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terça-feira, 13 de julho de 2021

Amontoar brasas vivas sobre a cabeça do inimigo! Veja os significados

Marco Antonio Lana (teólogo Bíblico) 

(1) Em Romanos 12:9-21 Paulo trata da prática do amor, trabalhando ali diversas formas de como praticar o amor cristão. Um dos temas tratados é a vingança contra os inimigos e pessoas que nos fazem algum mal.


A vingança foi desencorajada pelo apóstolo (Romanos 12:19), que ensina como o servo de Deus deve agir com relação a inimigos:


“Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça” (Romanos 12:20).


A atitude de retribuição dos cristãos deve ser positiva, sempre pagando o mal recebido com o bem. O resultado de tais ações positivas dos cristãos, apresentado pelo apóstolo, era que os inimigos ficariam com brasas vivas amontoadas sobre suas cabeças. Mas que brasas vivas são essas?



(2) Alguns já apontaram essas brasas vivas que Paulo citou como sendo uma citação de um conhecido ritual egípcio antigo onde alguém arrependido de um grave erro, para dar uma pública evidência de seu arrependimento, caminhava com uma bacia contendo brasas acesas sobre sua cabeça.


Se essa era a intenção de Paulo nessa citação, então, amontoar brasas vivas sobre a cabeça do inimigo seria Paulo dizendo, de forma figurada, que quando o crente paga o mal recebido do inimigo com o bem, está levando o inimigo a se arrepender daquele mal que fez, pois, de alguma forma, esse bem que ele receberá irá impactar seu coração.


Evidentemente Paulo não tem em mente algo literal aqui, ou seja, que a pessoa pegue carvão em brasa de verdade e coloque na cabeça de alguém.


(3) Mas um outro significado, mais aceito, e igualmente profundo, é que brasas vivas seja uma figura de linguagem para “corar de vergonha” ou “sentir uma vergonha ardente”.


Se essa era a intenção de Paulo no uso de brasas vivas, então, o que ele está querendo ensinar é que quando o crente paga o mal recebido com o bem está levando o inimigo a sentir uma vergonha profunda, pois recebeu uma inesperada atitude de amor como pagamento de sua má atitude com aquela pessoa.


Isso pode apontar para a intenção do apóstolo de que mesmo quem age como inimigo possa ser impactado pela ação do amor cristão, o que certamente dará algum fruto, provocará alguma mudança do coração desse inimigo.


(4) Dessa forma, compreendemos que essa maravilhosa figura que Paulo pegou emprestado do Antigo Testamento, de Provérbios 25:21-22, nos mostra o poder do exercício verdadeiro do amor de Deus, mesmo diante dos que nos perseguem.


Mas também nos mostra a grandeza do desafio: amontoar brasas vivas sobre a cabeça do inimigo (o resultado) é maravilhoso, mas praticar a retribuição positiva e amorosa para com inimigos não é tarefa assim tão fácil, por isso, requer um coração totalmente inundado do amor de Deus, que nos capacita a realizar tamanhos atos positivos!

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