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sexta-feira, 15 de março de 2013

GÊNESIS - LIÇÃO 07 – ABRÃO – caminhando pela fé para um futuro desconhecido.




Com o fim do século... E fim do milênio, existe um grande interesse no futuro. Na televisão, cobrando uma taxa por minuto, há muitos astrólogos oferecendo fornecer o nosso mapa astral, prevendo o nosso futuro! Num “Shopping”, em Belo Horizonte, vi um balcão com uma grande placa – Mapa Astral – Numerologia – Horóscopo do casal – Cristais. Havia uma grande procura, porque as pessoas estão preocupadas em conhecer o futuro. Havia uma grande procura, porque as pessoas estão preocupadas em conhecer o futuro. Mas é bom notar que a Bíblia condena tais consultas a videntes e augures. Veja a afirmação de Daniel ao Rei Nabucodonosor – “O mistério cuja revelação o rei pede, respondeu Daniel ao rei, nem os sábios, nem os mágicos, nem os feiticeiros, nem os astrólogos são capazes de revelar-lhos. Mas no céu existe um Deus que desvenda os mistérios, o qual quis revelar ao rei Nabucodonosor o que deve suceder no decorrer dos tempos. Eis, portanto, teu sonho e as visões que se apresentaram a teu espírito quando estavas em teu leito.” (Dn 2,27-28).

Em cuba, existe o maior numero de suicídios, porque para muitos, não há futuro.

Para todos nós o futuro é um grande desconhecido. Como a gente gostaria de descobrir o que futuro tem para nós! Mas o fato é que o futuro é desconhecido pela gente, mas não por Deus. Não o conhecemos, mas conhecemos aquele conhece o futuro, e o tem em suas mãos.

Abraão não sabia o que o futuro tinha para ele, mas demonstrou fé, ao ser chamado por Deus a ir "Foi pela fé que Abraão, obedecendo ao apelo divino, partiu para uma terra que devia receber em herança. E partiu não sabendo para onde ia". (Hb 11,8).

Até aqui, notamos como Deus tratado a humanidade como um todo. Daqui para frente, Deus começa a se concentrar  em um homem e, depois, em uma nação. Deus escolhe um homem, Abrão, com quem faz um pacto, deixando de lado o resto da humanidade, nas não totalmente, porque mostra através da vida dele, queria abençoar todas as famílias da terra – "Abençoarei aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem; todas as famílias da terra serão benditas em ti." (Gn 12,3).

I.                    A GENEALOGIA DE ABRÃO – Gn 11,10-32.

1.      Sua parentela – vv 26-29.

Taré, com a idade de setenta anos, gerou Abrão, Nacor e Arão. Eis a descendência de Taré: Taré gerou Abrão, Nacor e Arão. Arão gerou Lot. Arão morreu em presença de Taré, seu pai, em Ur da Caldéia, sua terra natal. Abrão e Nacor casaram-se: a mulher de Abrão chamava-se Sara – que quer dizer princesa, e a de Nacor, Melca, filha de Arão, pai de Melca e de Jesca.


2.      Sua cidade de nascimento – v 28.

Nasceu na cidade de Ur dos caldeus. Provavelmente o lugar deve ser identificado como Uru de Babilônia, que é hoje Mugheir, que fica na margem ocidental do rio Eufrates, a mais ou menos 200km do Golfo Pérsico. Era  a maior cidade daquela época, com uma população de 250.000 hab., famosa e rica. Era o centro manufatureiro, fazendeiro e exportador de uma região fértil, de onde partiram caravanas em todas as direções para terras distantes; partiam também navios de suas docas, que desciam pelo Golfo Pérsico carregados de cobres e duras pedras. Mas era uma cidade notória, também pela sua violência, imoralidade e idolatria. Nessa época, a religião da Babilônia era de politeísmo da pior sorte, com mais de 300 deuses. E o culto a lua era dominante – a palavra Tare é da mesma raiz de lua, no hebraico.

II.                  A PRIMEIRA CHAMADA DE ABRÃO – Gn 11,27-32; At 7,2-4.

Como nos informa Estevão, Abrão, ainda em Ur dos caldeus (mesopotâmia), antes de habitar em Harã, foi chamado por Deus para sair da sua terra, do meio da sua parentela, e ir a terra que Deus havia de lhe mostrar. Não há duvidas que Abrão  participou a seu pai essa chamada, que assumiu a liderança da viagem, saindo  com ele e levando seu neto, Ló – "Taré tomou seu filho Abrão, seu neto Lot, filho de Arão, e Sarai, sua nora, mulher de Abrão, seu filho, e partiu com eles de Ur da Caldéia, indo para a terra de Canaã. Chegados a Harã, estabeleceram-se ali". (Gn 11,31).

1.      Uma chamada de separação.

a)      “Sai” – Foi da terrível cidade de Ur que Deus chamou Abrão para uma vida diferente. A influencia da cidade era mito grande, por isso Deus o chamou para uma vida  de separação dom mundo.
b)      “Vai” – Deus sempre nos mostra  o caminho certo.

2.      Uma obediência parcial.

Não sabemos o motivo, mais chegando em Harã, perto de Babilônia, por alguma circunstancia, Abrão, junto com sua família, estacionou.

