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domingo, 31 de maio de 2020

O que é o inferno?


Da alma que deliberadamente escolhe o inferno –

O inferno é o lugar de tormento criado para punir satanás e os seus seguidores, e destruir o pecado. Quem morre no pecado vai para o inferno. Deus não quer que ninguém vá para o inferno, por isso enviou Seu filho Jesus para morrer por nós e nos salvar de nossos pecados. Se você aceitar Jesus como seu salvador, você vai ter vida eterna com Deus, não será condenado no inferno.

O inferno existe?

Sim, a Bíblia fala que o inferno é real, como o Céu; não é uma metáfora. O inferno é o lugar onde os pecados são punidos. Quando pecamos, ficamos separados de Deus (Romanos 3,23). Isso causa a morte, tanto física como espiritual. O inferno é o lugar de separação total de Deus. Como tudo de bom vem de Deus, quem fica totalmente separado de Deus só vai ter tristeza e tormento. É por isso que o inferno é um lugar tão ruim, sem esperança. 
No Antigo e no Novo Testamento existem menções acerca da existência do inferno. Ora aparecem as palavras sheol, ora hadesgehenna (geena) ou tártaro (estas 3 últimas palavras gregas ocorrem apenas no NT) para designar o inferno, como lugar de punição e separação eterna de Deus. Veja alguns exemplos:
Pois um fogo foi aceso pela minha ira, fogo que queimará até as profundezas do Sheol. Ele devorará a terra e as suas colheitas e consumirá os alicerces dos montes. - Deuteronômio 32,22
E você, Cafarnaum, será elevada até ao céu? Não, você descerá até o Hades! Se os milagres que em você foram realizados tivessem sido realizados em Sodoma, ela teria permanecido até hoje. - Mateus 11:23
Mas eu digo a vocês que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: 'Racá', será levado ao tribunal. E qualquer que disser: 'Louco!', corre o risco de ir para o fogo do inferno. (tradução de 'gehenna')  - Mateus 5:22
Pois Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os lançou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos a fim de serem reservados para o juízo. (tradução de 'tártaro') - 2ª Pedro 2:4
A palavra “inferno” aparece na Bíblia?
A palavra “inferno” aparece em várias traduções da Bíblia como sinônimo de outras palavras usadas para descrever o “mundo dos mortos”:
  • Sheol – é o nome hebraico para o lugar aonde os mortos vão. Também pode ser traduzido como sepultura ou profundezas. O Sheol era visto como um lugar onde as almas dos mortos têm uma existência silenciosa sem fazer nada, um pouco como dormir. É usado principalmente no Velho Testamento.
  • Hades – essa palavra é emprestada da mitologia grega pagã mas quando é usado na Bíblia não significa o mesmo, é apenas a palavra mais próxima na língua grega para traduzir “Sheol”.
  • Geena – é o nome usado para o lugar de eterno tormento dos ímpios, que hoje chamamos de inferno. Geena era o nome de uma lixeira fora de Jerusalém, onde se queimava lixo e os corpos de criminosos. Como era um lugar horrível, Geena se tornou figurativo do destino dos ímpios na eternidade.
  • Tártaro – outra palavra emprestada da mitologia grega, com o mesmo significado que Geena. Tártaro só aparece em 2 Pedro 2:4.
  • Abismo e Lago de Fogo – essas figuras, e outras que aparecem na Bíblia, servem para entendermos que o inferno é um lugar terrível, de destruição, tormento e tristeza.

Como será o inferno?
A Bíblia não descreve com detalhes onde e como será o inferno, mas relata com clareza que será um lugar de grande sofrimento e distância de Deus. Veja algumas características relacionadas ao inferno, de acordo com o texto bíblico: 
  • Lugar de castigo e ausência de Deus (2 Tessalonicenses 1:9)
  • Lugar preparado para o Diabo e seus anjos (Mateus 25:41)
  •  Lugar de completa escuridão e trevas (2 Pedro 2:17)
  • Onde haverá choro e ranger de dentes (Mateus 8:12)
  • Haverá sofrimento comparado ao fogo que nunca se apaga (Marcos 9:43)
  •  Onde haverá destruição da alma (Mateus 10:28)
  •  Lugar com lago de fogo e enxofre para atormentar (Apocalipse 21:8)


O que é o lago de fogo?

