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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 09 – A ERA DOS JUÍZES EM ISRAEL.




LIÇÃO 09 – A ERA DOS JUÍZES EM ISRAEL.

Você já percebeu como o nosso mundo atual tem aversão a leis? Parece que todos aqueles que representam qualquer tipo de ordem são rejeitados. Por isso há crises em todas as instituições sociais a família, a escola, o estado e a Igreja, pois elas procuram manter a boa ordem na sociedade.

Quando abrimos a Bíblia no livro de Juízes, percebemos que a tendência de nossa sociedade atual é repetir a experiência de Israel naquela fase da sua historia, pois “Naquele tempo não havia rei em Israel, e cada um fazia o que lhe parecia melhor”. (Jz 17,6). Se a Igreja adotasse essa filosofia de vida, com certeza seria aplaudida pelo mundo e até por muitos cristãos que estão tentando a todo custo alargar o “caminho do Senhor”.

  1. A EXPLICAÇÃO DO PERÍODO DOS JUÍZES (Jz 1,1-3,6).

Os primeiros capítulos do livro de Juízes explicam como surgiram as condições lamentáveis desde período sombrio da historia de Israel.

a)    Guerras independentes (Jz 1,1-3,6).  

Encontramos aqui muitas descrições de guerras independentes das tribos para defenderem  suas propriedades contra inimigos particulares.

Parece que aquela unidade nacional acabou. E o que vemos agora são vários grupos de israelitas lutando pelo seu próprio espaço.

No salmo 133 aprendemos que a condição necessária para que Deus abençoe o seu povo é a unidade. Se quebrarmos este principio, já não podemos contar com o favor divino. E diga-se de passagem, há muitas igrejas que já perderam a benção!

b)    Tolerância para com os inimigos (Jz 1,21-36). 

Como se não bastasse o quadro de desagregação nacional causados pelas “guerrilhas particulares”, remos agora o agravamento da situação pelo fato de não expulsarem “certos inimigos” que despertam neles “certos interesses”.

Os inimigos da fé são sempre inimigos e devem ser tratados sem misericórdia. Se fizermos algum tipo de acordo com eles, “Deixa a ira, e abandona o furor; não te enfades, pois isso só leva à prática do mal.” (Sl 37,8).

A carne do mundo e o do diabo são eternos inimigos da fé cristã. Mas há muito cristãos que os toleram, e para sua própria ruína lhes abrem concessões. Devemos fugir das paixões d carne – “ela segurou-o pelo manto, dizendo: “Dorme comigo!” Mas José, largando-lhe o manto nas mãos, fugiu”. (Gn 39,12), odiar tudo que é mundano “Adúlteros, não sabeis que o amor do mundo é abominado por Deus? Todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. (Tg 4,4); e “Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai”. (1Jo 2,15) e em sujeição a Deus resistir ao diabo – “Sede submissos a Deus. Resisti ao demônio, e ele fugirá para longe de vós”. (Tg 4,7). Este é o caminho da vitória que não podemos esquecer!

c)    Deus usa os inimigos para disciplina.

Deus é soberano e têm na sua mão todos os reinos do universo. Por isso mesmo, pode dispor de qualquer deles para alcançar seus fins. Por isso “É horrendo cair nas mãos de Deus vivo”. (Hb 10,31).

Israel foi tolerante para com seus inimigos que Deus mandara desistir. Então o próprio Deus usou aqueles povos para uscalina-los.

d)    A morte de Josué e de sua geração (Jz 2,6-23).

A boa influencia de Josué e de sua geração passou quando eles morreram. Eles morreram, sim, mas a historia da fé vitoriosa ficou. Que fez a nova geração daquela historia? Infelismente esqueceu! Israel agora tinha tantos novos contatos que estava pouco ligando para que Deus fizera no passado. Havia tanta gente interessante, tantos costumes novos, que o que aprendera no deserto, já não interessa mais.

“A que caiu entre os espinhos, estes são os que ouvem a palavra, mas prosseguindo o caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e prazeres da vida, e assim os seus frutos não amadurecem”. (Lc 8,14).


  1. A SUCESSÃO DOS JUÍZES (Jz 3,7-16,31).

Com relação à parte principal do livro que agora estamos considerando, esta bem clara a sua disposição. Treze juízes são citados sucessivamente – Otniel, Eúde, Sangar, Débora, Baraque, Gedeão, Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elom, Ebdom e Sansão. Seis deles se distinguiram dos demais, pois toda a historia concentra-se em seis apostasias e períodos de cativeiro de Israel e nos seis libertadores ou juízes que Deus levantou para livra-los. São eles: Otnel, Eúde, Débora, Gedeão, Jefté e Sansão, nos quais destaco dois:

a)    omete (Jz 6,11-8,35)

“Os filhos de Israel fizeram o que era mau perante o Senhor...por isso  Senhor os entregou nas mãos dos midianitas por sete anos....então os filhos de Israel clamaram o Senhor”.

O escritor Guilherme W. Orr chega a afirmar em seu livro “39 chaves para o Velho Testamento” que o maior dos juízes foi Gedeão. Ele foi vocacionado em uma época de emergência nacional. O seu exercito de trinta e dois mil homens foi reduzido até tornar-se um grupo desprezível de trezentos; então, não lhes foi dada arma alguma. Contudo, nunca em toda a história, aconteceu vitória maior.

