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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

DOUTRINA DA IGREJA - LIÇÃO 09 – AS 0RDENS DA IGREJA CATÓLICA APOSTOLICA ROMANA

 

 

                                                                                                           I.    INTRODUÇÃO

 

Tradição histórica da Igreja herdada de épocas apostólicas, a subdivisão da Ordem em quatro graus menores e quatro graus maiores providenciava e promovia a dignificação da liturgia, além da manutenção integral das igrejas e por extensão da educação religiosa dos próprios fiéis. Com as reformas implantadas por Paulo VI, cinco graus (os quatro menores e um dos maiores) foram extintos da Igreja ou redirecionados para outros graus, sendo estes acumulados para o Sacristão na grande maioria das vezes, "concedidos” à leigos e leigas e mesmo acumulado para os não menos atarefados Padres.

 

Para se entender o porquê da existência de cada função, inicialmente é necessário conhecer o significado do sacramento da Ordem na Igreja. A Ordem é um sacramento instituído por Jesus Cristo, pelo qual se confere o poder de consagrar, oferecer e administrar a eucaristia, e exercer as outras funções eclesiásticas. Especialmente, aqueles que recebiam este sacramento possuíam uma tonsura na cabeça como sinal de submissão à Deus, utilizando-se por conseqüência do Solideu para cobrir sua tonsura. Este sacramento dá virtude e graça aos sacerdotes e outros ministros da Igreja para bem cumprir os seus ofícios. Desta maneira, somente compete aos Bispos, que possuem o grau mais elevado, em plenitude, da ordem, a conferência deste sacramento.

 

 

                                                                                                    II.    GRAUS MENORES

 

Os graus menores compreendem quatro vias: Hostiário, Leitor, Exorcista e Acólito.

·         O Ostiário é o primeiro dentre os graus menores e também o mais antigo (mencionado em cartas do Papa Cornélio do ano de 251), e, embora com muita simplicidade em suas funções, não se constitui como menos necessário no cumprimento dos parâmetros litúrgicos, dado que seus atos ocorrem no mesmo momento de outros, sendo por isso necessário um encarregado especial que possa garantir o cumprimento pleno das ações litúrgicas. Cuidam os Ostiários das chaves e das portas das Igrejas, além de zelar pelo sino e pelas badaladas deste, zela ainda pela proteção do cumprimento dos atos litúrgicos mantendo o altar livre de crianças e pessoas estranhas que venham a incomodar o Padre no momento da celebração do Santo Sacrifício; também em algumas paróquias é o responsável pela manutenção estrutural simples das Igrejas. "Na ordenação de Hostiários até à abolição das ordens menores, suas funções são assim enumeradas no Pontifical: "Cymbalum Percutere et campanam, ecclesiam aperire et sacrário, et librum ei qui aperire prædicat" (para tocar o sino, para abrir a igreja e a sacristia, para abrir o livro para o pregador) [tradução livre].
·         O leitor é o responsável direto por lecionar as leituras na Santa Missa, zelando pela dicção e pelo entendimento de todos mediante uma leitura razoável efetuada segundo diretrizes litúrgicas. Excetuando-se o Evangelho e as lições da Liturgia das Horas, as demais leituras são proferidas pelo Leitor. Assim como as demais Ordens Menores, somente varões (homens) de boa reputação podem se candidatar e receber esse grau de ordenação tendo em vista que os Apóstolos chamados a servir N.S.J.C. eram todos homens. 
·         O terceiro grau de Exorcista é aquele responsável pelo auxílio dos padres e curas nos exorcismos, preparando os livros, objetos litúrgicos, espaço físico e as próprias orações. A expulsão do Demônio ou dos Demônios é um bem precioso da Igreja que é narrado pelos Santos Evangelhos como múnus concedido por N.S.J.C. à Igreja e aos Apóstolos. Pela excepcionalidade dos exorcismos, estes (os Exorcistas) eram mais encontrados nas Catedrais das Dioceses e Arquidioceses, de onde toda a Freguesia poderia ser atendida pelos seus serviços à Deus, podendo ser encontrado também em pequenas cidades, sem nenhum impedimento. Somente após a Tonsura tal grau era recebido pelo Varão, sendo que este somente poderia praticar o exorcismo em catecúmenos a se Batizar (algo mais simples), cabendo ao Padre ou Cura o exorcismo dos demônios. Sua veste distinta é a Sobrepeliz.
·         O Quarto e último grau dentre as ordens menores é o de Acólito, encarregado especial do auxílio dos padres na realização do Santo Sacrifício Salvífico. Cabe ao mesmo auxiliar o Diácono e ao Padre na celebração da Santa Missa, zelar pelo altar e a rígida disposição dos objetos litúrgicos além de também ser um ministro extraordinário em casos especiais e de urgência. Existem em vários países subdivisões da Ordem do Acolitato em Acólitos de Coro (responsáveis pelos cânticos gregorianos), Acólitos Juniores (menos funções que os Seniores) e Acólitos Seniores (mais funções que os Juniores). Somente pessoas do gênero masculino podem assumir o Acolitato. O significado de Acólito vem do verbo acolitar, que quer dizer acompanhar no caminho. Não se pode confundir o Coroinha atual pós-conciliar, que não dispõe da ordenação e por isso não pode proceder à entrega da Eucaristia (embora muitos padres façam usufruto de uma disposição cerimonial em que em casos extra-ordinários pode-se delegar o poder temporário para a entrega da eucaristia ou o portar do cálice ou âmbula) com o Acólito, sendo coroinha, como já explicitado, aquele que pode auxiliar no coro das igrejas ou ser uma subdivisão do Acolitato.

