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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

TRINDADE SANTA


TRINDADE SANTA

As três pessoas que compõe o ser único de Deus - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - são chamados de a Trindade.

A palavra "Trindade" não aparece na bíblia. Os estudiosos criaram-na para descrever os três seres que constituem Deus.
 Através da bíblia, Deus está presente como sendo o Pai, o Filho e o Espírito Santo - não são três "deuses", mas sim três personas do único Deus (veja, por exemplo, Mateus 28:19; 1Coríntios 16:23-24; 2 Coríntios 13:13).

As Escrituras apresentam o Pai como a fonte da criação, o que dá a vida e Deus de todo o universo (veja João 5:26; 1 Coríntios 8:6; Efésios 3:14-15).
O Filho é retratado mais como a imagem do Deus invisível, a representação exata do seu ser e de sua natureza e o Messias redentor (veja Filipenses 2:5-6; Colossenses 1:14-16; Hebreus 1:1-3).
O Espírito é Deus agindo, Deus alcançando as pessoas - influenciando-as, mudando-as internamente, enchendo-as e guiando-as (veja João 14:26 ; 15:26; Gálatas 4:6; Efésios 2:18).
Todos os três formam uma trindade, vivendo dentro do outro e trabalhando juntos para cumprir seu plano divino para o universo (veja João 16:13-15).
A divindade de Cristo é confirmada nas mais antigas pregações cristã, sob os termos “Senhor e Cristo” (At 2.36, cf 4.12; 5.31; 10.36 etc.); e a mais antiga epistola de Paulo já concentrou esta fé no significativo título “o Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1.1,3; 5.23,28). A mais característica expressão, dada a esta crença, é a designação “Filho de Deus” aplicada a Cristo, não somente pela Sua missão divina (Mc 1.11 cf Sl 2.7), mas também pela Sua divina natureza, envolvendo as verdades da Sua preexistência e encarnação. E é digno de nota que o único exemplo daquele título, no livro dos Atos, acha-se em conexão com a primeira pregação do convertido Saulo de Tarso (At 9.20). O sentido é messiânico (cf. o seu equivalente termo no Vers. 22, “o Cristo”). A visão, que Saulo teve na estrada de Damasco, tinha-o convencido de que Jesus, o Messias, era uma pessoa divina. E por isso a expressão “Filho de Deus” alcançou, para ele, uma nova significação.
Logo nos primeiros dos seus escritos aparece, sem ser coisa imposta, a natural linguagem de um fato admitido (1Ts 1.10; Gl 1.16; 2.20; 4.4,6; 1 Co 1.9; 15.28; 2 Co 1.19; Rm 1.3,4,9; 5.10; 8.3,29,32; Ef 4.13). Em nenhuma parte S. Paulo apresenta uma doutrina especifica acerca da pessoa de Cristo, mas as citadas passagens (especialmente Rm 8.3; Gl 4.4; 1 Co 15.28, e também 1 Co 8.6; 2 Co 4.4; 8.9; Fp 2.6 a 11; Cl 1.13 a 19), claramente mostram que, para ele, “era Cristo um Ser verdadeiramente único, que, antes de vir ao mundo, partilhava da divina natureza e glória, e que depois, na Sua sublime ressurreição, foi simplesmente ocupar, de um modo maravilhoso, a dignidade que corresponde à Sua essência e direitos inerentes.
E não se torna necessária uma circunstanciada prova de que esta maneira de ver, a respeito de Cristo, foi aceita e desenvolvida pelos outros escritores do Novo Testamento” O próprio tema do autor da epistola aos Hebreus é a necessária finalidade de uma revelação pelo “Filho de Deus” (Hb 1.1 a 4, epassim); o prólogo ao evangelho de João, com a sua proclamação do “Verbo” feito carne, e a mensagem de Deus aos homens por meio do “unigênito do Pai”, prepara-nos para a elevada Cristologia de todo o evangelho e da primeira epístola.
Sem referência a quaisquer contestadas passagens, pode de um modo decisivo mostrar-se que Jesus possuía a qualidade divina para os escritores do Novo Testamento Eles conservavam fortemente o monoteísmo da religião hebraica: para eles havia “um só Deus” (Rm 3.30; 1 Co 8.6; Gl 3.20; Ef 4.6; 1Tm 2.5; Tg 2. 19); mas também havia “um só Senhor” (1 Co 8.6; Ef 4.5) de tal modo essencialmente relacionado com Deus, em tudo o que se refere aos homens, que a bênção apostólica toma naturalmente a forma dual: “a todos os amados... Graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (Rm 1.7; 1 Co 1.3; 2 Co 1.2; Gl 1.3; Ef 1.2; Fp 1.2; 1 Ts 1.l;2Ts 1.2; 1 Tm 1.2; 2Tm 1.2; Tt 1.4; Fm 3).
Além disso, a história da Igreja cristã tem o seu principio no dia de Pentecostes, com o derramamento do Espírito Santo, “a promessa do Pai”, anunciada por Jesus (At 1.4; 2.33; Lc 24.19).
Não é nosso propósito pormenorizar aqui o ensino do Novo Testamento a respeito do Espírito. Falando, porém, no sentido lato, a operação de Deus no mundo, para santificar e fortalecer os homens, é atribuída ao Espírito; ora o Espírito é Deus, operando no mundo.
Dois pontos necessitam de especial menção:
(1) Nas passagens que acabamos de citar, o dom do Espírito está em intima conexão com a elevação de Cristo. Foi em virtude de Jesus ter passado pela morte para o Seu lugar á mão direita de Deus, que ao homem é possível uma vida divina, cheia de energias do Espírito. É isto confirmado pela doutrina do quarto evangelho; “o Espírito até esse momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado (Jo 7.39); “Mas eu vos digo a verdade:
Convém-vos que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá para vós outros [O Paracleto, isto é, o advogado, auxiliador ]; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (16.7; cf 14.16,26; 15.26). Isto é apenas outra ilustração do que já se disse com respeito á deificação de Jesus, tendo-se mostrado que a expressão “Es­pírito de Deus” pode ser trocada por qualquer destas “Espírito de Jesus”, “Espírito de Cristo”, “Espírito de Jesus Cristo” (At 16.7; Em 8.9; Fp 1.19), e que em 1 Jo 2.1, o próprio Jesus Cristo é o “Paracleto”.
(2) Ao lado da doutrina pela qual o Espírito parece identificar-se com a operação de Deus, ou de Cristo na Sua exaltação, achamos uma concepção que distingue do Pai e do Filho o Espírito Santo. Esta idéia está encerrada nas passagens já apontadas, e acha desenvolvimento nos ensinos de Paulo; se não é isso numa consistente doutrina, é-o pelo menos numa quase personificação do Espírito. A Sua operação na alma dos crentes é um trabalhopessoal (1 Co 2.13; 12.11; Rm 8.9, 14, 16. 26). Ele é igualado com Deus o Pai, e com Cristo, o Senhor (1 Co 12.4 a 6; Ef 4.4 a 6). A habitual bênção dual, que já citamos, não completa a concepção de Paulo com respeito à Divindade; uma vez somente ele dá inteira expressão a sua fé com a triplicada fórmula, hoje tão familiar, ‘A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”  (2 Co 13.13; cf. a fórmula batismal de Mt 28.19).
São, pois, estes os dados para a doutrina da Trindade: o reconhecimento de um só Deus, sendo feita, contudo, a distinção, dentro da Divindade, entre Pai, Filho, e Espírito.

