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sábado, 6 de setembro de 2014

FAMÍLIA NA BÍBLIA - LIÇÃO 09 – JESUS AMA A FAMÍLIA.


FAMÍLIA NA BÍBLIA - LIÇÃO 09 – JESUS AMA A FAMÍLIA.

 

“Foi por intermédio do matrimonio e da família que a salvação chegou ao fim, na pessoa do Salvador, que é seu descendente.” (Geoffrey W. Bromiley).

A primeira demonstração clara, no Novo Testamento, de que Deus ama e valoriza a família é que o primeiro capítulo do Evangelho  de Mateus começa com um relato histórico da família de Jesus. É a genealogia de Jesus.

I – A FAMÍLIA DE JESUS.

Deus poderia ter enviado Jesus ao mundo, já na fase adulta. Sem duvida alguma, isto poderia ter acontecido.  Mas não foi assim que aconteceu. Jesus, o Deus encarnado, nasceu como todos os bebês nascem após meses de gestação, embora sua fecundação tenha-se dado pela atuação exclusiva do Espírito Santo. José, esposo de Maria, Não teve qualquer participação neste processo biológico – “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo.” (Mt 1,18).

II – NÃO HÁ FAMÍLIAS PERFEITAS.

Ao ler um pouco sobre os antepassados de Jesus, descendente da tribo de Judá, cheguei há uma conclusão muito importante: não há famílias perfeitas. O texto de Mt 1,1-17 menciona nomes de homens e mulheres que cometeram os mais sórdidos pecados que um ser humano pode cometer. Só para lembrar alguns deles, podemos verificar na histórica bíblica que Abraão mentiu (Gn 12,10-20); Jacó trapaceou seu irmão (Gn 27); Davi, o personagem que é o mais citado nas páginas da Bíblia, conhecido também como sendo “o homem segundo coração de Deus”, cometeu adultério com Bat-Seba e planejou a morte de seu esposo, Urias (2 Sm 11). Salomão praticou a idolatria influenciada pelas inúmeras mulheres que teve em sua vida (Rs 1,1-6). Poderíamos também lembrar dos pecados de Roboão, Ezequias e tantos outros nomes que aparecem na lista dosa antepassados de Jesus.

A família de Jesus não era perfeita e nem a nossa também não é. Talvez existam em nossas famílias, ou na história dos nossos antepassados histórico de assassinato, abusos sexuais, adultérios, estelionatos e tantos outros delitos que nos fazem, às vezes, envergonharmo-nos de pertencermos a uma família com tantos problemas. Quando cultivamos este tipo de pensamento, devemos pensar em duas verdades muito importantes:
  • Deus está cumprindo um propósito através de nossa história familiar. Apesar de todas as falhas humanas dos antepassados de Jesus, Deus tinha um santo propósito a cumprir naquelas vidas.
  • Que não há pecado familiar que Deus não possa perdoar ou cobrir o fato com sua maravilhosa graça.

III – PAIS MODELOS.

Embora, como afirmei, José não tenha sido o pai biológico – “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo.” (Mt 1,18), seu papel no crescimento de Jesus é digno de nota. Lucas é o escritor que mais da informação sobre a vida de Jesus no seio de sua família. Através dessas informações chegamos à conclusão que Maria e José, pai adotivo de Jesus, deixaram para nós lições valiosas acerca do tipo de paternidade ou maternidade que Deus deseja para nós hoje. As lições que aprendemos são as seguintes:
  • À vontade de Deus é que os filhos nasçam e sejam criados numa família em que tenha a presença do pai e da mãe. Muitos nascem em lares em que um dos pais está ausente. Por vários motivos, isto pode acontecer, e nem por isto estão marcados para viverem uma vida infeliz, mas o ideal para uma criança é crescer tendo em seus primeiros anos o referencial feminino e masculino.
  • Pais e mães, ambos, devem ser responsável pela educação dos seus filhos. Temos percebido hoje tendência de colocar sobre a mulher a tarefa de educar os filhos, enquanto o homem é tão-somente responsável pelo sustento financeiro. O modelo de família de Nazaré não nos indica a seguir este caminho. Várias vezes nos relatos bíblicos  vemos Maria e José sendo parceiros na educação religiosa de Jesus e ambos sentiam-se responsáveis por sua integridade – “Terminados os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor. Ora, seus pais iam todos os anos a Jerusalém, à festa da páscoa. Quando o viram, ficaram maravilhados, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que procedeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.” (Lc 2,22.41.48). A tarefa de orar pelos filhos e encaminhá-los pelos caminhos retos não é uma tarefa da mãe ou do pai, mas de ambos.
  • Os filhos não são nossos, mas de Deus. Maria ensina-nos esta verdade no episodio de Cana da Galiléia (Jo 2,1-11). Ali ela demonstrou através de sua palavra que Jesus era um homem especial e que só Ele poderia resolver aquele problema. Mais tarde ao pé da cruz – “Estavam em pé, junto à cruz de Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe,  Maria, mulher de Clôpas, e Maria Madalena.” (Jo 19,25). Maria, através daquela cena, ensina-nos que aquele homem tinha vindo ao mundo para uma missão especial e que ela foi apenas uma serva – “Eis aqui a serva do Senhor. Atentou na condição humilde de sua serva” (Lc 1,38.48) – nas mãos de Deus para cumprir aquele propósito.

