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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Como José Interpretou o Sonho de Faraó?

O significado do sonho de Faraó tinha a ver com o que Deus haveria de fazer na terra de acordo com a sua vontade soberana. A passagem bíblica em que José interpreta o sonho de Faraó revela o poder de Deus no governo da história, e prova como o propósito divino muitas vezes é cumprido da forma mais improvável.


A Bíblia registra o episódio em que José interpretou o sonho de Faraó no livro de Gênesis. De acordo com o texto bíblico, certa noite Faraó sonhou duas vezes, e aqueles sonhos perturbaram o monarca do Egito (Gn 41).


Pela manhã, Faraó convocou todos os magos e sábios do Egito para que eles pudessem interpretar os seus sonhos. Naquele tempo, os reis tinham a sua disposição alguns sábios, magos e feiticeiros para aconselhá-los. Inclusive, parte importante do papel dessas pessoas era interpretar sonhos.


Mas no caso de Faraó, nenhum de seus sábios foi capaz de revelar o significado de seus sonhos. Isso obviamente deve ter deixado Faraó ainda mais perturbado. Isso porque, na antiguidade, os povos do antigo Oriente Próximo acreditavam que os sonhos podiam servir como presságios do futuro.


Além disso, em culturas como a egípcia, por exemplo, os monarcas eram identificados como divindades ou como pelo menos representantes dos deuses. Então quando um rei tinha um sonho, geralmente a mensagem desse sonho era recebida com grande importância.


O sonho de Faraó


A Bíblia diz que Faraó sonhou, e em seu sonho ele estava de pé junto ao rio. Esse rio, obviamente, era o rio Nilo que banhava as terras egípcias. Esse rio, inclusive, era o símbolo da fertilidade do Egito; era a fonte da vida para aquele povo que dependia muito da agricultura.


Então no sonho de Faraó, sete vacas gordas e vistosas subiram do rio e começaram a pastar entre os juncos. Depois, do mesmo rio saíram mais sete vacas, mas dessa vez elas eram magras e feias. Essas vacas foram para junto das outras à beira do Nilo e algo muito estranho aconteceu: as vacas magras comeram as sete vacas gordas; e mesmo após tê-las comido, as vagas magras continuaram magras e feias. Com isso, Faraó imediatamente acordou.


O texto bíblico informa que na mesma noite Faraó voltou a dormir e teve outro sonho. Dessa vez ele viu sete espigas de trigo graúdas e boas que cresciam no mesmo pé. Mas na sequência brotaram outras sete espigas de trigo que estavam mirradas e queimadas pelo vento oriental. Então novamente algo improvável aconteceu: as sete espigas graúdas foram engolidas pelas espigas mirradas.


José ouve o sonho de Faraó


Quando os sábios de Faraó não puderam interpretar os seus sonhos, o chefe dos copeiros reais contou a Faraó que havia conhecido na prisão um jovem hebreu que interpretava sonhos (Gn 40). Então rapidamente Faraó mandou trazer José que estava no cárcere.


Para se apresentar a Faraó, José precisou se barbear e trocar de roupa. Embora para a maioria dos povos do antigo Oriente Próximo a barba fosse valorizada como um sinal de honra, os egípcios tinham um costume diferente quanto a isso. Por esse motivo os homens egípcios sempre estavam completamente barbeados.


Diante de Faraó, José escutou o sonho que Faraó havia tido, e também soube que ninguém havia sido capaz de interpretá-lo. Faraó também afirmou que tinha chegado ao seu conhecimento que José tinha a capacidade de interpretar sonhos.


Mas nesse ponto José tirou a o foco de si mesmo, e apontou para a sabedoria divina. José afirmou que dar a interpretação de um sonho não era algo que dependia dele, mas do Senhor. Se alguém poderia dar a Faraó a verdadeira interpretação de seu sonho, esse alguém era Deus. Dessa forma, a interpretação do sonho de Faraó jamais seria uma exibição das habilidades de José, mas uma manifestação do poder de Deus.


José interpreta o sonho de Faraó


Após esclarecer essas coisas, José explicou que, na verdade, Faraó havia tido um único sonho. E nesse sonho, havia sido revelado a Faraó o que Deus haveria de fazer. Dessa forma, na interpretação do sonho de Faraó, José revelou que as sete vacas gordas e as sete espigas graúdas, significavam sete anos; da mesma forma como as sete vagas magras e as sete espigas mirradas também significavam outros sete anos.


A diferença era que as sete vacas gordas e as sete espigas graúdas representavam sete anos de muita fartura que estavam por vir sobre o Egito. Por outro lado, as sete vacas magras e as sete espigas mirradas representavam sete anos de muita fome que fariam com que os sete anos de fartura fossem esquecidos.


José também explicou que o fato de Faraó ter sonhado duas vezes, significava que Deus já havia decidido aquela questão, e se apresava em realizá-la. Em outras palavras, nada poderia impedir que o decreto de Deus fosse executado.


Mas em seguida José também informou a Faraó o que deveria ser feito para que o Egito conseguisse atravessar aquele período. Faraó então ficou admirado com o plano relatado por José, e reconheceu que não haveria ninguém mais sábio e criterioso do que o próprio José para guiar o Egito durante aquele tempo.


O texto bíblico deixa claro que Faraó percebeu que em José estava o Espírito Divino. Ele entendeu que havia sido o próprio Deus quem revelou a José todas aquelas coisas. Isso significava que Faraó havia reconhecido que José agia sob o poder de Deus. E foi assim que José foi colocado como Governador de todo o Egito.


Nós não sabemos o grau de entendimento que o pagão Faraó teve a respeito da pessoa do único e verdadeiro Deus, mas sem dúvida toda aquela situação significou uma grande derrota para os deuses egípcios representados pelos sábios de Faraó. Na verdade, em tudo aquilo Deus estava tornando o mal em bem, e cumprindo o seu propósito de salvar a família da aliança, a descendência de Abraão, para o louvor da glória do seu nome.




Não Apagueis o Espírito: O Que Significa Apagar o Espírito Santo?

A ordem bíblica: “não apagueis o Espírito” ou “não extingais o Espírito” significa basicamente que o cristão jamais deve se opor ao Espírito Santo de Deus e sua obra. Em outras palavras, essa é uma advertência aos crentes a respeito de como eles devem conduzir-se em relação ao Espírito Santo e seus dons que são distribuídos à Igreja.


