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quinta-feira, 3 de julho de 2014




FAMÍLIA, IDEIA DE DEUS - LIÇÃO 13 - MEUS FILHOS, MEUS DISCÍPULOS.


Uma das características mais interessantes da águia é o seu cuidado com os filhotes. Cremos que precisamos aprender com a águia muitas coisas que estão sendo esquecidas nesta geração. Existem alguns princípios básicos na criação dos filhos que os pais não podem esquecer. Estes princípios são balizas seguras na caminhada, marcos que não podem ser removidos, sinais que não podem ser destruídos nem apagados. Hoje, mais do que qualquer outra geração há uma orquestração do inferno para destruir a família. Há uma conspiração contra esta primeira instituição divina. O encardido e seus perversos agentes tem derramado sobre a família toda a sua fúria. A sociedade moderna não aceita mais os absolutos éticos. Ela vive sem freios, com as rédeas soltas, sem linhas divisórias entre o certo e o errado. O que predomina não é a verdade, mas a satisfação imediata dos desejos pervertidos. Essa sociedade hedonista, amante do prazer, a cada dia está-se desfibrando moralmente. A fidelidade conjugal, para muitas pessoas, é um costume arcaico sem nenhuma procedência nesta era chamada pós-moderna e pós-cristã. A virgindade e a castidade da juventude parecem coisas vergonhosas. A rebeldia dos filhos contra os pais e a forma irrefletida e até irresponsável como muitos pais vivem são  uma realidade desastrosa e lamentável em nossos dias.
Certamente devemos olhar para a águia e aprender com ela como devemos cuidar da família.

1. A ÁGUIA NÃO PÕE O NINHO DOS SEUS FILHOS PERTO DOS PREDADORES.

“Ou se remonta a águia ao teu mandado, e põe no alto o seu ninho? Mora nas penhas e ali tem a sua pousada, no cume das penhas, no lugar seguro” (Jó 39.27-28).

A águia não coloca o ninho dos seus filhos na beira do caminho. A águia não expõe seus filhos às bestas-feras e aos predadores. Ela não os deixa em lugares vulneráveis. Pelo contrário, ela só faz o seu ninho no alto dos rochedos, no cume dos penhascos. Ela é zelosa em colocar o ninho de seus filhos nas alturas, em total segurança.
O que lição tremenda para nós! Na sociedade competitiva em que vivemos hoje, procuramos preparar-nos para muita coisa. Fazemos cursos e mais cursos. Passamos por diversos treinamentos, freqüentamos seminários, temos livros e ouvimos muitas palestras. Todavia, são poucos os que se preparam convenientemente para o casamento. São poucos os que se preparam para terem filhos. A maioria dos país está desqualificada para educá-los adequadamente.
Se vivermos em lugares baixos, no meio dos predadores, como vamos construir o ninho dos nossos filhos em lugares altos?! Se nós, pais, não sabemos o que são as alturas da intimidade com Deus, como podemos conduzir nossos filhos para lá?! Se vivermos com os nossos pés sujos de lama, como vamos construir o ninho dos nossos filhos no alto dos rochedos?!
É triste constatar que muitos pais vivem misturados com predadores e constróem o ninho de seus filhos em lugares de perigo. Quantas crianças hoje são bombardeadas diariamente pela “mídia” por idéias pervertidas que minam os valores mais elementares da sã doutrina e desbarrancam os princípios básicos da conduta ilibada! Quantos jovens são arrastados pelas correntezas do vício e feitos escravos dos predadores, tombando nas valas fértidas de uma vida desregrada e subumana! Quantos adolescentes capitulam ao apelo do sexo e se entregam ã volúpia, oferecendo seu corpo no altar da promiscuidade, sofrendo depois derrotas fragorosas, colhendo os frutos amargos de uma consciência culpada e de uma vida destruída, porque seus pais construíram ninhos perto dos predadores.
 Estamos assistindo, horrorizados, à sodomização da sociedade moderna. Os valores de Deus são pisados. Os princípios bíblicos de uma vida pura são tripudiados. Aqueles que tentam resistir a esta avalanche são escarnecidos. Dirijo-me a você, pai ou mãe: - Onde está o ninho do seu filho? Onde estão os seus filhos? Por onde eles andam? O que eles estão fazendo? Com quem eles andam? A que horas eles chegam em casa? Quem são os amigos de seus filhos?  Quem são os conselheiros de seus filhos?

