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terça-feira, 18 de maio de 2021

7 coisas para entender o batismo no Espírito Santo

 


No evento de Pentecostes, quando os discípulos se encontravam trancados no cenáculo, reunidos em oração com a Virgem Maria, vivenciaram uma experiência que transformou  suas vidas e a vida do mundo: o Batismo no Espírito Santo.


Sobre o Batismo no Espírito, São João Batista já profetizara: “Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo” (Mt 3, 11). Portanto, já conseguimos entrever que esta experiência não é o Batismo sacramental, mas ao contrário, uma realidade potencializante do derramamento do Espírito Santo sobre os homens.


Ao longo do tempo, muitas dúvidas acabam surgindo, e causando estranheza para muitos. Na tentativa de esclarecê-las, elencamos 7 características que você precisa saber para entender o Batismo no Espírito Santo. Confira!


1- Batismo no Espírito Santo é diferente de Sacramento do Batismo


O Sacramento do Batismo é a porta da vida espiritual. Trata-se do rito do Batismo tradicional, com o uso da água, realizado por um ministro da Igreja. No momento do Batismo, o pecado original é apagado e o fiel recebe “o poder de viver e agir sob a moção do Espírito Santo e pelos dons do Espírito Santo” (Catecismo da Igreja Católica, § 1266).


O que chamamos de Batismo no Espírito Santo é uma experiência espiritual diferenciada. Segundo Vinícius Simões, presidente do Conselho Nacional da RCC BRASIL, em sua obra “Eu vos constituí sentinelas da Casa de Israel”, o batismo no Espírito pode ser entendido a partir de “uma experiência transformadora de vida com o Amor de Deus derramado no coração da pessoa pelo Espírito Santo, recebido através da submissão ao senhorio de Jesus Cristo. Ele atualiza o batismo e o crisma sacramentais, aprofunda a comunhão com Deus e com os outros cristãos, reaviva o fervor evangelístico e equipa as pessoas com carismas para o serviço e a missão”.


2 – O primeiro batismo no Espírito Santo foi vivido em Pentecostes


Prometido já no Antigo Testamento (cf. Joel 3), o derramamento do Espírito Santo tem seu momento no evento de Pentecostes. “Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reu­nidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2,1-4).


O texto deixa claro esta realidade: os apóstolos unidos em oração a espera da promessa de Cristo, de enviar o Paráclito, são surpreendidos pelo vento impetuoso, que os deixa cheios do Espírito Santo, e lhes confere o dom das línguas e todos os demais carismas. Daí em diante, os apóstolos perderam o medo, e – cheios de parresia – saíram para anunciar a Jesus.



3 – Não há uma forma padrão para o batismo no Espírito Santo


Esta foi a experiência dos apóstolos, em outros trechos do mesmo livro sagrado outros vivenciam experiências diferentes. Patti Gallagher Mansfield descreveu sua experiência assim: “Não sei exatamente como aconteceu, mas durante aquele momento os meus sapatos se soltaram dos meus pés. Mais tarde, percebi que, assim como Moisés diante da sarça ardente, eu estava de fato em solo santo. Deitada ali, fui inundada, dos dedos das mãos aos dedos dos pés, com um profundo sentimento do amor pessoal de Deus por mim, do Seu amor misericordioso (…).” Alguns oram em línguas, outros vivenciam o repouso no Espírito, outros sentem uma profunda paz, já outros sentem seu coração arder em chamas. O Espírito, criativo como é, transmite sua graça e seus dons conforme lhe apraz.


4 – É possível saber que alguém foi batizado no Espírito Santo?


Esta deve ser a pergunta que está em sua mente agora: se o Espírito pode se manifestar de diversas formas, como saber se fui batizado no Espírito Santo? Mais do que uma experiência mística, o batismo no Espírito produz uma transformação real na vida de quem o recebe. Uma mudança de hábitos e mentalidade, o encontro pessoal com Jesus Cristo, a busca de uma vida de oração pessoal e comunitária, maior consciência e piedade na liturgia, a leitura constante da Sagrada Escritura, o empenho pastoral no serviço.


Quem foi batizado no Espírito nunca mais será o mesmo!


5 – É preciso atualizar o Batismo no Espírito Santo diariamente


Essa vivência, porém, não confere uma transformação alienante ou instantânea. É um caminho contínuo e gradativo de configuração da vida na Graça. O Batismo no espírito é uma graça a ser constantemente atualizada. Os dons do Espírito continuam a se derramar constantemente sobre a vida de todos. Portanto, quanto mais se buscar, mais o Paráclito irá se derramar sobre sua vida, lhe conferindo graças sempre maiores.


Na sua vida espiritual, na invocação constante, na celebrações litúrgicas, em cada oração, o Espírito realiza sua Graça atualizando o Batismo em nossas vidas, dada à nossa fraqueza e inconstância.


6 – O Batismo no Espírito não é propriedade da RCC 


No seu discurso, por ocasião do Jubileu de Ouro da RCC, o Papa Francisco afirmou que “esta corrente de graça é para toda a Igreja, não só para alguns, e ninguém de nós é o senhor e todos os outros são servos. Não. Todos somos servos desta corrente de graça”. Uma vez que experimentamos essa vida nova no Espírito, não somos detentores de seu crescimento. Ao contrário, somos instrumentos de Deus para que outros vivam este mesmo Dom. Outros movimentos nasceram dessa experiência, as novas comunidades e os Movimentos eclesiais, em grande representação vieram da RCC, e hoje são convocados à unidade na evangelização e na partilha.


7- Para ser batizado no Espírito é preciso desejar e buscar


Algo que precisa ficar muito claro é que o batismo no Espírito Santo pode e deve ser desejado por todos. “O vento sopra aonde quer, você ouve o ruído, mas não sabe de onde vem, nem pra onde vai!” (Cf. Jo 3,8). Nos Atos dos Apóstolos vemos a história do eunuco da Rainha da Etiópia, que ansiava por conhecer a Deus e Sua Palavra. Seu anseio era tanto que o Espírito transportou Felipe para encontrá-lo e explicando as Escrituras desejou ser batizado. Portanto, é necessário que em nossos Grupos de Oração essa seja uma súplica constante e um anúncio diário!


“Esse preenchimento de Amor deve ser pedido ao Senhor em todos os grupos de oração a cada reunião! E Deus não pode (porque não quer) se negar a nos dar o seu Espírito” (Livro Eu vos constituí sentinelas da Casa de Israel).


Busquemos essa Graça, e muito mais o Senhor derramará sobre nós! 

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