Foi o apóstolo Paulo quem escreveu a exortação “não apagueis o Espírito” em sua primeira carta à igreja de Tessalônica (1 Tessalonicenses 5:19). Na verdade, à luz do fato de que a vinda do Senhor se aproxima, no último capítulo de sua epístola aos crentes tessalonicenses o apóstolo deixou uma série de mandamentos acerca de como deve ser a vida da Igreja; seja no relacionamento do cristão com si mesmo, com os outros e com o Senhor (1 Tessalonicenses 5).


É fácil perceber que ao escrever: “não apagueis o Espírito”, Paulo associa o Espirito Santo ao fogo. Inclusive, essa é uma metáfora bem conhecida empregada no texto bíblico. Por exemplo: quando o Espírito Santo foi derramado no dia de Pentecoste, ocorreu um fenômeno em que apareceram línguas como de fogo distribuídas entre os crentes (Atos 2:3).


Na frase: “não apagueis o Espírito”, o apóstolo aplica um termo grego que significa literalmente “extinguir” ou “apagar”, e comunica a ideia de “sufocar”, “suprimir” ou “abafar” o fogo. Mas a aplicação do significado dessa ordem tem sido abordada pelos estudiosos de formas diferentes. Nesse sentido, há pelo menos duas interpretações principais. 


Não apagueis o Espírito no contexto do uso dos dons


A primeira interpretação defende que a exortação: “não apagueis o Espírito” tem a ver com o ambiente congregacional da Igreja. A ideia é que Paulo registrou essa ordem tendo em mente a maneira como os crentes devem reconhecer o uso dos dons espirituais na Igreja.


Se isso estiver correto, parece que os crentes tessalonicenses estavam, de alguma forma, “apagando o Espírito” ao desprezar algumas manifestações legitimas dos dons do Espírito na Igreja, talvez até por preocupação ou zelo. E como os dons espirituais foram distribuídos para o benefício da Igreja, negligenciá-los seria o mesmo que sufocar o exercício desses dons e, consequentemente, extinguir a manifestação do Espírito.


Nesse caso, então a frase: “não apagueis o Espírito” está diretamente relacionada às ordens subsequentes: “Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem” (1 Tessalonicenses 5:20,21).


Num tempo em que a Escritura ainda não estava completa, a proclamação profética da vontade de Deus tinha um papel orientador fundamental. Desprezar essa realidade significava apagar a chama do Espírito que guiava e edificava a Igreja através do exercício do dom.


Então a solução não era a de que os crentes deveriam receber tudo. Na verdade, eles tinham de examinar todas coisas com o objetivo de separar o verdadeiro do falso; o bem do mal. Em outras palavras, eles tinham de receber toda palavra profética que realmente procedia do Senhor, e rejeitar a palavra má proferida pelos falsos profetas.


Não apagueis o Espírito no contexto geral


A segunda interpretação defende que a ordenança: “não apagueis o Espírito” deve ser entendida de forma mais geral, inclusive com implicações éticas. Esse tipo de interpretação presume que Paulo registra essa advertência numa lista de mandamentos práticos variados que devem ser observados por aqueles que querem andar conforme a vontade de Deus.


Se isso estiver correto, então o significado dessa exortação enfoca mais diretamente a questão da santificação. Assim, apagar o Espírito seria o mesmo que adotar comportamentos que não estão em conformidade com os princípios do Senhor; seria o mesmo que se opor à presença do Espírito Santo e sua atuação na vida do cristão.


Ao seguir por esse caminho, o crente então falha em seu compromisso na santificação, e sua conduta pecaminosa acaba extinguindo a chama do Espírito Santo em sua vida diária. Nesse caso, a ordem: “não apagueis o Espírito” se mostra semelhante a outra exortação bíblica muito conhecida: “não entristeçais o Espirito Santo de Deus” (Efésios 4:30).


Seja como for, independentemente da interpretação adotada, a verdade é que todo cristão verdadeiro deve reconhecer a essencialidade da pessoa e obra do Espirito Santo na vida da crente. O Espírito Santo é quem distribui os dons divinos para o bem da Igreja de Cristo, e conduz os redimidos a um modo de vida que agrada a Deus.




Quem Foi Potifar na Bíblia?

Potifar foi um oficial de Faraó no tempo em que José, filho de Jacó, foi levado ao Egito. O nome Potifar provavelmente significa “a quem Rá deu”, no sentido de ter colocado na terra. Rá era o deus sol cultuado no antigo Egito. Esse significado vem do entendimento adotado por muitos estudiosos de que o nome Potifar é uma forma abreviada do nome Potífera. 


Se isso estiver correto, então o oficial de Faraó e o sacerdote da cidade de Om que posteriormente se tornou sogro de José do Egito, tinham o mesmo nome. Contudo, isso não quer dizer que Potifar e o pai de Azenate, esposa de José, eram a mesma pessoa. 


A história de Potifar 


Potifar era um egípcio que, de acordo com a Bíblia, servia como oficial de Faraó e capitão da guarda (Gênesis 37:36; 39:1). Um ponto interessante na descrição bíblica de Potifar é que a palavra hebraica aplicada é a mesma para “eunuco”. Inclusive, algumas traduções da Bíblia em português se refere a Potifar exatamente assim, como eunuco de Faraó. 


No entanto, os eruditos explicam que o significado mais geral e antigo dessa palavra indicava um cortesão, ou seja, um oficial da corte. Assim, o sentido de eunuco é um significado mais restrito da mesma palavra usada para designar um oficial da corte que servia no alojamento das mulheres. 


Mas no caso de Potifar, um homem casado, obviamente o sentido mais apropriado dessa palavra é mesmo aquele faz referência a um oficial que ocupava uma posição privilegiada exercendo um cargo de confiança na corte de Faraó. 


De acordo com os historiadores da história egípcia, o tipo de cargo ocupado por Potifar como “capitão da guarda”, fazia dele o líder do corpo da guarda real. Alguns comentaristas sugerem que talvez Potifar fosse um tipo de mordomo no palácio Egípcio, mas isso parece ser bem pouco provável. 


José na casa de Potifar


Potifar aparece na história bíblica em conexão com a chegada de José ao Egito. A Bíblia diz que os irmãos de José praticaram uma grande maldade contra ele e acabaram-no vendendo a uma caravana de mercadores ismaelitas que estava seguindo em direção ao Egito. Dessa forma, José foi parar em terras egípcias para ser vendido como escravo. 