domingo, 27 de outubro de 2013

A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 01 – O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO


A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - LIÇÃO 01 – O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO


A história do povo de Deus é longa e repleta de sua sabedoria.

No nascimento da nação israelita, sua origem se deu no semita Abraão, que ficou conhecido como homem de fé; estruturou-se em isaque, um homem pacifista; tomou forma em Jacó, um homem convertido.

Tudo que Deus ia apresentar ao mundo era novo. Ninguém sabia seus propósitos ou ouvia sua voz, não existia monoteísmo e o nome de Deus e seus atributos eram desconhecidos. Não se adorava corretamente e ninguém havia recebido visita celestial.

Isto mudou quando Deus formou uma nação com o fim de abençoar “todas as famílias da terra” – Gn 12,3. Nação esta para qual, já em sua semente, as novidades reveladas se tornaram normais e parte do cotidiano. O que se passou com os patriarcas foi notório, autentico e definitivo, pois daí em diante a revelação se tornou mais intensa e progressiva até culminar em Cristo a Igreja, o verdadeiro Israel “Sabei, pois: só os que têm fé é que são filhos de Abraão”. (Gl 3,7).

Vejamos como tudo começou, não sob o ponto de vista biográfico dos patriarcas, e sim, analisando como Deus se tornou presente no mundo a partir do que fez e ensinou a esses homens.

1.      O RECEBIMENTO DA CHAMADA.

Þ     CHAMADA PARA SAIR.

Todo filho de Deus tem este desafio e experiência: ser chamado na direção de Deus, abrir mão de tudo (Lc 14,26-33) e seguir sem olhar para trás à terra que o Senhor indicar.

“Venha de vós o meu julgamento, e vossos olhos reconheçam que sou íntegro”. (Sl 16,2).

Þ     CHAMADA PARA SER BENÇÃO. 

Ser benção a todos os povos, porque de Israel veio Cristo e hoje somos filhos de Abraão pela fé.

“Não quer dizer, porém, que a palavra de Deus tenha falhado. Porque nem todos os que descendem de Israel são verdadeiros israelitas,” (Rm 9,6).

Ser benção a outros implica ser abençoado. Tal se deu com os patriarcas que tiveram todo o tipo de benção: prosperidade com gado, plantações e dinheiro; longevidade (todos viveram bem mais de cem anos); vitória nas adversidades. No novo testamento, notamos que as bênçãos que Deus nos promete são de ordem espiritual.




Þ     CHAMADA PARA TESTEMUNHAR. 

Deus cuidou para que os povos vissem sua gloria nos patriarcas. Veja Gn. 12,7; 14,21-23; 26,27-29; 35,5; 41,38-39. Em outras palavras, aqueles homens testemunharam do poder de Deus nas suas vidas.

“Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”. (Mt 5,16)

2.      A MANUTENÇÃO DA CHAMADA.

Þ     TRANSFORMAÇÃO INTERIOR.

Apesar de suas louváveis qualidades, os patriarcas eram homens comuns que possuíam os mesmos problemas comuns a todos os homens, tais como temores (Gn 15,1); mentiras (Gn 12,10-20; 20,2; 27,19-20), precipitações, problemas com a família (Gn 27), e assim necessitavam de cura interior e aperfeiçoamento do caráter.

Þ     TRANSFORMAÇÃO NOS NOMES.

No ambiente em que viviam os patriarcas, o nome identificava o individuo no que ele era em sua essência. Não era simplesmente um nome. Era também uma apresentação da pessoa.
a)      Abrão para Abraão – pai exaltado para pai de multidão (Gn 17,5}.
b)     Isaque – nome escolhido e dado por Deus, quer dizer riso (Gn 17,19).
c)      Jacó para Israel – de agarrador de calcanhar e transplantador, para príncipe que persiste com Deus (Gn 32,28).

