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segunda-feira, 26 de março de 2012

SEMÃO DA MONTANHA - LIÇÃO 07 – O CASAMENTO CRISTÃO


“Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu.” Mt 19,6

  1. INTRODUÇAO.

Estudaremos nesta lição a pureza matrimonial do cristão.  Jesus se refere ao sétimo mandamento: “Não cometerás adultério.” (Ex 20,14; Dt 5,18). Ele vai além à fala do divorcio e do décimo mandamento: “Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem seu jumento, nem nada do que lhe pertence.” (Ex 20,17; Dt 5,21), o que é também adultério. O Senhor Jesus faz uma contraposição à tentativa dos rabinos de limitar o alcance do mandamento “Não adulteras”, à semelhança do que fez em relação ao homicídio. Jesus lembra-lhes todo o espírito da lei. O ensino de Jesus deve ser obedecido ainda hoje, mesmo que a nossa sociedade seja obcecada pelo sexo e ente nos oferecer padrões morais abaixo dos que Deus preparou para nós.

O sexo fora do casamento, o divorcio, a homossexualidade, a pornografia, a bestialidade (sexo com animais) são cada vez mais comuns em nosso tempo. No entanto, o nosso modelo é a palavra de Deus e é firmado nela que manteremos a nossa pureza moral antes e durante o casamento. Vejamos o desenvolvimento desse parágrafo.

  1. O QUE JESUS FALA SOBRE O ADULTERIO? – Mt 5,27-30.

Adultério é a relação sexual ilícita entre pessoas casadas. Se a relação sexual for entre um casado e um solteiro, o casado comete adultério, o solteiro formicação, cuja gravidade é a mesma.

Na lei judaica o termo “adultério” era usado para falar de relações sexuais com a esposa ou noiva de um judeu. Jesus expande esse conceito condenando qualquer sorte de relações sexuais ilícitas.

Paulo também fala sobre isso em 1Ts 4,3 – “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza”. Jesus vai além. Para ele a impureza sexual é mais ampla, atinge também a imaginação – “Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração.” Mt 5,28.

Jesus não proíbe o homem de olhar para uma mulher, mas de cobiçá-la, de fitá-la com desejo lascivo.

Esse é um mandamento muito difícil de ser obedecido, especialmente quando a maioria das mulheres, especialmente as não cristãs, não preza pelo pudor em sua maneira de vestir. Como não cobiçar? Jesus nos dá a resposta: “Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na Geena. E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo inteiro seja atirado na Geena”. – Mt 5,29-30. O que é preciso é manter uma disciplina moral. Se o adultério pode acontecer no coração – Mt 5,28, então não podemos colocar o coração em outra mulher que não seja a nossa. Devemos disciplinar-nos a não permitir que nossa carne se aprofunde no erro. Vejamos as hipérboles sugeridas por Jesus.

a)    Arrancar o olho – É uma figura de como devemos ter um propósito de vigiar os nossos olhos. Vejamos a autodisciplina de Jó – “Eu havia feito um pacto com meus olhos: não desejaria olhar nunca para uma virgem.” – Jó 31,1. A imaginação se inflama por causa da indisciplina dos olhos.

Olhar com a intenção impura leva a excitação, que logo se transforma em esquema. Da excitação erótica vai-se para o adultério espiritual e muitas vezes para a consumação do ato sexual ilícito.

O olhar é como uma fonte inspiradora para o bem ou para o mal – “O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado. Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas. Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas!” Mt 6,22-23.

Sempre que os homens e mulheres aprendem a controlar o sexo na prática, é porque antes aprenderam a fazê-lo nos olhos da carne e do pensamento” – J. Stott.

b)   Cortar as mãos e os pés – Significa pegar e andar menos para não cair em tentação. É refrear-se de certas liberdades por amor a Cristo. Privar-se da Mao e do pé não é suficiente para que o discípulo elimine a fonte do desejo, mas é possível eliminar o instrumento da ação pecaminosa. É melhor ter menos história e geografia para contar do que ir para o inferno (cemitério – morte eterna). É melhor perder um membro e entrar na vida mutilado, do que conservar todo nosso corpo e ir para o inferno (cemitério – morte eterna). A vida eterna é mais importante do que os prazeres passageiros desse mundo – “O marido cumpra o seu dever para com a sua esposa e da mesma forma também a esposa o cumpra para com o marido.” 1 Cor 7,3.

“O que se torna necessário a todos aqueles que têm forte tentação sexual e, na verdade, a todos nós, em principio, é a disciplina na vigilância contra o pecado. É preciso colocar sentinelas morais contra o pecado” – J. Stott.

O contrário de oferecer os nossos corpos ao pecado – “Não reine, pois, o pecado em vosso corpo mortal, de modo que obedeçais aos seus apetites.” (Rm 6,13) é oferecê-los ao Senhor como sacrifício Vivo, santo e agradável – “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual.” (Rm 12,1).
c)    Deus é a fonte de poder que nos ajuda a controlar a nossa sexualidade. Ele, com o seu Espírito Santo, nos purifica a todo o momento de nossas atitudes erradas (1 Jo 19; 1 Cor 6,11).

