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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DOUTRINA DA IGREJA - LIÇÃO 13 – INIMIGOS DA IGREJA




“As portas do inferno”

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” Mt 16,18.

                                                                                                                                                               I.      INTRODUÇAO.

Ao declarar que “as portas do inferno” não prevaleceriam contra a Sua Igreja, nosso Senhor estava nos informando que os inimigos da Igreja não teriam mais força eu ela. “Portas do inferno” é tradução de “portas do hades” ou “portas da morte”. A palavra grega hades, traduzida por “inferno”, ocorre dez vezes no NT, e é uma das palavras usadas para descrever as regiões escuras e sombrias nas profundezas da terra, onde estão os espíritos separados do corpo.

Em Gn 3, o Criador colocou inimizade entre a serpente e o descendente da mulher (Gn 3,15), que é Cristo, enfrente inimigos ferozes.

Nesta lição, abordarei três desses inimigos que vem como “portas do inferno”, tentando prevalecer contra a Igreja de Jesus Cristo.

                                                                                                                                                              II.      IDEOLOGIAS.

Ideologia é o conjunto de idéia que orienta as ações sociais de uma pessoa ou grupo. Em nosso século, a ideologia que prevalece é o pós-modernismo. Esse sistema ideológico deve seu nome às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas 1950, quando se encerra o modernismo. Acompanhe algumas heranças do pós-modernismo e a resposta bíblica a cada uma.

1.      Secularização.

Secularização” é sair do religioso para secular. É o mesmo que dizer que Deus não domina, mas, sim, o mundo. Quando se faz pesquisa ou censo sobre religiosidade humana, nota-se que está crescendo muito o numero dos “sem religião”.

Resposta bíblica – Melhor que a secularização é fé verdadeiramente cristã: Deus é uma pessoa; Jesus Cristo é Deus e a vida eterna está em Jesus – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,16). Stanley Jones escreveu: “Há um Deus, e eu preciso concordar com Ele”.

2.      Consumismo.

Muitas pessoas são bem pagas para nos convencer de que tudo o que temos não tem tanto valor se ainda não termos o que elas estão oferecendo. Esse consumismo procura gerar em nós a compulsão para comprar, mas não nos da os meios de concretizar esses desejos.

Resposta bíblica – Melhor que o consumismo é o contentamento e os olhos voltados para os valores do reino de Deus (Mt 6,33; 1Tm 6,6-10).

3.      Pluralismo Religioso.

Uma frase de Stanley Jones explica tudo: “Religião é o homem buscando a Deus por isso há muitas religiões; mas o evangelho é Deus buscando o homem, por isso há um só evangelho”.

Resposta bíblica – Melhor que o pluralismo religioso é a certeza de que Jesus Cristo é suficiente. Ele é o único Caminho (Jo 14,6; 1Tm 2,5). A Bíblia afirma que Jesus “pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles.” (Hb 7,25).

4.      Privatização.

Compreende-se por privatização o processo pelo qual a pós-modernidade produziu um abismo entre a vida pública e privada (particular). A privatização permite que indivíduos compensem, na vida privada, o que publicamente são proibidos de fazer.

Resposta Bíblica – Melhor que a privatização é saber que a Igreja é “propriedade exclusiva de Deus” (“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”- 1Pd 2,9); que Deus não divide Sua glória com ninguém (“Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens esculpidas.” – Is 42,8); e que os olhos do Senhor estão em todo lugar (“Os olhos do Senhor estão em todo lugar, vigiando os maus e os bons.” Pr 15,3).

5.      Relativismo Moral.

Quem determina o que é moral ou imoral ou amoral? Eles dizem que a linguagem é incapaz de comunicar exatamente uma verdade! Linguagem não comunica verdades absolutas.

