1) A primeira interpretação se apoia na passagem de Mateus 16:19. Ali, Jesus se reúne com Seus apóstolos e pergunta a eles o que o povo dizia a respeito Dele (Mateus 16:13).
Após ouvir atentamente a resposta dos discípulos e questionar quem eles achavam que Ele era, Jesus tem uma resposta do apóstolo Pedro, que diz crer que Ele era o Cristo prometido (Mateus 16:16).
Após essa confissão de Pedro, Jesus diz que daria a Pedro (como líder dos apóstolos) a chave do reino dos céus, e após isso, diz a frase do “ligar” e “desligar” na terra e no céu.
Dentro desse contexto essa frase significaria a responsabilidade dada por Jesus aos seus apóstolos e, consequentemente, aos Seus discípulos a respeito da obra de Deus a ser realizada.
Nesse sentido, os apóstolos tinham o poder de abrir o reino de Deus (ligar) para aqueles que compartilhavam a confissão de Pedro de que Jesus era o Salvador e, ao mesmo tempo, de fechar (desligar) para aqueles que não criam naquela verdade.
(2) A segunda interpretação é mais focada no texto de Mateus 18:18. Ali, Jesus orienta como se deve tratar desentendimentos entre irmãos na fé. Jesus inicia incentivando que houvesse uma conciliação pessoal entre os dois que se desentenderam (Mateus 18:15).
Mas caso não desse resultado, a pessoa deveria chamar duas ou três pessoas para testemunhar o esforço de reconciliação (Mateus 18:16).
Se ainda assim houvesse coração duro por parte da pessoa, a igreja deveria ser comunicada e, se ainda assim, não houvesse uma sinalização para a solução do caso, a igreja deveria excluir aquela pessoa da adoração comunitária, ou seja, aplicar a ela uma disciplina.
Dentro desse contexto, a frase de “ligar” e “desligar” no céu e na terra significaria que a igreja, representada por sua liderança, tem autonomia de aplicar disciplinas, absolvendo (ligando) aqueles que se arrependem e condenando (desligando) aqueles que não andam de acordo com a vontade de Deus.
Um exemplo desse tipo de aplicação de disciplina foi aplicada pelo apóstolo Paulo e encontra-se em 1 Timóteo 1:20: “E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem”.
O objetivo dessa disciplina é ao mesmo tempo buscar a restauração da pessoa e também proteger a igreja de pessoas que andam contrariamente a vontade do Senhor e não aceitam qualquer mudança em suas vidas, sendo contumazes em seus erros.
(3) Dessa forma, creio que fica evidente em qualquer uma das interpretações que Jesus confere a Sua igreja autoridade diante da obra de Deus realizada na terra.
Desconsiderar essa autoridade é andar contra a própria vontade de Deus. Quando essa autoridade apostólica é exercida de maneira bíblica não é algo correto ir contra ela, pois representa ir contra o próprio Deus e Sua obra.
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