O lago de fogo é o destino final de todos que rejeitaram a Deus. No Juízo Final, o diabo, seus anjos e todas as pessoas que não vão para o Céu vão ser lançados no lago de fogo. Deus enviou Jesus para nos salvar do lago de fogo.

É mesmo um lago de fogo?
O lago de fogo é um lugar espiritual. A Bíblia diz que no Juízo Final todos os mortos ressuscitarão e Deus irá julgar a todos. Todos aqueles que rejeitaram a Deus serão condenados e expulsos de Sua presença para sempre. O lugar para onde serão expulsos é chamado o lago de fogo (Apocalipse 20:14-15).
A Bíblia usa a imagem de um lago de fogo com enxofre para mostrar que esse lugar longe de Deus é terrível, cheio de sofrimento (Apocalipse 20:10). Outras imagens que a Bíblia usa para descrever o horror desse lugar são: 
  •  Vermes que não morrem – Marcos 9:47-48
  • Um lugar de choro e ranger de dentes – Lucas 13:28
  •  Trevas – Mateus 25:30

Isso não significa que é mesmo um lago de fogo e trevas e vermes. O lago de fogo é uma realidade espiritual, impossível de descrever. Essas imagens servem para nos ajudar a entender o que as pessoas vão sentir lá: dor, desespero, terror. O lago de fogo é um lugar de destruição.
Por que Deus criou o lago de fogo?
O lago de fogo foi criado para punir o diabo e os seus anjos, que se rebelaram contra Deus (Mateus 25:41). Mas quando nós pecamos, esse também se torna o nosso destino. O pecado nos separa de Deus e o lago de fogo é a separação total por toda a eternidade. Como tudo de bom vem de Deus, a separação total com Deus só traz dor e sofrimento.
Deus não quer que ninguém vá para o lago de fogo. Ele nos ama e criou cada pessoa de forma especial. Mas Deus não obriga ninguém a amá-lo. Se quisermos, podemos pecar. Mas o castigo do pecado é nossa separação de Deus (Romanos 3:23).
Todos pecamos e não conseguimos pagar o preço do pecado. Mas Deus nos ama tanto que Ele enviou Jesus para pagar o preço por nós (João 3:16). Agora quem aceita Jesus como seu salvador não está mais condenado! Os salvos vão morar com Jesus no Céu por toda a eternidade. Mas se alguém não quer mesmo estar com Deus, Deus lhe dá o que quer – uma eternidade sem Deus.
Como um Deus amoroso pode permitir sofrimento eterno?
Deus permite a existência do inferno porque Ele é Justo. O inferno é a punição justa pelo pecado. Todos os pecados cometidos sobre a terra serão punidos no juízo de Deus. Se aceitarmos que Jesus levou a punição em nosso lugar, não teremos que pagar pelos nossos próprios pecados. Mas se O rejeitarmos, teremos que enfrentar a punição digna dos nossos pecados.
Deus não pode conviver com o pecado, porque Ele é Santo. Daí, quando pecamos ficamos separados de Deus. O inferno é a morte completa, sem nenhuma ligação com Deus. Isso causa um sofrimento eterno, porque quando morrermos já não estaremos limitados às regras do tempo e espaço material, estaremos na eternidade.
Deus é amor (1 João 4:8) e enviou Jesus para nos salvar do inferno e restaurar nosso relacionamento com Ele (João 3:16). Mas Deus não obriga ninguém a estar com Ele contra sua vontade. Deus nos ama e nos deu liberdade para escolher ama-Lo ou rejeitá-Lo. Se decidirmos não estar com Ele, pagaremos pelas consequências da nossa escolha (João 12:48).
Se Ele não nos desse essa escolha, não seria amor, seria uma prisão. Ele não obriga ninguém a segui-Lo, mas aqueles que o aceitam pela fé, gozarão a eternidade na Sua presença.
Uma questão de escolha...
Só vai para o inferno quem não quer estar com Deus. A escolha é de cada um. Se alguém não quer mesmo passar a eternidade com Deus, então não passará. Mas Deus já avisou como isso será, o sofrimento do inferno, separado d'Ele (Apocalipse 21:8). Deus não esconde a verdade de ninguém.
Não se engane nem perca a oportunidade de escolher ficar com Deus. Há consequências para qualquer que seja a nossa escolha: Vida eterna ou morte eterna (Mateus 25:46). Não há opção para indecisão ou abstenção. Se estiver indeciso, decida-se por Deus enquanto há tempo e viva conforme Jesus ensinou.
Deus não quer que ninguém vá para o inferno, mas Ele respeita a escolha de cada um.

