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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

DOUTRINA DA IGREJA - LIÇAO 07 – PALAVRAS QUE DESCREVEM OS MEMBROS DA IGREJA – I


“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,” (Ef 4,15).

            I.      INTRODUÇAO.

O corpo de Cristo, a igreja, é composto de homens e mulheres que voluntariamente se renderam ao Espírito Santo e entregaram sua vida ao controle de Cristo.

Esta conversão de propósito acontece por intermédio da graça de Deus. “Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina;” (Ef 2,19-20). Agora, os membros da família de Deus convivem em unidade a despeito das diversidades; são o padrão de fidelidade para os não-regenerados, tem a missão de adorar a Deus, ser como Jesus, andar em comunhão uns com os outros, servir uns aos outros e anunciar as boas novas da salvação aos perdidos. Nesta lição vamos conhecer algumas palavras que orientam como deve ser o nosso comportamento neste mundo.

         II.      CRISTÃOS – (At 11,26; 26,28; 1Pd 4,16).

Não muitos anos depois da ressurreição e ascensão de Cristo, este nome familiar foi usado como um apelido para descrever os membros da primeira igreja gentílica: “Em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos”. (At 11,26). O termo “cristão” se compõe da palavra grega que significa “Messias” ou “Cristo” (ungido), mais a terminação latina usual que significa “partidário de”. A junção destas duas palavras indica “seguidores de Cristo”. É muito provável que a palavra “cristão” tenha sido criada pelos gentios, principalmente pelo fato de que em Antioquia não havia muitos judeus, e os judeus costumavam chamar os cristãos de “nazarenos”. O que para eles, era  um termo depreciativo, porquanto Nazaré era uma aldeia insignificante (Jo 1,46).

Era um nome bem conhecido pelo Rei Agripa. Sua reação ao testemunho de Paulo foi mais uma expressão sarcástica do que um sinal de verdadeira convicção de fé, quando disse: “Disse Agripa a Paulo: Por pouco me persuades a fazer-me cristão.” (At 26,28).

Paulo não emprega a palavra “cristão” nas suas cartas, mas usa uma frase bem semelhante – “Conheço um homem em Cristo” (2Cor 12,2). O cristão vive “em Cristo” como a planta vive no solo, e assim produz fruto. O nome cristão generalizou-se de tal forma que em pouco tempo todos os membros das igrejas de Cristo foram assim chamados. Não houve outro nome que representasse tão bem os discípulos de Cristo.

     III.      IRMAOS – (Fm 15,16; Hb 2,11; Jo 13,15).

Um dos retratos mais bonitos do crente se acha na pequena carta de Paulo escreve a Filemom de Colossos, depois que seu escravo, Onésimo, que tinha fugido, se tornou um “cristão”. No pedido de Paulo, vemos a transformação que o evangelho traz: “não já como escravo, antes mais do que escravo, como irmão amado.” (Fm 16). A pessoa que aceita Cristo como seu Salvador, é meu irmão.

O que se vê em comum entre irmãos de sangue é a família, a origem, a natureza. Por conseqüente, todos os remédios possuem a mesma natureza. Por conseqüente, todos os membros possuem a mesma natureza, foram lavados pelo mesmo sangue purificador e são considerados raça eleita (1Pd 2,9) e membros da família de Deus – “Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus.” (Ef 2,19).

A igreja então é a família de Deus. Pó isso seus membros se chamam uns aos outros com o termo “irmão” ou “irmã”. Cada um está ciente de que faz parte desta grande família, estruturada sobre o maior dos mandamentos – o amor, que é evidenciado na pratica – “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos.” (1Jo 3,16).

       IV.      CRENTES E FIEIS – (At 5,14; 6,7; 1Tm 4,12).

Os “fieis” são literalmente “aqueles que crêem”. Em 1Tm 4,12 onde está escrito “padrão dos fieis” significa “uma expressão visível”. Em Gl 6,17 o apóstolo Paulo da outro nome a esta expressão dizendo “porque eu trago no meu corpo as marcas de Jesus.”. Que marcas são estas? Que tipo de expressão visível os fieis podem expressar:

1.      Na palavra.

Isto é, na maneira de falar, na conversação diária. Os crentes e fieis não devem ter conversas impuras e vazias. Antes suas palavras devem ser temperadas com graça, com bondade, com amor, com poder, dando assim testemunho de Cristo – “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas ó a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem.” (Ef 4,29).