 

                                                                                                  III.    GRAUS MAIORES



Os posteriores graus compreendem quatro vias:
·         Subdiaconato, Diaconato, Presbiterado e Episcopado. Ordem maior que a do Leitor e menor do que o Diaconato, o Subdiaconato já contempla algumas regras que são características da Ordem, como o uso da Batina (além do Cíngulo, Alva, Manípolo e Tunicelas) e o Celibato Clerical. A idade canônica mínima para o Subdiaconato é de 20 anos, cabendo ao mesmo o auxílio, assim como os demais graus menores, do Diácono nas disposições litúrgicas que contemplem uma missa pontifical ou não. É papel do subdiácono o de portar do Lecionário para a leitura do evangelho ou mesmo a leitura de uma epístola em Liturgia Solene. Obriga-se ao Subdiácono a Castidade perpétua e a recitação cotidiana do Ofício Divino; a recepção deste grau da Ordem ocorre quando o Bispo manda o ordinando tocar o cálice, a patena e o livro das epístolas.
·         O Diaconato é considerado a principal etapa formativa para os egressos ao sacramento da Ordem, tendo em vista que precede o Presbiterado, além de possuir o singular papel de auxiliar o Padre no Santo Sacrifício de Cristo e nos demais exercícios litúrgicos e espirituais. Somente pode o Diácono pregar ou batizar com a permissão do Bispo de sua Diocese, recebendo este grau com a imposição das mãos do Bispo e os dizeres: Recebe o Espírito Santo, para terdes força de resistir ao demônio e suas tentações. O Diaconato somente pode ser recepcionado pelos candidatos ao Presbiterado, tornando-se uma etapa ou Ordem Maior, regra modificada pelo Vaticano II. Utiliza-se este - o Diácono - da Dalmática como paramento característico, sendo necessária sua presença no Santo Sacrifício que se realize em paróquias já estabelecidas; também a preferência como ministro extra-ordinário é sua. S. Pedro, como narra o Evangelho, conferiu inicialmente o sacramento da Ordem a Sete Diáconos, para que estes auxiliassem os Sacerdotes no exercício do ministério e na entrega de esmolas aos mais pobres.
·         O presbiterado é o grau responsável por conceder à Igreja os Sacerdotes, vulgarmente - não no sentido pejorativo - conhecidos como Padres. Diz-nos o Catecismo Ilustrado: "Há uma diferença quase infinita entre os sacerdotes e os que não são. Basta dizer que o Filho do Altíssimo lhe obedece, vindo à terra realmente em um instante toda a vez que o sacerdote o diz na consagração". Herdada de época apostólica, o grau do Presbiterado concede um caráter indelével que o torna eternamente sacerdote de Cristo, mesmo abandonando o estado de graça e a disciplina eclesiástica. Cabe ao sacerdote rezar o Santo Sacrifício, pregar o Evangelho e Administrar os sacramentos aos fiéis; recebendo este grau o Diácono quando por imposição das mãos do Bispo e, tocando ao Cálice e a Patena com a Hóstia consagrada, ouve as seguintes palavras: Recebe o poder de oferecer a Deus o sacrifício e de celebrar a missa pelos vivos e pelos mortos.
·         O último e mais precioso grau da hierarquia Católica é a do Episcopado, cujo múnus advém diretamente dos Apóstolos. Governando uma jurisdição delegada pelo Papado (diocese) ou não, não deixando por isto de ser Bispo já que o Sacramento advém do poder espiritual e não temporal (Bispos sagrados mas sem Diocese, situação em que se encontrava D. Lefebvre e se encontram os Bispos por ele sagrados). Compete ao Bispo a administração dos Sacramentos da Ordem e do Crisma, já que este possui a posse em plenitude dos Sete Dons do Espírito Santo, além de ensinar e admoestar os fiéis e governar a Igreja (O Papa). Poderes temporais e espirituais podem ser divididos no grau do Episcopado da seguinte maneira, em ordem crescente: Bispo ou Bispo Auxiliar ou Bispo Coadjutor ou Primaz, Arcebispo ou Arcebispo Maior ou Arcebispo Metropolitano, Cardeal ou Patriarca e Papa. Somente varões que possuem exemplar e sólida fé, dignidade, bons costumes, zelo pelas almas dos fiéis, sabedoria, prudência e outras qualidades podem receber esta Ordem Maior, além de ser necessária a Idade Mínima de trinta e cinco anos e 5 anos de exercício do grau do Presbiterado. É necessário também que o candidato seja perito em Teologia, Direito Canônico ou outra matéria que diga respeito a fé por meio de uma universidade comprovadamente católica; a fim de apascentar com responsabilidade e sapiência o rebanho de fiéis congregados em torno do mesmo. O Bispo pode usufruir de alguns paramentos não permitidos nas ordens subjacentes, como: Báculo, Anel, Mitra, Cruz Peitoral, Capa Magna, Barrete Roxo, mas somente podendo se utilizar em sua jurisdição, devendo possuir permissão expressa de outra jurisdição diocesana para que utilize-se das insígnias livremente.
Para a recepção do sacramento da Ordem, como nos afirma o Catecismo Ilustrado de Leão XIII, são necessárias três disposições:
1º vocação, isto é, ser chamado por Deus para o estado eclesiástico,
2º uma vida exemplar e devota
3º suficiente doutrina.
Claramente pode-se observar que tais diretrizes hoje não mais são obedecidas pela grande maioria dos adidos aos seminários (seminaristas e vocacionados), porque, se basicamente falta-lhes o último que é a base, isto é, suficiente doutrina, então as demais disposições não virão senão por uma graça especial de Deus. Desde os anos 60, revolucionários anos 60, o Catecismo vem entrando em declínio na educação, e sem dúvidas é a família a primeira progenitora e estimulante da vocação ao sacerdócio; perdeu-se as bases, perde-se o produto destas.
Deve o Bispo, ainda, legislar e atuar como juiz de Direito canônico na sua Diocese, além de manter contato de pelo menos de cinco em cinco anos com a Sé Petrina em visitas ad limina. A benção de Igrejas e Altares, Patenas e Cálices, além da conferência dos graus da Ordem, são de responsabilidade do Bispo. Os Imprimaturs são também responsabilidade direta do Bispo Diocesano, concedidas após avaliação de documentos, devendo este condizer com a Doutrina Católica e o Sagrado Depósito da Fé.