Þ     TRANSFORMAÇÃO DO FUTURO.

a)      Posteridade incontável.
Þ     Abraão (Gn 17,6).
Þ     Isaque (Gn 26,4).
Þ     Jacó (Gn 35,12)

b)      Ser dono das terras de Canaã.
Þ     Abraão (Gn 17,8).
Þ     Isaque (Gn 26,3).
Þ     Jacó (Gn 35,12).

3.      O CUMPRIMENTO DA CHAMADA.

Þ     DISCERNIMENTO ESPIRITUAL.

O Senhor conferiu este dom aos patriarcas, pois sempre reconheceram sua presença e voz em todas as aparições e revelações. Perceberam as ameaças ao plano de redenção, como, por exemplo, na escolha de uma esposa não canaanita. Em Hb 5,14 é dito que o discernimento espiritual é presente naquele que é espiritualmente maduro.

Þ     VERDADEIRA ADORAÇÃO.

Eles adoraram com profundidade, pois entenderam, reconheceram e aprovaram a posição de valor de Deus. Cumpriram Jo 4,24, adorando a Deus “em espírito” ao deixar de lado o material, circunstancial e físico; adorando “em verdade” quando não se envolveram ns erros, falsidades e confusões das nações à volta.

Esta adoração possuía três grandes raízes:

a)      Altares – Estes eram erguidos e oferecidos a cada novo passo da vida. Eram referenciais do espiritual, cumprindo o papel de testificadores da ação de Deus e da resposta dos patriarcas diante do que Deus é e faz.

b)     Fé – “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb11,6a). Eles o agradaram diariamente por sua fé (Hb 11,8; 17,20-21). Provaram sua fé na relação à vocação, à terra prometida, à promessa de posteridade e à indestrutibilidade da semente eleita.

c)      Devoção – É inquestionável! Os patriarcas tinham seus momentos a sós com Deus para orar e meditar a palavra. O que Isaque fez em Gn 24,63a, certamente aprendeu de seu pai e ensinou a seus filhos.

Þ     MILAGRES.

Milagres sempre acompanharam o povo de Deus e têm o seu lugar especial no relacionamento com Ele. Nos patriarcas, três foram mais evidentes:

a)      Visões de anjos.
b)     Livramentos em todas as perseguições.
c)      Filhos de mulheres estéreis.

A estratégia divina é “colocar vinho novo em odre novo”. Tal se deu com a nova relação sendo colocada em uma nova nação. Para esta nova realidade espiritual a ser revelada ao mundo, Deus não quis simplesmente escolher qualquer nação já existente, cheia de mania, vícios, deuses, cultos pagãos com teores imorais e assassinos, nação gloriosa e rica ou pequena e frustrada. Em vez disso, formou uma nação a partir de uma boa semente estejam presentes na nação de Deus ao longo da historia, no verdadeiro Israel (Rm 9,6; Gl 3,7).


sábado, 26 de outubro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 14 – ILUSTRAÇÕES DA OBRA DE CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO.



JESUS CRISTO - LIÇÃO 14 – ILUSTRAÇÕES DA OBRA DE CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO.


“Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gn 3,15).

Não foram poucas às vezes em que eu ouvi alguém dizer algo mais ou menos assim – “Prefiro ler o Novo Testamento ao Antigo, porque o Novo Testamento só fala do amor de Deus, enquanto o Antigo somente fala da justiça de Deus..” Apesar da fraqueza  e “boa intenção” dessas pessoas, penso que infelismente elas não tem tido oportunidade de conhecer melhor as Escrituras Sagradas.  A Bíblia nos revela que tanto o amor como a justiça de Deus andam de mãos dadas, revelando  a graça e a misericórdia de Deus. No plano eterno e perfeito de Deus, não existe demonstração do Seu amor sem a execução da sua justiça, tampouco execução da sua justiça sem a demonstração do seu amor. Se pudermos pensar que o amor  e a justiça de Deus estão presentes em toda a Bíblia, podemos concluir que de alguma maneira, a obra de Jesus Cristo também está presente em toda a Bíblia!

I – PACTO – A ALIANÇA DE DEUS COM SEU POVO.

O Antigo Testamento apresenta diferentes aspectos ou alianças  firmadas entre Deus e seu povo. Na maioria das vezes, são incondicionais, ou seja, somente dependem da fidelidade de Deus para serem concretizadas. As condicionais dependem da obediência e fidelidade humanas para que a intervenção divina se manifeste. Estas alianças revelam o propósito  de Deus: ser glorificado por um povo, com o qual mantém relacionamento exclusivo.  Através delas. Deus revela amor e executa justiça prefigurando a obra de Cristo, desde o Éden – “esta te ferirá a cabeça”.

As mais importantes alianças firmadas por Deus com seu povo são: Adâmica (Gn 3,15); Noética (Gn 9,11); Abraâmica (Gn 12,1-3;1517-21); Sinaitica (Ex 19,5-6); Palestiniana (Dt 28-30); Davídica (2Sm 7,15-16; 1Cr 17,11-14) e Nova Aliança (Jr 31,31-34). Vamos destacar as três mais importantes:

1 – A Aliança Abraâmica – Gn 12,1-3; 15,17-21

É a base para o relacionamento entre Deus e um povo exclusivamente seu. Esta aliança é incondicional, no sentido que Israel é o povo eleito e criado para servir como canal da benção de Deus aos povos do mundo, e bem como termos – chave “descendência” e “terra”. Alguns aspectos distintos estão contidos nela:
·         Promessas individuais: Abraão seria pai de uma grande nação (Israel).
·         Promessas nacionais: Israel seria grande e possuiria a terra de Canaã.
·         Bênçãos espirituais: todas as famílias da terra seriam abençoadas em Israel.