Marco Antonio Lana (Tteólogo)

sábado, 23 de maio de 2020

Qual Era o Espinho na Carne de Paulo?


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O espinho na carne de Paulo é um dos assuntos que mais gera curiosidade entre os cristãos. A dúvida sobre qual era o espinho na carne do apóstolo deu origem a uma série de suposições. Algumas são completamente infundadas, enquanto outras parecem fazer mais sentido. Neste estudo bíblico veremos alguns pontos importantes sobre esta questão, e qual seria o possível espinho na carne sobre o qual Paulo pediu por três vezes ao Senhor para livrá-lo dele.


As especulações sobre o espinho na carne de PAULO


Como já disse, existe muita especulação sobre este assunto. Muitas delas são defendidas por estudiosos muito preparados no Novo Testamento, enquanto outras parecem ser tão absurdas que é difícil saber de onde surgiram. As principais sugestões são:


·         Epilepsia: alguns intérpretes sugerem que Paulo sofria de ataques de epilepsia. O problema é que não há qualquer indício em suas epístolas ou no livro de Atos de que o apóstolo tenha sofrido desse problema. Alguns tentam utilizar o texto de Gálatas 4:14 para tentar apontar para essa possibilidade, porém isto é forçar o texto e acrescentar algo que não está nele. Nessa passagem parece claro que o apóstolo está usando uma figura de linguagem.


·         Depressão: essa sugestão é defendida por aqueles que utilizam passagens onde o apóstolo expressa alguma tristeza ou descontentamento para supor que Paulo sofria de depressão. Obviamente o apostolo sofreu várias oposições durante o seu ministério, porém é bem difícil imaginar que alguém que escreveu algo como “somos entristecidos, mas sempre alegres” (2Co 6:10) tenha sido acometido de uma depressão séria.


·  Opositores: alguns escritos de Paulo nos revelam que ele teve de lutar continuamente contra inimigos de seu ministério e, consequentemente, em última análise, opositores do próprio Evangelho. Paulo sofria infâmia de seus próprios filhos na fé. Pelo que o apostolo nos relata, esse tipo de coisa lhe causava alguma agonia, porém considerar isto como sendo o próprio espinho na carne não parece ser muito coerente, além de ser estranho, pelo perfil de Paulo, que ele tenha orado três vezes para que Deus colocasse fim nos seus inimigos. Essa posição era a preferida de Lutero.


·         Tentação ou opressão maligna: alguns sugerem que o espinho na carne de Paulo era as tentações que o afligia, devido às limitações de sua natureza humana corrompida pelo pecado. Calvino preferia essa interpretação. Há também que aprofunde ainda mais esse aspecto, e estabeleça uma possível ligação com uma opressão demoníaca que atacava o apóstolo. Sobre a questão da tentação, é importante dizer que essa sugestão não se refere a exatamente um pecado específico e recorrente, como alguns de forma inconseqüente e sem fundamentação bíblica tentam supor (principalmente com conotação sexual). Aqui trata-se da própria imperfeição humana frente à perfeição e magnificência do Evangelho que era pregado pelo apóstolo.

