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sexta-feira, 19 de abril de 2013

GÊNESIS - LIÇÃO 12 – JACÓ – à procura de uma benção.




Todas as pessoas têm necessidades básicas; segurança e a valorização são duas delas. Estas são necessidades que Jacó buscou suprir na casa de seu pai e não conseguiu . Ele não tinha segurança no convívio com seu pai, porque este amava mais Esaú, o filho mais velho, e Jacó teve que se contentar com a companhia da mãe - "Isaac preferia Esaú, porque gostava de caça; Rebeca, porém, se afeiçoou mais a Jacó". (Gn 25,28).
Jacó também não tinha sua necessidade de valorização suprida. Neste caso, o artista de principal era Esaú, ele é que herdaria as bênçãos do avô Abraão e do pai Isaque – "Prepara-me depois um prato suculento, como sabes que gosto, e traze-mo para que o coma e minha alma te abençoe antes que eu morra.” (Gn 27,4). Esta distinção entre Jacó e seu irmão foi tão traumatizante para ele que, quando já estava velho e foi abençoar os filhos,abençoou a todos. Não privilegiou ninguém, talvez para demonstrar que não precisava ser excluído das benesses de seu pai – Gn 8-49. Jacó não se encontrou como pessoa e isto trouxe conseqüências para toda a sua vida.
Quando o lar falha na proteção – segurança – e na construção da auto estima – valorização -, tudo fica mais difícil lá fora. Vejamos as conseqüências desta crise familiar.

I.                    OS RELACIONAMENTOS SÃO PERMEADOS PELO ENGANO – Gn 27,1-46.

Nessa família, Rebeca ensinou o filho a enganar o pai – Gn 27,8-13. Jacó não teve o menor remorso em enganar o seu pai - "Jacó respondeu: “Eu sou Esaú, teu primogênito; fiz o que me pediste. Levanta-te, assenta-te e come de minha caça, a fim de que tua alma me abençoe.”" (Gn 27,19), como não tivera quando enganou seu irmão Esaú há tempos passado – Gn 25,27-34.
Quando foi embora, Jacó foi vitima da malandragem do seu tio Labão – Gn 29,21-30;30,35, no entanto respondeu à altura – Gn 30,40-43. Parece que é um ciclo – Labão é enganador e ensina a terrível arte à sua irmã, que por sua vez a repassa ao filho Jacó, que mais tarde vai usar do mesmo recurso enganando o tio labão.

·         “Não faça do seu filho uma arma, a vitima pode ser você”.
·         Quando os pais não vivem um relacionamento sadio, os filhos se sentem a vontade  para atitudes também  doentias.

Se eu fosse Isaque, de vez e sempre colocaria Esaú e Jacó juntos e lhes diria: “Esaú você é o mais velho, a herança maio é a sua, proteja o seu irmão, ame-o, abrace-o, seja benévolo para com ele, Jacó seja  amigo do seu irmão, ajude-o a administrar a herança, ore sempre para ele e com ele, beneficie-se das bênçãos da primogenitura que Deus deu a ele. Você também é muito importante”.

“27,1-40: Jacó antes se aproveitou da fome do irmão para lhe tirar o direito de primogenitura; agora, para roubar a bênção patriarcal, ele se une à esperteza da mãe e aproveita a cegueira do pai. O texto está preocupado em mostrar a supremacia de Israel, povo descendente de Jacó, sobre Edom, povo descendente de Esaú.” – Bíblia Pastoral.

II.                  A FAMILIA É DESTRUIDA PELA DISTANCIA.

Com a crise instalada, Jacó enganou o pai teve de fugir do seu irmão. Veja o alcance dessa tragédia:

1.      Jacó – Saiu de casa ainda jovem, ficou desprotegido diante da malicia dos adultos e perdeu para sempre o que deveria ser de preciosa companhia dos pais - "E morreu. A morte reuniu-o aos seus, velho e saciado de dias. Esaú e Jacó, seus filhos, sepultaram-no". (Gn 35,29);

2.      Esaú – Ficou sem a benção do pai, como vingança se casou com as filhas de Ismael para desgosta-lo com intensidade – “Rebeca disse a Isaac: “Estou desgostosa da vida por causa das filhas de Het. Se Jacó tomar uma mulher entre as filhas de Het, para que ainda viver?” Gn 27,46; “Viu também que Jacó, obedecendo aos seus pais, partira para Padã-Arã. E, compreendendo que as filhas de Canaã não eram bem vistas pelo seu pai, 28,8-9.

3.      Rebeca – Na tentativa de beneficiar a Jacó, acabou perdendo os dois. Perdeu a presença física de Jacó e a presença emocional de Esaú.

4.      Isaque – Sempre foi omisso na criação dos filhos. Mais do que cego fisicamente,era cego espiritualmente. Colocou sua família em crise sem que um momento algum buscasse reorganiza-la.

As conseqüências para uma família sem os princípios divinos são incalculáveis. Talvez seja por isso que Jesus mandava aqueles a quem curava para casa, pois é na casa que eles começam a ficar doente - "Jesus não o admitiu, mas disse-lhe: Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor fez por ti, e como se compadeceu de ti". (Mc 5,19).