Somente em Jesus Cristo ela é cumprida integralmente.

2 – A Aliança Davídica – 2Sm 7,15-16; 1Cr 17,11-14

Tem como termos – chave “trono” , “casa” e “reino”, por isso está ligada firmemente à Aliança Abraâmica.firmada nesta aliança incondicional, a linhagem de Davi trouxe ao mundo o Salvador dos judeus e gentios. Muito embora a nação de Israel tenha rejeitado seu Rei, “a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.” (Jo 1,12).




3 – A Nova Aliança – Jr 31,31-34

Esta também é incondicional, pois aponta para o relacionamento pessoal entre Deus e seu povo, o qual não será afetado pelo poder do pecado. Pelo contrário, todos desfrutarão de uma real e profunda comunhão com Ele.

II – PROVISÃO – SISTEMA SACRIFICIAL.

Uma segunda maneira de o Antigo Testamento ilustrar a obra de Jesus Cristo  é através da provisão do sistema sacrificial. Deus disse a serpente: “tu lhe ferirás o calcanhar”, como um sinal de sacrifício na provisão divina para o mal do pecado. O sistema sacrificial foi instituído como instrumento da justiça e do amor de Deus. Da justiça porque o pecado exigia punição com a vida – “Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que faz expiação, em virtude da vida.” (Lv 17,11) e de amor porque os animais sacrificados substituíam o pecado no altar – “Se alguém pecar, fazendo qualquer de todas as coisas que o Senhor ordenou que não se fizessem, ainda que não o soubesse, contudo será ele culpado, e levará a sua iniqüidade; e como oferta pela culpa trará ao sacerdote um carneiro sem defeito, do rebanho, conforme a tua avaliação; e o sacerdote fará por ele expiação do erro que involuntariamente houver cometido sem o saber; e ele será perdoado.” (Lv 5,17-18). O principio da expiação sempre exigiu a morte, assim escreveu o autor de Hebreus – “...sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hb 9,22). Assim, o sacrifício revela no Antigo testamento como a provisão de Deus para demonstrar seu amor e executar a sua misericórdia. Alguns exemplos  são peculiares para ilustrar a obra de Cristo.

1 – Adão e Eva.

A desobediência de Adão e Eva quebrou o relacionamento deles com Deus, originado a separação da criatura do seu Criador, após a queda, lê-se em Gênesis que eles – “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” (Gn 3,7). Porém, Deus providenciou-lhe outra cobertura que indicava a gravidade da desobediência – “E o Senhor Deus fez túnicas de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu.” (Gn 3,21). Assim, a morte de algum animal inocente foi necessária para expiar o pecado, e Deus demonstrou seu amor e executou a sua justiça.

2 – Abel.

O segundo registro de sacrifício na Bíblia é a oferta de Abel. Contrastando com a atitude do irmão, o sacrifício realizado por Abel revelou a obediência à instrução divina quando o valor dos sacrifícios de sangue na expiação do pecado. Caim, tal qual seus pais, resolveu oferecer outro meio de expiação, porem foi rejeitado por Deus – “Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta, mas para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo que irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante.” (Gn 4,3-5). Por isso Abel obteve bom testemunho de ser justo – “Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa.” (Hb 11,9).

Lewis Chafer diz que a doutrina do sangue sacrificial “não é de origem humana e o seu cumprimento na morte de Cristo é certamente o plano e o propósito de Deus.”

3 – Abraão.

A disposição de Abraão em ofertar seu único filho, Isaque, ilustra e tipifica o Pai que oferece seu único filho amado –Gn 22,1-19. Em Abraão, vê-se o exercício da justiça contra o pecado – o sacrifício, e em Isaque, o sacrifício voluntário e obediente até a morte – “e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” (Fl 2,8). A prova de fé estava ligada ao princípio da morte substitutiva, pois Deus não permitiu o sacrifício humano, porém providenciou um cordeiro para substituir Isaque.

4 – Páscoa.

A instituição da Páscoa em Israel não apenas assegurou a redenção dos israelitas do jugo egípcio como assegurou a segurança de todos os primogênitos da nação – Ex 12,1-36. Elementos singulares  estavam presentes no sacrifício daquela noite em que o Senhor feriu a terra do Egito – cordeiro pascoal substituto (ou cabrito), sangue aspergido, morte de primogênitos, juízo contra ímpios, substituição e redenção dos eleitos. “Dificilmente se pode duvidar que Cristo seja antítipo a tudo isso” (L. Chafer).

5 – Ofertas em Levítico.

O sistema de ofertas sacrificais dos Hebreus não tinha outro propósito senão providenciar, através do derramamento de sangue substituto, os meios e condições para o homem relacionar-se com Deus, em aproximação e santificação. Por exemplo:

  • Ofertas queimadas (Lv 1,1-17) e pacíficas (Lv 3,1-17) promoviam adoração a Deus.
  • Ofertas pelo pecado (Lv 4-5) e pelas culpas promoviam restauração co Deus.
  • Oferta de aves (Lv 14,1-32) promoviam purificação de pecado.

III – PREGAÇÃO – A MENSAGEM DOS PROFETAS.