·    Problemas de visão: talvez essa seja a mais conhecida de todas as sugestões. Nela, especula-se que o espinho na carne de Paulo tenha sido seu possível problema de visão. Quando o apóstolo escreveu aos gálatas, compreendemos que a doença que o castigava também era motivo de aflição para eles, a ponto de, se pudessem, eles arrancariam os próprios olhos para dar ao apóstolo. Sabemos que Paulo tinha dificuldade de escrever suas cartas devido a uma visão fraca (Gl 6:11), e em algumas delas ele usou escribas para escrever por ele (ex. Rm 16:22), além de que Atos 23:5 parece sugerir que Paulo teve dificuldade em enxergar o sumo sacerdote Ananias na reunião do Sinédrio. A maior objeção a essa possibilidade, talvez seja o fato de que não sabemos se Gálatas 4:15 deve ser interpretado de modo literal ou figurado, ou, principalmente, se a provável doença que o apóstolo se referiu na Epístola aos Gálatas tenha realmente alguma ligação com o espinho na carne mencionado em 2 Coríntios.

·   Outras sugestões: também é sugerido que o espinho na carne possa ter sido nevralgia, reumatismo, malária (ou complicações dela, talvez até explicando o problema de visão) e lepra.


O que era o espinho na carne de Paulo?

Antes de falarmos sobre essa pergunta, precisamos considerar alguns aspectos importantes sobre o contexto que envolve a passagem onde a reclamação sobre esse espinho aparece. Estamos falando de 2 Coríntios 12, um texto em que o apóstolo Paulo descreve a experiência indescritível de um arrebatamento ao terceiro céu, onde na ocasião ele viu coisas que não é lícito ao homem pronunciar.

É interessante que no versículo 5 Paulo mudou drasticamente alguns aspectos de sua narrativa. Da descrição da glória celestial ele passou a descrever o sofrimento terreno, onde era perturbado por um mensageiro de Satanás.

Mais do que isto, Paulo ainda relaciona o privilégio de vivenciar experiências tão sobrenaturais com o sofrimento a qual era submetido. Daí ele nos explica o propósito do sofrimento e alguns detalhes que nos ajudam compreender um pouco melhor esse espinho na carne.

A palavra grega traduzida como espinho é skolops e significa literalmente “estaca” ou “espinho”, no sentido de perfurar a pele a ponto de ferir. Aqui é a única vez que esse termo grego é utilizado em todo o Novo Testamento.

Nesse capítulo, Paulo fez um discurso sobre o “gloriar-se”, e a preocupação que ele tinha em dar ao Senhor toda a glória e honra devida, de modo que seu grande desejo era continuar humilde e nunca cometer o erro de gloriar-se de si mesmo. A forma com que ele usa a terceira pessoa no começo do capítulo deixa esse princípio muito claro.

Diante disso, um ponto importantíssimo é a revelação do apóstolo sobre a origem do seu espinho na carne: o próprio Deus. Paulo claramente aponta que o espinho na carne que lhe feria foi dado por uma intervenção do Senhor. Considerando essa informação, pessoalmente acho bem difícil que tal espinho na carne se refira a um tipo de tentação.

Paulo intensifica ainda mais sua descrição apontando que um mensageiro de Satanás o atormentava por isto, ou seja, quando Deus lhe deu um algo que lhe causava desconforto, também permitiu que Satanás mandasse um dos seus agentes para atormentá-lo. Nesse ponto podemos nos lembrar de Jó (Jó 1:12; 2:6).

A forma com que Paulo descreve a ação desse mensageiro de Satanás também é interessante. Paulo diz que era “esbofeteado”, ou seja, ferido no rosto de forma humilhante. A maioria dos estudiosos entende que a forma com que as expressões são apresentadas no grego sugere fortemente que Paulo suportava dor física.
Assim, independente do tipo de sofrimento, podendo ser tanto de natureza física quando espiritual, o certo é que Paulo era atingido dolorosamente e literalmente em sua carne.