No Egito, Potifar se interessou e comprou José para servir em sua casa. O texto bíblico não informa qual foi o preço que Potifar pagou por José. Mas como os ismaelitas tinham comprado José de seus irmãos por vinte ciclos de prata, muito provavelmente a quantia paga por Potifar era superior a isso para que os ismaelitas pudessem ter algum lucro. 


Apesar das circunstâncias, na casa de Potifar o escravo José prosperou. A Bíblia deixa claro que essa condição improvável se devia ao fato de que o Senhor estava com José. Inclusive, Potifar percebeu que José era um homem abençoado por Deus e o colocou como um tipo de mordomo responsável pela gestão de todos os seus bens. 


O texto bíblico ainda informa que desde que Potifar deu essa responsabilidade a José, o Senhor abençoou muito a sua casa por amor a José (Gn 39,5). Na verdade, com José em sua casa, Potifar tinha de se preocupar apenas com seus assuntos mais pessoais (Gn 39:6). 


A maldade da esposa de Potifar 


Se por um lado Potifar parecia ter grande estima por José, por outro a esposa daquele oficial egípcio colocou seus olhos sobre José de forma lasciva. A Bíblia diz que José era um homem formoso de porte e de semblante (Gn 39:6). 


Então a mulher de Potifar começou a pressionar José para que ele se deitasse com ela. Mesmo naquele tempo, o adultério já era reconhecido por muitos povos do antigo Oriente Próximo como uma transgressão muito grave; a ponto de os antigos códigos legais estabelecerem a pena de morte como a punição adequada aos adúlteros.


José, no entanto, era um homem muito integro e temente a Deus. Para José, Potifar havia lhe confiado a administração de sua casa e jamais ele poderia trair a sua confiança tendo qualquer relacionamento com aquela mulher. Mais do que isso, José também sabia que se ele cedesse ao ataque da esposa de Potifar, ele pecaria contra Deus (Gn 39:9).


Mas diante da firmeza de José, a esposa de Potifar não desistiu, até que num certo dia ela agarrou José pela roupa e tentou forçá-lo a ter relações com ela. José então fugiu daquela mulher deixando sua roupa nas mãos dela. Foi aí que a esposa de Potifar chamou os homens de sua casa e acusou falsamente José de tentar violentá-la.


Potifar prende José


Mais tarde, quando Potifar voltou a sua casa, aquela mulher mentirosa sustentou a sua versão dos fatos, e José acabou sendo preso. Um escravo que tentasse violentar a esposa de seu senhor, provavelmente era morto. Mas como José foi apenas mandado à prisão, muitos estudiosos acreditam que talvez Potifar tenha, de alguma forma, desconfiado do testemunho de sua mulher.


Seja como for, a verdade é que José foi mandado para o cárcere que recebia os presos da corte de Faraó. É claro que em tudo isso o propósito de Deus estava sendo cumprido, e todo aquele mal seria tornado em bem.


Depois dessas coisas, nada mais é dito na Bíblia a respeito da história de Potifar. Alguns comentaristas conjecturam que talvez o chefe dos carcereiros que confiou em José na prisão fosse o próprio Potifar. Outros sugerem que Potifar não era necessariamente o carcereiro-mor, mas, sim, o chefe da guarda que posteriormente entregou o padeiro e o copeiro de Faraó aos cuidados de José.


Como o texto bíblico diz que o cárcere ficava na casa do capitão da guarda, e se estiver correta a suposição de que Potifar era o capitão da guarda responsável pelo cárcere, então José ficou aprisionado nas dependências da casa de Potifar. De qualquer forma, o texto bíblico não é claro nesse sentido e nada sobre isso pode ser afirmado com certeza.




O que é o corpo corruptível e o corpo incorruptível citado na Bíblia?

Corpo corruptível e o corpo incorruptível


(1) Na sua explicação Paulo demonstra que Jesus Cristo é o modelo da ressurreição dos mortos realizada por Deus e que ela ocorreu de fato e foi testemunhada por muitos (1 Coríntios 15:1-11).

Na sequência Paulo mostra que a ressurreição dos mortos está totalmente ligada a fé cristã e que é uma esperança dos servos de Deus.


Levanta em seguida um questionamento sobre essa ressurreição e o corpo das pessoas pra complementar sua explicação: “Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que corpo vêm?” (1 Coríntios 15:35). 


(2) Paulo explica que haverá uma mudança no corpo das pessoas, pois o corpo mortal não poderá receber uma herança que é imortal, eterna (a salvação).


Segue-se o verso: “Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade” (1 Coríntios 15:53). Vamos agora analisar esses dois termos: corruptível e incorruptibilidade.


(3) A palavra grega “phthartos”, traduzida por “corruptível” na versão que usamos, significa algo que perece, que estraga.


Portanto, “corpo corruptível” é uma citação que indica o nosso corpo mortal, que envelhece, que morre, que se decompõe com a nossa morte. Em outras palavras, ele se torna pó.


Esse corpo, mostra Paulo, não pode herdar a salvação, pois não é compatível com a realidade espiritual plena, pois foi maculado pelo pecado e é destruído pela morte.


(4) A palavra grega “aphtharsia” traduzida por “incorruptibilidade” na versão que usamos, significa algo que não se estraga, eterno, perpétuo, algo que não apodrece.


Portanto, “se revista de incorruptibilidade” é uma citação que indica uma transformação a ser realizada em nós. Paulo mostra que Deus transformará os nossos corpos mortais em corpos imortais (1 Coríntios 12:52), capazes de gozar a nova realidade de vida proporcionada por Deus:


“E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória” (1 Coríntios 15:54).


Assim como Cristo venceu a morte, Seus servos também a vencerão com essa ação de Deus neles.


(5) Portanto, em resumo, temos duas realidades mostradas no texto: a primeira é a realidade atual, onde nosso corpo ainda perece, morre, se decompõe. Essa realidade continuará até a segunda vinda de Cristo.


Após essa vinda de Cristo os nossos corpos corruptíveis serão transformados em corpos incorruptíveis pelo poder de Deus.


Isso é necessário para que possamos viver plenamente e completamente (corpo e espirito) a nova realidade do céu, eterna, sem pecado, sem dor, sem pranto.