Enfim, estes são os Oito Graus em que se divide a Ordem na Igreja, todos harmônicos e singulares, propiciatórios e santificantes. Um bem inestimável que fora abreviado ou aberto indiscriminadamente aos leigos, algo ratificado por diversos Pontífices após o Vaticano II e lamentável para a Igreja de sempre, a Roma de Sempre. É mister o retorno a veneração e inspira-se cuidados maiores em relação ao Sacramento da Ordem, pois ele é o cerne do Santo Sacrifício, o meio mais especial e santificante de se alcançar a salvação, fonte inextinguível de santidade.




sábado, 27 de outubro de 2012

LITURGIA DA PALAVRA

 
Leitura (Jeremias 31,7-9)
Leitura do livro do profeta Jeremias.

31 7 Porque isto diz o Senhor: “Lançai gritos de júbilo por causa de Jacó. Aclamai a primeira das nações. E fazei retumbar vossos louvores, exclamando: ‘O Senhor salvou o seu povo, o resto de Israel’. 8 Eis que os trago da terra do norte, e os reúno dos confins da terra. O cego e o coxo estarão entre eles, e também a mulher grávida e a que deu à luz. Será imensa a multidão que há de voltar, 9 e que voltará em lágrimas. Conduzi-la-ei em meio às suas preces; levá-la-ei à beira de águas correntes, por caminhos em que não tropeçarão, porque sou para com Israel qual um pai, e Efraim é o meu primogênito”.

Palavra do Senhor.

Salmo 126

Leitura (Hebreus 5,1-6)
Leitura da carta aos Hebreus.

