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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

GENESIS - LIÇAO 02 – EXPULSO DO JARDIM DO ÉDEM.











A narrativa bíblica mostra que há diferença entre a criação do homem e a criação dos animais. Vamos prestar bem atenção! Na criação dos animais a expressão que Deus usou foi a seguinte: “Produza a terra”. Na criação do homem foi diferente. Deus disse: “façamos o homem”. Quando trata de animais, a Bíblia diz apenas o seguinte: “conforme a sua espécie”, e o que nos mostra que esses seres vivos não têm semelhança com espécies anteriores. Falando do homem, Deus disse: “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança”, em vez de dizer: “conforme a sua espécie”. Agora vejamos como Deus acomodou esses seres viventes.

  1. A VIDA NO JARDIM (Gn 2,8-25).

"Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, do lado do oriente, e colocou nele o homem que havia criado". (Gn 2,8),

"O Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores, de aspecto agradável, e de frutos bons para comer; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal". (Gn 2,9).

Esses dois versículos ensinam-nos varias coisas importantes.

a)    O homem foi feito para se associar com Deus no trabalho de realizar na terra um plano divino, isto é, para cuidar daquilo que Deus fez. O homem é cooperador de Deus.
b)    O trabalho, longe de ser um castigo ou causa de sofrimento, é, pelo contrário, a verdadeira finalidade do homem. É uma expressão da vida inteligente. O castigo consiste na degradação do trabalho.
c)    Deus não entregou ao homem uma obra consumada e, sim alguma coisa que o homem deve aperfeiçoar. Fez um jardim, um lugar de felicidade, mas que o homem tinha de lavrar e guardar.

É necessário observar que Deus não colocou o homem simplesmente no cenário grandioso do mundo, mas num lugar adequado, com circunstancias favorável à felicidade e necessário à prova, disciplina e estruturação definitiva da sua personalidade. Deus o fez inocente e feliz, mas deixou em suas mãos confirmar sua inocência e felicidade pela obediência voluntária.

  1. A TENTAÇÃO E A QUEDA (Gn 3,1-8).

O tentador disfarçou-se sob as aparências de uma criatura que, segundo a narrativa bíblica, era astuto – “A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado.” (Gn 3,1a).

Sabemos que não se trata de uma serpente qualquer, porque a Bíblia diz: "Foi então precipitado o grande Dragão, a primitiva Serpente, chamado Demônio e Satanás, o sedutor do mundo inteiro.". (Ap 12,9ª). O tentador tomou forma de um animal que a mulher já conhecia e, revestido desce disfarce, procedeu com o seguinte método:

a)    Fez a mulher pensar naquilo que Deus tinha proibido. O pensamento nas coisas que uma pessoa não tem e não pode ter aguça o desejo de possuí-las. Mas nada aguça tanto o desejo como pensar numa coisa proibida. O primeiro passo da tentação é, sem duvida alguma, fazer pensar em coisas proibidas.
b)    Confundiu a verdade com o erro, o bem com o mal. O tentador fez promessas que em parte se cumpriram e em parte não.
c)    Exagerou, de um lado, as prerrogativas do homem e, do outro, a severidade de Deus. Isto é, apelou para uma necessidade natural  do homem que é a curiosidade, e indicou um meio ilegal para satisfaze-la – a desobediência.
d)    Procurou, astutamente, introduzir o assunto da tentação e estabelecer conversa, aparentando ignorar os termos da proibição.

É impressionante a marcha da tentação no espírito do homem.

a)    Uma impressão agradável – “agradável à vista”.
b)    Uma imagem deleitosa – “boa para comer”.
c)    Um desejo intenso – “desejável para dar entendimento”.
d)    Um desfecho trágico – “tomou e comeu”.

Eis a queda. O tentador não obriga. Sugere o ato, valoriza, embeleza o objeto da tentação, e o resto fica por conta do pecador. O encardido deixa a semente na terra e vai embora.

