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domingo, 19 de janeiro de 2014

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 13 – A ELEIÇÃO DE SAUL AO TRONO.



A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 13 – A ELEIÇÃO DE SAUL AO TRONO.

Envelhecido, Samuel constituiu seus dois filhos, Joel e Abias, juizes sobre Israel. Porém eles não andam pelos caminhos do pai, antes se inclinaram para avareza e corrupção, o que os levou ao descrédito popular. Em conseqüência, estourou um movimento político entre o povo, liderado pelos anciões, que se dirigiram a Samuel e lhe fizeram um ambicioso pedido em prol da nação (1Sm 8,1-5).

  1. O POVO PEDE UM REI (1Sm 8,1-5).

Até então, Israel tivera governo teocrático, governo dirigido por Deus. E isto desde a outorga da lei Mosaica no Sinai, quando Deus mesmo tornou-se o Senhor soberano da nação. Através de Moises, dos sacerdotes, dos sacerdotes, dos profetas e dos juizes, Israel era conduzido no dia a dia sob a orientação da lei acima mencionada – Ex 19,20-20-26.
Por que quiseram um Rei? “E disseram-lhe: Estás velho e teus filhos não seguem as tuas pisadas. Dá-nos um rei que nos governe, como o têm todas as nações”. (1Sm 8,5).

a)      Os filhos de Samuel não estavam andando nos caminhos do pai.

De fato, eles já não correspondiam à confiança e aos anseios do povo, eram corruptos, e em conseqüência o povo estava sofrendo (vs. 1-5). Em postos de responsabilidade, as vezes tão poucos fazem tantos sofrerem tanto! Em virtude da desobediência não foram bem aproveitados a fé e os bons conselhos de um experiente profeta.

b)      Samuel já estava velho.

O Japão, pais de cultura milenar, tem como principio respeitar, honrar e prestigiar os seus anciões. Eles são valorizados pela sabedoria calcada na experiência dos longos dias de vida. Já a cultura ocidental tem mostrado menos consideração aos idosos, às vezes até carentes de tratamento condigno. Os judeus, embora do oriente, pensaram em Samuel, com sua idade, à moda ocidental – “e disseram-lhe: Estás velho”  (v 5a).
Foi este velho Samuel que serviu a nação ainda por longos anos. Regendo, ensinando e acudindo o povo nos momentos difíceis, ainda ungiu dois reis antes de encerrar o seu abençoado ministério.

“Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes.” (Sl 92,14).

c)      “Queremos ser como todas as nações que tem um rei” (v.5).

As outras nações não tiveram o privilegio que Israel sozinho teve,, o de ser governado diretamente por Deus, que sempre levantou lideres valentes, que souberam defender a nação com honra, dignidade e muita bravura.
As nações tinham reis desumanos e terríveis. Quando caiam sobre os inimigos, mutilavam seus homens,vazavam-lhes seus olhos e os escravizavam sem misericórdia – “Naas, o amonita, pôs-se em campanha e combateu contra Jabes, em Galaad. Os habitantes de Jabes disseram-lhe: Façamos aliança, e nós te serviremos. Mas Naas, o amonita, respondeu-lhes: Só farei aliança convosco com a condição de vos furar a todos o olho direito, para impor assim um opróbrio a todo o Israel.” (1Sm 11,1-2). Onde estava mesmo a gloria desses povos, que levava Israel a desprezar seu experimentado Samuel e o governo gracioso de Jeová,  para querer se parecer com aqueles incircuncisos?

  1. O SENHOR DA UM REI.

O pedido de um rei tinha cheiro de rebeldia e Samuel não gostou. Era uma ofensa ao próprio Deus – “Estas palavras: Dá-nos um rei que nos governe, desagradaram a Samuel, que se pôs em oração diante do Senhor. O Senhor disse-lhe: Ouve a voz do povo em tudo o que te disseram. Não é a ti que eles rejeitam, mas a mim, pois já não querem que eu reine sobre eles.” – (1Sm 8,6-7).

a)      O rei ungido em Rama (1 Sm 9,1-25).

