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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

PAÍS NA BIBLIA - ABRAÃO – UM PAI AMIGO DE DEUS




Estudar a vida de Abraão, enquanto pai, há de nos ensinar muitas lições sobre o exercício da paternidade.

Seu nome, provavelmente quer dizer “o pai é exaltado”. Com Sara, sua esposa; Agar, a egípcia serva de Sara, e Quetura, sua mulher após a morte de Sara, nosso personagem teve oito filhos: de Agar, nasceu Ismael – “E Agar deu um filho a Abraão; e Abraão pôs o nome de Ismael no seu filho que tivera de Agar”. (Gn 16.15); de Sara, o conhecido de Isaque – “Sara concebeu, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, de que Deus lhe falara; e, Abraão pôs no filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, o nome de Isaque”. (Gn 21.2-3); de Quetura, nasceram Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá - “Ora, Abraão tomou outra mulher, que se chamava Quetura. Ela lhe deu à luz a Zinrã, Jocsã, Medã, Mídia, Isbaque e Suá”. (Gn. 25.1-2).

Amigo de Deus

Para começar, ele é conhecido na Bíblia como sendo amigo de Deus – “Ó nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta terra de diante do teu povo Israel, e não a deste para sempre à descendência de Abraão, teu amigo? (2Cr. 20.7). Que título tão importante Abraão possuía! Ser conhecido como alguém que mantinha comunhão intima com Deus! Nossos filhos sabem se temos comunhão com Deus ou não. O maior legado que podemos deixar para eles é a lembrança de nosso relacionamento intimo com Deus. E um dia eles ao se referirem a nós dizendo: “Papai e mamãe eram pessoas que viveram todos os dias de suas vidas em profunda comunhão com Deus”.

Deus cuida dos nossos filhos

Sabemos que Deus, ao prometer um filho a Abraão – Gn 15.1-16 – não queria que esse filho nascesse de um relacionamento com Agar, mas de Sara. Mas o nascimento de Ismael nos proporciona oportunidades excelentes para uma reflexão sobre a paternidade.

A primeira delas é que as circunstâncias de uma gravidez podem ser ilegítimas, mas o filho não!

Um filho nascido fora do casamento, embora este não seja o plano de Deus, deve ser amado e respeitado pelos pais.

Uma outra grande lição que podemos aprender da história de Ismael e Abraão é a certeza de que Deus cuida dos nossos filhos.

Quando Ismael já estava crescido, houve um atrito entre Sara com Agar. A ordem de Sara em expulsar Agar e Ismael foi muito dura para Abraão – “e disse a Abraão: “Expulsa esta escrava com o seu filho, porque o filho desta escrava não será herdeiro com meu filho Isaac.” Isso desagradou muitíssimo a Abraão, por causa de seu filho Ismael.”. (Gn 21.10-11), mas esse fez uma opção pelo casamento e obedeceu. Podemos imaginar quão triste foi aquela madrugada para Abarão, quando preparou o suprimento para Agar e seu filho Ismael. Embora a tristeza talvez tenha sido grande, Abraão guardava no coração as palavras confortadoras de Deus dando-lhe a certeza de que Ele não abandonaria Ismael. Muito pelo contrario, faria daquele filho uma grande nação – “Mas Deus disse-lhe:  “Não te preocupes com o menino e com a tua escrava. Faze tudo o que Sara te pedir, pois é de Isaac que nascerá a posteridade que terá o teu nome. Mas do filho da escrava também farei um grande povo, por ser de tua raça.””. (Gn 21.12-13).

Quantas vezes ficamos preocupados quando nossos filhos saem de casa para cursar uma faculdade ou trabalhar num lugar distante ou até mesmo para uma viagem! Lembremos as palavras de Deus a Abraão dizendo que estaria com seu filho Ismael.

Mesmo que passem por privações, como foi o caso de Ismael com sua mãe – “Acabada a água do odre, deixou o menino sob um arbusto, e foi assentar-se em frente, à distância de um tiro de flecha,  “porque, dizia ela, não quero ver morrer o menino”. Ela assentou-se, pois, em frente e pôs-se a chorar.” Gn. 21.15-16), Deus vê e no momento certo oferece o recurso necessário para continuar a jornada – “E abriu-lhe Deus os olhos, e ela viu um poço; e foi encher de água o odre e deu de beber ao menino” (Gn 21.19).

Esforçar-se em dar o melhor para os nossos filhos é saudável, mas precisamos deixá-los seguir os seus próprios caminhos e saber que mesmo que estejam longe do alcance de nossos olhos, jamais estarão dos olhos de Deus.

