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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

SANTISSIMA TRINDADE

 A festa da Santíssima Trindade - O Jornal da Ilha

 

O que é a Trindade?

Trindade é a palavra que usamos para descrever Deus que, sendo um só, tem três “pessoas”: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A palavra Trindade, que significa mais ou menos “três em um” ou “um que é três”, não aparece na Bíblia mas é usado para explicar o conceito bíblico que Deus é um mas é três. Essa ideia é difícil de entender mas está bem presente na Bíblia (Mateus 28:19).

Deus é um só? Ou há vários deuses?

A Bíblia deixa claro: só há um Deus. Não existem vários deuses, apenas um, o Deus da Bíblia, que é supremo (Isaías 44:6; Romanos 3:30). A Bíblia não fala de três deuses, fala de só uma pessoa que é Deus. É por isso que chamamos o Cristianismo de uma religião monoteísta, porque acredita que só existe um Deus e não vários (panteísmo). A Trindade não é um conjunto de três deuses.

Então, Deus é um ou é três?

Deus é três em um. Sendo um, Ele tem três “pessoas” ou “identidades”. É um pouco como um ovo, que tem a clara, a gema e a casca. Juntos são o ovo mas são três partes diferentes do mesmo ovo. Como o ovo, as três “pessoas” de Deus juntas são um só Deus. Mas, diferente das partes do ovo, cada “pessoa” (Pai, Filho, Espírito Santo) é em si Deus, não apenas uma parte. Por isso é normal chamar de “pessoas”, porque cada um é distinto, com uma função diferente. É um pouco como uma mente coletiva, três indivíduos com a mesma mente. Mas as três “pessoas” de Deus estão muito mais interligadas.

Jesus disse “quem me vê, vê o Pai” (João 14:9). Quando o Espírito Santo age na nossa vida, é a totalidade de Deus agindo em nós, através do Espírito Santo. A Bíblia constantemente mistura os três, já que quando falamos de um, falamos também de Deus no seu todo.

Sabemos pela Bíblia que cada um dos elementos da Trindade tem algumas funções diferentes mas é difícil distinguir exatamente o Pai do Filho e do Espírito Santo, porque no final são todos a mesma pessoa (João 10:30); as suas ações nunca são completamente independentes. As três pessoas da Trindade são interdependentes.

Provavelmente não é possível compreender totalmente o conceito de Trindade, porque somos seres limitados e não há nada igual a Deus para comparar (Isaías 40:18). É importante lembrar que Deus não é limitado como nós. Tal como Ele não está preso às regras do tempo e do espaço, também não é limitado pelas regras da matemática, que diz que uma pessoa não pode ser um e três ao mesmo tempo. Deus é infinitamente mais complexo que nós.

O que a Bíblia ensina sobre a Trindade?

A Bíblia ensina que Deus, sendo um só, é Pai, Filho e Espírito Santo. Não existem três deuses; somente existe um, com três manifestações, ou “pessoas”. A Bíblia ensina que o Pai é Deus, Jesus é Deus e o Espírito Santo é Deus.
A Bíblia fala sobre a Trindade?

A palavra “Trindade” não aparece na Bíblia mas é usado para dar nome ao conceito bíblico que o Pai, Filho e o Espírito Santo são a mesma pessoa. A Bíblia ensina claramente que há só um Deus (Isaías 44:6). Não há outros deuses. Mas a Bíblia também ensina que Deus tem três “pessoas” distintas:

O Pai - Deus Pai é a origem de todas as coisas. Toda a vontade e todos os planos de Deus estão expressos em Deus Pai (João 5:19). Ele é soberano sobre todas as coisas e é o Juiz de todo o mundo.

O Filho - O Filho é a manifestação visível de Deus: Jesus. Jesus é Deus em forma humana, que conseguimos ver e compreender (João 1:14). Através de Jesus, Deus trouxe a salvação ao mundo. Jesus nos dá acesso ao Pai e cobre nossos pecados.

O Espírito Santo - O Espírito Santo é Deus agindo em nós. Deus mora em nossos corações através do Espírito Santo (1 Coríntios 2:11-12). O Espírito Santo nos capacita a crer e a entender as coisas de Deus. Ele também nos ajuda a orar e a ter um relacionamento íntimo com Deus.