5 1 Em verdade, todo pontífice é escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. 2 Sabe compadecer-se dos que estão na ignorância e no erro, porque também ele está cercado de fraqueza. 3 Por isso, ele deve oferecer sacrifícios tanto pelos próprios pecados quanto pelos pecados do povo. 4 Ninguém se apropria desta honra, senão somente aquele que é chamado por Deus, como Aarão.
5 Assim também Cristo não se atribuiu a si mesmo a glória de ser pontífice. Esta lhe foi dada por aquele que lhe disse: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei”, 6 como também diz em outra passagem: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec”.

Palavra do Senhor.

Evangelho (Marcos 10,46-52)
Aleluia, aleluia, aleluia.

Jesus Cristo, salvador, destruiu o mal e a morte; fez brilhar, pelo Evangelho, a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

Naquele tempo, 10 46 Jesus e seus discípulos chegaram a Jericó. Ao sair dali Jesus, seus discípulos e numerosa multidão, estava sentado à beira do caminho, mendigando, Bartimeu, que era cego, filho de Timeu. 47 Sabendo que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: "Jesus, filho de Davi, em compaixão de mim!" 48 Muitos o repreendiam, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais alto: "Filho de Davi, tem compaixão de mim!" 49 Jesus parou e disse: "Chamai-o" Chamaram o cego, dizendo-lhe: "Coragem! Levanta-te, ele te chama." 50 Lançando fora a capa, o cego ergueu-se dum salto e foi ter com ele. 51 Jesus, tomando a palavra, perguntou-lhe: "Que queres que te faça?” “Rabôni”, respondeu-lhe o cego, “que eu veja!” 52 Jesus disse-lhe: “Vai, a tua fé te salvou." No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho.

Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
A GRANDEZA DE SERVIR

O Reino de Deus introduziu nova ordem de relações entre as pessoas, muito diferente da mentalidade do mundo. Para quem é mundano, a grandeza consiste em exercer o domínio sobre as pessoas, e mostrar-se cheio de poder, porque a submissão lhe parece fruto do medo. O serviço prestado ao tirano não resulta de um ato amoroso, mas revela-se uma pesada obrigação. 

O Reino, pelo contrário, segue na direção oposta. O domínio transforma-se em serviço. O dominado assume a feição do irmão a quem se deve amar e servir. O poder não é utilizado para oprimir, antes, para libertar. A relação de escravidão transforma-se em relação de fraternidade. A grandeza, portanto, para o discípulo do Reino não consiste em ser servido mas em servir e oferecer a própria vida para que o outro possa crescer.

Foi por esta razão que Jesus convidou Tiago e João a mudarem de mentalidade e pensarem segundo os critérios do Reino. O pedido que fizeram ao Mestre talvez escondesse o desejo de exercerem poder sobre os demais companheiros de discipulado, numa espécie de dominação. Pretendiam ocupar um lugar de destaque junto de Jesus, para usufruir do poder. Jesus denunciou esta maneira errada de pensar.

O discípulo deve espelhar-se nele, enviado pelo Pai para colocar-se a serviço da humanidade e dar a vida pela salvação de todos. Esta é a sua grandeza!

Oração
Senhor Jesus, leva-me a escolher sempre o caminho do serviço feito na gratuidade, para eu me sentir grande junto de ti.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

DOUTRINA DA IGREJA - LIÇÃO 08 – PALAVRAS QUE DESCREVEM OS MEMBROS DA IGREJA – II




“Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo.” (At 2,47).

                I.      INTRODUÇAO.

Temos visto até aqui, pelos termos utilizados na Bíblia para designar os membros da Igreja do Senhor Jesus, que pertencer a esta comunidade espiritual é um privilegio! Vamos relembrar? Somos propriedade de Cristo, fazemos parte de Sua família, pelo Espírito Santo podemos viver no amor, na fé e na pureza; e, em Jesus, somos verdadeiramente livres do poder da morte e do pecado.

Mas para que o homem possa se apropriar de todos os benefícios que estes títulos trazem, ele precisa reconhecer o seu pecado, ser batizado e entregar sua vida. Aquele que pode fazer o que “as coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” (1Cor 2,9).