 

Uma ultima forma de ilustração da obra de Cristo são as mensagens dos profetas, os quais lutaram contra o sistema sacrificial hipócrita. A mensagem deles condenava a falsidade religiosa e a fé puramente religiosa. As ofertas, sacrifícios e rituais agradáveis a Deus deveriam ser observados em obediência. Muito antes da forma, Deus  exigia a aplicação interior de quem ofertava ou sacrificava.

Observemos as condenações proféticas sobre os sacrifícios hipócritas.

·         Presença da maldade e da prática da injustiça – Is 1,10-20.
·         Ausência de obediência à voz de Deus – Jr 7,21-28.
·         Presença de pecado e ausência de arrependimento – Os 14,1-4.
·         Presença da idolatria e senhorio estranho. – Am 5,21-24.
·         Ausência de justiça, misericórdia e humanidade – Mq 6,6-8.

Os profetas não apenas exigiam a observação dos rituais, mas que os mesmos fossem praticadas de acordo com a lei de Deus. A história de Israel mostra que as ofertas nem sempre foram vistas pelos ofertantes como um canal de santidade, ainda que a lei prescrevesse isso. O papel dos profetas portanto,  era apontar o erro, chamando a atenção do povo para a ilustração de algo perfeito e superior que estava por vir.

O famoso parágrafo do “Servo Sofredor”, do profeta Isaias, apresenta-se como um dos mais impactantes apelos proféticos sobre o sacrifício perfeito.

·         Sacrifício voluntário – Is 53,2.4.
·         Sacrifício expiatório – Is 53,10.
·         Sacrifício substitutivo – Is 53,4-6.11-12.
·         Sacrifício eficiente – Is 53,11-12.

CONCLUINDO

O apóstolo Paulo escreveu aos Colossenses que os cerimoniais judaicos não passava de sombras das coisas que haviam de vir em Cristo  - “que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo.” (Cl 2,17) e o autor das cartas aos Hebreus afirmou – “Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam a Deus. É nessa vontade dele que temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre. Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados.” (Hb 10,1.10.14).


sábado, 19 de outubro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 13 – A GLÓRIA DE CRISTO.



JESUS CRISTO - LIÇÃO 13 – A GLÓRIA DE CRISTO.

 

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo 1,14).

Quando estudamos as Escrituras, descobrimos que o termo Glória pode ser usado de três maneiras:

1 – Antes de tudo, glória se refere à luz ; a Luz da presença de Deus. Uma luz clara e brilhante vinda do céu. Essa expressão da glória de Deus aparece em Ex 40,34 – “...e a glória do Senhor encheu o tabernáculo.” Essa é a glória chamada SHEKNAH de Deus.

2 – Em 1Cor 15, encontramos a existência de uma glória que se refere à representação singular ou aparência distinta, usada  com relação aos corpos celestes – “Nem toda carne é uma mesma carne; mas uma é a carne dos homens, outra a carne dos animais, outra a das aves e outra a dos peixes. Também há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres. Uma é a glória do sol, outra a glória da lua e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela.” (1Cor 15,39-41).

3 – Quando se refere ao propósito final da Igreja, essa glória de Cristo, que significa engrandecer, elevar, irradiar fulgor ou esplendor sobre alguém.

Portanto, que significa para a Igreja ou para cada cristão individual glorificar a Deus? Significa engrandecer, exaltar ou elevar o Senhor Jesus  ao mesmo tempo em que nos humilhamos.isso foi brilhantemente ilustrado por João Batista, que disse – “É necessário que ele cresça e que eu diminua.” (Jo 3,30).

A glória do Filho e a glória do Pai são a mesma, porque o Pai é visto no Filho - “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo 1,14).

Há muitas coisas para se dizer sobre este assunto, mas quero centraliza-lo em seis períodos da Cristologia bíblica.

I – A GLÓRIA DE CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO.

Nada melhor do que ouvirmos dos lábios do próprio Cristo sobre a Sua glória antes mesmo de existir o Antigo Testamento. Ele diz em Sua oração sacerdotal – “Agora, pois, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse.” (Jo 17,5).

1 – Moisés viu a glória de Cristo na sarça ardente – Ex 3,1-6.
2 – O povo de Israel viu a glória de Cristo na nuvem sobre o tabernáculo no deserto – Nm 10.34.
3 – Isaias viu a glória de Cristo na nuvem sobre o tabernáculo no deserto – Is 6,1-8.
4 – Ezequiel viu a glória de Cristo que enchia o templo – Ez 47.
5 – Nabucodonosor viu a Glória de Cristo na fornalha de fogo ardente – Dn 3,24-25.

II -  A GLÓRIA DE CRISTO NA ENCARNAÇÃO.

No processo da encarnação, podemos observar manifestações maravilhosas da glória de Cristo.

1 – Quando Maria visitou sua prima que estava grávida, a criança, no ventre de Isabel, estremeceu diante da glória de Cristo – E aqui manifesta também a Terceira Pessoa da Trindade. Diz o texto – “Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo, e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre! E donde me provém isto, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?” (Lc 1,41-43).

2 – Quando o anjo anunciou aos pastores o nascimento de Jesus – Assim escreveu Lucas – “E um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor os cercou de resplendor; pelo que se encheram de grande temor”. (Lc 2,9).

III – A GLÓRIA DE CRISTO NO SEU MINISTÉRIO.

O ministério terreno de Jesus não durou mais que três anos e alguns meses, mais foi um  ministério intenso, ratificado por Sua glória.

1 – Tudo começa com seu batismo – “Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele.” (Mt 3,16).

