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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Quem Foi Potifar na Bíblia?

Potifar foi um oficial de Faraó no tempo em que José, filho de Jacó, foi levado ao Egito. O nome Potifar provavelmente significa “a quem Rá deu”, no sentido de ter colocado na terra. Rá era o deus sol cultuado no antigo Egito. Esse significado vem do entendimento adotado por muitos estudiosos de que o nome Potifar é uma forma abreviada do nome Potífera. 


Se isso estiver correto, então o oficial de Faraó e o sacerdote da cidade de Om que posteriormente se tornou sogro de José do Egito, tinham o mesmo nome. Contudo, isso não quer dizer que Potifar e o pai de Azenate, esposa de José, eram a mesma pessoa. 


A história de Potifar 


Potifar era um egípcio que, de acordo com a Bíblia, servia como oficial de Faraó e capitão da guarda (Gênesis 37:36; 39:1). Um ponto interessante na descrição bíblica de Potifar é que a palavra hebraica aplicada é a mesma para “eunuco”. Inclusive, algumas traduções da Bíblia em português se refere a Potifar exatamente assim, como eunuco de Faraó. 


No entanto, os eruditos explicam que o significado mais geral e antigo dessa palavra indicava um cortesão, ou seja, um oficial da corte. Assim, o sentido de eunuco é um significado mais restrito da mesma palavra usada para designar um oficial da corte que servia no alojamento das mulheres. 


Mas no caso de Potifar, um homem casado, obviamente o sentido mais apropriado dessa palavra é mesmo aquele faz referência a um oficial que ocupava uma posição privilegiada exercendo um cargo de confiança na corte de Faraó. 


De acordo com os historiadores da história egípcia, o tipo de cargo ocupado por Potifar como “capitão da guarda”, fazia dele o líder do corpo da guarda real. Alguns comentaristas sugerem que talvez Potifar fosse um tipo de mordomo no palácio Egípcio, mas isso parece ser bem pouco provável. 


José na casa de Potifar


Potifar aparece na história bíblica em conexão com a chegada de José ao Egito. A Bíblia diz que os irmãos de José praticaram uma grande maldade contra ele e acabaram-no vendendo a uma caravana de mercadores ismaelitas que estava seguindo em direção ao Egito. Dessa forma, José foi parar em terras egípcias para ser vendido como escravo. 


No Egito, Potifar se interessou e comprou José para servir em sua casa. O texto bíblico não informa qual foi o preço que Potifar pagou por José. Mas como os ismaelitas tinham comprado José de seus irmãos por vinte ciclos de prata, muito provavelmente a quantia paga por Potifar era superior a isso para que os ismaelitas pudessem ter algum lucro. 


Apesar das circunstâncias, na casa de Potifar o escravo José prosperou. A Bíblia deixa claro que essa condição improvável se devia ao fato de que o Senhor estava com José. Inclusive, Potifar percebeu que José era um homem abençoado por Deus e o colocou como um tipo de mordomo responsável pela gestão de todos os seus bens. 


O texto bíblico ainda informa que desde que Potifar deu essa responsabilidade a José, o Senhor abençoou muito a sua casa por amor a José (Gn 39,5). Na verdade, com José em sua casa, Potifar tinha de se preocupar apenas com seus assuntos mais pessoais (Gn 39:6). 


A maldade da esposa de Potifar 


Se por um lado Potifar parecia ter grande estima por José, por outro a esposa daquele oficial egípcio colocou seus olhos sobre José de forma lasciva. A Bíblia diz que José era um homem formoso de porte e de semblante (Gn 39:6). 


Então a mulher de Potifar começou a pressionar José para que ele se deitasse com ela. Mesmo naquele tempo, o adultério já era reconhecido por muitos povos do antigo Oriente Próximo como uma transgressão muito grave; a ponto de os antigos códigos legais estabelecerem a pena de morte como a punição adequada aos adúlteros.


José, no entanto, era um homem muito integro e temente a Deus. Para José, Potifar havia lhe confiado a administração de sua casa e jamais ele poderia trair a sua confiança tendo qualquer relacionamento com aquela mulher. Mais do que isso, José também sabia que se ele cedesse ao ataque da esposa de Potifar, ele pecaria contra Deus (Gn 39:9).


Mas diante da firmeza de José, a esposa de Potifar não desistiu, até que num certo dia ela agarrou José pela roupa e tentou forçá-lo a ter relações com ela. José então fugiu daquela mulher deixando sua roupa nas mãos dela. Foi aí que a esposa de Potifar chamou os homens de sua casa e acusou falsamente José de tentar violentá-la.


Potifar prende José


Mais tarde, quando Potifar voltou a sua casa, aquela mulher mentirosa sustentou a sua versão dos fatos, e José acabou sendo preso. Um escravo que tentasse violentar a esposa de seu senhor, provavelmente era morto. Mas como José foi apenas mandado à prisão, muitos estudiosos acreditam que talvez Potifar tenha, de alguma forma, desconfiado do testemunho de sua mulher.


Seja como for, a verdade é que José foi mandado para o cárcere que recebia os presos da corte de Faraó. É claro que em tudo isso o propósito de Deus estava sendo cumprido, e todo aquele mal seria tornado em bem.


Depois dessas coisas, nada mais é dito na Bíblia a respeito da história de Potifar. Alguns comentaristas conjecturam que talvez o chefe dos carcereiros que confiou em José na prisão fosse o próprio Potifar. Outros sugerem que Potifar não era necessariamente o carcereiro-mor, mas, sim, o chefe da guarda que posteriormente entregou o padeiro e o copeiro de Faraó aos cuidados de José.


Como o texto bíblico diz que o cárcere ficava na casa do capitão da guarda, e se estiver correta a suposição de que Potifar era o capitão da guarda responsável pelo cárcere, então José ficou aprisionado nas dependências da casa de Potifar. De qualquer forma, o texto bíblico não é claro nesse sentido e nada sobre isso pode ser afirmado com certeza.




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