  1. O QUE JESUS FALA SOBRE O DIVORSIO? – Mt 5,31-32.

Jesus agora passa a discutir sobre a interpretação que os fariseus davam a Dt 24,1-4 – “Se um homem, tendo escolhido uma mulher, casar-se com ela, e vier a odiá-la por descobrir nela qualquer coisa inconveniente, escreverá uma letra de divórcio, lha entregará na mão e a despedirá de sua casa. Se ela, depois de ter saído de sua casa, desposar outro homem, e este também a odiar, escrevendo e dando-lhe na mão uma letra de divórcio e despedindo-a de sua casa, ou então, se este segundo marido vier a falecer, não poderá o primeiro marido, que a repudiou tomá-la de novo por mulher depois de ela se contaminar, porque isso é uma abominação aos olhos do Senhor e não deve comprometer com esse pecado a terra que te dá em herança o Senhor, teu Deus.” – no que se refere ao divórcio. Uma mulher podia ser mandada embora se deixasse queima a comida do marido, ou por qualquer outra trivialidade. A relação matrimonial estava insegura. Os fariseus estavam abusando desse sistema – “Os fariseus vieram perguntar-lhe para pô-lo à prova: É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer?” (Mt 19,3).

O casamento moderno tem se tornado muito instável. As novelas, em geral, na TV, retratam um mundo de “casamentos disponíveis”, prontos a desfazerem-se por qualquer motivo.

Jesus, pelo contrario, disse que o divorcio somente poderia ser “permitido” se tivesse havido relação sexual ilícita – “Eu vos digo porém, que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, e casar com outra, comete adultério; [e o que casar com a repudiada também comete adultério.]” (Mt 19,9). Os fariseus estavam preocupados com os motivos para o divorcio; Jesus, com a instituição do casamento.

a)    O divorcio jamais foi da vontade de Deus. Na lei o que há é uma concessão devida à dureza do coração humana – “É por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no começo não foi assim.” (Mt 19,8).
b)   O matrimonio só pode ser dissolvido pela morte de um dos cônjuges – “Portanto, não separe o homem o que Deus uniu.” (Mt 19,6).
c)    Quem se divorcia do seu companheiro em caso onde não houve relação sexual ilícita é culpado de grave pecado – “que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, e casar com outra, comete adultério.” (Mt 19,9ª).
d)   A parte ofendida, que volta a casar-se, estando vivo seu esposo ou esposa, comete adultério – “Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério.”  (Mt 5,32).
e)    O propósito destas restrições é preservar a santidade na família“Vós todos considerai o matrimônio com respeito e conservai o leito conjugal imaculado, porque Deus julgará os impuros e os adúlteros.”  (Hb 13,4).

Sendo assim o casamento é uma instituição exclusiva em um a permanente. Divorciar-se de um parceiro, sem que tenha havido relação extraconjugal dele, e casar-se com outro, ou casar-se com uma pessoa divorciada, é entrar num campo proibido, é assumir um relacionamento adúltero, pois a pessoa está casada aos olhos de Deus, mesmo tendo conseguido um divorcio aos olhos da lei humana.

Mas, o que eu vejo, é que as igrejas evangélicas fazem casamentos de divorciados com divorciados, divorciados com solteiros, sem procurar saber o motivo da separação ou para ganhar mais fieis para a sua igreja.

Deus odeia o divorcio – “Jesus respondeu-lhes: É por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no começo não foi assim.” (Mt 19,8) e proíbe o adultério – “Não cometerás adultério.” (Ex 20,14; ver Mt 5,27-28), mas esses não são pecados imperdoáveis. Deus perdoa e espera que seus discípulos vivam com pureza e sem pecar mais – “Caríssimos, rogo-vos que, como estrangeiros e peregrinos, vos abstenhais dos desejos da carne, que combatem contra a alma.” (1 Pd 2,11).

É bom lembrar que a ênfase de Jesus não é sobre o divorcio  e sim sobre o casamento. A sua ênfase será sempre sobre o perdão e a reconciliação e não sobre a tragédia do divorcio. Cabe a cada um de nós gastarmos tempo avaliando os preciosos preceitos de Deus para o casamento, investir tempo e esforço na nossa união, para que o divorcio não ganhe espaço em nossas famílias e igrejas.

Alem do mais, quando o casamento se desintegra, segue-se a culpa, a ira, os ressentimentos, o medo e o desapontamento.

  1. CONCLUSÃO.

Jesus visa a total pureza dos seus discípulos. O corpo dos discípulos pertence a Cristo. Somos membros do corpo dele e por isso nos abster da impureza (1 Cor 6,15-20). “Pois os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne, com as paixões e concupiscências.” (Gl 5,24). Assim essa lei mosaica se cumpre somente no corpo crucificado.

Quanto ao casamento, preservá-lo não é tarefa fácil, mas, se o casal confiar que Deus pode melhorá-lo e mantê-lo, o divorcio jamais será necessário. O casal deve buscar a sabedoria, força e orientações divinas à medida que caminha.

A leitura diária das escrituras e a oração são forças poderosas que preparam os casais para o poder curativo de Deus – “Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” (Mt 18,20). A nossa força para a pureza moral está na nossa comunhão com Jesus.

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