                                                                                                            II.      DISCIPULOS – (Mt 28,18-20; Jo 13,35; Jo 15,8).

O termo discípulo vem de uma palavra no grego usada para alguém que está aprendendo – um aluno. Jesus fez o grande convite: “Vinde a mim... e aprendei de mim...” (Mt 11,28-29). Alguns cristãos acham que a única coisa que precisam fazer é acreditar a Cristo como Salvador – e só! Mas, não é! Depois de ir a Jesus, temos que aprender dEle. Os primeiros cristãos podiam literalmente aprender de Jesus através dos seus ensinos. A responsabilidade nossa é começar o grande processo de aprender as grandes lições que achamos na Palavra do Senhor. O autor da carta aos Hebreus alerta sobre o perigo de parar de aprender: “Sobre isso temos muito que dizer, mas de difícil interpretação, porquanto vos tornastes tardios em ouvir. Porque, desde a infância sabes as sagradas letras, que podem necessitais de que se vos torne a ensinar os princípios elementares dos oráculos de Deus, e vos haveis feito tais que precisais de leite, e não de alimento sólido. Ora, qualquer que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, pois é criança; mas o alimento sólido é para os adultos, os quais têm, pela prática, as faculdades exercitadas para discernir tanto o bem como o mal.” (Hb 5,11-14). Há cristãos que pararam de aprender e, por isso, devem voltar para o jardim da infância! O verdadeiro discípulo é aquele que continua aprendendo.

“... e assim sereis meus discípulos.” (Jo 15,8). Jesus é o modelo que nós, Seus discípulos, devemos, seguir. Após sermos salvos por Cristo, através da habitação do Espírito Santo, podemos ser Seus verdadeiros  seguidores.

Aqueles que produzem muito fruto são autênticos discípulos de Jesus; os que buscam cumprir a mensagem contida em Jo 14,12, a saber, os que crêem no Senhor.

                                                                                                                   III.      SANTOS – (Ef 1,1; 1Cor 1,2; 1Pd 1,15-16).

Todos os cristãos são chamados na Bíblia de santos. A santidade é um dos alvos primordiais de todo cristão, e aqueles que aceitam a mensagem de salvação são, por isso mesmo, denominados santos. Em Cristo, o ser humano vai sendo transformado em seu caráter moral, mediante o fruto do Espírito – “Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade. a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei.” - (Gl 5,22-23) segundo a própria imagem de Cristo. A palavra santo, por si mesma, indica alguém dedicado, separado para Deus. O nome de Deus é santo“... porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.” (Lc 1,49), e os que confiam em Cristo, o Ungido de Deus, compartilham agora, e também no futuro, de sua perfeita santidade, mediante a regeneração de aspectos de sua natureza – “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” (Mt 5,48).
Nas paginas do Novo Testamento a palavra santo é aplicada aos crentes em três sentidos, a saber:

a)       Como membros de uma comunidade visível e local (At 9,32.41; 26,10);
b)       Como membros da comunidade espiritual (1Cor 1,2; Cl 3,2);
c)        Como pessoas individualmente santas (Ef 1,18; Cl 1,12; Ap 13,10).

                                                                                                                         IV.      ELEITOS – (Ef 1,3-6; 1Pd 1,2; 2,9-10).

A palavra usada em Ef 1,4 para eleito é “escolhido”. Em 1Pd 2,9, os membros da igreja são chamados de “...raça eleita...”. As pessoas são escolhidas por Deus para a salvação – “Nós, porém, sentimo-nos na obrigação de incessantemente dar graças a Deus a respeito de vós, irmãos queridos de Deus, porque desde o princípio vos escolheu Deus para vos dar a salvação, pela santificação do Espírito e pela fé na verdade.” – (2 Ts 2,13), e a evidenciada eleição é autenticada pelos frutos – “Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?” (Mt 7,16); “Com efeito, diante de Deus, nosso Pai, pensamos continuamente nas obras da vossa fé, nos sacrifícios da vossa caridade e na firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, sob o olhar de Deus, nosso Pai. Sabemos, irmãos amados de Deus, que sois eleitos.” (1Ts 1,3-4). Esta prerrogativa outorga os corpo de Cristo uma estabilidade inquestionável; não há o que nos separe do amor de Deus – “Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Rm 8,38-39). A doutrina da eleição nos garante a certeza da salvação. Em 1Pd 2,10 está escrito; “...Vós que outrora não éreis seu povo, mas agora sois povo de Deus; vós que outrora não tínheis alcançado misericórdia (Os 2,25), mas agora alcançastes misericórdia.”

