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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ESBOÇO D0 LIVRO DE ESDRAS (Esd)



Autor: Atribuído a Esdras

Data: Entre 538 e 457 aC

Autor

O livro de Esdras, cujo nome provavelmente signifique “ O Senhor tem ajudado”, deriva o seu título do personagem principal dos caps. 7-10. Não é possível saber com absoluta certeza se foi o próprio Esdras quem compilou o livro ou se foi um editor desconhecido. A opinião conservadora e geralmente aceita é de que Esdras tenha compilado ou escrito este livro juntamente com 1 e 2 Crônicas e Neemias. A Bíblia hebraica reconhecia Esdras e Neemias como um só livro.
O próprio Esdras era um sacerdote, um “escriba das palavras, dos mandamentos do SENHOR” (7,11). Liderou o segundo dos três grupos que retornaram da Babilônia pra Jerusalém. Como homem devoto, estabeleceu firmemente a Lei (o Pentateuco) como a base da fé (7,10).

Data

Os eventos de Esdras cobrem um período um pouco maior do que 80 anos e caem em dois segmentos distintos. O primeiro (caps.1-6) cobre um período de cerca de 23 anos e tem como tema o primeiro grupo que retorna do exílio sob Zorobabel e a reconstrução do templo.

Depois de mais de 60 anos de cativeiro babilônico, Deus desperta o coração do regente da Babilônia, o rei Ciro da Pérsia, para publicar um édito que dizia que todo judeu que assim desejasse poderia retornar pra Jerusalém a fim de reconstruir o templo e a cidade. Um grupo de fiéis responde e partiu em 538 aC sob a liderança de Zorobabel. A construção do templo é iniciada, mas a oposição dos habitantes não judeus desencoraja o povo, e a obra é interrompida. Deus, então, levanta os ministério proféticos de Ageu e Zacarias, que chamam o povo para completar a obra. Embora bem menos esplêndido que o templo anterior, o de Salomão, o novo templo é completado e dedicado em 515 aC.

Aproximadamente 60 anos depois (458aC), outro grupo de exilados volta para Jerusalém liderados por Esdras (caps. 7-10). São enviados pelo rei persa Ataxerxes, com somas adicionais de dinheiro e valores para intensificar o culto no templo. Esdras também é comissionado para apontar líderes em Jerusalém para supervisionar o povo.

Já em Jerusalém, Esdras assumiu o ministério de reformador espiritual, o que deve ter durado cerca de um ano. Depois disso, viveu, provavelmente, com um influente cidadão até à época de Neemias. Sacerdote dedicado, Esdras encontra um Israel que tinha adotado muitas das práticas dos habitantes pagãos; ele chama Israel ao arrependimento e a uma renovada submissão à Lei, ao ponto do divórcio de suas esposas pagãs.

Conteúdo

Duas grandes mensagens emergem de Esdras: a fidelidade de Deus e a infidelidade do homem.
Deus havia prometido através de Jeremias (25,12) que o cativeiro babilônico teria duração limitada. No momento apropriado, cumpriu fielmente a sua promessa e induziu o espírito do rei Ciro da Pérsia a publicar um édito para o retorno dos exilados (1,1-4). Fielmente, concedeu liderança (Zorobabel e Esdras), e os exilados são enviados com despojos, incluindo itens que haviam sido saqueados do templo de Salomão (1,5-10)

Quando o povo desanimou por causa da zombaria dos inimigos, Deus fielmente levantou Ageu e Zacarias para encorajar o povo a completar a obra. O estímulo dos profetas trouxe resultados (5,1-2).

Finalmente, quando o povo se desviou das verdades da sua apalavra, Deus fielmente enviou um sacerdote dedicado que habilidosamente instruiu o povo na verdade, chamando-o à confissão de pecado e ao arrependimento dos seus caminhos perversos (caps. 9-10).

A fidelidade de Deus é contrastada com a infidelidade do povo. Apesar do seu retorno e das promessas divinas, o povo se deixou influenciar pelos seus inimigos e desistiu temporariamente (4,24). Posteriormente, depois de completada a obra, de forma que pudesse adorar a Deus em seu próprio templo (6,16.18), o povo se tornou desobediente aos mandamentos de Deus; desenvolve-se uma geração inteira cujas “iniqüidades se multiplicaram sobre as vossas cabeças” (9,6). Contudo, como foi dito acima, a fidelidade de Deus triunfa em cada situação.

O Espírito Santo em Ação

A obra do ES em Esdras pode ser vista claramente na ação providencial de Deus em cumprir as suas promessas. Isto é indicado pela frase “ a mão do Senhor”, que aparece seis vezes.

Foi pelo Espírito que “despertou o Senhor o espírito de Ciro” (1,1) e “tinha mudado o coração do rei da Assíria” (6,22). Teria sido também pelo ES que “Ageu, profeta e Zacarias... Profetizaram aos Judeus” (5,1).

A obra do ES é vista na vida pessoal de Esdras, tanto no sentido de obrar nele (“Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do Senhor”, 7,10), como no sentido de atuar em seu favor (“o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira”. 7,6)

Esboço de Esdras

I. O retorno sob a liderança de Zorobabel 1,1-2.70
Ciro proclama o retorno de Israel 1,1-4
O povo se prepara para o retorno 1,5-11
Os nomes e a numeração dos primeiros que voltaram 2,1-67
Ofertas voluntárias dos que retornaram 2,68-70

II. O processo de reconstrução do templo 3,1 –6,22
A reconstrução do altar e o começo dos sacrifícios 3,1-7
Os alicerces são colocados em meio a choro e louvor 3,8-13
Os inimigos desencorajam o projeto do templo 4.1-5
Bislão e seus companheiros se queixam a rei Artaxerxes 4,6-16.
Artaxerxes ordena a interrupção da obra 4,17-24
Tetenai tenta para a construção do templo 5,1-17
Dario assegura a Tatenai que o projeto é legal 6,1-12
Conclusão e dedicação do templo 6,13-18
Celebração da Páscoa 6,19-22

III. O retorno sob a liderança de Esdras 7,1-8.36
Esdras parte da Babilônia com outro grupo de exilados 7,1-10
Artaxerxes escreve uma carta de apoio a Esdras 7,11-28
Os nomes e a numeração do segundo grupo que retornou 8,1-20
Retorno dos exilados para Jerusalém 8,21-36

IV. A reforma de Esdras 9,1-10,44
Esdras confessa as transgressões de Israel 9,1-15
Os líderes de Israel concordam com a reforma 10,1-44

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