Resposta Bíblica – Melhor que o relativismo moral é conhecer a Verdade Absoluta que é Jesus e a Palavra de Deus. O mundo, por seus próprios conhecimentos, jamais conhecerá a verdade (“Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que crêem.” 1Cor 1,21). Os valores de Deus são imutáveis (“Portanto, o que desde o princípio ouvistes, permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também vós permanecereis no Filho e no Pai.” (1Jo 2,24).

                                                                                                                                                               III.      HERESIAS.

O apóstolo Paulo escreveu sobre o perigo do “vento de doutrina” (“para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro.” – Ef 4,14); Jesus profetizou: “porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.” (Mt 24,24); e Jo advertiu a Igreja cerca dos enganadores (1Jo 2,26; 3,7).

O que é uma heresia? O sentido básico do termo é “escolha”. Com o passar dos anos tomou o sentido de uma doutrina ou interpretação teológica que alguém adota, mas é respeitada como falsa. As heresias deturpam os pontos essenciais, fundamentais ou inegociáveis da fé cristã.

1.      A Tri-Unidade de Deus – “Eu e o Pai somos um.” – (Jo 10,30).

Há muitos que não aceitam o fato de Deus ser eternamente subsistente em três pessoas. Na historia da Igreja sempre houve controvérsias acerca da Trindade. Alguns achavam que eram três deuses, enquanto outros pensavam que é um Deus que num momento se apresenta como Pai, noutro como Filho, e, por ultimo como Espírito Santo. Os primeiros cristãos não queriam perder o seu monoteísmo judaico. Todavia, o testemunho Bíblico é muito claro: “São, assim, três os que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue; estes três dão o mesmo testemunho.” (1Jo 5,7-8). Na trindade não há diferentes níveis de divindade, e sim diferentes funções.

2.      A Bíblia como autoridade final – “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;” – (2Tm 3,16).

Alguém já chamou a Bíblia de “a mãe das heresias”. Muitas seitas citam a Bíblia, ou criam seu próprio livro “sagrado” a partir das Escrituras. Mas as heresias surgem quando não aceita a Bíblia como autoridade final. Muitas religiões até citam a Bíblia, mas a palavra final  vem de seus lideres, e não da Palavra de Deus.

3.      Divindade eterna de Jesus Cristo – “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.” – (Jo 1,1).

Historicamente, a Igreja passou 400 anos enfrentando as chamadas “controvérsias criptológicas”.  Na verdade, precisavam responder a uma pergunta: “quem é Jesus Cristo?” E muitos criaram varias doutrinas estranhas á fé bíblica, algumas das quais negavam que Jesus Cristo é Deus. Essa negociação contradiz totalmente a nossa fé.

4.      Mediação exclusiva de Jesus Cristo – “Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem” – (1Tm 2,5).

Quantos caminhos existem para levar o homem à plena comunhão e paz com Deus? A Bíblia responde que “há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem” (1Tm 2,5). Quantos “santos” são colocados como mediadores! Mas quando olhamos para a cruz encontramos um só homem ali pregado; Jesus Cristo.

5.      Morte expiatória e ressurreição corporal de Jesus Cristo. – “Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” – (1Cor 15,3-4).

Infelizmente alguns, através dos séculos, têm negado a verdadeira causa da morte de Cristo, o que é uma grande heresia. A cruz é o centro da fé cristã. A mensagem central do verdadeiro cristianismo é esta: “Cristo morreu por nossos pecados” (1Cor 15,3). A maior glória do evangelho é que os filhos de Deus sabem o que fazer com seus pecados: depositam ao pé da cruz. Podem ter a plena convicção que seus pecados estão perdoados – “Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade.” (1Jo 1,9).