                                                                                                                     V.      SACERDOTES (Ex 19,6; 1Pd 2,9; Ap 15,6).

Em 1Pd 2,5 – “... e quais outras pedras vivas, vós também vos tornais os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.”, observamos que todos os cristãos são sacerdotes. Mais especificamente “sacerdócio santo”. Cabe o sacerdote o papel de interceder por outrem. A igreja tem o papel de interceder por outrem. A igreja tem o papel de interceder pela conversão daqueles que se acham distantes de Deus, trazendo-os também pela evangelização, isto é, a pregação da Palavra. Sacerdotes são aqueles que pertencem à família real, visto que em Hb 4,14-16 – “Temos, portanto, um grande Sumo Sacerdote que penetrou nos céus, Jesus, Filho de Deus. Conservemos firme a nossa fé. Porque não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno.” – Cristo é identificado como Sumo Sacerdote assentado sobre um trono. Cristo pertence à ordem sacerdotal de Melquisedeque – “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec (Sl 110,4).” (Hb 5.6;7,17) . A idéia de que os sacerdotes cristãos também são reis é baseada em duas passagens bíblicas (“... e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.” Ex 19,6; “...e da parte de Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém.” Ap 1,5-6).  A ultima, por se tratar de um texto profético, alude à eternidade futura, seja como for, o verdadeiro cristão desde agora já “reina em vida” (Rm 5,17).

                                                                                                                             VI.      “OS DOS CAMINHOS” – (At 9,2).

Esta expressão é a mais remota forma de se referir aos cristãos. É usado seis vezes no livro de Atos dos Apóstolos (At 9.2; 19,9.23; 22,4; 24,14.22). O termo “Caminho” era empregado para se referir ao Cristianismo, como a “estrada de Deus”. Curiosamente esta expressão surge em passagens relacionadas a incidentes na vida de Paulo, que não tinha um endereço fixo, mas vivia em viagens e expedições missionárias. Podemos também dizer que os cristãos são aqueles que sempre estão com “o pé na estrada”, andando com Deus e semeando a palavra pelos caminhos. Não devemos esquecer que o próprio Senhor Jesus chamou-se de “... o Caminho” (Jo 14,6).

                                                                                                                                                         VII.      CONCLUSAO.

Aprendemos nestas duas lições dez palavras que descrevem o perfil dos membros da igreja. Nós, cristãos, devemos aplicar o significado de cada uma delas em nossa vida, sabendo que fomos comprados pelo Senhor Jesus, separados por Ele para, juntamente com os outros cristãos espalhados sobre a face da terra, brilhar como Luzeiros deste mundo, no qual somos peregrinos, com a missão de interceder pelos perdidos.

Na próxima lição iremos estudar os ordens da Igreja Católica Apostólica Romana.

Marco Antonio Lana

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

LITURGIA DA PALAVRA

 
Leitura (Isaías 53,10-11)
Leitura do livro do profeta Isaías.
53 10 Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele realizada. 11 Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniqüidades.
Palavra do Senhor.

Salmo 33

Leitura (Hebreus 4,14-16)
Leitura da carta aos Hebreus.
4 14 Temos, portanto, um grande Sumo Sacerdote que penetrou nos céus, Jesus, Filho de Deus. Conservemos firme a nossa fé. 15 Porque não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado. 16 Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno.
Palavra do Senhor.
 
Evangelho (Marcos 10,35-45)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo veio servir, Cristo veio dar sua vida. Jesus Cristo veio salvar, viva Cristo, Cristo viva! (Mc 10,45)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
35 Aproximaram-se de Jesus Tiago e João, filhos de Zebedeu, e disseram-lhe: "Mestre, queremos que nos concedas tudo o que te pedirmos." 36 Ele perguntou: "Que quereis que vos faça?" 37 Eles responderam: "Concede-nos que nos sentemos na tua glória, um à tua direita e outro à tua esquerda." 38 "Não sabeis o que pedis”, retorquiu Jesus. “Podeis vós beber o cálice que eu vou beber, ou ser batizados no batismo em que eu vou ser batizado?" 39 "Podemos", asseguraram eles. Jesus prosseguiu: "Vós bebereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados no batismo em que eu devo ser batizado. 40 Mas, quanto ao assentardes à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim: o lugar compete àqueles a quem está destinado." 41 Ouvindo isto, os outros dez começaram a indignar-se contra Tiago e João. 42 Jesus chamou-os e deu-lhes esta lição: "Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre elas. 43 Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo; 44 e todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. 45 Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos."
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
A GRANDEZA DE SERVIR

O Reino de Deus introduziu nova ordem de relações entre as pessoas, muito diferente da mentalidade do mundo. Para quem é mundano, a grandeza consiste em exercer o domínio sobre as pessoas, e mostrar-se cheio de poder, porque a submissão lhe parece fruto do medo. O serviço prestado ao tirano não resulta de um ato amoroso, mas revela-se uma pesada obrigação. 
 
O Reino, pelo contrário, segue na direção oposta. O domínio transforma-se em serviço. O dominado assume a feição do irmão a quem se deve amar e servir. O poder não é utilizado para oprimir, antes, para libertar. A relação de escravidão transforma-se em relação de fraternidade. A grandeza, portanto, para o discípulo do Reino não consiste em ser servido mas em servir e oferecer a própria vida para que o outro possa crescer.
 