Alguns questionam: qual será a aparência desse novo corpo que teremos? De criança, de jovem, de adulto, de velho? A essa dúvida não temos resposta, Deus não nos revelou na palavra.



Por que em Levítico 21:17-23 Deus proíbe pessoas deficientes de prestar culto?

Deus proíbe pessoas deficientes de prestar culto?


(1) É verdade que a Bíblia diz em Romanos 2:11 que Deus não faz acepção de pessoas. No entanto, nesse texto Paulo está tratando do julgamento de Deus


Deus punirá o ímpio sendo ele judeu ou de outro povo e honrará o fiel sendo ele judeu ou de outro povo. Esse é o foco de Paulo.


Não podemos aplicar esse texto quando vemos Deus estabelecendo pessoas a Seu critério para trabalhos especiais no Antigo Testamento, pois Deus estabelece as regras necessárias ao trabalho e isso não é fazer acepção de pessoas, conforme veremos a seguir.


(2) Em Levítico 21:17-23 encontramos algumas regras para os sacerdotes da família de Arão e não uma regra geral para qualquer pessoa com deficiência.


Sacerdotes eram representantes das outras pessoas, assim, simbolicamente, representavam a santidade e perfeição plena, que deveria ser visível tanto em seu corpo físico quanto em seu caráter.


Por isso, Deus estabelece aqui que pessoas com certos defeitos físicos não poderiam realizar esse trabalho específico: “Fala a Arão, dizendo: Ninguém dos teus descendentes, nas suas gerações, em quem houver algum defeito se chegará para oferecer o pão do seu Deus” (Levítico 21:17).


(3) Também devemos pontuar que estamos falando de uma época onde não havia acessibilidade como hoje em dia, fazendo com que a maioria dos trabalhos realizados pelos sacerdotes fosse quase impossível de ser realizado, por exemplo, por um cego ou coxo.


Temos aqui uma proteção visível de Deus a essas pessoas, pois as regras das práticas do sacerdócio eram bem severas, sendo quase impossível que alguém com deficiência as cumprisse plenamente naquele tempo.


(4) Por isso, Deus não faz nenhuma acepção preconceituosa aqui. Tanto isso é verdade que Deus provê às pessoas com deficiência que existam na família sacerdotal que se alimentem da porção devida aos sacerdotes:


“Comerá o pão do seu Deus, tanto do santíssimo como do santo” (Levítico 21:22).


Ou seja, eles poderiam aproveitar os direitos que as pessoas da família de Arão tinham, mas estariam liberados dos deveres devido sua deficiência, o que indica um cuidado especial de Deus pela família sacerdotal.


(5) Hoje em dia não temos mais quaisquer regras nesse sentido. Observe, por exemplo, em 1 Timóteo 3, lá temos as qualificações para os presbíteros da igreja e não encontramos quaisquer requisitos físicos listados.


Isso nos leva a entender que essas regras de Levítico tinham um objetivo específico e pontual focado nos trabalhos dos sacerdotes na antiga aliança.


Além, é claro, da proteção às pessoas com certas deficiências que teriam dificuldade em realizar os trabalhos, temos a simbologia do sacerdote perfeito fisicamente que representava o povo e que aponta para um sacerdote perfeito em todos os sentidos, que hoje sabemos ser Jesus Cristo.


Em Cristo Jesus todos nós somos sacerdotes, deficientes ou não: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).




Cremação é pecado? Existe menção de cremação na Bíblia?

(1) Existem alguns casos na Bíblia em que o corpo de uma ou mais pessoas foram cremados. No entanto, não de forma amistosa, mas para eliminar tudo que pudesse lembrar aquela pessoa.


A primeira citação que encontramos da cremação na Bíblia é esta: “Disse Josué: Por que nos conturbaste? O SENHOR, hoje, te conturbará. E todo o Israel o apedrejou; e, depois de apedrejá-los, queimou-os” (Josué 7:25).


Isso aconteceu com Acã e os seus, pois violaram as ordens de Deus naquela ocasião. Todos eles tiveram seus corpos cremados como uma forma de punição pelos graves erros que cometeram.


Um outro exemplo de cremação na Bíblia é a de Saul e seus filhos: “todos os homens valentes se levantaram, e caminharam toda a noite, e tiraram o corpo de Saul e os corpos de seus filhos do muro de Bete-Seã, e, vindo a Jabes, os queimaram” (1 Samuel 31:12).


Davi aprovou essa atitude desses homens em 2 Samuel 2:4-6, pois a considerou respeitosa, pois os inimigos de Saul poderiam pegar seu corpo e desrespeitar, o que não agradava em nada a Davi, pois o considerava como um ungido do Senhor. Sendo assim, todos eles foram cremados como um ato de respeito e consideração porque Saul havia sido rei de Israel.


(2) Apesar desses exemplos, o que podemos notar é que a forma mais usual de lidarem com os corpos dos mortos mencionada na Bíblia é o sepultamento através do enterro, seja diretamente na terra ou mesmo em sepulcros construídos, que eram uma espécie de cemitério privado: Gênesis 25:9, Gênesis 50:13, Josué 24:30, Juízes 16:31, 1 Samuel 25:1, Mateus 14:12, etc.


Textos bíblicos dizendo que a cremação é pecado?


(3) Alguns, para apoiar que a cremação é pecado, usam o texto de Jesus em João 5:28: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão”.


Eles argumentam que o correto é o modo convencional de enterro, pois Jesus disse que no julgamento final as pessoas deverão “sair do túmulo”.


No entanto, essa interpretação não se sustenta, pois Jesus não está falando nesse texto sobre o modo de sepultamento dos corpos, mas apenas falando do julgamento dos que já estiverem mortos por ocasião do dia do grande juízo final.


Tanto é verdade que existem mortos em tragédias nos mares, nos rios, que morreram queimados, por exemplo, e que não foram sepultados de forma convencional. O que aconteceria com esses? Não seriam julgados por Deus? Logo, observamos que essa interpretação não se sustenta.


(4) Também já encontrei argumentos dizendo que a cremação é pecado baseados em Deuteronômio 18:10: “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro”.


Essa é mais uma interpretação distorcida. O texto está falando sobre práticas de feitiçaria e ocultismo, onde crianças eram sacrificadas e queimadas aos deuses (confirma também Levítico 20:2-5). Essa é a proibição que temos nesse texto, nada relacionado a forma de sepultamento.