                                                                                                                                                             IV.      APOSTASIAS.

O apóstata è alguém que abandonou a fé. O termo foi usado na Grécia Antiga para descrever o soldado que se revoltava contra seu próprio exercito. No AT foi usado para a rebeldia contra Deus – “Valeu-te este castigo tua malícia, e tuas infidelidades atraíram sobre ti a punição. Sabe, portanto, e vê quanto te foi funesto e amargo abandonar o Senhor teu Deus e não ter tido mais temor algum de mim - oráculo do Senhor JAVÉ dos exércitos.” (Jr 2,19); “Por que persiste esse povo de Jerusalém em perpétua loucura? Obstinam-se na má fé, recusando converter-se.” (Jr 8,5). Por que as pessoas abandonam a fé.

1.      Perseguição – (Mt 24,9-10; Mt 13,20-21).

Lemos e ouvimos sobre pessoas que sofrem (e ainda sofrem em nossos dias) por amor a Cristo. Todavia há muitos também que negaram seu Senhor quando enfrentaram angustias e perseguições. É importante ressaltar que “perseguições” não significam, necessariamente, alguém nos ameaçando de morte ou espancamento. Calúnias, difamações e mentiras também são formas de perseguição.

2.      Mundanismo – (2Tm 4,10; Tg 4,4).

Tiago faz a expressa declaração que “aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg 4,4); e João completa dizendo que: “Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai.” (1Jo 2,15). O recado está bem dado.

3.      Fé superficial – (1Jo 2,19).

Impressionamo-nos quando ouvimos de alguém que estava na igreja há tantos anos e, de repente, se desviou. Mas devemos nos lembrar que Jesus falou do que foi semeado no solo rochoso que “não tem raízes, é inconstante.” (Mt 13,21ª). Estar na igreja há muitos anos não é sinônimo de uma fé profunda. O escritor aos Hebreus se surpreendeu com seus leitores quando, devido ao tempo decorrido ainda estavam se alimentando de leite, quando deveriam se banquetear com alimento sólido (Hb 5,11-14).

4.      Rejeição à boa consciência – (1Tm 1,19-20).

Observemos bem esta expressão do apóstolo – “rejeitando a boa consciência”. Esteja certo de que a rejeição da “voz” da consciência. O apelo da Escritura é para que “hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações” (Hb 3,7-8.15). Ninguém se desvia da verdade “da noite para o dia”. É sempre resultado de um processo.

5.       Prosperidade – (Dt 32,15; Sl 62,10).

Sabemos que cristãos se afastam de Deus muito mais em tempos de abundancia do que nos de escassez. Charles Swindoll afirmou que existem dois períodos difíceis na vida do cristão: o da adversidade e o da prosperidade; dos dois, disse ele, o ultimo é o mais difícil. É muito fácil se esquecer de Deus em tempos de fartura. Perguntem aos israelitas, eles conhecem isto bem de perto (Dt 8,17-20; Jr 2,13).

6.      Vergonha de ser cristão – (2Tm 1,15-16).

O Senhor Jesus Cristo advertiu: “Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os seus santos anjos.” (Mc 8,38). Observe que Jesus fala dEle e de Suas palavras. Veja que contra-senso uma geração adúltera e pecadora se envergonhar de Cristo e Suas palavras! Não teria de ser o contrário?

7.      Problemas inter - pessoais – (Mt 5,,21-26; Mt 18,15-20).

Infelizmente, muitos se esquecem que não podem afirmar que estão em comunhão com Deus quando não estão em comunhão com seus irmãos. Vários textos bíblicos confirmam esta verdade cristã (Hb 12,14-15; 1Jo 3,15; 4,20); mesmo assim, eles se enganam acreditando que problemas de relacionamento entre irmãos nada tem a ver com o desviar-se da verdade. A essência de perdão e reconciliação entre irmãos quebra a comunhão com o Pai celestial, e isto leva muitos a se desviarem da verdade.



                                                                                                                                                                V.      CONCLUSAO.

As ideologias, as heresias e as apostasias têm prejudicado a Igreja de Cristo desde a sua instauração. Mas a palavra do próprio Senhor dessa Igreja e Sua presença nela – “estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.” (Mt 28,20) – são garantias de que as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela.

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