Foi por esta razão que Jesus convidou Tiago e João a mudarem de mentalidade e pensarem segundo os critérios do Reino. O pedido que fizeram ao Mestre talvez escondesse o desejo de exercerem poder sobre os demais companheiros de discipulado, numa espécie de dominação. Pretendiam ocupar um lugar de destaque junto de Jesus, para usufruir do poder. Jesus denunciou esta maneira errada de pensar.
 
O discípulo deve espelhar-se nele, enviado pelo Pai para colocar-se a serviço da humanidade e dar a vida pela salvação de todos. Esta é a sua grandeza!

Oração
Senhor Jesus, leva-me a escolher sempre o caminho do serviço feito na gratuidade, para eu me sentir grande junto de ti.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

DOUTRINA DA IGREJA - LIÇAO 07 – PALAVRAS QUE DESCREVEM OS MEMBROS DA IGREJA – I


“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,” (Ef 4,15).

            I.      INTRODUÇAO.

O corpo de Cristo, a igreja, é composto de homens e mulheres que voluntariamente se renderam ao Espírito Santo e entregaram sua vida ao controle de Cristo.

Esta conversão de propósito acontece por intermédio da graça de Deus. “Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina;” (Ef 2,19-20). Agora, os membros da família de Deus convivem em unidade a despeito das diversidades; são o padrão de fidelidade para os não-regenerados, tem a missão de adorar a Deus, ser como Jesus, andar em comunhão uns com os outros, servir uns aos outros e anunciar as boas novas da salvação aos perdidos. Nesta lição vamos conhecer algumas palavras que orientam como deve ser o nosso comportamento neste mundo.

         II.      CRISTÃOS – (At 11,26; 26,28; 1Pd 4,16).

Não muitos anos depois da ressurreição e ascensão de Cristo, este nome familiar foi usado como um apelido para descrever os membros da primeira igreja gentílica: “Em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos”. (At 11,26). O termo “cristão” se compõe da palavra grega que significa “Messias” ou “Cristo” (ungido), mais a terminação latina usual que significa “partidário de”. A junção destas duas palavras indica “seguidores de Cristo”. É muito provável que a palavra “cristão” tenha sido criada pelos gentios, principalmente pelo fato de que em Antioquia não havia muitos judeus, e os judeus costumavam chamar os cristãos de “nazarenos”. O que para eles, era  um termo depreciativo, porquanto Nazaré era uma aldeia insignificante (Jo 1,46).

Era um nome bem conhecido pelo Rei Agripa. Sua reação ao testemunho de Paulo foi mais uma expressão sarcástica do que um sinal de verdadeira convicção de fé, quando disse: “Disse Agripa a Paulo: Por pouco me persuades a fazer-me cristão.” (At 26,28).

Paulo não emprega a palavra “cristão” nas suas cartas, mas usa uma frase bem semelhante – “Conheço um homem em Cristo” (2Cor 12,2). O cristão vive “em Cristo” como a planta vive no solo, e assim produz fruto. O nome cristão generalizou-se de tal forma que em pouco tempo todos os membros das igrejas de Cristo foram assim chamados. Não houve outro nome que representasse tão bem os discípulos de Cristo.

     III.      IRMAOS – (Fm 15,16; Hb 2,11; Jo 13,15).

Um dos retratos mais bonitos do crente se acha na pequena carta de Paulo escreve a Filemom de Colossos, depois que seu escravo, Onésimo, que tinha fugido, se tornou um “cristão”. No pedido de Paulo, vemos a transformação que o evangelho traz: “não já como escravo, antes mais do que escravo, como irmão amado.” (Fm 16). A pessoa que aceita Cristo como seu Salvador, é meu irmão.

O que se vê em comum entre irmãos de sangue é a família, a origem, a natureza. Por conseqüente, todos os remédios possuem a mesma natureza. Por conseqüente, todos os membros possuem a mesma natureza, foram lavados pelo mesmo sangue purificador e são considerados raça eleita (1Pd 2,9) e membros da família de Deus – “Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus.” (Ef 2,19).

A igreja então é a família de Deus. Pó isso seus membros se chamam uns aos outros com o termo “irmão” ou “irmã”. Cada um está ciente de que faz parte desta grande família, estruturada sobre o maior dos mandamentos – o amor, que é evidenciado na pratica – “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos.” (1Jo 3,16).

