O batismo nas águas é uma das antigas tradições cristã. Ela acompanha a Igreja desde o seu surgimento e têm um caráter muito especifico em seu significado: “morto para o pecado e vivo para Deus”.
Ele possui algumas particularidades e foi amplamente difundido por João Batista, no deserto. Há em torno do tema, muitas especulações. Por isso, o grande objetivo deste estudo é apresentá-lo da maneira mais clara possível.
1. O Batismo de João
Antes que Deus se revelasse por meio de seu Filho Jesus, ele enviou João Batista para preparar o caminho de sua chegada (Lucas 3,3-4).
João Batista fez isso por meio de uma pregação expositiva e transparente dos mandamentos de Deus, denunciando de forma aberta e enérgica os pecados de seus dias.
Assim, as multidões vieram a João Batista perguntando o que deviam fazer para receber o perdão de Deus (Lucas 3,10). E ele os ensinava (Lucas 3,18).
Após isso, ele as batizava com o batismo de arrependimento. O batismo de João Batista, nos nossos dias é comparado com o momento da conversão. Aquele em que a pessoa dá o primeiro passo em direção ao relacionamento com Deus (Atos 19,4).
2. Por Quê Jesus Cristo Foi Batizado?
Jesus foi até João Batista para receber o batismo, não para justificar pecados, pois ele não conheceu pecado (2 Coríntios 5,21) , mas para dar o exemplo (Mateus 3,13-17).
Não é em vão que João Batista reconhece a necessidade de ser batizado por Jesus, mas o Mestre explica que deve ser assim, para que cumpra a vontade de Deus. Assim sendo, João concordou.
O Senhor Jesus quer mostrar com isso, que qualquer que quiser ter um relacionamento verdadeiro e profundo com Deus precisa de arrependimento. Perceba que ao sair da água o próprio Deus confirma a filiação do Senhor Jesus e aprova sua atitude (Mateus 3.16).
3. O Batismo Nos Nossos Dias
Após a sua morte e ressurreição, Cristo dá algumas ordens específicas aos seus apóstolos. Dentre elas o batismo (Marcos 16,16).
Ele é um sacramento da Igreja Cristã, ou seja, algo indispensável. Qualquer pessoa que entregar sua vida a Jesus, deve em pouco tempo, ser orientada por sua liderança ao batismo nas águas.
Ou seja, o “crer e o ser batizado” estão intrinsecamente ligados. Qualquer pessoa que teve uma conversão real e ama ao Senhor, vai desejá-lo.
Não há melhor exemplo que o etíope eunuco, que foi evangelizado pelo apóstolo Filipe. Tendo ouvido, entendido e crido na mensagem, ele desejou ser imediatamente batizado. As únicas palavras de Filipe, foram: “Você pode, se crê de todo o coração”. E o eunuco cheio de fé respondeu que cria (Atos 8,26-38).
4. Quem Crer e Não For Batizado, Será Salvo?
Na crucificação de Jesus haviam dois criminosos junto a ele. Um a direita e o outro a esquerda. Enquanto um permaneceu zombando do Mestre, de seu ministério e de sua autoridade o outro creu (Lucas 23,39-41).
Um dos criminosos reconheceu que Jesus Cristo era o Messias. Após isso suplicou misericórdia e salvação. O Senhor imediatamente lhe garantiu a vida eterna (Lucas 23,42-43).
Mas como pode ser isso, se ele não foi batizado?
Devemos notar que o criminoso salvo, não tinha a opção de receber o batismo nas águas, por estar prestes a receber sua condenação de morte. Os soldados romanos não iam dar uma pausa no processo para que isso acontecesse.
Em situações como essa, em que a pessoa que crê não tem a possibilidade de receber o batismo, sua salvação não está condicionada a ele. Caso contrário sim!
A pessoa que tem 5, 10, 20 anos de cristianismo e nunca se batizou, precisa se preocupar. O Senhor Jesus é extremamente claro e enfático: “Quem crer e for batizado, será salvo”.
O batismo é uma confissão pública de fé. Ao recebê-lo passamos a mensagem de que mortos para o mundo, vivemos com Cristo para a glória de Deus, em um novo e superior estilo de vida (Romanos 6,4).
