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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

7 curiosidades sobre a crucificação de Cristo

Jesus de Nazaré nasceu na cidade de Belém, em uma humilde estrebaria. Foi filho de Maria e José, trabalhou como carpinteiro e teve pelo 4 irmãos e pelo menos 2 irmãs. Aprendeu a Torá desde criança, era obediente aos pais terrenos e ao Pai celeste. Iniciou seu ministério aos 30 anos, foi batizado, curou, instruiu, fez amigos, fez discípulos, mudou milhares de histórias e encantou outros milhões de corações. 

 

Foi humilde até a morte, e morte de cruz. 

 

Numa sexta-feira, o mesmo Jesus passou pelas 6 horas mais agoniantes de sua vida humana. Foi traído, preso, negado, açoitado, ferido, crucificado, morto. 

 

Sua paixão pela humanidade levou-o até à cruz. Suas mãos de carpinteiro e que outrora também rabiscaram o chão, foram cravadas no madeiro, machucadas sem pudor.

 

“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:5 – ACF).

 

Nesta sexta-feira, lembramos do Cristo que levou sobre si tudo o que era para ser nosso. Lembramos de suas mãos, do seu rosto, das suas palavras: “Está consumado!”. Lembramos da crucificação.

 

Em homenagem a isso, vejamos 7 curiosidades sobre a crucificação de Cristo.

 

O mundo antes e depois de Cristo

 

Não é possível compreendermos tudo o que ocorreu no dia da morte de Cristo se, antes disso, não sabermos das profecias já descritas sobre sua vinda, sua morte e sua ressurreição.

 

Anteriormente ao nascimento de Jesus, aproximadamente mais de 300 profecias foram feitas acerca da vinda do Messias – o filho de Deus – à Terra. 

 

Em relação às profecias relacionadas à morte e crucificação de Cristo, o Salmo 22 e Isaías 53 certamente se destacam. Veja alguns exemplos:

 

  • Suas mãos e pés transpassados – Salmo 22:16 e João 20:25.
  • Seus ossos não seriam quebrados – Salmos 22:17 e João 19:33 (posteriormente abordaremos mais sobre isso).
  • Os homens iriam lançar sortes pela roupa do Messias – Salmo 22:18 e Mateus 27:35.
  • Jesus seria rejeitado – Isaías 53:3 e Lucas 13:34,
  • Ele ficaria em silêncio em frente de seus malfeitores e acusadores – Isaías 53:7 e 1 Pedro 2:23. 
  • Ele seria morto, de forma a completar a obra expiatória pelos pecados de seu povo – Isaías 53: 5-9 e 2 Coríntios 5:21.
  • Morreria ao lado de criminosos – Isaías 53:12 e  Marcos 15:27
  • Seria sepultado com os ricos – Isaías 53: 9 e Mateus 27: 57-60

 

Todas essas profecias foram cumpridas em Jesus. Ele veio para que os antigos sacrifícios de animais fossem extintos, visto que se tornou o cordeiro perfeito. Veio para cumprir a Lei, modificando a nossa relação com ela, e para além disso: Jesus cumpriu a lei perfeitamente, tanto as leis morais quanto as cerimoniais, levando-nos de volta ao Senhor, com livre acesso.

 

Hoje, somos livres. 

 

“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou.” (Gálatas 5:1a – NVI).

 

7 curiosidades sobre a crucificação de Cristo

 

1. A invenção da pena de morte por crucificação

A pena de morte por crucificação foi criada pelos persas, durante o século V antes de Cristo. No Ocidente, esse tipo de pena foi trazida por Alexandre, o Grande. No entanto, sua popularização ocorreu no Império Romano – quando a Judéia estava  ocupada por Roma. O costume era punir escravos rebeldes, criminosos violentos e traidores que se opunham contra o império, com esse tipo de morte.

 

A crucificação, então, além de ser uma das formas de tortura mais cruéis da história, tinha por objetivo expor o condenado à execração  pública.

 

2. Barrabás 

 

Na ocasião da prisão e acusação de Cristo, os judeus celebravam o Pessach (Páscoa) que era, tradicionalmente, uma celebração à liberdade dos hebreus conquistada no Egito. A Páscoa era, então, a mais importante festa religiosa tradicional. 

 

Deste modo, nestas datas de comemoração judaica específicas, Jerusalém enchia-se de peregrinos vindos de todos os lados de Israel, o que explica a presença do Governador Pôncio Pilatos no local, visto a necessidade de manter o controle político na região. 

 

Ainda nessa data especial, Pilatos possuía o costume de libertar um criminoso – aquele que o povo escolhesse. Nessa ocasião, as “opções” eram Jesus Cristo e Barrabás – descrito na bíblia como um agitador (líder de uma revolta anti governamental), salteador e assassino.

 

Barrabás, dessa forma, merecia a pena de morte por crucificação, todavia, o povo clamou pela libertação de Barrabás, para que Jesus fosse condenado à morte.

 

Pilatos, por sua vez, faz diversas tentativas de não executar Jesus – visto que ele não encontrava em Cristo motivo algum para condená-lo. Manda-o ao açoitamento (que será explanado a seguir), depois lava suas mãos, a fim de ficar livre do sangue de Jesus.

 

Ainda assim, as controvérsias ideológicas mantidas pelos saduceus e fariseus, assim como o clamor do povo para que Cristo fosse crucificado, levou-o à morte.

 

Não se sabe o que aconteceu com Barrabás depois desse episódio. Contudo, uma coisa é certa: ele era como eu e você. Ambos merecíamos a morte, ambos recebemos libertação – o outro morreu para que pudéssemos viver.