A grande manifestação da Trindade aconteceu no batismo de Jesus. O Filho, Jesus, estava lá em forma humana, o Espírito Santo desceu como uma pomba e o Pai falou dos céus (Lucas 3:21-22). Jesus também ordenou que os discípulos fossem batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mateus 28:19).

Jesus é Deus?

Sim, Jesus é Deus. A Bíblia deixa isso bem claro, Deus é uma Trindade: 3 em 1. Pode parecer estranho, mas Deus é maior do que a nossa capacidade de compreendê-lo. Somos criatura, obra do Criador.

O que os homens sabem de Deus foi revelado pelo próprio Deus, através do Filho por meio do Espírito Santo (Lucas 10:21-24).

Nós somos corpo, alma e espírito, Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Jesus é o Filho de Deus, está com Deus e é Deus (João 1:1). O Pai, o Filho e o Espírito Santo estavam juntos desde o princípio (João 1:2). Ao vir para a terra, o Filho tomou a forma humana: Jesus (Isaías 9:6, Mateus 1:20-23 e Mateus 3:16-17), "o Verbo que se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14).

Algumas pessoas argumentam o fato de Jesus estar junto a Deus de que Ele não seria Deus. Na verdade, só a essência de Deus poderia estar com Deus desde a eternidade, pois antes de tudo, só Deus existia (lembre-se: Deus é 3 em 1). Outras passagens são muito claras ao afirmar que Jesus é Deus (João 10:30, Tito 2:13 e Colossenses 1:15-17).


Jesus afirmou ser Deus

Jesus não disse exatamente essas palavras “eu sou Deus”, assim como não há nenhuma referência bíblica de que Ele tenha dito “eu sou homem”. Mesmo assim, encontramos no Evangelho várias formas em que Jesus afirmou ser Deus:

Jesus deixou que as pessoas o adorassem (Mateus 28:9) – Jesus não recusou ser adorado. Jesus era judeu, os judeus acreditavam que só deviam adorar a Deus, nunca a homens. 


Jesus perdoava pecados (Marcos 2:5-7) – Ele não estava perdoando pecados feitos contra Ele próprio, mas todos os pecados das pessoas! Os religiosos da época ficaram chocados, porque só Deus poderia perdoar os pecados, visto que todo o pecado é uma ofensa contra Deus.
 

Jesus afirmou ser o Eu Sou (João 8:28; João 8:58-59) – Quando Moisés perguntou a Deus qual era Seu nome, Deus respondeu: Eu Sou (Êxodo 3:13-14). Jesus afirmou ser o Eu Sou, quando foi questionado quem Ele era. Os judeus quiseram matá-lo quando ouviram a resposta, pois estava claro que Jesus afirmou ser Deus.
Jesus disse que Ele e Deus eram um (João 10:30-33) – Isso seria o mesmo que dizer: Eu sou Deus! Tanto que os judeus ao entenderam isto tentaram apedrejá-lo.
Jesus afirmou ser o caminho, a verdade e a vida (João 14:6) – Só Deus poderia dar acesso a Ele próprio. Jesus afirmou ser - tudo no singular - o caminho, a verdade e a vida. Ninguém - absolutamente nada e ninguém - chegaria ao Pai senão fosse por intermédio dele.
 

Jesus afirmou ser a única Salvação (João 5:24 e João 14:23) - Nenhum líder espiritual disse que a salvação viria por ele próprio. Tal afirmação cairia por terra quando o indivíduo morresse. Jesus não somente afirmou ser a Salvação (João 11:25), como ressuscitou e venceu a morte! (Mateus 28:5-6 e Romanos 6:9)

Muitas destas afirmações foram registradas por João Evangelista - discípulo de Jesus - que ouviu e testemunhou todas essas coisas. Os judeus teriam aceitado um Messias, profeta ou líder espiritual sem problema, pois já estavam a espera que Ele viesse. A razão porque muitos se recusaram a aceitar a Jesus e o mataram, foi justamente porque Ele dizia ser Deus.

Jesus revelou ser Deus

Outra passagem que nos ajuda a compreender que Jesus é Deus, está no Evangelho de João 14. Tomé indagou a Cristo para onde Ele iria e que caminho tomar (João 14:5). Jesus respondeu a Tomé dizendo: "Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam também o meu Pai. Já agora vocês o conhecem e o têm visto" (João 14:6-7). Além de afirmar que era o único caminho que levava à Salvação, Ele revelou que era Deus e que estava na frente de todos eles!

