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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

VIVENDO NO AMOR DE DEUS - LIÇÃO 09 – A FÉ E A COMUNHÃO VERDADEIRAS



VIVENDO NO AMOR DE DEUS - LIÇÃO 09 – A FÉ E A COMUNHÃO VERDADEIRAS

“Eis o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, como ele nos mandou.” (1Jo 3,23).

        I.            INTRODUÇÃO.
Percorrendo as páginas do Novo Testamento, vemos o amor como a virtude cristã mais evidente de alguém que passou da morte para a vida.

1.       O amor é o primeiro, na lista do fruto do Espírito – “Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade”. (Gl 5,22).

2.       O amor manifesta a realidade da fé – “Estar circuncidado ou incircunciso de nada vale em Cristo Jesus, mas sim a fé que opera pela caridade.” (Gl 5,6).

3.       O amor é a maior das graças cristãs permanentes – “Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade.”  (1Cor 13,13).

E. Stanley Jones, em seu livro Jesus é o Senhor, descreve três possiveis níveis na vida. O nivel mais baixo é o demoniaco, onde devolvemos o bem com o mal e o amor com ódio. Acima deste, temos o nivel legal: nele devolvemos o bem com o bem, o mal com o mal, o maor com amor e o ódio como ódio. Acima deste está o nível cristão, onde devolvemos o mal com o bem, o ódio com amor.
Certamente o nível cristão não é fácil, mas plenamente possivel de ser praticado. É, nele que desfrutamos de uma verdadeira comunhão com Deus, e é por ele que demonstramos a veracidade da nossa fé e testificamos da realidade da nossa vida espiritual.

      II.            A PRÁTICA DO AMOR FRATERNAL.

“11. Pois esta é a mensagem que tendes ouvido desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. 12. Não façamos como Caim, que era do Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, e as do seu irmão, justas. 13. Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia. 14. Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte. 15. Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino. 16. Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós. Também nós outros devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos. 17. Quem possuir bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus? 18. Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade. (1Jo 3,11-18).

A prática do amor fraternal testifica da nossa realidade de vida espiritual.

É comum João destacar o antagonismo entre o mundo, caracterizado como a esfera de influencia e dominio de Santanás, e os cristãos, escolhidos do mundo, ainda nele, mas diferentes  dele (1Jo 4,5-6; 5,19).

Nesse texto, João ilustra esse antagonismo através de dois protótipos: Caim e Jesus Cristo.

Veja o cenário (v.11): o apóstolo João exorta seus leitores a apegarem-se firmemente à mensagem que tinham ouvido desde o princípio – a verdade acerca da pessoa de Cristo e acerca da conduta cristã – “Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13,34), uma vez que os hereges gnósticos estavam gabando-se de seus ensinos.

Nem sempre aquilo que parece dar certo ou agrada aos novos ouvidos é bíblico e tem aprovação divina. A Igreja é o Corpo de Cristo – “Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros.” (1Cor 12,27), que se reúne para adoração e instrução, que se reúne para adoração e instrução, que busca o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do Corpo de Cristo – “para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do corpo de Cristo” (Ef 4,12), e para estimularmos um ao outro ao amor e às boas obras – “24. Olhemos uns pelos outros para estímulo à caridade e às boas obras. 25. Não abandonemos a nossa assembléia, como é costume de alguns, mas admoestemo-nos mutuamente, e tanto mais quando vedes aproximar-se o Grande Dia.” (Hb 10,24-25).

Um programa espetacular e outras técnicas e peripécias podem tornar a igreja conhecida, mas a única forma de desfrutarmos da verdadeira comunhão com Deus e demonstrarmos nossa fé é através do amor mútuo – “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” (Jo 13,35). Isso nos foi dito desde o princípio. É o que temos praticado?

1.       Caim, um exemplo a repudiar.

“12. Não façamos como Caim, que era do Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, e as do seu irmão, justas. 13. Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia. 14. Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte. 15. Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino.” (1Jo 3,12-15).