III.                O CARATER É DEFORMADO PELA FALTA DE VALORIZAÇÃO E DE SEGURANÇA.

Quem é eu? O que sou? A que assisto? Que intervalo é este entre mim e mim? – Fernando Pessoa”.

Quando Jacó nasceu, deram-lhe um nome cheio de significado negativo – Jacó = usurpador, suplantador – Ele nutriu não uma maldição, mas uma aceitação de que de fato era  o que seu nome sugeria – Gn 27,35-36. Mais do que o nome, ele tinha um caráter que não foi trabalhado por seus pais. Era usurpador e suplantador. Ursupou a primogenitura, ursupou o rebanho de Labão. Enganou a todos. No entanto não  enganou a Deus.

Ficou nu diante daquele que conhece todo  coração humano - "Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas". (Hb 4,13). Na volta para casa – Gn 32,22-32, Jacó ouviu de Deus a mesma pergunta feita por seu pai – “como re chamas” – Gn 32-27. E diante daquele que discerne o coração humano – Sl 139 – ele passou por um processo maravilhoso de transformação. Jacó se apresentou como verdadeiramente era.



1.      Jacó confessou seu pecado – Gn 32,27.

"Ele perguntou-lhe: “Qual é o teu nome?” “Jacó.”" – que quer dizer: “eu sou o usurpador”.

"Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade". (1Jo 1,9)

2.      Jacó buscou uma benção especial – Gn 32,26.

"E disse-lhe: “Deixa-me partir, porque a aurora se levanta.” “Não te deixarei partir respondeu Jacó, antes que me tenhas abençoado.”" (Gn 32,26).

"Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem". (Lc 11,13).

O que não alcançara na casa do pai Isaque e do tio Labão estava agora bem perto e Jacó não perderia esta oportunidade.

3.      Jacó recebeu um novo nome – Gn 32,28.

“Teu nome não será mais Jacó, tornou ele, mas Israel, porque lutaste com Deus e com os homens, e venceste.” Jacó perguntou-lhe:" (Gn 32,28). “Israel = Príncipe de Deus”.

Era um sinal de que também o seu caráter estava sendo transformado de usurpador a príncipe. São transformações que só o Espírito Santo pode operar em nós - "Mas todos nós temos o rosto descoberto, refletimos como num espelho a glória do Senhor e nos vemos transformados nesta mesma imagem, sempre mais resplandecentes, pela ação do Espírito do Senhor". (2Cor 3,18).

4.      Jacó recebeu uma marca especial – Gn 32,25.31.32.

Era um sinal externo de que havia lutado com Deus. Da mesma forma o fruto do Espírito Santo é o melhor sinal de que temos andado com Deus – “Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei.” – Gl 5,22-23.


“32,4-22: Jacó sente-se culpado: depois de ser explorado por vinte anos, percebe melhor a trapaça que fizera contra o irmão. Tem medo e toma providências para que Esaú o receba bem.” – Bíblia pastoral.

“32,23-33: Na tensão frente ao encontro com o irmão, Jacó fica sozinho, à noite. Desencadeia-se uma luta misteriosa com um desconhecido, que é o próprio Deus. Jacó luta a noite toda, porque deseja a bênção que preserve sua pessoa e seus bens. Antes de abençoá-lo, o desconhecido lhe dá o nome de Israel, que será o nome do povo da promessa: a bênção não terá em vista pretensões pessoais, mas a formação de um povo. O desconhecido, porém, não revela o próprio nome: Jacó não poderá manipular a Deus, como fez com o pai e o irmão. De Jacó nascerá um povo: este vai ter como missão realizar o projeto de Deus, e jamais poderá trapacear esse projeto sem sofrer sérias conseqüências.” – Bíblia Pastoral.
“No decorrer da vida, o homem acaba tendo um encontro decisivo com Deus. No centro desse encontro há uma luta tenaz, em que o homem acaba reduzido (ferido) nas suas pretensões egocêntricas; mas, ao mesmo tempo, descobre o destino (novo nome) que Deus lhe prepara na história.” – Bíblia Pastoral.
CONCLUINDO

A valorização e a segurança que Jacó  não encontrou no lar, encontrou-os numa experiência maravilhosa com Deus.

Na conversão, o nosso velho homem morre e nasce uma nova criatura - "Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!" (2Cor 5,17). Dia  a dia vamos crescendo na busca da perfeição em Cristo Jesus – Fl 3,12-16. No entanto, esta experiência espiritual não exime os pais de buscarem suprir as necessidades físicas, emocionais e espirituais de seus filhos. Que a nossa casa seja um instrumento de Deus para a formação dos mais altos valores sociais e espirituais. Que ali não sejam encontrados os mesmos sentimentos e atitudes que formaram a Jacó. Pelo contrario, que príncipes e princesas do Senhor crescem diante de nossos olhos na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo - "Mas crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele a glória agora e eternamente". (2Pd 3,18).



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