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domingo, 8 de setembro de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 06 – A IDENTIFICAÇÃO DE JESUS COMO JEOVÁ




JESUS CRISTO - LIÇÃO 06 – A IDENTIFICAÇÃO DE JESUS COMO JEOVÁ

“...aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus,” (Tt 2,18).

Depois da evidencia dos Evangelhos, o testemunho dos apóstolos, o próximo passo é a identificação da pessoa como Deus. Minha tarefa é mostrar que nada existe acima ou alem dEle, só Ele é o Senhor, só nEle subsistem todas as coisas – Cl 1,16-18 –  como bem dizem as Escrituras – “...de quem são os patriarcas; e de quem descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito eternamente. Amém.” (Rm 9,5).

A convicção cristã toma o ponto de partida da premissa dupla da cristologia apostólica, a saber, que Cristo como pessoa era indivisivelmente um, ao mesmo tempo totalmente divino e totalmente humano, isto é, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Este tem como propósito mostrar como era possível manter esses dois aspectos juntos. Entretanto, nosso interesse principal aqui é que avançando um pouco mais na doutrina de Jesus, defendamos a posição bíblica de que Ele é Deus – “Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20,28). Ver também Tt 2,13 e 2Pe 1,1.

A identificação de Jesus como Jeová (Senhor) é uma tarefa que exige um especial cuidado. Para tanto vamos dividir o assunto em sete elucidações principais.

I – O NOME DE DEUS.

Segundo Bruce Milne  (Estudando as Doutrinas da Bíblia, pg 133), quando o Antigo Testamento foi traduzido do hebraico par o grego, o nome sagrado de Deus (YHWH) Iavé ou Jeová, foi traduzido pela palavra Kyios (Senhor). Este título sagrado e exaltado foi atribuído diretamente a Jesus.

1 – O nome pessoal de Deus – Ex 3,1-6.13-14 -  e o mais freqüentemente usado nas Escrituras foi também  atribuído diretamente a Jesus – Rm 10,9; 1Cor 12,3; Fl 2,11.

2 -  Em várias ocasiões os escritores do Novo Testamento aplicaram as passagens referentes a “Iavé” diretamente a Jesus – At 2,34-36; Rm 8,34; 1Pe 3,22). Compare Joel 2,32 com Romanos 10,13, e Salmo  110,1 com Fl 2,9-11.

3 – Tanto Deus como Jesus são chamados de “Pastor” do seu povo (Sl 23,1 e Jo 11-14). Esses nomes apresentam o Senhor que tem preocupação por suas ovelhas.

II – A GLÒRIA DE DEUS.

Com base em varias referencias tanto do NT quanto do AT, podemos afirmar que a glória de Deus é a manifestação visível de sua majestade, que Jesus possui como Deus. Confira o que diz o apóstolo Paulo  a Tito – “...aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.” (Tt 2,13).

A glória de Deus é intransferível, como afirma o profeta Isaias – “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens esculpidas.”  (Is 42,8); ver também Is 48,11. Agora, se a glória de Deus é intransferível e o NT apresenta Jesus como a manifestação da glória de Deus – “Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.” (Tg 2,1); ver também 1Cor 2,8; 2Cor 4,4; Hb 1,3; Jo 17,5.

Como já observamos, o Filho de Deus veio ao mundo para manifestar à glória de Deus aos homens – “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo 1,14). Ele afirmou que suas obras e suas  palavras eram guiadas por Deus – “Disse-lhes, pois, Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho de si mesmo nada pode fazer, senão o que vir o Pai fazer; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente.” (Jo 5,19); sua própria obra evangelizadora foi uma revelação do coração do pai celestial.

III – A ADORAÇÃO DE DEUS.

“Oferecer adoração (culto) a qualquer outro ser além do Senhor Deus (Iavé) era inconcebivelmente ofensivo para o judeu, constituindo o mais fundamental de todos os pecados” – Bruce Milne – Dt 6,13-15; Ex 20,3-6 – A tradução comum do termo “Shalah” (hebraico) para “proskyneuia” (grego) “adoração”, “inclinação” é usada em referência a Cristo – “E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.” (Hb 1,6).

Varia referencias de adoração a Cristo nas páginas do Novo Testamento comprovam sua divindade:

  • Orações são dirigidas diretamente a Cristo – AT 7,59; 9,17; 1Cor 16,23.
  • Passagem de adoração no AT são transferidas de Iavé para Cristo – Is 8,13; Rm9,33; 1Pe 3,15.
  • Os evangelistas registraram a atitude de adoração do povo em relação a Jesus – Mt 2,2.8; Mc 5,6; Jo 9,38.

IV – A CRIAÇÃO DE DEUS.

O fato de “Iavé” ser Criador de todas as coisas e, portanto, o Senhor de tudo, era incontestável para a fé do povo do AT – Sl 33.6-9; Is 42,5; 55,10-13 – No entanto mesmo, mesmo sendo evidente que “Iavé” é o Criador de todas as coisas, o NT confere livremente esta função divina a Jesus.