Particularmente me inclino a crer que a melhor possibilidade, ou pelo menos a que propõe mais indícios textuais, é a de que o espinho na carne de Paulo seja referente a um problema de visão. Entretanto, não penso ser este o ponto principal da narrativa do apóstolo, ou seja, o importante não é o “qual”, mas o “por que”.

Sendo bem sincero, qualquer explicação que possamos dar sobre qual era o espinho na carne de Paulo não passará apenas de uma mera especulação, pois de fato é impossível saber o que afligia o apóstolo, nem mesmo se era um problema interno ou externo.

Todavia, como já disse, se não sabemos “qual era o espinho” sabemos “o porquê do espinho“, e é isto o que realmente importa para nós, ensinando-nos algumas coisas importantes:

1. O espinho na carne de Paulo não era uma maldição, mas uma benção: Deus lhe conferiu tal sofrimento para que ele não caísse no que talvez fosse o seu maior medo: se tornar uma pessoa soberba. Paulo enfatiza essa condição duas vezes no mesmo versículo ao dizer: “para que não me exaltasse” e “a fim de não me exaltar“.

2. O espinho na carne de Paulo revela o propósito de Deus: com base nesse texto de Paulo, entendemos que até mesmo o sofrimento pode revelar o propósito de Deus em nos poupar de uma dor ainda maior. Se o espinho na carne era dolorido para Paulo, a dor de ser um soberbo e reprovado espiritualmente era ainda pior. O espinho na carne era uma providência do próprio Deus para a vida do apóstolo. 

3. O espinho na carne de Paulo revela a soberania de Deus: a soberania de Deus é tão imensa e incompreensível para nós, que até mesmo a perturbação satânica pode ser usada por Ele para cumprir os seus propósitos. É incrível pensar que o mensageiro de Satanás que esbofeteava Paulo não desafiava o cuidado de Deus por sua vida, ao contrário, era um meio que contribuía com tal cuidado.

4. O espinho na carne de Paulo o fez depender mais de Deus: como qualquer ser humano, Paulo buscou auxílio no Senhor diante desse sofrimento. Ele orou e suplicou para que Deus o livrasse daquela situação. 

5. O espinho na carne de Paulo revela que a oração é eficaz e que a vontade do Senhor permanece soberana:Paulo orou por três vezes para que aquela dor lhe fosse tirada. Entretanto, a resposta de Deus foi um “não”, acompanhado de um consolo sem igual: sua graça acolhedora. O espinho na carne de Paulo nos ensina que a oração é eficaz, porque ela chega até Deus e Ele a escuta, porém isso não significa que Ele nos responderá da forma com que imaginamos, pois sua vontade está acima da nossa e seus desígnios são eternos e soberanos. 

6. O espinho na carne de Paulo revela a graça maravilhosa de Deus: diferente do esperado, Paulo não foi finalmente curado de sua dor, mas foi lhe dado algo que o capacitava e suportar qualquer aflição: a graça de Deus. Paulo escutou do Senhor: “A minha graça te basta“. 

A graça de Deus é suficiente para nós, independente de qual for o nosso espinho na carne. Lembre-se disto: o espinho na carne de Paulo não era um desprezo, mas um cuidado do próprio Deus para com ele.

Meu desejo é que possamos olhar para as nossas dores não apenas com olhar de reclamação, mas com olhar de admiração pelo cuidado e pela soberania com que Deus conduz as nossas vidas, nos confortando em sua maravilhosa graça, e nos ensinando até mesmo em nossos sofrimentos.

Diante disto só nos resta dizer que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Rm 8,28).

terça-feira, 19 de maio de 2020

PERDOE E SEJA PERDOADO



Gênesis 45:1-2   “Então José não se podia conter diante de todos os que estavam com ele; e clamou: Fazei  sair  daqui a todo o homem; e ninguém ficou  com ele, quando José se deu  a conhecer a seus irmãos. E levantou a sua voz com choro, de maneira que os egípcios o ouviam, e a casa de Faraó o ouviu.”