2 – Depois, no monte da transfiguração – “e foi transfigurado diante deles; as suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia branquear”. (Mc 9,2b-3).

3 – Finalmente na cruz, disse Jesus – “E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam, os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados.” (Mt 27,51-52).

IV – A GLÓRIA DE CRISTO NA SUA ASCENSÃO.

Não há como esquecer o fato histórico da ascensão de Cristo no estudo que estamos fazendo sobre a glorificação de Cristo. É bom dizer que a ascensão e a exaltação de Cristo devem ser diferenciadas uma da outra. Por ascensão de Cristo, queremos dizer Sua volta ao céu em seu corpo da ressurreição. Agora, por exaltação de Cristo queremos dizer o ato o ato do Pai pelo qual Ele  deu ao Cristo ressurreto assento – a posição de honra e de seu poder à sua direita.

Quando Jesus subiu ao céu recebeu glória, honra e autoridades conferidas pelo Pai – “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.” (Mt 28,18), e então os varões galileus viram a Sua glória.assim registrou Lucas – “Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.” (At 1,11). Ele ao apenas subiu ao céu. O Cristo ressurreto está hoje, sentado no trono do Pai e no resplendor de Sua glória – “...buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.” (Cl 3,1).

V – A GLÓRIA DE CRISTO NA VIDA DA SUA IGREJA.

A Igreja só é Igreja por causa de Jesus. Ele é a cabeça do corpo da Igreja – “também ele é a cabeça do corpo, da igreja.” (Cl 1,18a); Ele é o alicerce da Igreja – “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (1Cor 3,11); Ele é a mensagem da Igreja – “nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.” (1Cor 1,23-24); Ele é o resplendor da Igreja – Ap 1,9-19.

Não nos esqueçamos que a conversão de Paulo aconteceu quando se deparou com a glória de Cristo. Lucas escreve no livro em Atos – “Seguindo ele viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu; e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9,3-4). Mais tarde Paulo escreve em sua carta aos Efésios referindo-se à glória de Cristo na Igreja três vezes: “Para louvor de sua glória” (Ef 1,6.12.14). tudo é feito na Igreja para o louvor da glória de Cristo.

VI – A GLÓRIA DE DEUS NA SUA PAROUSIA

Sem duvida alguma, chegamos à coroação da glória de Cristo, que é a sua Parousia. Assim como Ele foi assunto ao céu, em glória, voltará também em glória. Essa é a glória escatológica de Jesus. Como diz Paulo – “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.” (1Ts 4,16).

O Antigo Testamento termina com estas palavras de Malaquias – “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (Ml 4,5).  A volta do Senhor terá impacto da glória de Cristo – “Um grande Dia”; e o impacto da ira de Cristo – “Um terrível dia”.

CONCLUINDO


A glória de Cristo tem dimensões escatológicas que deixa claro que o mundo ainda está lutando num estado de separação de Sua  prometida consumação futura. A gl´ria de Cristo e as misérias do mundo estão em agudíssimo contraste. A  esperança que nasceu antes da fundação do mundo passou pelos lábios dos profetas, experimentou a humildade da encarnação, enfrentou o sofrimento da páscoa, subiu ao céu, porem ainda não foi totalmente realizada na história. A esperança da nova humanidade e o novo mundo aguarda a glorificação escatológica de Cristo.


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 12 - A RESSURREIÇÃO DE CRISTO.

JESUS CRISTO - LIÇÃO 12 – A RESSURREIÇÃO DE CRISTO.

 

“Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia.” (Mt 28,6).


“Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rm 8,34).

A ressurreição de Cristo ocupa o centro da história da redenção. Primeiro o NASCIMENTO de Cristo, segundo a MORTE de Cristo, segue-se a RESSURREIÇÃO, vem então a ASCENSÃO, e, finalmente, a PAROUSIA de Cristo.

Primeiro
Um berço
(Lc 2,1)
Segundo
Uma cruz
(Mt 27,37-38)
Terceiro
Um túmulo vazio
(Mt 28,1-10)
Quarta
Uma subida
(Hb 1,1)
Quinta
Uma trombeta
(1Ts 4,16)

A ressurreição de Cristo não foi simplesmente um retorno da morte, à semelhança da ressurreição de Lazaro – (Jo 11,1-44).

Se a ressurreição semelhasse a outras ressurreições que temos no Novo Testamento. Ele teria Se submetido à fraqueza e ao envelhecimento, e por fim teria morrido outra vez, exatamente como todos os outros. A ressurreição de Jesus tornou-se as primícias de um novo tipo de vida humana; uma vida na qual este corpo será aperfeiçoado, não estando mais sujeito à fraqueza, morte ou envelhecimento, mas tornando-se capaz  de viver diferentemente – (1Cor 15,20-23).

A ressurreição de Jesus não foi sua transformação para um corpo imaterial, mas sua aquisição de um “corpo espiritual” que podia materializar-se e desmaterializar-se à vontade – (Jo 20,19-24).

I – A IMPORTANCIA DA DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO.

Conforme Rm 10,9 – “Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.” – a ressurreição de Cristo é indispensável para a salvação. Portanto, vamos considerar alguns pontos essenciais que justificam a importância da doutrina na vida da Igreja.

1 – É a doutrina fundamental do cristianismo.

Há quem admita a necessidade da morte de Cristo, mas negue a importância da sua Ressurreição corporal. A importância vital da ressurreição física de Cristo fica evidenciada pela conexão fundamental desta doutrina com o cristianismo (1Cor 15,12-19). Aqui Paulo mostra que tudo depende da ressurreição corporal de Jesus.

2 – A importância da doutrina na aplicação da salvação.