O homicídio que Caim praticou contra seu irmão exemplifica a violenta rejeição e antipatia que a justiça provoca no mundo. E Jesus nos advertiu que seria assim – “Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.”(Jo 15,19).

Existe uma “semente” no mundo, a semente de Caim, que faz com que os cristãos que amam sejam odiados por ele, assim como o mundo odeia o supremo exemplo do amor altruísta, Jesus Cristo, que entregou Sua vida por nós. O mundo, ao agir assim, dá provas de sua real condição: morto, sem comunhão com Deus e que jaz no Maligno.

Fica claro que o agente motivador de ódio de Caim era a inveja que cobiçava as virtudes e qualidades de seu irmão. Parece ser exagero de João dizer que é assassino aquele que odeia a seu irmão. Mas quando nos deparamos com nossos desejos: que sofra, ou até mesmo morra aquele a quem odiamos, tornar-se compreensível a afirmação do apóstolo a essência do ódio é o sacrifício do outro.

2.       Cristo, o exemplo a imitar.
“16. Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós. Também nós outros devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos. 17. Quem possuir bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus? 18. Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade. (1Jo 3,16-18).
É excelente a comparação que João faz do ódio do mundo com o amor dos irmãos, que deve se manifestar na vida da igreja. O ódio de Caim o levou ao assassinato, mas o amor de Cristo o levou ao sacrifício de Si mesmo.

a)      Sua essência (v. 16) – Esse tipo de amor não depende de coisas que alguém fez, vem a fazer ou deixe de fazer. Pode ser que, às vezes, eu não goste de alguma ação de vocês, mas prometo continuar a mar vocês como pessoas, fazendo todo o possível para ajudá-los a crescer.

b)      Sua prática (v. 17-18) – O amor é a chave que abre o nosso coração e não permite que seja erguida ali uma barreira contra os nossos sentimentos humanos naturais, que seriam incitados pela contemplação de casos em que pessoas estão passando necessidades. Mesmo não tendo uma definição perfeita do que seja o amor, encontramos nas Escrituras diversas maneiras pelas quais expressamos o amor, e isso nos basta. Em Romanos 12,9-19, Paulo relaciona algumas características prática do amor fraternal. Nesse texto, Paulo nos apresenta alguns detalhes do que é o amor fraternal e nos ensina como vivê-lo. As características e a prática do amor fraternal se desdobram em atitudes que temos uns para com os outros. “Adiantai-vos em honrar uns aos outros.” (Rm 12,10b) significa considerar o outro melhor. Demonstramos esse amor fraternal através da preferência que damos aos dons e qualidades dos outros, em detrimento dos nossos.

Compartilhar as necessidades dos santos (cesta básica, remédios, roupas, um conforto, um consolo, uma exortação, estudar juntos a Palavra, etc.)

Praticar a hospitalidade (acolher seminaristas, grupos, missionários).

Abençoar, em vez de amaldiçoar (aqueles que chateiam ou desprezam você por causa do evangelho de Cristo).

Alegrar-se com os que se alegram (alegrar-se com aquele que foi curado, que recebeu um emprego, que teve a família restaurada).

Chorar com os que choram (estar junto nas dificuldades, o problema do meu irmão é também um problema meu).

Ter o mesmo sentimento uns para com os outros (ter empatia = sentir com).

Fazer o bem a todos os homens (ser marcado pela bondade).

Esforçar-se por manter a paz (não ser brigão).

Entregar a Deus o direito de possivel vingança.

Em 1Jo 3,14, o saber a qual João se refere não é apenas um conhecimento intelectual, mas, um conhecimento pela experiência evidenciada no amor aos irmãos. E nós, temos essa mesma convicção? Que exemplo temos seguido?