O crente pode ser cremado?


(5) Numa análise completa da Bíblia não encontramos qualquer proibição ou indicação referente ao modo correto ou incorreto de sepultamento dos corpos dos falecidos.


Sendo assim, qualquer pessoa, baseada em seus desejos e condições pessoais, pode optar ou não pela cremação sem qualquer problema.


A cremação não é pecado e não causa qualquer problema de ordem espiritual nem para a pessoa nem para a família. Aliás, é uma forma extremamente moderna e ecologicamente correta de lidarmos com os corpos de pessoas falecidas.


Se fosse mais acessível e barato certamente mais pessoas poderiam optar por ela. O conceito de que a cremação é pecado não pode ser sustentado usando a Bíblia.




segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Como parar de fazer escolhas das quais você se arrepende…


Pessoa segurando a cabeça com as mãos“Pois eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo. Pois não faço o bem que quero, mas justamente o mal que não quero fazer é que eu faço.”

ROMANOS 7:18-19

Relembre uma decisão que você fez recentemente que desonrou a Deus. Talvez a escolha parecia divertida no momento ou talvez você não sabia como dizer “não”. Talvez você se sentiu preso ou cansado e não viu outra alternativa. Todos já fizemos coisas que nos colocam pra baixo e nos fazem pensar: “Por que eu faço aquilo que eu sei que é errado?”

O mundo nos incentiva a “seguir nossos corações”, mas nossos sentimentos podem facilmente nos levar a fazer coisas que não estão alinhadas com a vontade de Deus. Entretanto, com a ajuda do Senhor, podemos quebrar ciclos que nos levam a tomar decisões ruins.

O que é pecado?

Quando Adão e Eva decidiram buscar algo “bom” além de Deus, a decisão deles permitiu que a maldade entrasse no mundo. Nas Escrituras, o pecado é normalmente usado para descrever ações que erram o alvo onde Deus nos pediu para mirar: viver uma vida centrada em amar a Deus e aos outros.

Embora existam ações universais que desonram a Deus, pequenos atos de desobediência também nos levam para longe Dele. O apóstolo Tiago escreveu que “é pecado saber qual é a coisa certa a ser feita e depois não fazê-la.”

Em outras palavras, se você sabe o que Deus está te pedindo para fazer e ainda decide desobedecê-Lo —então você está desprezando a autoridade do Senhor em sua vida. O pecado nos atrai porque é auto gratificante, mas o seu fim é a separação eterna de Deus e dos outros.

Como mudar?

Enquanto ainda éramos pecadores, Jesus veio e morreu por nós. Seu sacrifício voluntário e Sua separação de Deus levaram à nossa reconciliação com EleNada disso é porque merecemos, mas porque o Senhor quis assim. Deus quer nos ajudar a mudar porque Ele sabe que não podemos vencer o pecado por nós mesmos.

Então, se você não conhece Jesus, o primeiro passo que pode tomar para vencer o pecado é convida-Lo para transformar a sua vida.

Mas se você já pertence a Jesus — Ele já lhe deu a graça, força e perdão necessários para viver uma vida que honre a Ele. Então, caso se encontre fazendo escolhas das quais vai se arrepender, aqui estão alguns passos práticos que você pode dar:

  1. Continue aproximando-se de Deus todos os dias.

  2. Quanto mais tempo você passar com Deus, mais você vai querer honrá-Lo e fazer a Sua vontade, e isso faz o pecado ser menos atraente. Com o passar do tempo, Deus vai transformar a sua mente e mudar o seu jeito de pensar.

    Tente passar 15 minutos com Deus todos os dias dessa semana e veja o que acontece. A oração é um ótimo lugar para começar.

  3. Conecte-se à Comunidade.

  4. Não fomos criados para viver a vida sozinhos —fomos feitos para edificar uns aos outros. As pessoas que te cercam influenciarão as escolhas que você faz. Considere pedir a algumas pessoas que você conhece e admira —virtual ou pessoalmente— para buscar a Deus com você.

    Experimente ler um Plano com Amigos.

  5. Peça a Deus para sondar seu coração.

  6. Só podemos mudar quando permitimos que Deus nos mude. Considere salvar a seguinte Oração em seu app da YouVersion e, a cada dia, peça a Deus para transformá-lo:

Deus,

não quero ter maus hábitos ou tomar decisões erradas que não levam à uma vida abundante. Por favor, sonda-me e conhece o meu coração. Prova os meus pensamentos ansiosos. Mostre qualquer coisa em mim que Te ofende e me guia pelo caminho da vida eternaRenove a minha mente para que eu possa conhecer a Tua vontade e possa andar nela. Eis-me-aqui, Senhor. Entrego o meu coração, eu sou Teu.

Por Que Deus Disse “Façamos o Homem à Nossa Imagem”?

Quando Deus criou o homem no sexto dia da criação, Ele disse “façamos o homem a nossa imagem” (Gênesis 1:26). Algumas pessoas não entendem por que esta frase aparece na Bíblia em sua forma plural. Por este motivo elas se perguntam com quem Deus estava falando quando disse isto. 


Alguns alegam que Deus estava falando com os anjos. Outros entendem que Deus estava falando com a natureza. Já outros argumentam que o plural é aplicado por uma exigência gramatical do hebraico. Por fim, há também os que defendem que Deus estava falando com sigo mesmo. Vamos entender melhor isto a seguir.


O que significa “façamos o homem a nossa imagem”?


Como já foi dito, diferentes interpretações se propõem a explicar por que Deus disse “façamos o homem a nossa imagem”. No geral, tais interpretações são as seguintes:


1. O “façamos o homem” indica um discurso de Deus diante de sua criação. Esta interpretação entende que Deus estava dialogando com o restante da criação. O problema é que o texto de Gênesis claramente estabelece uma distinção entre Deus e o homem do restante da criação, o que logicamente torna esta hipótese sem sentido algum.


2. O “façamos o homem à nossa imagem” é uma exigência gramatical. A palavra utilizada no capítulo 1 de Gênesis em referência a Deus é o hebraico Elohim. Esse termo está em sua forma plural, não no sentido de indicar quantidade, como se houvesse mais de um Deus, mas no sentido de indicar intensidade. Assim, esse termo expressa a plenitude da majestade do único e verdadeiro Deus. 