  1. OS RESULTADOS DEFINITIVOS DA QUEDA (Gn 3,9-24).

A experiência já ensinou que os atos morais do homem modificam o seu caráter. Cometida à desobediência, o homem já não era mais o mesmo.

a)    Foi à perversão da sua natureza, com os seguintes aspectos:

  • Aparecimento da malicia - "Então os seus olhos abriram-se; e, vendo que estavam nus, tomaram folhas de figueira, ligaram-nas e fizeram cinturas para si". (Gn 3,7).
  • Perda do bom senso - "E eis que ouviram o barulho (dos passos) do Senhor Deus que passeava no jardim, à hora da brisa da tarde. O homem e sua mulher esconderam-se da face do Senhor Deus, no meio das árvores do jardim". (Gn 3,8).
  • Diminuição do afeto - "O homem respondeu: “A mulher que pusestes ao meu lado apresentou-me deste fruto, e eu comi.” (Gn 3,12).
  • Revolta contra Deus - "O homem respondeu: “A mulher que pusestes ao meu lado apresentou-me deste fruto, e eu comi." (Gn 3,12).

b)    Veio a destruição da sua felicidade:

·         Sentia-se envergonhado – sentimento de culpa ("E ele respondeu: “Ouvi o barulho dos vossos passos no jardim; tive medo, porque estou nu; e ocultei-me." (Gn 3,10)).
·         Sentia medo da presença de Deus - "E ele respondeu: “Ouvi o barulho dos vossos passos no jardim; tive medo, porque estou nu; e ocultei-me.”" (Gn 3,10).
·         Perdeu o seu habitat no Éden - "O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, para que ele cultivasse a terra donde tinha sido tirado". (Gn 3,23).

c)    Veio uma degradação lamentável – o trabalho, que no Éden tinha um traçado de nobreza do homem e de sua semelhança com Deus, tomou a forma de sujeição detestável, porque o homem passou a depender dele para satisfazer o seu estômago.
d)    O homem perdeu o acesso à fonte da vida e começou o pavoroso reinado da morte. "Porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor". (Rm 6,23).

Existe um ponto onde Deus e o homem tem de encontrar-se, que seja na graça ou em juízo. E esse ponto é onde ambos  são revelados com são – a majestade de Deus e a miséria do homem (Is 6,1-8). Feliz daqueles que alcançaram esse ponto na graça. Ai daqueles que tiveram de fazê-lo em juízo. É com aquilo que somos que Deus trata; e é como Ele é que trata conosco.

Na cruz, vejo Deus descendo na graça, providenciando a minha salvação no “Filho do seu amor”.

Um dia o homem foi expulso do Jardim do Éden. Ele saiu da presença de Deus. Hoje o homem pode retornar ao coração do pai, confiando nas palavras do filho: "Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim". (Jo 14,6).

Obs.: 2,4b-25: A primeira narrativa da criação (1,1-2,4a) apresenta as águas disformes como caos, desordem e ausência de vida. A segunda narrativa, elaborada no tempo do rei Salomão (séc. X a.C.), se originou entre nômades que viviam no deserto; para eles, terra seca é ausência de vida. Por isso imaginam como início da criação, a chuva e a possibilidade de o homem encontrar água. A grande bênção inicial é, portanto, a água (vv. 4b-7). Os vv. 8-17 narram a história do Éden, um paraíso na terra, para onde confluem os maiores rios do mundo então conhecido, e onde as árvores e frutos são abundantes. Deus criou a terra para que o homem usufrua dela e possua vida plena (árvore da vida). A condição única é o homem se subordinar a Deus: obedecer ao seu projeto de vida e fraternidade, e não querer decidir por si mesmo o que é bem e o que é mal (comer o fruto da árvore do bem e do mal), a fim de não ser causa a espécie alguma de opressão e morte. Os vv. 18-25 salientam duas coisas: primeiro, que o homem tem domínio sobre a criação «dando nome aos animais» e, por isso, participa do poder criativo de Deus; segundo, que «a mulher não foi tirada da cabeça do homem para mandar nele, nem foi tirada dos pés dele para ser sua escrava; mas foi tirada do lado, para ser sua companheira». – Rodapé da Bíblia Pastoral.

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