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quinta-feira, 6 de maio de 2021

O administrador desonesto - Parábola

 



Lucas 16.1-9.


Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado devido suas ações de corrupção na administração dos bens de seu patrão. Diante da denúncia, o patrão rico chama o administrador para prestar esclarecimentos. As denúncias parecem tão graves que o patrão não mais tem confiança nos trabalhos do administrador. 


O administrador descoberto em suas corrupções, longe de assumir seu erro, trama uma estratégia corrupta para que, depois da demissão, tivesse apoio e fosse recebido de forma positiva pelas pessoas com quem fazia negócios. A estratégia era a seguinte: chamar aqueles que deviam ao patrão e abater parte da dívida indevidamente. Quem devia 100 cados de azeite (equivalente a 3400 litros), com o corte corrupto, poderia pagar só metade, pois o administrador desonesto faria novo documento de dívida. E assim fez com os devedores, diminuindo a dívida deles para alcançar o simpatia deles e auferir, depois, alguma vantagem.


Na sequência da parábola temos um elogio surpreendente que entenderemos a seguir nos ensinos dessa parábola: “E elogiou o senhor o administrador infiel porque se houvera atiladamente, porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz” (Lucas 16:8).


Ensinos da parábola do administrador desonesto:

(1) O primeiro ensino é o entendimento do que significa esse elogio no verso 8. Podemos perceber primeiramente que o patrão não aprovava a atitude de corrupção do administrador infiel. Isso vemos em Lucas 16:2, que diz: “Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais continuar nela”. O elogio se dá (não pelo patrão concordar com a corrupção), mas sim porque o patrão não teve como negar que o administrador foi muito esperto. Já que as notas promissórias das dívidas foram mudadas e as antigas possivelmente destruídas, o dono não teria mais como saber, de fato, quais eram as dívidas originais das pessoas. Ou seja, esse administrador infiel deu um golpe de mestre! A palavra “atiladamente” citada no elogio, significa “prudentemente, sabiamente” e aqui tem a intenção não de apoiar a corrupção, mas de destacar que o administrador foi muito esperto, ardiloso. Mas por que esse elogio?


(2) O elogio ainda traz um ensino adicional: “… porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz” (Lucas 16:8). Jesus está mostrando aqui que os mundanos usam os recursos que têm em mãos de forma ousada, criativa, ainda que para os fins incorretos. E os servos de Deus, muitas vezes, são tímidos em usar os recursos que Deus os deu para fazer o que é correto. Nesse sentido, e apenas nesse, os filhos da luz deveriam observar esse tipo de inteligência dos filhos do mundo e também usar os recursos que Deus dá a eles, mas claro, de forma santa e correta, pois são filhos da luz! 


(3) Na sequência temos ainda um outro verso bem difícil: “E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos” (Lucas 16:9). Para entender esse verso temos que entender que o administrador desonesto tinha em mente que as pessoas que ele ajudou, ou seja, aquelas que ele diminuiu a dívida, tinham uma “dívida” com ele, ou seja, certamente estariam prontas a ajudá-lo quando ele precisasse delas. 


(4) A recomendação de Jesus é que os filhos da luz deveriam aprender a usar os recursos deste mundo, não de maneira egoísta, mas para “fazer amigos”. A ideia é de aplicação sábia dos recursos (assim como o administrador infiel foi sábio nesse sentido específico). Os recursos são de um mundo caído (iníquo), mas deveriam ser usados para fazer o bem. Os amigos citados parecem ser pessoas necessitadas, o que aponta para ação social dos filhos da luz no mundo. Quando as riquezas faltarem parece indicar a morte, o final da vida. Ou seja, no final das coisas, quando o dinheiro não tiver mais qualquer utilidade, os frutos ficarão. Isso está em acordo com o ensino de Cristo sobre acumular riquezas nos céus (Mateus 6:20). 


(5) Ser generoso na aplicação de recursos é um uma boa obra que os filhos da luz deveriam ter em suas vidas e deveriam fazer isso de forma ousada. O administrador infiel foi ousado para a corrupção, os filhos da luz devem ser ousados para fazer o bem. Como resultados terão tesouros eternos e pessoas que foram abençoadas pelos filhos da luz estarão com eles na presença de Deus, que é o significado possível do trecho “esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos”. Isso nos faz lembrar o que Pedro e João fizeram em Atos 3:6, quando, mesmo sem ter dinheiro para dar ao homem coxo, foram ousados n aplicação do que tinham em mãos: “Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!”

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