    III.            A PRÁTICA DO AMOR FRATERNAL E A CONFIANÇA EM CRISTO.

“19. Nisto é que conheceremos se somos da verdade, e tranquilizaremos a nossa consciência diante de Deus, 20. caso nossa consciência nos censure, pois Deus é maior do que nossa consciência e conhece todas as coisas. 21. Caríssimos, se a nossa consciência nada nos censura, temos confiança diante de Deus, 22. e tudo o que lhe pedirmos, receberemos dele porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é agradável a seus olhos. 23. Eis o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, como ele nos mandou. 24. Quem observa os seus mandamentos permanece em (Deus) e (Deus) nele. É nisto que reconhecemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu. (1Jo 3,19-24).

A prática do amor fraternal e a confiança em Cristo certificam nossa realidade espiritual.

Todos estamos sujeitos a perturbações da nossa segurança quanto a sermos da verdade (pertencermos a Deus), pelas acusações feitas pelo nosso coração, acusações festas pelo nosso coração, acusações essas que podem ser legitimas ou falsas, inflamadas pelo nosso acusador.

1.       Segurança objetiva.
A nossa consciência não é inflamável, absolutamente. Somente aquela que goza paz com Deus realiza Seu primeiro julgamento. Neste texto, coração é usado em lugar de consciencia, como em 1Sm 24,5-6,  quando Davi sentiu “bater-lhe o coração” quando cortou a orla do manto de Saul  - “Eis o dia anunciado pelo Senhor, que te prometeu entregar o teu inimigo à tua discrição. Davi, arrastando-se de mansinho, cortou furtivamente a ponta do manto de Saul. E logo depois o seu coração bateu-lhe, porque tinha ousado fazer aquilo.” (1Sm 24,5-6).

2.       Que fazer quando sentir sua segurança ameaçada?
Note que João começa o parágrafo no versículo 19 com a frase “Nisto que conheceremos” e o termina no versículo 24 com “É nisto que reconhecemos”. Nisto o quê? No amor verdadeiro, que é prova objetiva e concreta do novo nascimento e do Espírito que em nós habita e que testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (1Cor 2,12; 3,16; Rm 8,16). Lembre-se  também e confie que “o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espirito Santo, que nos foi outorgado (Rm 5,5).

Isto já devia ser suficiente para tranquilizar o nosso coração, pois se amamos de verdade e confiamos em Cristo, certamente estamos em Deus.

Mas João completa, afirmando que um coração limpo diante de Deus, marcado pela fé em Jesus Cristo e pelo amor para com os outros, é manifestação objetiva da obra do Espirito Santo, que preenche a condição para uma comunhão livre e irrestrita com Deus e nos dá confiança em nosso acesso a Ele.

3.       O amor facilita a obediência.
O amor tem prazer em fazer o melhor para ser amado. Por isso, quando nosso coração se endurecer e tornar-se mais difícil  obedecer ao mandamento de amar-nos uns aos outros , a solução é lembrar quem é que nos pede essa obediência é uma prova de que a nossa vontade de Deus e, portanto, tudo aquilo que pedimos, sabemos que recebemos.

    IV.            CONCLUSÃO.

Nós precisamos estar abertos para, em amor, tratarmos uns aos outros. Não podemos nos fechar. Se você quer manter seu coração intacto, não deve abrí-lo para ninguém. Embrulhe-o cuidadosamente, evite qualquer embaraço, tranque-se no seu egoismo. Só há um problema, você deixará de desfrutar a verdadeira comunhão com Deus. “Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa.” (Jo 15,11).

Milhões de pessoas hoje não buscam mais satisfação através de um relacionamento afetuoso com Deus e com os outros. A vida gira em torno delas mesmas, e estão sempre ocupadas em busca da sua própria realização. Será que nosso caso é diferente? Se não é, deve ser. Somos chamados para amar com todo nosso ser ao Deus que nos amou primeiro, e aos outros como a nós mesmos. Esse é o caminho para uma vida cheia de alegria e satisfação.


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