 

3. O açoitamento

 

Depois da prisão de Jesus – impulsionada pela traição de seu amigo e discípulo Judas – os religiosos do Sinédrio levaram o nazareno a um “julgamento”, de forma a encontrar razões para que pudessem condená-lo à morte imediatamente.

 

Posteriormente, Jesus é levado a Pilatos, e como já mencionado, o governador condena-o a um açoitamento.

 

O condenado ao açoitamento, naquela época, era colocado preso sem roupa na parte superior e com as mãos amarradas. Os chicotes utilizados pelos soldados eram feitos de cordas ou tiras de couro, com ossos ou pedaços de ferro ou chumbo em cada uma das extremidades.

 

Os primeiros açoites rasgavam a carne, fazendo com que o sangue saísse das veias abundantemente. Esses, atingiam diretamente as costas, enquanto as pontas do chicote enroscavam-se no corpo e feriam o peito e a barriga. 

 

Depois do número de açoites ordenado ao condenado, muitas vezes as veias e as vísceras dos flagelados ficavam expostas, com o rosto também desfigurado pelos golpes. As consequências desse castigo eram hemorragias, acúmulo de sangue e líquidos nos pulmões e possível laceração no baço e no fígado.  

 

A bíblia nos deixa explícito que Jesus suportou tudo com paciência e quietude, como uma ovelha muda levada ao matadouro.

 

4.  A zombaria dos soldados romanos e a coroa de espinhos

 

Depois do açoitamento, os soldados colocaram em Jesus manto de soldado, da cor vermelho escarlate, para ironizá-lo como a vestimenta de um rei.

 

Como se não bastasse, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram sobre a cabeça de Jesus, batendo nela com um cetro feito de cana, de modo a afundar ainda mais os espinhos pontiagudos na cabeça de Cristo.

 

Satisfeitos, os soldados passaram a simular uma sarcástica homenagem a Jesus, ajoelhando-se diante dele e clamando: Salve, rei dos judeus! E cuspiam-lhe no rosto, davam-lhe bofetadas, e zombavam cruelmente de Jesus.

 

No momento da crucificação, entalharam uma placa  cujo escrito pronunciava em 3 línguas diferentes: “Jesus Nazareno, rei dos judeus”. 

 

5. A cruz e os cravos nas mãos 

 

Ao contrário do que comumente pensamos, Jesus não foi pregado com cravos nas palmas das mãos, mas em seus pulsos. Se os cravos tivessem sido fixados nas palmas, elas facilmente se rasgariam com o peso do corpo, fazendo com que Jesus caísse da cruz.

 

A maioria dos estudos apontam que a cruz de Cristo era uma “crux immissa”, no formato de um “T” e com a ponta vertical levemente mais comprida que a horizontal. 

 

A informação mais aceita pelos historiadores e teólogos é que Jesus tenha carregado apenas a parte horizontal da cruz, chamada de “patibulum”, que pesava cerca de 27 quilogramas. O percurso percorrido por Jesus com a cruz (ou patibulum) nas costas, até o Monte Caveira (ou Calvário) tinha mais ou menos 600 metros.

 

6. A morte de cruz, os dois ladrões e as últimas palavras de Cristo

 

Os condenados à pena de crucificação normalmente morriam por desidratação, asfixia e sufocamento – devido à cabeça pendida sobre o peito.

 

Para abreviar a morte, os soldados costumavam quebrar as pernas dos condenados para que elas deixassem de sustentar o corpo, visto que isso facilitava a asfixia. 

 

Jesus, no entanto, não teve seus ossos quebrados, nem ao menos aceitou beber o vinho oferecido pelos soldados para anestesiar sua dor.

 

Ao seu lado, estavam dois ladrões, que zombavam de Jesus, dizendo-lhe para descer da cruz.  Um deles, no entanto, prestes a morrer, arrependeu-se do que havia dito e declarou:

 

Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: “Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença? Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal”. Então ele disse: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino”. Jesus lhe respondeu: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso”. (Lucas 23:40-43 – NVI).

 

Jesus morreu entregando seu espírito a Deus. Pouco antes de padecer, no entanto, declarou as palavras que mudariam a história do mundo para sempre: “Está consumado”, ele disse, e ali cumpriram-se todas as profecias e toda a lei. 

 

7. O corpo de Jesus

 

Jesus morreu aproximadamente às 15h da tarde de sexta-feira. Como sabemos, neste momento a terra tremeu, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo, mortos foram ressuscitados. 

 

Quanto ao corpo de Jesus, os quatro evangelhos afirmam que, após a crucificação de Cristo, José de Arimatéia pede a Pôncio Pilatos que lhe entregue. Depois que seu pedido foi atendido, José retira o corpo da cruz com a ajuda de Nicodemos, enrola-o em um tecido de linho e o deposita em um túmulo que era seu.

 

O legado deixado pelo Cordeiro pascal

“Bendito seja o Cordeiro

Que na cruz por nós padeceu

Bendito seja o Seu sangue

Que por nós ali Ele verteu

Eis nesse sangue, lavados

Com roupas que tão alvas são

Os pecadores remidos

Que perante seu Deus já estão

Alvo mais que a neve

Alvo mais que a neve

Sim, nesse sangue lavado

Mais alvo que a neve serei” (Harpa Cristã – hino 39).

 

Jesus levou sobre si todas as nossas dores, enfermidades, transgressões e falhas. Não só morreu em nosso lugar, mas nos deu uma vida nova – a vida vivida em união com Deus.

 

O movimento continua, mesmo que todos os outros caiam. A causa do Evangelho, porém, permanecerá. Afinal: Jesus venceu a morte, e o Cordeiro agora também é o Leão.

 

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.” (Apocalipse 22:13 – NVI).

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