IV – JESUS PROTEGE A FAMÍLIA.

O ministério de Jesus começou num ambiente de família. Numa cerimônia de casamento (Jo 2,1-11), procurou encaminhar sua mãe, após sua morte, aos cuidados de João – “Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde àquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.” (Jo 19,26-27). Varias vezes podemos ler o quanto gostava de viver perto das famílias dos seus seguidores. Foi recebido por Pedro – “Tendo Jesus entrado na casa de Pedro...” (Mt 8,14), foi hospede de Levi – “Ora, estando Jesus à mesa em casa de Levi...” (Mc 2,15), foi numa casa que celebrou a ultima ceia – “...em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos.” (Mt 26,18; ver Lc 22,10-13), atendeu a súplica de Jairo e foi ate à sua casa curar sua filha (Lc 8,40-56), mas era no lar em Betânia que se sentia mais à vontade – “Estando ele em Betânia, reclinado à mesa em casa de Simão, o leproso...” (Mt 26,6); -  “Ora, estava enfermo um homem chamado Lázaro, de [Betânia], aldeia de Maria e de sua irmã Marta.” (Jo 11,1).

Durante o seu ministério, procurou fortalecer a família falando da importância da pureza sexual, quando tratou acerca do adultério – “Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para cobiçá-la, já em seu coração cometeu adultério com ela.” (Mt 5,28), do perdão para com aqueles que cometem este deslize (Jo 8,1-11), ensinou sobre o celibato – “Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem aceitar esta palavra, mas somente aqueles a quem é dado. Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus. Quem pode aceitar isso, aceite-o.” (Mt 19,11-12), valorizou as crianças (Mt 18,1-6.13-15; Mc 9,33-37;  10,13-16; Lc 9,46-48; 18,15-17); dignificou as mulheres tendo-as como suas seguidoras Lc 8,1-3), elogiou uma delas pela demonstração de fé – “Estando ele em Betânia, reclinado à mesa em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo de nardo puro, de grande preço; e, quebrando o vaso, derramou-lhe sobre a cabeça o bálsamo.” (Mc 14,3), deixou ser tocado por uma mulher excluída por sua enfermidade – “tendo ouvido falar a respeito de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou-lhe o manto.” (Mc 5,27), mas uma outra grande demonstração do seu amor e cuidado para com a instituição da família está nos seus ensinamentos sobre o casamento e o divorcio.

V – JESUS, O CASAMENTO E O DIVORCIO.

Como já foi afirmado, Jesus começou a demonstrar seu cuidado para com a família numa cerimônia de casamento (J 2,1-11). Não é  significativo este fato histórico? Por que Ele não realizou seu primeiro milagre num palácio, no templo, numa sinagoga, numa cerimônia fúnebre?

Sua preocupação com a família, conforme o relato de Mt 19,1-10, deu-se em dois sentidos:
  • Na reafirmação de que a base da família está no casamento.
  •  E  dos seus ensinos sobre divorcio e novo casamento.

Jesus afirmou que o casamento é obra de Deus. Não é uma instituição humana ou que foi instituído por um decreto do poder público e que Ele, Deus sempre idealizou como sendo uma união heterossexual, isto é, uma união entre um homem e uma mulher – “Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher.” (Mt 19,4), e que essa união, ainda sobre o propósito divino, que seja indissolúvel, sem intenção de separar – “Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.” (Mt 19,6).

Questionado sobre a lei judaica da possibilidade de separação, Jesus faz uma outra afirmação importante: A causa do divorcio é sempre de ordem espiritual. A expressão “dureza no coração” (Mt 19,8) aponta para esta verdade. Logo a seguir, Jesus coloca a única possibilidade para haver um divorcio e um possível novo casamento. No caso de “imoralidade sexual” (Mt 19,9). A palavra usada, no grego, por Jesus foi “pornéia”, um termo genérico que se aplica a praticas sexuais ilícitas (adultério, formicação, homossexualismo, bestialidade). Jesus, ao falar sobre esta cláusula, procurou ensinar seus discípulos que não deveriam seguir os caminhos que a sociedade da sua época defendia, isto é:
  • A possibilidade de divorcio por motivos tão furteis e banais, infelizmente temos visto isso esta tendência muitas vezes entre os discípulos de Cristo hoje.


CONCLUINDO



Jesus foi um homem de família. Sua vida em família, seus relacionamentos e cuidado para que com famílias de sua época, seus ensinamentos sobre pureza sexual, casamento, divorcio, celibato deixam claros para nós que a instituição da família deveria receber toda a nossa atenção. A igreja, se deseja ser relevante hoje, deveria dedicar mais atenção e cuidado para com a família, assim como Jesus fez durante seu ministério aqui na terra.

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