       IV.      CRENTES E FIEIS – (At 5,14; 6,7; 1Tm 4,12).

Os “fieis” são literalmente “aqueles que crêem”. Em 1Tm 4,12 onde está escrito “padrão dos fieis” significa “uma expressão visível”. Em Gl 6,17 o apóstolo Paulo da outro nome a esta expressão dizendo “porque eu trago no meu corpo as marcas de Jesus.”. Que marcas são estas? Que tipo de expressão visível os fieis podem expressar:

1.      Na palavra.

Isto é, na maneira de falar, na conversação diária. Os crentes e fieis não devem ter conversas impuras e vazias. Antes suas palavras devem ser temperadas com graça, com bondade, com amor, com poder, dando assim testemunho de Cristo – “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas ó a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem.” (Ef 4,29).

2.      No procedimento.

Expressar fidelidade no estilo de vida ou comportamento. A maneira ideal de viver é conseguida quando nos tornamos mais parecidos com o Senhor Jesus, compartilhando Suas virtudes, como: amor, pureza, santidade e os vários aspectos do fruto do Espírito – “Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade. a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei.” (Gl 5,22-23)

3.      No amor.

Essa é a linha mestra de toda a conduta cristã. O amor aponta para o espírito altruísta, o cuidado pelos nossos semelhantes como cuidamos de nós mesmos – “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22,39).

4.      Na fé.

A fé objetiva, isto é a lei cristã, o sistema doutrinário da igreja, e a fé subjetiva, que indica confiança e paz. Ambas com o sentido de fidelidade – “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” (Hb 11,6).
5.      Na pureza

Tanto mental como física. Os crentes e fieis são os que entregam seus pensamentos e seus impulsos aos cuidados de Cristo; sendo, portanto puros em sua conduta diária – “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Fl 4,8).

          V.      PEREGRINOS – (Hb 11,13-16; 1Pd 2,912).

Outro nome dado aos membros da igreja de Jesus é encontrado nos versículos acima. Peregrino: quem permanece por pouco tempo, em um lugar, alguém que não é residente ali nem se fixa em localidade alguma. O crente é retratado na Bíblia como alguém distante do seu lar verdadeira, que é o céu – “O Deus deste povo de Israel escolheu a nossos pais, e exaltou o povo, sendo eles estrangeiros na terra do Egito, de onde os tirou com braço poderoso,”  - At 13,17; “E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação.” – 1Pd 1,17. – Portanto, na qualidade de estrangeiros, a igreja não deve se envolver nas corrupções e negócios deste mundo, que são contrários à sua natureza e posição. Isso descreve admiravelmente bem a vida de um verdadeiro crente, no que concerne à sua permanência na terra.

Como peregrina, à igreja deve se concentrar em fazer o que fomos chamados para fazer, isto é: “E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo.” (Mt 28,19-20).

È triste ver, por vezes, a Igreja se envolvendo em corrupção, politicagem e partidarismo. Sua função deve ser a de transformar o mundo pelo poder da pregação. Lembre-se: não somos daqui: somos peregrinos. Nossa verdadeira pátria é o céu.

       VI.      SERVOS – (Mc 10,42-45; Rm 1,1; 1Cor 4,5).

O conceito humano de servo é depreciativo. Humanamente falando, ser servo significa ser inferior, menor, insignificante. Contudo não é este o conceito bíblico. “Servo” é um dos melhores títulos que um cristão deve aspirar: ser como Jesus, que “o Filho do homem não veio para ser servido.” (Mc 10,45).

A igreja é composta de ex-escravos do reino das trevas, da vaidade, da sabedoria humana e das conseqüências que há no mundo. O verdadeiro liberto è aquele que se deixa guiar pela vontade divina, sujeitando-se absolutamente a ela. Jesus Cristo é o Senhor da igreja por direito de compra (1Cor 6,20; 1Pd 1,18; Ef 1,7). Isso faz de Jesus nosso Senhor legitimo, no sentido mais absoluto do termo.

Servir a Cristo livra o cristão da falsa liberdade que o mundo e o pecado oferecem que é, na realidade, a forma mais terrível e cruel de escravidão que existe. Os indivíduos não-regenerados são livres para se tornar mais perversos, mais escravizados pelo pecado. Perdemos nossa vida quando aceitamos Cristo somente para tornar a achá-la; isso está de conformidade com a mensagem do Senhor Jesus em Mt 16,25 – “Pois, quem quiser salvar a sua vida por amor de mim perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.”. O amor de Cristo é que nos constrange a sermos Seus servos.

   VII.      CONCLUSAO.

Na próxima lição, vamos continuar analisando cada uma das palavras que descrevem os membros da igreja de Jesus e tirando proveito delas. “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo.” (Fp 2,15).