Filhos consagrados a Deus.

Se dos relatos históricos do nascimento e da vida de Ismael podemos aprender a lição da legitimidade dos filhos e o cuidado de Deus na vida deles, da história de Isaque podemos aprender várias lições.

A primeira delas é que nossos filhos devem ser consagrados a Deus.

Gênesis 22 nos mostra que Deus deve ocupar o primeiro lugar em nossos corações. Abraão tinha tudo, humanamente falando, para dizer não a Deus. Mas, ao ouvir de Deus as ordens para sacrificar seu querido filho Isaque, não hesitou. Embora tenha sido difícil para ele a caminhada até o monte Moriá – “Respondeu Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. E os dois iam caminhando juntos” (Gn 22.8), havia no seu coração o desejo de provar a Deus toda sua fidelidade.

Gênesis 22 nos ensina que, embora os métodos sejam diferentes, Deus quer que coloquemos nossos filhos no altar para Ele usá-los da maneira que desejar.

Colocar os filhos no altar deve ser o primeiro gesto de um pai ou uma mãe logo ao saberem da gravidez. Essa entrega deve se estender por toda a vida.

Significa também deixar Deus agir na vida profissional deles e incentivá-los a serem bênção independentemente da profissão que escolherem.

A Segunda lição que extraímos do Gênesis 22 refere-se às oportunidades que Deus nos dá de ensinar nossos filhos a respeito da provisão de Deus em todas as circunstancias. No caminho em direção ao monte Moriá, Abraão ensinou a Isaque que vale a pena, sempre e em todas as circunstâncias, confiar em Deus – Gn 22.8 – Ao dizer “Deus proverá”, Abraão estava ensinando a Isaque que Deus nunca falha e nem nos abandona.

O dever de ensinar aos nossos filhos acerca de Deus que provê é, em primeiro lugar, dos pais.

Casando os filhos

Sara já tinha morrido. A idade já estava avançada – “Ora, os anos da vida de Sara foram cento e vinte e sete. Depois sepultou Abraão a Sara sua mulher na cova do campo de Macpela, em frente de Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã.” – Gn. 23.1 e 19. Abraão agora toma uma atitude que para nós parece bem estranha: envia um dos seus servos para buscar uma esposa para Isaque – “E disse Abraão ao seu servo, o mais antigo da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe a tua mão debaixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não tomarás para meu filho mulher dentre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito; mas que irás à minha terra e à minha parentela, e dali tomarás mulher para meu filho Isaque. Gn 24.2-4”.

Era costume da época. Não devemos fazer o mesmo hoje. Mas desse texto, podemos aprender que como pais devemos estar interessados no futuro matrimonial de nossos filhos. Como isto pode acontecer?

Devemos orar pelo casamento de nossos filhos desde quando eles estão no ventre da mãe. Devemos orar para que eles busquem a vontade de Deus também nessa área de vida.

Uma outra atitude que podemos tomar para demonstrar o quando estamos interessados na vida sentimental dos nossos filhos é ser um referencial positivo para eles. Como isso deve acontecer? Demonstrar o amor conjugal para os filhos servirá mais do que muitos livros sobre casamento.

Também podemos demonstrar nosso interesse pelo futuro matrimonial ensinando-lhes os ideais de Deus acerca do casamento. Nossos filhos estão sendo bombardeados por idéias erradas acerca do casamento. Ouvem falar que o divorcio não traz problemas e que deve  ser sempre uma opção séria a ser considerada. Ouvem anedotas que denigrem o casamento e recebem conselhos no sentido da coabitação não – formal. Não podemos deixar de mostrar-lhes que o casamento é uma idéia de Deus e tudo que Ele faz é o melhor para a humanidade. Nós é que não sabemos usufruir.

Um pai amigo

Cremos que o despeito das suas falhas, Abraão cultivou boas relações com seus filhos, principalmente com Ismael e Isaque.

Ao morrer, seus filhos Ismael e Isaque o sepultaram ao lado de Sara – “Então Isaque e Ismael, seus filhos, o sepultaram na cova de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, o heteu, que estava em frente de Manre” – Gn 25.9.

Através desse gesto, podemos aprender o quanto seus filhos o amavam e o respeitavam.

Ao lado daquela sepultura, provavelmente Ismael e Isaque se lembraram de todos os acontecimentos de suas vidas e puderam agradecer a Deus o pai que tiveram.

No final da vida, é isso que vai indicar se formos ou não pais bons o bastante.

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