“Esta genealogia acompanha a de Gn 5, procurando apresentar Abraão como herdeiro legítimo das bênçãos e promessas de Deus, feitas na criação e após o dilúvio. Estevão resume a história de Israel, mostrando o projeto de Deus, que se alia com o povo para construir a história em direção à vida e à liberdade. Estevão interrompe o relato ao chegar a Davi (construtor do Estado) e a Salomão (construtor do Templo). Mostra, assim, que Deus quer um povo em contínua marcha histórica em direção à vida plena, e não um estado preso por um aparelho que explora, oprime e paralisa o povo. Por outro lado, Deus não está localizado e fechado num templo, nem é manipulado como ídolo para legitimar uma ordem social injusta. Deus está presente na vida e na história, caminhando com o povo (a Tenda).”

“A Lei de Moisés era palavra de vida, mas se transformou em palavra de morte, quando Israel deixou de ser povo aberto e se transformou em estado nacional fechado. Deus não quer ser confinado dentro das barreiras de uma nação.”

“Estevão transforma sua defesa em acusação contra seus próprios juízes: estes não passam de autoridades que manipulam o Templo para legitimar um Estado que oprime o povo. Se fossem fiéis à Lei, eles teriam reconhecido Jesus como o Justo e o Profeta como Moisés, e não o teriam assassinado.” – Bíblia Pastoral.






III.                A SEGUNDA CHAMADA DE ABRÃO – Gn 12,1-4.

1.      As exigências do plano de Deus – vv 1-3.

Deus tinha um plano maravilhoso para a vida de Abrão. Este plano foi que ele fosse uma benção. Deus tem um plano maravilhoso também para nós, que exige que sejamos também uma benção. Em vez de ser uma benção muitas vezes somos uma maldição!

"Bem conheço os desígnios que mantenho para convosco - oráculo do Senhor -, desígnios de prosperidade e não de calamidade, de vos garantir um futuro e uma esperança". (Jr 29,11).

Mais uma vez Deus chamou Abrão para sair de Harã, onde ele estava parado. Esta chamada divina envolve um tríplice imperativo que exigia renúncia, e uma tríplice promessa garantida de grandes compensações.

a)      “Sai” – um tríplice imperativo.

Þ     Sai da tua terra.
Þ     Sai da tua parentela.
Þ     Sai da casa de teu pai.

b)      “Vai” – uma tríplice promessa.

Þ     Promessa de uma terra – Gn 12,1.7; 13,15.17; 15,7.18; 17,8; 28,4.14.

MAS
§         Abraão foi forasteiro na terra – Gn 12,10; 17,8, 20,1; 21,23-24; 23,4.
§         A terra estava ocupada por outros – Gn 12,6; 13,7; 15,18-21.
§         Por duas vezes a fome o obrigou a sair da terra – Gn 12,10; 20,1.
§         Seus descendentes seriam forasteiros em uma terra estranha – Gn 15,13.
§         A terra foi invadida por governantes distantes – Gn 14,1-11.

Þ     Promessa de uma descendência numerosa – Gn 12,2; 13,15; 15,5; 17,2.4.16.

MAS

§         Abrão era velho e não tinha filhos – Gn 11,30; 15,2-3; 16,1; 17,17.
§         Quando Deus fez um milagre e lhe deu Isaque, teve de oferecê-lo – Gn 22,2.



Þ     Promessa de uma benção universal – Gn 12,3; 18,18; 22,18.
MAS

§         Por duas vezes Abrão deu origem a dificuldades – Gn 12,10-20; 20,1-18.
§         Abrão e Ló tiveram de se separar – Gn 13,5-13.
§         Reis estrangeiros lutaram contra ele – Gn 14,1-11.
§         Precisou protestar perante Ambimeleque – Gn 21,22-34.

2.      A esfera do plano de Deus – v 3b.

“todas as famílias da terra serão benditas em ti.” – aqui podemos ver a visão missionário de Deus... Não somente uma nação, mas todo mundo.

3.      Obediência total ao plano de Deus – vv 4-9.

A resposta de Abrão foi positiva – “partiu como o Senhor lhe tinha dito”. Abrão não desobedeceu a visão celestial, mas saiu com Deus para a longa jornada. Viajando com Sarai, sua esposa, com Ló, seu sobrinho, e com seus rebanhos, a patriarca chegou a Canaã e armou a sua tenda em Siquém. Abrão tinha, finalmente, chegado à terra da promessa.

“12,1-9: A história de Abraão está diretamente ligada à história de toda a humanidade: com ele começa a surgir o embrião de um povo que terá a missão de trazer a bênção de Deus para todas as nações da terra. Esse povo será portador do projeto de Deus: toda nação que se orientar por esse projeto estará refazendo no homem a imagem e semelhança de Deus, desfigurada pelo pecado. O caminho começa pela fé: Abrão atende o chamado divino e aceita o risco sem restrições. Ele percorre rapidamente a futura terra prometida: isso mostra que o projeto do qual ele é portador é um projeto histórico, encarnado dentro da ambigüidade e conflitividade humano. O que Deus promete a Abrão? Simplesmente aquilo que qualquer nômade desejava: terra para os rebanhos e filhos para cuidar deles. Em outras palavras, o que Deus promete é exatamente aquilo a que o homem aspira para responder às suas necessidades vitais. E hoje, quais são as supremas necessidades do homem? Por trás das necessidades estão as aspirações”. e, dentro destas, a promessa de Deus.” – Bíblia Pastoral.

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