2. A ÁGUIA VOEJA SOBRE OS FILHOS.

“Como a águia desperta o seu ninho, adeja sobre os seus filhos e, estendendo as suas asas, toma-os, e os leva sobre as suas asas” (Dt 32.11).

Quando os filhotes da águia já estão grandes, na hora de sair do ninho, a águia, então, começa a voejar sobre o ninho, mostrando-lhes dias coisa:

2.1. Hora de sair.
Está na hora de sair do ninho. A águia não exerce um papel super protetor em relação aos filhos. Ela não mantém os filhos para sempre debaixo das suas asas. Ela não cria nos filhos uma super dependência. Chega um momento em que os filhos precisam Ter as suas próprias experiências e precisam sair do ninho para exercitarem e ganharem maturidade. Não deve ser diferente nossa atitude como pais. Causa um grave prejuízo para os filhos a atitude de alguns pais que os vivem cercando de todo o cuidado, como se eles fossem eternas crianças indefesas, despreparadas e imaturas. Estes pais demonstram aos seus filhos um amor doentio, possessivo, controlador, mantendo-os sempre no ninho, debaixo de suas asas. Os pais devem criar os filhos preparando-os para a vida, e não fazendo deles eternos dependentes, pois assim estes filhos se tornarão pessoas inseguras e incapazes de assumir responsabilidades na vida.

2.2. Como voar.
Ensina aos filhos como voar. A águia não apenas diz aos filhos que está na hora de sair do ninho, mas mostra-lhes como devem sair. Ela fica voando em círculo sobre o ninho, mostrando-lhes como se voa. Ela, com este gesto dá exemplo para seus filhotes.
Isto também precisamos aprender com a águia. Muitos pais ensinam seus filhos, dizem-lhes até coisas bonitas, mas não lhes dão exemplo. Ensinam uma coisa e fazem outra. Ensinam os filhos a ir à igreja, mas não vão. Ensinam os filhos a falar a verdade, mas os filhos os flagram falando mentiras. Ensinam os filhos a ser honestos, mas vivem enrolados no meio das falcatruas. Os pais precisam compreender que não há ensino verdadeiro sem exemplo. O mundo precisa de pais que estejam dispostos a ser modelos positivos, porque modelos nós sempre somos. Nós sempre vamos esculpir nos filhos as  marcas da nossa vida. Os olhos deles estão cravados em nós. Eles nos observam. O que eles estão vendo em nós?