Filipe, ainda sem compreender disse: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta" (João 14:8). Jesus reafirma quem era de maneira categórica: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: Mostra-nos o Pai?
Jesus provou ser Deus quando ressuscitou! Todos os outros casos de ressurreição na Bíblia foram graças às orações de homens de Deus. Jesus ressuscitou sem ninguém ter intercedido por Ele (Atos dos Apóstolos 2:24 e Romanos 6:9). A morte não podia retê-lo porque era perfeito e era Deus.

O que é o Espírito Santo?

O Espírito Santo é a terceira “pessoa” da Trindade, ou seja, Ele é Deus. O Espírito Santo é a parte de Deus que age diretamente no mundo e na vida do crente. É Ele que permite o contato direto com Deus.

O Espírito Santo é uma pessoa?

Sim, o Espírito Santo é uma pessoa, não apenas uma força ou um poder. Jesus disse que Ele é uma pessoa quando O chamou de nosso Conselheiro, algo que só uma pessoa pode ser (João 14:16-17). A Bíblia fala que Ele tem todas as características de uma pessoa:

Ele fala – a Bíblia conta que o próprio Espírito Santo falou com os discípulos como uma pessoa, não como uma força usada por alguém (Atos dos Apóstolos 13:2).
Ele pensa – o Espírito Santo sonda e compreende as coisas de Deus, tem capacidade intelectual (1 Coríntios 2:10-11).
Ele sente – se nós podemos entristecer o Espírito Santo, isso significa que Ele tem capacidade para sentir emoções (Efésios 4:30).
Ele tem vontade – o Espírito Santo toma decisões, dando a conhecer a Sua vontade (Atos dos Apóstolos 16:7).

A Bíblia diz que o Espírito Santo é Deus. Ele é igual a Deus e é parte de Deus. Ele é enviado tanto da parte de Deus Pai e de Jesus, o Filho, e é uma parte integral da Trindade.

O que o Espírito Santo faz?

Ele fala de Jesus – o Espírito Santo glorifica a Jesus e O torna conhecido a nós. É só por Ele que podemos conhecer Jesus (João 16:13-15). 


Ele convence o pecador – quando alguém é convencido do seu pecado e da justiça de Deus, isso é por ação do Espírito Santo, também conhecido como Espírito da Verdade (João 16:7-8).


Ele transforma o crente – quando uma pessoa aceita Jesus como seu salvador, recebe o Espírito Santo, que atua na sua vida para a salvação. Por isso, o Espírito Santo é chamado Espírito de Vida (Romanos 8:2).


Ele guia – o Espírito Santo nos ensina como viver como Deus quer. Ele mora dentro do crente e ajuda-o a encontrar o caminho que deve seguir. É Ele que nos ajuda a interpretar a Bíblia corretamente e a aplicá-la nas nossas vidas (Gálatas 5:16).


Ele capacita – através da ação do Espírito Santo, podemos vencer o pecado e viver de maneira digna. As novas atitudes do cristão são conhecidas como “frutos do Espírito”, porque são o resultado de Seu trabalho (Gálatas 5:22-24). É também o Espírito que nos dá capacidade para testemunhar de Cristo, ensinar e fazer boas obras. Até no Antigo Testamento, quem dava o ministério era o Espírito Santo de Deus.

Quem pode receber o Espírito Santo? 


Se você aceitou Jesus como seu senhor e salvador, então o Espírito Santo já mora dentro de você. É Ele quem dá a vontade de ser mais como Jesus e de ficar mais próximo de Deus; é Ele quem tira a culpa do pecado. O Espírito Santo não habita em quem não acredita mas Ele atua no coração de quem O deixa, para convencer e dar o dom da fé. Se você precisa de fé, basta pedir a Deus; o Espírito Santo virá e te ajudará.

 

 EXPLICANDO A SANTÍSSIMA TRINDADE

 A Santíssima Trindade é um dogma da Igreja Católica, uma proposição teológica de crença obrigatória; definitiva e imutável. Assim sendo, é absolutamente verdadeiro, para todo o cristão, a existência de um único e mesmo Deus; criador do céu e da Terra e de tudo que nela há. Criador das coisas visíveis e invisíveis.