Logo, como o termo que designa Deus no texto aparece na forma plural, naturalmente o “façamos” e o “nossa” se harmoniza a esta característica, contribuindo para a ideia de intensificação. Os críticos desta interpretação alegam que o substantivo adverbal “façamos” no hebraico pode se adequar a este princípio, mas o pronome “nós” não pode ser aplicado como um plural de majestade e intensidade.


3. O “façamos o homem à nossa imagem” considera a corte angelical do céu. Esta interpretação sugere que quando Deus disse “façamos o homem à nossa imagem”, Ele estava dialogando com os anjos. No Antigo Testamento os seres celestiais às vezes são chamados de “filhos de Deus” ou, genericamente, de “deuses”, com o próprio hebraico elohim (cf. Salmos 8:5; Hebreus 2:7).


A grande fraqueza desta interpretação é que a Bíblia não sugere em nenhum momento um ato participativo dos anjos na criação (cf. Isaías 40:39,40). No entanto, quem defende esta interpretação responde tal critica dizendo que os anjos de fato não participaram do ato de criação do homem, mas apenas o contemplaram (cf. Jó 38:7). Por este motivo Deus, em uma dimensão celestial, disse “façamos o homem à nossa imagem”


4. O “façamos o homem a nossa imagem” é um plural deliberativo. Isto significa que Deus estava falando com Ele mesmo, algo que parece se repetir em outras passagens bíblicas (Gênesis 3:22; 11:7). Esta interpretação também se enquadra na teologia cristã da Trindade que indica a pluralidade que há no único Deus (João 1:3; Efésios 3:9; Colossenses 1:16; Hebreus 1:2). Ela ainda se harmoniza gramaticalmente ao texto, inclusive, explicando a alternância que há nele entre o plural e o singular.


Algumas pessoas alegam que a fraqueza desta posição é que nas outras vezes em que o pronome plural “nós” é aplicado com referência a Deus, talvez não estejam se referindo especificamente à Trindade. Um exemplo disto é a passagem de Isaías 6:8, onde a pergunta “quem enviarei, e quem há de ir por nós”, provavelmente esteja considerando o Senhor e sua corte celestial. 


Todavia, analisando Gênesis 1:26 à luz de outros textos das Escrituras, sem dúvida a melhor interpretação do significado de “façamos o homem à nossa imagem” é que realmente esta expressão seja um dialogo de Deus com sigo mesmo. Assim ela indica toda sua plenitude em harmonia com o hebraico Elohim, e ainda aponta para a verdade sobre sua tri-unidade revelada mais nitidamente no Novo Testamento (cf. João 1:1; 14:23; Hebreus 1:3).

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

A Queda do Homem

A Queda do Homem é o momento registrado na Bíblia Sagrada em que Adão e Eva desobedeceram a Deus. Esse terrível ato do primeiro casal também é chamado de Pecado Original, visto que foi nesse momento que o pecado contaminou a humanidade e causou a separação entre Deus e o homem.

 

Entender o que é a Queda do Homem é algo fundamental para a compreensão do restante das Escrituras, sobretudo o plano de redenção com o sacrifício de Jesus no Calvário. Além disso, a  Queda do Homem também explica perfeitamente a situação atual em que a humanidade se encontra.


A Queda do Homem foi um evento histórico?

 

A Queda do Homem foi um evento histórico, e não existe espaço na Bíblia para outro tipo de interpretação. Algumas pessoas insistem em tentar interpretar a história da Queda do Homem como uma alegoria ou um mito. Mas a Bíblia é clara ao afirmar a historicidade desse evento. Qualquer interpretação que desconsidera essa realidade contradiz as Escrituras.

 

Para os que defendem uma conciliação entre o evolucionismo e o criacionismo, a Queda do Homem foi o momento do “despertar da autoconsciência” e da personalidade do homem. Mas esta é uma interpretação totalmente contrária ao relato bíblico dos primeiros capítulos do livro de Gênesis.

 

A verdadeira doutrina bíblica é a que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. O homem foi dotado de intelecto, capacidade de governo, tomada de decisão e responsabilidade moral. Se tirarmos ou ignorarmos a historicidade da Queda do Homem, então será impossível interpretar a Bíblia.

 

A Queda do Homem no Novo Testamento

 

O Novo Testamento reafirma a posição histórica deste evento e detalha a relação entre a queda de Adão com os acontecimentos atuais. O apóstolo Paulo faz uma explanação tão especifica entre Adão e Cristo que, se alguém interpretar Adão como um mito, então fatalmente Cristo também deverá ser interpretado como um mito (Rm 5:12; 1Co 15; 1Tm 2:14).

Também é no Novo Testamento que vemos que o primeiro Adão introduziu o pecado no mundo. Mas Cristo, o segundo Adão, veio para reverter as obras do primeiro Adão, provendo uma solução para o pecado.

 

Como aconteceu a Queda do Homem?

 

A Bíblia nos diz claramente como ocorreu a Queda do Homem. Satanás utilizou a serpente para se aproximar de Eva. Ao invés de confrontar Adão, a serpente então tentou a mulher. É interessante notar no relato bíblico que Eva havia recebido apenas indiretamente o mandamento de Deus em relação a árvore do conhecimento.

 

O relato bíblico descreve em detalhes o processo do pecado da seguinte forma:

 

Primeiramente veio a sugestão para duvidar da Palavra de Deus.

 

Depois aconteceu o famoso “isto não tem problema”, onde a Palavra de Deus foi desacreditada.

 

Como consequência, a autossuficiência tomou o coração do homem, resultando, por último, na desobediência.

 

Perceba que a sequencia da tentação foi basicamente a mesma de qualquer pecado que é cometido atualmente. Sob esse aspecto, é fácil perceber que o pecado já havia dominado Eva antes mesmo de ela comer o fruto. Ao estender as mãos em direção ao fruto, com a intenção que havia em seu coração, Eva, naquele momento, já era uma pecadora. Ao comer o fruto, o pecado foi apenas consumado.

 

Eva não resistiu a tentação da serpente. Ela comeu do fruto da árvore do conhecimento. Por fim, Eva também deu do fruto a seu marido. Logo os olhos de Adão e Eva foram abertos e eles se esconderam, pois descobriram que não estavam vestidos.