Marcos 11:25-26  “E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas.”

INTRODUÇÃO

Não existe evangelho sem perdão. Todos nós almejamos o perdão de Deus, mas muitas vezes temos dificuldade em perdoar. Mas há um ensino na palavra comprovando que o perdão é um testemunho que a igreja deixa para o mundo.

Apesar de toda a circunstância do passado José queria rever seus irmãos e seu pai. Você no lugar dele iria querer ver seus irmãos? Será que não ficaria um desejo de vingança? Será que não ficaria um desejo de fazer justiça com as próprias mãos?

DESENVOLVIMENTO

José prepara todo um ambiente para esse reencontro e quando ele está ali diante de sua família ele não consegue se conter. Ele faz um pedido aos Egípcios: “fazei sair daqui a todo varão; e ninguém ficou com ele quando José se deu a conhecer a seus irmãos”.

“E levantou a sua voz com choro, de maneira que os egípcios o ouviam, e a casa de Faraó o ouviu”. Aquele choro era o choro de alguém que liberou o perdão. Como é difícil perdoar, como é difícil se ver livre da magoa, do rancor.

Nós dissemos aqui no início dessa mensagem que o perdão é um testemunho que a igreja deixa para o mundo. Naquele dia o Egito viu o perdão. Ali estava um servo do Senhor que perdoou.
O apóstolo Pedro diz em sua carta “Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados”. Só o amor pode perdoar. Quando você ama seu irmão você consegue perdoar, você consegue relevar as falhas dele, você ameniza as falhas dele.

A magoa, o rancor não aprisiona quem ofende, mas o ofendido. Mas o perdão liberta o homem, o perdão cura a alma. Há pessoas que não conseguem perdoar, há aqueles que chegam a adoecer fisicamente por guardar magoas por anos e nunca se esquecer.

Uma das provas de que houve perdão é o esquecimento. Se você ainda remói alguma situação é porque ainda não perdoou. A palavra perdão do grego quer dizer “abrir mão, deixar ir embora”. É como se alguém abrisse mão do pagamento de uma dívida. “Você não precisa me pagar mais, está perdoado”!

“Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Se você quiser saber se verdadeiramente você tem sido um discípulo de Jesus basta analisar se tem perdoado. Se você não tem perdoado é porque você não ama seu irmão, e logo, você não é discípulo de Jesus.

CONCLUSÃO

Todos os dias nós precisamos do perdão de Deus. Mas nós aprendemos que para sermos perdoados nós também precisamos perdoar. Peça ao Senhor para gerar perdão no seu coração. Peça ao Senhor para repreender essa dificuldade dessa magoa, desse rancor que ainda está aí dentro.

Se você tem algo para perdoar perdoe. Perdoe seu irmão, perdoe seu familiar que te feriu, perdoe aquela pedra que te lançaram há anos atrás que você nunca esqueceu. Perdoe e deixe o Senhor escrever uma nova história a seu respeito.

"...E VIU O LUGAR DE LONGE”



Gênesis 22,1-5 – Algum tempo depois, Deus pôs Abraão à prova. “Abraão!”, Deus chamou. “Sim”, respondeu Abraão. “Aqui estou!” Deus disse: “Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você tanto ama, e vá à terra de Moriá. Lá, em um dos montes que eu lhe mostrarei, ofereça-o como holocausto”. Na manhã seguinte, Abraão se levantou cedo e preparou seu jumento. Levou consigo dois de seus servos e seu filho Isaque. Cortou lenha para o fogo do holocausto e partiu para o lugar que Deus tinha indicado. No terceiro dia da viagem, Abraão levantou os olhos e viu o lugar de longe. “Fiquem aqui com o jumento”, disse ele aos servos. “O rapaz e eu iremos mais adiante. Vamos adorar e depois voltaremos.”  