Sobre a Santíssima Trindade, o Concílio de Latrão (1215) assim manifestou-se:

“Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um é o Deus Eterno, Verdadeiro, Imenso, Imutável, Incompreensível, Onipotente e Inefável; Pai, Filho e Espírito Santo; três pessoas certamente, mas uma só essência, substância ou natureza absolutamente simples. O Pai não vem de ninguém, O Filho apenas do Pai, e o Espírito Santo de Um e de Outro, sem começo, sempre, e sem fim” (Dz.428).

Esse Deus, que é eternamente um único e mesmo Deus, possui três Pessoas, eternamente, unidas na Sua constituição.

As três Pessoas da Santíssima Trindade correspondem às procissões divinas iminentes ou ” ad intra”. O Verbo de Deus é o modo como Deus conhece e ama a Si mesmo. O Verbo de Deus é o princípio da sabedoria eterna presente na criação do mundo. O Verbo divino é o principio através do qual tudo foi feito, princípio que sustenta toda a realidade criada e sem ele, nada foi feito. O Verbo é – assim – a palavra de Deus um engedramento eterno do entendimento divino.

O Deus Pai, o Deus Filho e o Espírito Santo formam – portanto – uma unidade eterna, como revelada pelos evangelhos. São João evangelista, observa “‘E estes três são um” (lJo 5,7)

As Três Pessoas encontram-se unidas em substância.Cada uma das três Pessoas da Santíssima Trindade é plenamente Deus.Sobre essa proposição manifestou-se o Concílio de Florença:”(…)o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo, todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho .O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho, é o mesmo Deus único” (ver Catecismo da Igreja Católica (c.245)).

Essa última definição do credo católico: a afirmação teológica segundo a qual “o Espírito Santo procede do Deus-Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho, é o mesmo Deus único, constitui o principal ponto de divergência com a chamada Igreja ortodoxa. Trata-se da controvertida questão do “Filioque”. Para a Igreja oriental, o Espírito Santo provém unicamente do Deus-Pai, “através” do Deus Filho, e não “do” Deus Filho; sendo “com” Ele igualmente cultuado. Apenas o Deus-Pai não procede de ninguém.

O Concilio de Toledo assim pronunciou -se sobre a questão:

“O Espírito Santo, que é a terceira Pessoa da Trindade, é Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho, da mesma substância e também da mesma natureza. Contudo, não se diz que Ele é somente o Espírito do Pai, mas, ao mesmo tempo, o Espírito do Pai e do Filho”.

Não há nenhum rebaixamento no grau de adoração da Terceira Pessoa da Trindade nessa definição católica, como alegam os ortodoxos; isto porque, quando a doutrina católica afirma ser o Espírito-Santo também originário do Deus Filho, ela obedece aos dizeres do próprio evangelho, quando o evangelista João 1 diz que ” No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus”

Se o Verbo “é” Deus – uma processão intelectiva e volitiva de Deus – o Espírito Santo necessariamente deve provir Dele. Além disso, a Santíssima -Trindade foi uma verdade teológica revelada pelo Deus-Filho, pelo Cristo.

Antes da vinda do Cristo, não se cultuava a Deus na forma trinitária, portanto foi com Nosso Senhor Jesus Cristo que a Trindade nos foi revelada. São Paulo observa na Epístola aos Romanos:

“a revelação do mistério que foi ocultado durante muitas gerações, mas está agora revelado e, por meio dos escritos proféticos, tornou-se conhecido a todas as nações” (Romanos 16:25-26).

A complexa idéia do Deus triúno é objeto de muita controvérsia, e motivo para o surgimento de várias heresias. A compatibilização de distinções na unidade divina, parece ser o centro das dificuldades geradas na doutrina cristã.

O que diferencia as três Pessoas da Santíssima Trindade são apenas as relações estabelecidas entre elas, como afirma o catecismo católico. O que distingue as três Pessoas da Santíssima Trindade é, portanto, o relacionamento existente entre elas jamais a substância. As três Pessoas compartilham eternamente a mesma substância divina. Nenhuma das Pessoas é maior em poder, glória e eternidade.