A Bíblia diz que Deus elevou Jesus à sua própria direita, para que Ele fosse a cabeça de todas as coisas para a Igreja (Ef 1,19-23). Vamos olhar para Rm 6,5 – “Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição.” – para ver como Paulo aplica a ressurreição de Cristo à nossa salvação.

3 – A importância da doutrina como argumento para os milagres de Cristo.

Dr. Strong diz que, ao tentarmos provar os milagres da Bíblia, não deveríamos principiar com a jumenta de Balaão ou com Jonas e o grande peixe,mas sim com a ressurreição de Cristo, os outros milagres não apresentarão dificuldade alguma. Costumamos dizer que aceitação da ressurreição de Cristo e a conversão de Paulo são os dois pilares mais fortes da fé cristã.

II – FATOS HISTÓRIOCOS DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO.

A ressurreição de Cristo foi um fato histórico. A teoria de que Jesus não chegou a morrer realmente, mas simplesmente caiu em um desmaio, do qual o ar frio do túmulo e as especiarias O reviveram, é uma blasfêmia e uma gritante perversão do claro significado das expressões bíblicas. Que Cristo havia realmente morrido é evidenciado pelos seguintes fatos:

1 – O centurião e os saldados o declararam morto – “mas vindo a Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.” (Jo 19,33).

2 – As mulheres vieram esperando ungir um corpo morto – “Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo.” (Mc 16,1).

3 – Sangue e água fluíram do corte em seu lado – “contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.” (Jo 19,34).

A respeito desse fato Evans – “Fisiologistas e médicos concordam que tal condição dos órgãos vitais, inclusive o coração, impede a possibilidade de um simples desmaio, e prova  a morte”.

O Próprio Cristo declarou – “fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre! e tenho as chaves da morte e do inferno.” (Ap 1,18). No que acabamos de dizer, nada melhor do que o argumento do testemunho. Mulheres e homens que atestaram a ressurreição de Jesus.

Três coisas são necessárias para fazer com que um testemunho seja digno de confiança.

a)      As testemunhas têm que ser competentes, isto é, tem que ser testemunhas oculares..
b)      As testemunhas têm que ser em numero suficiente.
c)      As testemunhas têm que ter boa reputação – (1Cor 15,1-8).

III – LIÇÕES PRÁTICAS DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO.

Não queremos que este assunto fique apenas no campo das especulações teológicas. O nosso propósito no estudo desta doutrina é que cada cristão apropria-se dela para a prática da sua vida cristã e da sua espiritualidade. Paulo diz – “Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” (Rm 6,4). Vejamos as lições práticas que podemos tirar da ressurreição de Cristo para a nossa vida:

1 – A ressurreição de Cristo garante a ressurreição dos mortos – “Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem, Deus, mediante Jesus, os tornará a trazer juntamente com ele.” (1Ts 4,14).

2 -  A ressurreição de Cristo estimula a nossa esperança – “Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos.” (1Cor 15,18).

3 – A ressurreição de Cristo é o alicerce de nossa fé e de nossa pregação – “E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.” (1Cor 15,14).

4 – A ressurreição de Cristo assegura a nossa justificação e o perdão dos nossos pecados – “o qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa justificação.” (Rm 4,25); “Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rm 8,34).

CONCLUINDO


O cristianismo está baseado no evangelho da ressurreição de Jesus de Nazaré, porque nesse acontecimento Deus vindicou  a reivindicação de Jesus de ser o representante primordial de seu reino vindouro. O cristianismo não poderia ter começado se a crucificação tivesse sido o fim absoluto de Jesus. A causa de Jesus teria perecido com Ele.

Ao ressuscitar Jesus dos mortos, Deus elevou a causa pela qual  Ele viveu e morreu ao mais alto poder da história da Salvação. A Igreja de Jesus Cristo entrou nesse ponto, com uma criação do Espírito, para anunciar a erupção escatológica na forma de vida  - vida nova e isenta de morte – que Jesus herdou por meio da ressurreição.


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 11 – A CRUZ DE CRISTO.



JESUS CRISTO - LIÇÃO 11 – A CRUZ DE CRISTO.

 

Tomaram, pois, a Jesus; e ele, carregando a sua própria cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.” (Jo 19,17-18).

Aconteceu no ano de  32 d.C. Três homens foram crucificados. Dos três, dois eram ladrões, e todos sabiam porque foram crucificados – eram salteadores, assassinos, os piores da sociedade. Mas quem era a terceira pessoa? Ninguém sabia com certeza. Os sacerdotes tinham pedido a morte daquele homem. Mas por que? Ele ensinou as multidões e elas afirmam – “Nunca homem algum falou assim como este homem.” (Jo 7,46). Ele curou muitos leprosos, ressuscitou o irmão de Marta e Maria, um homem chamado lázaro, e multiplicou Paes e peixes para alimentar multidões.

No caminho do local do julgamento ao lugar da crucificação, para as mulheres que choravam, Aquele Homem disse – “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos.” (Lc 32,28). Como Ele sofreu! Mas não houve nenhuma palavra de reclamação. Soldados romanos o humilharam, colocaram uma cora de espinho na sua cabeça e deram-lhe bofetadas – “E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lhe sobre a cabeça, e lhe vestiram um manto de púrpura; e chegando-se a ele, diziam: Salve, rei dos judeus! e davam-lhe bofetadas.” (Jo 19,2-3). Como Ele sofreu! Depois... o crucificaram – no chão foi colocado sobre o madeiro e bateram grandes pregos nas mãos e nos pés dAquele Homem. Todos que presenciaram a cena ficaram espantados com a reação – “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. Então repartiram as vestes dele, deitando sortes sobre elas.” (Lc 23,34). Quem poderia orar assim, se não uma pessoa divina?