 

Questionado por Deus, o comportamento do primeiro casal caracterizou o típico comportamento do pecador. Adão tentou colocar a culpa no próprio Deus, e, consequentemente, na mulher. Ele disse: “foi a mulher que Tu me destes”. Eva, por sua vez, jogou a culpa na serpente. Esse comportamento ainda continua o mesmo, pois sempre tentamos buscar justificativas para nossos erros. Precisamos aprender que Deus perdoa pecados e não justificativas.

 

Qual era o fruto da árvore do conhecimento?

 

Definitivamente a Bíblia não explica ou específica qual era o fruto da árvore do conhecimento que Adão e Eva comeram. Mas seja como for, ele é uma ilustração para o conhecimento ilimitado que o homem desejou adquirir através de sua desobediência.

 

Popularmente esse fruto passou a ser representado pela maçã. No entanto, isso é apenas um simbolismo amplamente usado em encenações sobre a Queda do Homem, a qual exigem um fruto para atuação. De fato a Bíblia não dá nenhum indício de qual fruto esteve envolvido na Queda do Homem.

 

A sentença após a Queda do Homem

 

Logo após a Queda, Adão e Eva foram tomados por um sentimento de culpa. Rapidamente eles foram avisados da separação que o pecado causou entre eles e Deus. O próprio ato imediato de o casal ter se escondido, aponta para essa realidade. Ao se encontrarem com Deus, Adão e Eva receberam a seguinte sentença: 


1 - A morte seria uma realidade a partir daquele momento. 

2 - Haveria dores tanto para o homem quanto para mulher (principalmente no parto). 

3 - O suor seria constante na sobrevivência humana. 

4 - Eles seriam banidos da presença de Deus.

 

É importante entender que Deus criou o homem como um ser pessoal, moral e com capacidade intelectual e de discernimento. Isto significa que ao mesmo tempo em que o homem era inocente por conta de sua natureza que não havia sido contaminada pelo pecado, ele também era capaz de fazer escolhas livremente. Ele estava apto a julgar o que era bom e o que era mau.

 

A diferença é que Adão e Eva conheciam o mal de uma maneira bem diferente antes da Queda. Podemos dizer que eles conheciam o mal como algo que fosse contrário a Deus e Suas ordens. Era um tipo de conhecimento por contraste. Qualquer coisa ou situação que se encaixasse nessa descrição, seria o mal. Após o Pecado Original, o homem passou a conhecer o mal de forma experimental.

 

Ainda sobre a sentença dada por Deus em decorrência da Queda do Homem, é interessante destacarmos alguns pontos conforme veremos a seguir.

 

A sentença sobre a mulher após a Queda do Homem

 

Deus disse que multiplicaria as dores de parto da mulher. Isto significa que sem o pecado o parto seria um processo natural e sem complicações. Algumas pessoas tentam sugerir que, pelo fato de Deus ter falado que aumentaria as dores de parto, Eva talvez tivesse tido alguma experiência de parto anterior à Queda do Homem. Mas este tipo de interpretação é uma heresia e contradiz completamente as Escrituras. A doutrina bíblica aponta para a verdade de que Adão e Eva não tiveram filhos antes do pecado.

 

Deus também falou que a mulher seria dominada pelo homem. Todavia, devemos perceber que antes mesmo da Queda a mulher já era auxiliadora do homem. Antes do pecado Adão já era o líder natural. Ele foi criado primeiro e designado por Deus para essa função.

 

Logo, é preciso entender que quando Deus disse que a mulher seria “dominada pelo homem”, aquela submissão que antes era natural agora seria um tipo de obrigação, um castigo; também pelo fato de que a liderança do homem não seria mais a mesma. Antes da Queda o homem exercia uma liderança perfeita, santa e sem maldade. Já depois do pecado, essa liderança foi corrompida com o machismo, a violência, o autoritarismo, a corrupção etc. Em outras palavras, após a Queda do Homem o que era “liderança” passou a ser “domínio”.

 

A sentença sobre o homem e a natureza após a Queda

 

Por causa do pecado de Adão, líder da criação de Deus, a terra foi feita maldita e a natureza se tornou hostil ao homem. A Queda também é a origem dos desastres naturais e de qualquer distúrbios da natureza. Aqui também entendemos como a grande maioria dos animais não aceita a presença do homem. Isso é muito triste, pois aquele que antes deu nome a cada um dos animais, após a Queda passou a ser identificado por eles como um inimigo.

O homem também foi sentenciado a se sustentar com o suor de seu trabalho. Ao contrário do que alguns pensam, antes da Queda o homem já desempenhava um trabalho. No entanto as tarefas já existentes antes do pecado seriam transformadas em algo penoso e muitas vezes desagradável.

 

O trabalhado que antes era algo natural e satisfatório, passou a ser um castigo. Além disso, as condições também mudaram, pois a terra passou a não produzir mais com tanta facilidade. Em vez de dar apenas bons frutos, a terra começou a produzir espinhos e cardos para dificultar o trabalho e o sustento do homem. Por fim, após a Queda do Homem Deus também avisou Adão que a partir daquele momento ele conheceria algo até então desconhecido: a morte.

 

A sentença sobre a serpente após a Queda do Homem

 

Sabemos que a serpente, um disfarce para Satanás no momento da Queda do Homem, também foi penalizada por Deus. A sentença mais significativa e emblemática foi a inimizade entre a semente da serpente e a semente da mulher. Isso significa que a partir da Queda do Homem, a humanidade está dividida entre aqueles que são fiéis e amam a Deus, e aqueles que são conduzidos à rebelião contra Deus e amam a si mesmos.

 

Essa sentença engloba tanto o sentido coletivo, conforme foi citado acima, quanto o sentido individual, se referindo ao descendente da mulher que esmaga a cabeça da serpente. Isto foi cumprido na batalha decisiva ganha por Jesus na cruz ao aplicar o golpe fatal sobre Satanás.

 

Realmente existe alguma dificuldade em se interpretar a sentença sobre a serpente como espécie que serviu de personificação para Satanás na ocasião da Queda do Homem. Isto acontece por conta do duplo sentido com referência ao próprio Satanás.

 

Alguns intérpretes consideram que as expressões “rastejaras sobre o teu ventre” e “comerás pó todos os dias” são aplicadas diretamente a serpente; embora se admita que o pó é um símbolo de humilhação infame e que, nesse caso, também faz referência a humilhação de Satanás.