Exemplos neotestamentários desse relacionamento entre as Pessoas da Santíssima Trindade, encontramos em algumas passagens como em João :

"NÃO se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. 2 Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. 3 E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. 4 Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho. 5 Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho? 6 Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. 7 Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. 8 Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. 9 Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? 10 Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. 11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras. 12 Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. 13 E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. 15 Se me amais, guardai os meus mandamentos. 16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; 17 O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. 18 Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. 19 Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis. 20 Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós. 21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. ” Jo 14; 2 — 21:

A segunda Pessoa da Trindade, o Deus-Filho, foi definida pelo I Concílio de Nicéia(325 d.C.) como possuidor de duas naturezas e duas vontades, unidas; mas imiscíveis.

O Filho de Deus é, plenamente, homem, e plenamente Deus; consubstancial ao Pai. (“homousia”);participe, portanto, da mesma substância do pai.

Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo as definições do Concílio de Nicéia – em resposta à heresia de Ário – é definido como “Deus de Deus”,”Luz da Luz”,”Deus verdadeiro do Deus verdadeiro”.

O Cristo é as primícias dos que dormem; ele é – assim – a imagem do homem futuro.

O Jesus Cristo é, portanto, verdadeiramente, homem e verdadeiramente Deus; gerado porém jamais criado. O Deus Filho é um engendramento de Deus. Ele é o Verbo, incriado, através do qual tudo foi feito. O Cristo é o Único Filho de um único Deus que de uma única vez redime toda a humanidade.

Diz o Novo Testamento:”O qual, sendo de condição divina, não reteve avidamente o fato de ser igual a Deus, mas se despojou de si mesmo, tomando a condição de servo, fazendo-se semelhante aos homens e aparecendo em seu porte como homem…” (Fil 2,6-7). Diz também São João, evangelista logo ao iniciar seu evangelho “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós…” (Jo 1,14).

Cada uma das três pessoas da Santíssima Trindade deve ser cultuada igualmente, objeto da mesma adoração.

Todas as três pessoas possuem igual divindade. Não há hierarquia na Santíssima Trindade. O próprio Cristo afirmou inquestionavelmente: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30); além de ordenar aos apóstolos que levassem seus ensinamentos bem como a ministração do batismo em nome das três pessoas (Mt 28, 19).

A doutrina católica da Santíssima Trindade pode assim ser entendida:

“A fé católica é esta: que veneremos o único Deus na Trindade, e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância: pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade” (ver-Catecismo da Igreja Católica, no 266).

O III Concílio de Constantinopla (680-681), dirimiu as dúvidas existentes sobre as duas vontades do Cristo questão relacionada a duas proposições heréticas – o monofisismo de Eutiques e, posteriormente, monotelismo de Sérgio, patriarca de Constantinopla – “Proclamamos igualmente, conforme os ensinamentos dos Santos Padres, que não existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso. E estas duas vontades físicas não se opõe uma a outra como afirmam os ímpios hereges…” (Dz. 291 e Dz. 263-288).

Quando Deus atua, são sempre as Três Pessoas que atuam; contudo, cada uma realiza uma obra específica conforme suas propriedades. O Cristo salva e julga, o Espírito Santo anima a vida e conduz a Igreja transmitindo as graças de Deus nos sacramentos e as demais graças solicitadas pelos fieis. Diz assim o catecismo da Igreja Católica: “Pois da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma natureza, assim também não tem senão uma única e mesma operação (…) Contudo, cada pessoa divina opera a obra comum segundo a sua propriedade pessoal” (ver Catecismo da Igreja Católica, no 258).

O Deus Pai é o criador do mundo; o Deus Filho é a salvação ofertada por Deus aos homens, através da segunda Pessoa da Trindade que há de vir no Fim dos Tempos para julgar os vivos e os mortos. O Cristo é a Nova e eterna aliança de Deus para com os homens celebrada nele mesmo. O Filho de Deus é o modo como Deus revela-Se aos homens na plenitude dos tempos.

O Espírito Santo anima a vida, conduz a Igreja, e unge seus filhos com Seus dons de cura, sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade, e temor de Deus.

A Santíssima Trindade é uma verdade de fé, um mistério – objeto de crença e não de entendimento pleno. Mais importante que destrinchar o mistério da Santíssima Trindade é praticar a caridade e o amor ao próximo. Assim diz oficialmente a Igreja de Roma.

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