As proezas são citadas em:

“Faze-lhes como fizeste a busca como a Sísera, como a Jabim junto ao rio Quisom, os quais foram destruídos em Daí-Dor; tornaram-se esterco para a terra. (Sl 83,9-10).

“Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã”. (Is 9,3).

“Que mais direi? Faltar-me-á o tempo, se falar de Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e dos profetas”. (Hb 11,32).

O caráter amoroso e justo de Deus é singular. Alias, ele é o único ser capaz de harmonizar perfeitamente em si mesmo a bondade e a severidade (Rm 11,22). Ele castiga e repreende o seu povo em pecado, mas ouve-lhe a suplica de libertação (Sl 66,19-20) e opera maravilhas, nunca é tarde para voltar-se ara Deus!


b)    Sansão (Jz 13,2-16,31)

“Tendo os filhos de Israel tornado a fazer  o que era mau perante o Senhor...este os entregou nas mãos dos filisteus por quarenta anos”.

Aqui não há registro de súplica, evidentemente porque como ultimo recurso eles haviam dito a Deus na crise anterior: “Os israelitas disseram ao Senhor: Pecamos; tratai-nos como melhor vos parecer. Somente, livrai-nos hoje”. (Jz 10,15). Nesta fase aparece Sansão que começou a livrar a Israel do poder dos filisteus.

As vitórias de Sansão foram todas pessoais. Sozinho ele impôs terror aos filisteus, e coragem a Israel. Contudo, faltou-lhe a qualidade de estadista de Samuel e a percepção espiritual de Davi. Seu grande problema foi vencer a si próprio, seus apetites e paixões. Todavia ele tinha fé em Deus e foi imortalizado em “Que mais direi? Faltar-me-á o tempo, se falar de Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e dos profetas”. (Hb 11,32).

Olhando para a experiência de Sansão e de outros juizes de Israel, percebemos que embora fossem vocacionados por Deus para um trabalho de libertação tinham pouco domínio de si. Faltava-lhes aquele fruto do Espírito chamado “domínio próprio” (Gl 5,23), muito raro também em nossos dias! “Mais vale a paciência que o heroísmo, mais vale quem domina o coração do que aquele que conquista uma cidade”. (Pr 16,32).

  1. AS CONDIÇÕES MORAIS DA ERA DOS JUIZES (Jz 17-21;RUTE).

Como já vimos, a filosofia dominante em Israel era: “Naquele tempo não havia rei em Israel, e cada um fazia o que lhe parecia melhor”. (Jz 17,6). Este modo de pensar trouxe muitos prejuízos morais e espirituais ara a nação.

a)    Apostasia (Jz 17,1-18,31).

O completo afastamento de Deus e de sua palavra e a idolatria de um certo israelita, chamado Mica, representam bem a própria condição de toda a nação naquela época. Um povo que se afasta completamente de Deus e vive a vida ao seu modo como Israel estava vivendo, desce aos mais baixos níveis de existência e produz personagens como Mica.

A historia registra muitos fatos grosseiros e perversos ocorridos dentro da Igreja, às vezes com a sanção dela. É preciso que nos cuidemos para que isto não suceda conosco.

“Estai alerta para que ninguém deixe passar a graça de Deus, e para que não desponte nenhuma planta amarga, capaz de estragar e contaminar a massa inteira. Que não haja entre vós ninguém sensual nem profanador como Esaú, que, por um prato de comida, vendeu o seu direito de primogenitura.” (Hb 12,15-16).

b)    Vingança (Jz 19,1-21,25). 

Quando se perde a percepção de que existe um Deus justo no céu que age na terra e que retribui a cada um conforme as suas obras, fica-se pronto para tomar a justiça nas próprias mãos. Foi o que aconteceu nesse período negro da historia de Israel. Havia aquela atitude de vingança generalizada, tanto entre as tribos como em relação a outros povos.

Nós também somos muito inclinados á retaliação. O sistema do mundo afirma e a nossa velha natureza endossa que não devemos aceitar nenhuma perda. Talvez seja por isso que muitos cristãos  passam a vida inteira correndo atrás do prejuízo que outros lhe causaram e nunca conseguem perdoar. Essa atitude é bem contraria ao espírito do evangelho de –  Mt 5,38-48 –  e resulta em muitos danos para os que gratificam – Mt 18,32-35.

c)    Piedade (O Livro de Rute). 

O livro de Rute parece uma nota suave no meio de uma musica tão turbulenta. Ele descreve a orientação providencial de Deus na vida e aventuras de uma família israelita. Por causa da morte do pai e seus dois filhos, em uma terra estrangeira, o nome e a herança da família ficam em perigo. Da situação extrema do homem, entretanto, é a oportunidade de Deus. Vemos este conceito em: “Vossa intenção era de fazer-me mal, mas Deus tirou daí um bem; era para fazer, como acontece hoje, com que se conservasse a vida a um grande povo”. (Gn 50,20).

Tanto a fidelidade de Rute como a benignidade de Boaz revelam que é possível “andar com Deus” no meio de contemporâneos que andam distantes dele – “Esta é a história de Noé. Noé era um homem justo e perfeito no meio dos homens de sua geração. Ele andava com Deus”. (Gn 6,9).


Quando o individuo, a igreja ou a nação vira as costas para Deus, tudo perde o seu real significado. Mas graças ao próprio Deus, a volta é sempre possível pois “É graças ao Senhor que não fomos aniquilados, porque não se esgotou sua piedade. Cada manhã ele se manifesta e grande é sua fidelidade.” (Gn 3,22-23).

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