5. Na Igreja Católica
Por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, para a qual todos os homens são chamados. A gratuidade pura da graça da salvação é particularmente manifesta no Batismo das crianças. A Igreja e os pais privariam então a criança da graça inestimável de tornar-se Filho de Deus se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do nascimento. (CIC 1250)
A citação em destaque é do catecismo da Igreja Católica, de 1250. Para aprofundar a visão católica do assunto, segue na íntegra as palavras do Padre Paulo Ricardo:
A Igreja Católica não é a religião de um livro, mas de uma Pessoa real, concreta: Jesus Cristo, o qual permanece vivo ao longo destes dois mil anos em sua Igreja, que é embasada também na Tradição e no Magistério. Desta forma, “a prática de batizar as crianças é uma tradição imemorial da Igreja. É atestada explicitamente desde o século II. Mas é bem possível que desde o início da pregação apostólica, quando ‘casas’ inteiras receberam o Batismo, também se tenha batizado as crianças” (CIC 1252), é o que continua ensinando o Catecismo da Igreja Católica. (Fonte: padrepauloricardo.org)
Ou seja, o ato de batizar crianças, como o próprio padre Paulo Ricardo diz, é “uma tradição imemorial da Igreja” Católica, a qual não é dirigida por “um livro” (acredito que se refira a Bíblia).
Nas palavras do Padre, fica muito claro que a Igreja Católica não tem a Bíblia como soberana Palavra de Deus, essa soberania é dada as tradições da Igreja e a figura do Papa.
Daí o fato de eles batizaram crianças. Eles acreditam, entendem, creem, que há essa necessidade pelo fato de o pecado de Adão ser contagioso.
Por nascerem (as crianças) com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus.
6. O Que a Bíblia Diz Sobre as Crianças?
Já vimos que a função do batismo nas águas é para arrependimento e remissão de pecados, o que não é o caso das crianças. O próprio Jesus garantiu que as crianças tem acesso garantido ao Reino do Céus, por causa de sua inocência (Lucas 18,15-17).
Jesus dá passe livre as crianças no Reino dos Céus. Os discípulos quiseram impedir sua vinda até o Mestre, mas ele os repreendeu. Ele garante que qualquer que quiser entrar no Reino precisa ser como elas.
Em nenhum momento ele faz menção de que crianças devam ser batizadas. Não indica que elas tenham pecado, pelo contrário ele destaca a sua pureza.
Embora o pecado de Adão tenha manchado toda a humanidade, a culpa pelo pecado só vem após a consciência do pecado, do erro, do certo e do errado.
Após essa consciência é que surge a necessidade de batismo. Dessa forma, realizá-lo antes da manifestação da consciência de pecado, não tem efeito.
Vimos que a função do batismo é ser uma confissão pública consciente e voluntária de fé. Uma declaração de desejo de relacionamento sincero com Deus. Uma decisão de morte para o mundo.
A criança não se encaixa em nenhuma dessas descrições. As crianças batizadas pela Igreja Católica não decidiram pelo batismo, elas nem lembram se foram batizadas. Ou seja, para elas ser batizadas não tem o menor sentido.
A Igreja Católica também possui regras de batismo com outras particularidades, como: adultos, filhos de mães solteiras, crianças já crescidas, etc.
7. Na Igreja Evangélica
Nas Igrejas evangélicas, genuínas, o batismo nas águas segue exatamente o princípio bíblico. Ao contrário da Igreja Católica, a Igreja Evangélica é regida, orientada, comprometida com um único livro: a Bíblia.
Sendo assim, o batismo só é realizado quando a pessoa tem consciência do certo e do errado, e já foi instruída acerca da necessidade do arrependimento e voluntariamente desejá-lo, como está escrito (Mateus 28:18-20).
8. Quais os Tipos de Batismo da Igreja Evangélica?
Nas principais Igrejas Evangélicas percebe-se a realização do ato de descer as águas de pelo menos três formas:
Aspersão: é a prática de borrifar água sobre a cabeça da pessoa enquanto é batizada;
Efusão: é a prática de derramar água (lavar) a cabeça da pessoa enquanto é batizada
Imersão: é a prática de mergulhar na água todo o corpo da pessoa enquanto é batizada
Conclusão
O batismo é um sacramento da Igreja Cristã, ou seja, indispensável. Estabelecido pelo Senhor Jesus, é o símbolo de confissão pública de fé e arrependimento.
Ele deve ser realizado pela pessoa que entender o princípio da fé e do arrependimento, e que voluntariamente se dispôs a recebê-lo.
Vimos que batizar crianças é única e exclusivamente uma tradição Católica, e não uma orientação bíblica. Seu fundamento é o entendimento pessoal de sua liderança, em fazê-lo.
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