V. 1 = “…Eis-me aqui.”

Deus tem um chamado para o homem. Abraão estava atento a este chamado. A princípio, uma grande provação sobre Abraão, mas no exercício da fé, ele pode alcançar algo muito maior: A Revelação do Senhor Jesus.

V. 2 = “Toma agora o teu filho…”

O homem que está atento, e valorizando, o chamado de Deus, está se aproximando da revelação, através da fé. Para se apropriar da benção, Abraão determinado a renunciar a tudo, os questionamentos, a razão, a dor de um pai etc. Ele pode enfrentar aquele momento difícil, porque estava de posse da revelação, portanto, nada era mais importante, do que valorizar a benção do Senhor na sua vida.

V. 3 = “Então se levantou…”

A fé que havia movido Abraão, a sair da sua parentela, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu sem saber para onde ia, porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus, agora o havia movido a estar de pé, proto a continuar sua caminhada, crendo que o Deus que o havia chamado, era poderoso para prover todos os meios para o levar a alcançar as revelações para sua vida dentro do projeto eterno de salvação.

De madrugada, bem cedo, não havia tempo a perder, era preciso atender a revelação, e isto ele fez utilizando a fé, que o despertou para os meios de graça.

Preparou o seu jumento, a humildade, a dependência do homem na revelação, a valorização da função que Deus lhe confiou, a continuidade do trabalho, no Caminho, no atendimento às orientações do Senhor, levando-o a alcançar experiências extraordinárias, na medida em que não transfere suas responsabilidades a ninguém, ou seja, ele mesmo preparou o seu jumento.

E NÓS TEMOS ALBARDADO NOSSO JUMENTO EM CIRCUNSTANCIAS QUE JULGAMOS SEREM ADVERSAS?  

Abraão tinha tudo para ficar deitado até mais tarde, humanamente falando, é lógico. E infelizmente é o que muitos tem feito, permanecem deitados, porque não crêem, não tem fé, logo não alcançam a revelação para suas vidas, porque não estão de pé, caminhando, pararam na caminhada, e envelheceram, voltando a contar os seu dias para a morte, porque a revelação nos mantém atualizados com a eternidade, não nos deixa envelhecer.  

Abraão, Isaque e dois moços, quatro homens, os quatros evangelhos, o alcance total da revelação de Deus para o homem que, no prometo, crê, permanecendo de pé, na dinâmica do CAMINHO = JESUS.

Cortou a lenha, madeira para queimar, para consumir totalmente a vítima do holocausto, o homem no exercício da fé, a entrega completa ao Senhor, a renuncia a nossa razão, questionamentos etc…, o homem no Espírito, na revelação, sabendo que pelas nossas aflições o Cordeiro foi consumido, foi morto, mas ressuscitou ao terceiro dia, e vai voltar para nos buscar.

Abraão foi ao lugar que Deus lhe dissera, crendo, porque estava de posse da revelação, não temeu a dor de pai, porque como servo de fé, sabia da existência do cordeiro para o holocausto.

V. 4 = “ao terceiro dia…”

A Ressurreição do Senhor Jesus. Abraão pode ver de longe o lugar, é assim que o homem na revelação vê, de longe, porque a fé amplia a visão natural do homem na medida em que alcança a revelação: O CORDEIRO VIVO, já estava no monte, pronto para o holocausto.

V. 5 = “…e havendo adorado tornaremos a vós.”

Abraão fala no plural, tornaremos, porque havia alcançado a revelação do Senhor Jesus para sua vida, e sabia que a fé o estava conduzindo a um encontro de adoração ao Senhor. Imaginemos como teria sido, se Abraão não tivesse alcançado a revelação antes de subir o monte. Será que sem fé e sem revelação teria conseguido subir o monte? Certamente que não. Porque temos visto isto nos nossos dias, pessoas que desanimam da caminhada por não exercitarem a fé nos momentos de adversidades, deixando de alcançar as revelações de Deus para suas vidas.