3. A ÁGUIA TIRA A MACIEZ DO NINHO E SÓ DEIXA OS ESPINHOS.

Quando a águia percebe que é hora de seus filhotes voarem e ainda assim eles continuam acomodados no ninho, a despeito de seu exemplo, ela decide remover do ninho toda a cobertura macia e deixa apenas os espinhos e os gravetos pontiagudos. Ela gera um desconforto para os filhos. Ela não deixa de amá-los por isso, mas prefere vê-los incomodados a ficarem acomodados no ninho. O conforto do ninho agora significa estagnação, imaturidade, inoperancia e atrofiamento. A águia não hesita em aplicar esta lição aos filhos, ainda que seja uma lição dolorosa. Ela só não admite ver os filhos deitados em “berço esplendido”, quando o mundo lá fora os espera para uma ação dinâmica e urgente.
  Muitos pais cercam seus filhos com tanto cuidado que não se preparam para enfrentar a vida. Acham que seus filhos não devem trabalhar nem assumir responsabilidades porque são ainda muito tenros. Dão tudo de “mão beijada” para os filhos. Muitos pais estragam os filhos com esta atitude, em nome do amor. A Bíblia fala de grandes homens como Isaque, Eli, Davi, Josafá, que falharam dolorosamente na criação de seus filhos, porque não tiveram pulso para discipliná-los nem os prepararam para enfrentar as lutas da vida; antes os cercaram com uma redoma hiperprotetora e os mantiveram quentinhos na estufa do ninho, quando deveriam Ter removido a peruagem macia e deixado que os espinhos bradassem aos ouvidos de seus filhos que era hora de sair do comodismo.
Vejo nesta lição uma aplicação muito séria também para a Igreja. Alias, se existe um povo que gosta de ficar no ninho é o povo cristão. Realmente o ninho é gostoso, quentinho, seguro. Ficamos todos juntinhos. É maravilhoso! Mas chega um momento em que é preciso sair!
Prestem atenção à Igreja hoje: 90% de suas atividades são dentro do ninho. Os metros quadrados mais evangelizados do mundo são as Igrejas. Vivemos a fobia de sair das quatro paredes. Quase toda nossa dinâmica é intramuros. Muitos cristãos já foram a Igreja mais de mil vezes, mas nunca atravessaram a rua para falar de Jesus ao vizinho. Muitos de nós gastamos o assento dos bancos, enquanto as testemunhas de Jeová desgastam a sola de seus sapatos. Noventa e cinco por centos dos cristãos não sabem o que é levar uma alma a Jesus. São igrejeiros. São amantes do ninho.

4. A ÁGUIA TIRA OS FILHOS DO NINHO.

É estonteante constatar que, mesmo afligidos com espinhos e alfinetados por farpas pontiagudas, os filhotes da águia ainda teimam em continuar no ninho.
O que a águia faz com o filho que resiste aos seus métodos mais suaves? Ela simplesmente pega o filho com suas garras possantes, suspende-os no ar r das alturas o solta sem pára-quedas. O filhote noviço ainda não sabe bater suas asas articuladamente e, por  isso, cai desamparado numa sensação de que vai-se esborrachar não chão. Quando o filhote cheio de medo chega ao fim de suas esperanças, a águia dá um vôo rasante, estende suas asas debaixo do filhote e leva-o novamente para as alturas. E outra vez o solta no espaço aberto. Novamente, ele cai batendo as  asas atabalhoadamente sem conseguir aprumar-se. A águia estende suas asas e o toma em segurança; leva-o de volta às alturas e laça-os no espaço outra vez. Isto ela repete muitas vezes até o filhote aprender a voar sozinho. Este gesto ensina-nos algumas lições práticas:

4.1. Não Desistir.

Não podemos desistir dos nossos filhos. Muitos pais já estão cansados e desanimados com seus filhos.

4.2. Sem Amargura.

Não podemos ser amargos com os nossos filhos. Talvez os espinhos que você colocou no ninho de seus filhos tenham sangrado não a eles, mas ao seu coração. Você está machucado, ferido e magoado. Suas forças se esvaíram. Seus recursos se esgotaram. Só lhe restam decepção e amargura. Cuidado, não sejam amargos com seus filhos.

4.3. Manter o Perdão.

Não podemos reter o perdão aos nossos filhos. Há pais que sofreram tanto com seus filhos que são derrotados pelo rancor. Há pais que já desistiram de amar seus filhos e buscá-los com os braços abertos da reconciliação e com o beijo do perdão.
Devemos olhar para a parábola do filho pródigo e imitar o exemplo daquele pai que perdoa e restaura seu filho a dignidade que ele tinha antes.
Absalão, quando estava em Jerusalém sem poder ver a face do seu pai, disse: “Para que vim de Gesur? Melhor me fora estar ainda lá. Agora, pois, veja eu a face do rei; e, se há em mim alguma culpa, que me mate” (2 Sm. 14.32).  
Perdoe seus filhos, ouça-os, ame-os, restaure-os.

4.4. Filhos Disciplinados

Precisamos disciplinares os nossos filhos. A águia não ensina seus filhos teoricamente. Ela investe tempo e trabalho nos filhos. Ela os treina. Ela os discípula.

“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6).

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