. O grande
mandamento é amar a Deus com tudo que somos (Mateus 22,37-38). Essa é a
verdadeira adoração.