2.      No procedimento.

Expressar fidelidade no estilo de vida ou comportamento. A maneira ideal de viver é conseguida quando nos tornamos mais parecidos com o Senhor Jesus, compartilhando Suas virtudes, como: amor, pureza, santidade e os vários aspectos do fruto do Espírito – “Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade. a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei.” (Gl 5,22-23)

3.      No amor.

Essa é a linha mestra de toda a conduta cristã. O amor aponta para o espírito altruísta, o cuidado pelos nossos semelhantes como cuidamos de nós mesmos – “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22,39).

4.      Na fé.

A fé objetiva, isto é a lei cristã, o sistema doutrinário da igreja, e a fé subjetiva, que indica confiança e paz. Ambas com o sentido de fidelidade – “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” (Hb 11,6).
5.      Na pureza

Tanto mental como física. Os crentes e fieis são os que entregam seus pensamentos e seus impulsos aos cuidados de Cristo; sendo, portanto puros em sua conduta diária – “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Fl 4,8).

          V.      PEREGRINOS – (Hb 11,13-16; 1Pd 2,912).

Outro nome dado aos membros da igreja de Jesus é encontrado nos versículos acima. Peregrino: quem permanece por pouco tempo, em um lugar, alguém que não é residente ali nem se fixa em localidade alguma. O crente é retratado na Bíblia como alguém distante do seu lar verdadeira, que é o céu – “O Deus deste povo de Israel escolheu a nossos pais, e exaltou o povo, sendo eles estrangeiros na terra do Egito, de onde os tirou com braço poderoso,”  - At 13,17; “E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação.” – 1Pd 1,17. – Portanto, na qualidade de estrangeiros, a igreja não deve se envolver nas corrupções e negócios deste mundo, que são contrários à sua natureza e posição. Isso descreve admiravelmente bem a vida de um verdadeiro crente, no que concerne à sua permanência na terra.

Como peregrina, à igreja deve se concentrar em fazer o que fomos chamados para fazer, isto é: “E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo.” (Mt 28,19-20).

È triste ver, por vezes, a Igreja se envolvendo em corrupção, politicagem e partidarismo. Sua função deve ser a de transformar o mundo pelo poder da pregação. Lembre-se: não somos daqui: somos peregrinos. Nossa verdadeira pátria é o céu.

       VI.      SERVOS – (Mc 10,42-45; Rm 1,1; 1Cor 4,5).

O conceito humano de servo é depreciativo. Humanamente falando, ser servo significa ser inferior, menor, insignificante. Contudo não é este o conceito bíblico. “Servo” é um dos melhores títulos que um cristão deve aspirar: ser como Jesus, que “o Filho do homem não veio para ser servido.” (Mc 10,45).

A igreja é composta de ex-escravos do reino das trevas, da vaidade, da sabedoria humana e das conseqüências que há no mundo. O verdadeiro liberto è aquele que se deixa guiar pela vontade divina, sujeitando-se absolutamente a ela. Jesus Cristo é o Senhor da igreja por direito de compra (1Cor 6,20; 1Pd 1,18; Ef 1,7). Isso faz de Jesus nosso Senhor legitimo, no sentido mais absoluto do termo.

Servir a Cristo livra o cristão da falsa liberdade que o mundo e o pecado oferecem que é, na realidade, a forma mais terrível e cruel de escravidão que existe. Os indivíduos não-regenerados são livres para se tornar mais perversos, mais escravizados pelo pecado. Perdemos nossa vida quando aceitamos Cristo somente para tornar a achá-la; isso está de conformidade com a mensagem do Senhor Jesus em Mt 16,25 – “Pois, quem quiser salvar a sua vida por amor de mim perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.”. O amor de Cristo é que nos constrange a sermos Seus servos.

   VII.      CONCLUSAO.

Na próxima lição, vamos continuar analisando cada uma das palavras que descrevem os membros da igreja de Jesus e tirando proveito delas. “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo.” (Fp 2,15).

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