Bruce Milne afirma que a obra criativa de Deus teve quatro aspectos:
·         Deus fez existir o mundo no principio;
·         Preserva e sustém todas as coisas;
·         Está dirigindo o universo criado para o seu final ou alvo;
·         Fará surgir a nova criação.

Esses quatro aspectos fazem alusão a Jesus.

O apostolo Paulo exaltou a pessoa de Cristo como sendo Deus quando disse:
·         “...porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.” (Cl 1,16);
·         “Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas.” (Cl 1,17);
·         “...fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele propôs para a dispensação da plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra.” (Ef 1,9-10);
·         “...também ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência, porque aprouve a Deus que nele habitasse toda a plenitude”. (Cl 1,18-19).

V – A SALVAÇÃO DE DEUS.

Uma outra verdade fundamental e incontestável do AT é de que “Iavé” é um Deus Salvador. “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador.” (Is 43,11). No livro do profeta Isaías, no Capitulo doze, a Bíblia traz um dos mais belos cânticos de louvor exalando o Deus Salvador – “Eis que Deus é a minha salvação; eu confiarei e não temerei porque o Senhor, sim o Senhor é a minha força e o meu cântico; e se tornou a minha salvação.” (Is 12,2). O NT  atribui essas obras a Jesus.

Vejamos algumas afirmações que comprovam essa verdade.
·         Ao nascer, Jesus foi aclamado como Aquele que salvaria o seu povo dos pecados – “ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” (Mt 1,21);
·         Ele reivindicou para si o poder  de conceder o perdão – Mc 2,7-12;
·         Ele evidenciou seu poder ao ressuscitar os mortos – Mc 5,35-43; Lc 7,11-17; Jo 11,34-44;
·         Através dEle a vida eterna é concedida a todos os que crêem nEle – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,16). Ver também Jo 5,24; 14,6 e 1Jo 5,11-12.

VI – O JUIZO DE DEUS.

“A realeza é atributo divino que Cristo exerce com maestria, pois as Escrituras tanto no AT cômodo NT cantam o reinado do Messias. A realezas do Messias sempre foi tipificada no reinado de Davi – “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e procederá sabiamente, executando o juízo e a justiça na terra.” (Jr 23,5). Num governo teocrático, a tarefa de executar juízo era do rei” – (O ser de Deus – Heber C. de Campos). No AT o juízo final  era prerrogativa de Deus – “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” (Ecl 12,14). Ver também Dn 7,9-14. Essas funções divinas, realeza e juízo, são ambas reivindicadas por Jesus e atribuídas livremente a Ele -  “porquanto determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” (At 17,31). Concordamos que o juízo é uma atribuição divina – “Há um só legislador e juiz, aquele que pode salvar e destruir; tu, porém, quem és, que julgas ao próximo?” (Tg 4,12), porem, como Cristo é divino. Ele tem autoridade para julgar o mundo e seus habitantes.

VII – O TESTEMUNHO DE DEUS.

As duas afirmações a seguir reivindicam  para quem fala autoridade divina. Vejamo-las: na primeira Deus disse – “Vós sois as minhas testemunhas, do Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais e entendais que eu sou o mesmo; antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (Is 43,10); na segunda Jesus é quem fala – “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra.” (At 1,8). Com palavras idênticas às  da primeira fala, Jesus esta enviando seus apóstolos para que testemunhem dEle. Testemunho esse que eles cumpriram à risca  ao saírem pelo mundo dizendo que viram a Jesus depois de sua ressurreição, testificando assim sua divindade – 1Cor 15,1-8.

Considerando que Jesus Cristo é plenamente Deus, como já temos visto, é difícil entender o sentido de tais palavras; a nós, só nos resta obedecê-la – “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (Jo 15,14).

CONCLUINDO


Segundo o escritor Heber Campos, as afirmações de Jesus Cristo que mais provocaram a ira dos judeus foram àquelas relacionadas com a sua identidade com Deus. No Evangelho de Jo 5,16-17 – “Por isso os judeus perseguiram a Jesus, porque fazia estas coisas no sábado. Mas Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” – e muitas outras referencias nos dão indicações  bem claras da divindade de Jesus Cristo.

Vimos neste capítulo varias coisas que Jesus faz que o tornam igual a Deus, mostrando claramente a sua divindade; vimos também varias passagem bíblicas que identificam claramente Jesus Cristo como Deus; vimos ainda como a glória de Deus é a manifestação de sua majestade na pessoa de Cristo; vimos como os primeiros discípulos dirigiam o culto deles a Jesus numa atitude de adoração. Por todas estas evidencias e outras razões destacadas, não pode ficar nenhuma duvida de que o Pai e o Filho são um – “para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.” (Jo 17,21-22).

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