Atendendo à vontade permissiva de Deus e à obstinação do povo, o profeta dispõe-se a ungir o futuro rei. Em circunstâncias estranhas, Deus  pode usar seus  servos ara cumprimento de missão especifica.
Com a fuga das jumentas de Quis,Saul e  seu moço persistiam em procura-las, escalando montanhas,planícies e vales, indo pelos lados de Efraim até a cidade do profeta.  Numa reunião preestabelecida, avisado por Deus, Samuel fala ao coração de Saul o recado de Deus.

b)      Escolhido em Masfa. (1Sm 10,17-24).

Saul foi ungido em Ramá, mas foi em Masfa que o povo se manifestou a respeito. Com a presença representativa das doze tribos, fez Samuel a apresentação do rei – “Samuel disse ao povo: Vedes aquele que o Senhor escolheu? Não há em todo o povo quem lhe seja semelhante. E todos o aclamaram, dizendo: Viva o rei!” (1Sm 10,24).
c)      Proclamado em Gálgala (1Sm 11,1-15).

Faltava agora apenas uma oportunidade para  que se concretizasse o reino de Saul. E logo apareceu. Naás, rei Amonita, sitiou Jabes-Galaad e com ameaças selvagens exigiu a rendição incondicional dos galaaditas (v.11). Apertados, os galaaditas testaram a capacidade do esperado rei. Pediram-lhe urgente socorro.
Numa sabia campanha relâmpago, Saul despertou toda a nação, formando rapidamente um exercito uno, pronto para a batalha (vs. 3-11). Dividiu o exercito em três companhias e de madrugada caiu sobre o inimigo e o desbaratou. Houve grande euforia nacional.
Guiados por Samuel, rumaram para Gálgala, e perante o Senhor proclamaram-no rei definitivamente (vs 12-15).

  1. A DESPEDIDA DE SAMUEL.
O tempo correu, e Samuel correu com o tempo. Chegou o fim do seu profícuo ministério. O homem de Deus sente-se tranqüilo, convicto e honrado. É gostoso o sentimento de dever cumprido.
Ao transferir a Saul as responsabilidades submeteu todos os seus atos ao longo do ministério de profeta e juiz ao julgamento do povo perante o Senhor. E o povo testemunhou das mãos limpas e coração puro do profeta de Deus. “Samuel disse ao povo: É, pois, testemunha o Senhor que estabeleceu Moisés e Aarão, e tirou os vossos pais do Egito”. (1Sm 12,6). Nesse momento os caluniadores se calaram – (1Sm 10,26-27;11,12-13).
Aproveitando, Samuel recordou à nação os seus grosseiros erros até mesmo o de pedir um rei. E Deus confirmou publicamente as palavras do seu profeta, fazendo chover e trovejar. O povo sentiu e temeu (1Sm 12,8-18).
Samuel, “o velho”, continuava sendo ainda a segurança espiritual do povo, pois diziam: “E disseram todos a Samuel: Roga pelos teus servos ao Senhor, teu Deus, para que não morramos, porque a todos nossos pecados ajuntamos o mal de pedirmos um rei”. (1Sm 12,19). Ele encerra a sua brilhante despedida aconselhando a nação a ser obediente a Deus, para que viva em paz. Samuel promete ainda dedicar-lhes, doravante, um ministério de intercessão e ajuda espiritual junto a Deus –  (1Sm 12,19-25).
O desejo de Israel de ter um rei não era novidade, já estava no coração de Deus muito antes da nação existir – “Tornar-te-ei extremamente fecundo, farei nascer de ti nações e terás reis por descendentes”. (Gn 17,6). Sabe-se também que ao longo dos tempos, já fazia parte também do pensamento e do coração do povo hebreu – “Ó Senhor, sejam esmagados os vossos adversários! Dos céus troveje o Altíssimo contra eles, o Senhor julgue os últimos confins da terra! Dará força ao seu rei, e engrandecerá o poder do seu ungido”. (1Sm 2,10). Mas nos planos de Deus Israel não teria  um monarca à moda das nações vizinhas,  sim nos padrões divinos (Dt 17,14-20) – um rei segundo  coração de Deus, como se vê claramente em (1Sm 16,12-14;13,14). Seria não apenas escolhido por Deus, mas um rei que lhe fosse temente, e governaria o povo tendo a Lei do Senhor como a sua constituição.

Embora ungido, escolhido e proclamado, Saul foi fruto de pedido precipitado e pressionado. Não deu certo, e Deus o rejeitou, trazendo difíceis conseqüências para Israel , que foram realmente terríveis.

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