Depois Aquele Homem foi levantado, e Pilatos escreveu um título que foi colocado no cimo da cruz – “JESUS O NAZARENO, O REI DOS JUDEUS.” (Jo 19,19). Assim foi a morte de Jesus Cristo, o Filho de Deus.

I – O FATO DA CRUZ.

Quando lemos o Novo Testamento, notamos que há um fato predominante em quase todos os livros.

1 – Nos quatros Evangelhos.

É notável que o ministério de Cristo é revelado de maneira breve, mas os acontecimentos relacionados com a ultima semana de Sua vida, culminando com a morte, ocupam uma quarta parte dos Evangelhos de Mateus e Marcos, uma terça de Lucas e a metade de João. Quantas vezes nos relatos dos evangelistas há referencias à morte de Jesus! A cruz era o ponto central.

a)      João Batista – quando João Batista estava andando com dois dos seus discípulos, de repente, Jesus se aproxima e João exclama – “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (Jo 1,9). João podia ter dito – “Eis meu primo” – mas não! Para qualquer judeu que lembrava do acontecimento histórico da salvação do povo de Israel das mãos de Faraó, através da morte sacrificial e substitutiva do cordeiro sem mácula, a afirmação de João era plena de significação.
b)     Nicodemos – a clássica afirmação se acha no fim da entrevista com aquele homem religioso que precisava ter a experiência do novo nascimento, quando Jesus explicou o processo da salvação – “E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado;  para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna.” (Jo 3,14-15).
c)      Santa Ceia – quando Jesus instituiu a cerimônia da Santa Ceia para ser lembrado para sempre – “fazei isto em memória de mim.” (1Cor 11,24); ver também (Lc 22,19-20) – o simbolismo do pão e vinho representava seu corpo quebrado e seu sangue derramado na cruz. A cruz do Calvário era o motivo da Sua vinda a este mundo – “Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mc 10,45). Por isso, a cruz se tornou o símbolo da Igreja.

2 – Primeira literatura cristã.

As cartas às igrejas e indivíduos são cheias de referencias à cruz de Cristo. Paulo declarou – “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras.” (1Cor 15,3). Os apóstolos pregaram – “nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.” (Cor 1,23-24).

3 – No último livro do N.T.

No Apocalipse notamos a centralidade da cruz. Quando chegarmos no céu, o grande hino que entoaremos, junto com milhões e milhões de pessoas será – “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.” (Ap 5,12).

“No Calvário se ergueu uma cruz contra o céu, como emblema de afronta e de dor.mas eu amo essa cruz, foi ali que Jesus deu a vida por mim, pecador” (Anônimo).

II – A COMPANHIA DA CRUZ.

Cristo não morreu sozinho. Lucas relata – “Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, a ele e também aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.” (Lc 23,33)., e João acrescenta – “...e Jesus no meio.” (Jo 19,18) – no lugar de destaque.

Mas não é possível! Jesus, um Homem puro, no meio de malfeitores, assassinos, ladrões...! Que coisa diabólica! Mas Jesus não protestou, mesmo quando um dos malfeitores blasfemou. Jesus estava pronto a associar-Se com aqueles homens para salvar pelo menos um deles. Um foi salvo e o outro perdido – Lc 23,39-43.  Este é o grande fato do Evangelho – alguns aceitam e outros rejeitam.

Mas há outros aspectos nesse grande mistério:

1 – Cristo não foi obrigado a morrer – foi um ato voluntário – “Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la.” (Jo 10,18).

2 – Cristo não devia ter morrido – Ele vivei sem pecado – “Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós.” (2Cor 5,21). Morte é o resultado do pecado. E Ele, que não conheceu o pecado, “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Is 53,5).

III – O SIGNIFICADO DA CRUZ.

Qual é o significado da morte de Cristo na cruz a dois mil anos para nós, hoje, no século XXI?

Alguns acham que a morte de Cristo foi um exemplo de martírio. Outros que foram exemplo de sacrifício próprio. Mas a razão da morte de Cristo é muito mais do que isso. A agonia no Getsêmani – “Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que caíam sobre o chão.” (Lc 22,42.44) e o grito de desespero em alta voz dizendo – “Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27,46) mostram que havia mais  do que sofrimento físico. Naquele momento, Jesus Cristo estava “levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (1Pe 2,24). Não podemos  entender a cruz sem compreender o fato do pecado. Foi o pecado, seu e meu, que pregou Cristo na cruz é a resposta divina ao problema do pecado.

CONCLUINDO


O que a principio parece ter sido uma grande injustiça, violência sem precedentes, se mostra, ao melhor compreendermos toda a história da Cruz de Cristo, como a solução para o maior problema que o ser humano enfrentou, enfrenta e enfrentará: a morte, o afastamento eterno da presença de Deus Pai, o sofrimento sem igual à espera de todos. A Cruz de Cristo, obra redentora preparada por Deus, declarando da maneira mais desprendida o seu amor por nós, pecadores, nos choca, ao mesmo tempo em que mostra quanto devemos ser gratos, à medida que compreendemos a relevância de ato de tão grande vulto em nosso favor. Esse cuidado misericordioso de Deus deve provocar nossa gratidão, mas também uma reação de atitude positiva, de fé, de amor a Cristo, de obediência aos preceitos da Palavra, pois se O amamos devemos guardar Seus mandamentos – “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.” (Jo 14,15).