 

Com base nessas expressões, os estudiosos tentam especular como era a serpente, como espécie, antes do castigo. Alguns acreditam que ela possuía pernas, enquanto outros defendem que ela tinha asas. Por último, há quem defenda que ela sempre rastejou, mas que após a Queda do Homem sua forma de se locomover se tornou um sinal de humilhação. Tais teorias são apenas especulações, pois a Bíblia não esclarece esse detalhe.

 

A Queda do homem e os efeitos para toda humanidade

 

No último versículo do capítulo 3 de Gênesis, lemos que Adão e Eva foram expulsos do jardim do Éden. Eles também foram impedidos de se aproximarem novamente da árvore da vida. A partir dali, as consequências da desobediência não ficariam isoladas ao primeiro casal. A sentença proferida por Deus atingiu toda a humanidade! O pecado se tornou universal, e todos foram separados de Deus.

 

Na Queda do Homem com Adão, todos pecam. O apóstolo Paulo escreveu que “todos morrem em Adão” (1 Coríntios 15:22; Romanos 5:12-19). Isto significa que o homem já nasce contaminado pelo pecado. É exatamente esse conceito que alguns estudiosos chamam de “Pecado Original”, porque é derivado da raiz da humanidade. Todo indivíduo já nasce com ele, e, consequentemente, esse primeiro pecado é a origem de todos os outros pecados cometidos pelos homens. O salmista também observou isto:

 

‘E não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente’. - (Salmos 143:2)

 

Quando assumimos a verdadeira doutrina bíblica sobre a Queda do Homem, percebemos então que todo homem é culpado e merecedor do castigo divino. A punição pelo pecado não é uma injustiça por parte de Deus, ao contrário, é justiça. Em outras palavras, a injustiça do homem é causa da justiça de Deus.

 

Algumas pessoas questionam se isso não parece injusto, já que toda a humanidade herdou o pecado de um só homem. Sobre isto, é preciso perceber que Adão foi criado como líder e representante de toda a raça humana. Ele não possuía pecado, foi criado pessoalmente por Deus e seu código genético era perfeito. Com certeza ele era o mais bem preparado entre todos os homens para representar a humanidade.

 

Adão tinha tudo o que precisava, mas não foi o suficiente para ele. O triste nessa história é que nenhum de nós, no lugar dele, teria feito melhor.

 

A Queda e a depravação humana

Tudo isto significa que o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, com capacidade de governo e livre decisão, isto é, apto ao livre arbítrio, agora se encontra incapaz de decidir pelo bem em relação a Deus, pois não possui mais a bondade original com a qual foi criado. A imagem de Deus foi distorcida no pecador. Com seu entendimento cegado, o homem é controlado em todos os aspectos pela perversidade. Naturalmente, agora ele vive em completa rebelião contra Deus.

 

Essa condição não significa que o homem é tão mal quanto possa ser; nem mesmo que o homem seja incapaz de pensar ou realizar alguma coisa boa. A imagem de Deus no homem não foi completamente perdida. Além disso, o próprio Deus, por sua infinita misericórdia, derrama sobre todos a Graça Comum.

 

O que aconteceu foi que, após a Queda, o homem passou a ser portador de uma natureza corrupta que impossibilita a realização de qualquer bem espiritual. Isto significa que em relação a Deus, o homem, por si só, é incapaz de fazer algo bom.

 

Este ponto enfatiza a verdade bíblica de que se não for pela Graça Salvadora, o homem nunca escolherá Deus. A única maneira de o homem seguir os mandamentos do Senhor e ter uma conduta de vida que agrada a Deus, é se o próprio Deus intervir.

 

Os efeitos da Queda do Homem também atingiram a terra física e toda a criação (Gênesis 3:17; Romanos 8:20-22). O homem, a coroa da criação, caiu, e sua desobediência trouxe consequências terríveis para toda a terra. Tais consequências só serão aniquiladas no novo céu e nova terra.

 

A Queda do Homem e a providência Divina

 

Por fim, diante desse evento tão triste e em meio às sentenças de Deus em relação à desobediência do homem, temos notícias de que a Queda não pegou Deus de surpresa. O próprio Deus revelou no episódio da Queda do Homem que ainda havia esperança; uma esperança decretada por Ele ainda antes da fundação do mundo (Efésios 1:4) e anunciada em Gênesis 3:15.

 

Ali, o Evangelho foi anunciado pela primeira vez, apontando para o mistério revelado plenamente no Novo Testamento, onde a antiga serpente feriu o calcanhar do Filho de Deus, porém teve sua cabeça esmagada, sendo derrotada de forma irreversível.

 

Sobre isto, o apóstolo Pedro escreveu que a redenção veio pelo “precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado; o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós” (1 Pedro 1:19,20).

 

Agora fica mais fácil percebermos que no versículo 24 do capítulo 3 de Gênesis, a expulsão do homem do jardim e a proibição à árvore da vida foram, na verdade, uma benção para a humanidade. Isto porque sabemos que quando nossa vida terrena chegar ao fim, então, finalmente, mais uma vez estaremos com Deus. Portanto, nesse aspecto a morte é uma providência Divina.

 

As doutrinas sobre a Queda do Homem

 

Ao longo da história do cristianismo, ensinos contrários à verdade bíblica de que o pecado atingiu todas as áreas do homem, foram introduzidos na Igreja.

 

Geralmente tais doutrinas possuem raízes nos ensinos de Pelágio, que, de forma resumida, ensinava que o pecado de Adão atingiu somente a ele mesmo. Sendo assim, as demais pessoas pecam devido aos exemplos ruins. Em outras palavras, o Pelagianismo ensina que todos nascem sem pecado e aprendem a pecar por convivência.

 

Essa doutrina adquiriu novas roupagens e sofreu muitas modificações no decorrer dos tempos. Um exemplo disto é o Semipelagianismo, que infelizmente é defendido por muitos crentes que não conhecem as Escrituras. Todavia, todas as ramificações dessa doutrina herética basicamente afirmam que o homem, mesmo sem ser regenerado, ainda possui capacidade de realizar obras ou escolhas que o façam alcançar a salvação.

 

Depois da Queda do Homem, a Bíblia ensina muito claramente que o que se segue é um estado de depravação total da humanidade (João 5:42; Romanos 3:10-12, 23; 7:18,23; Efésios 4:18; 2 Timóteo 3:2-4; Tito 1:15;). Assim, não há qualquer chance de justificação à parte dos méritos de Cristo.