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terça-feira, 29 de novembro de 2011

LIVRO DO 1º e 2º. SAMUEL (1Sm e 2Sm)



Autor: Incerto (Samuel)

Data: Entre 931 e 722 aC.

Autor
O autor de 1Sm não é nomeado neste livro, mas é provável que Samuel ou tenha escrito ou fornecido a informação para. 1,1-25,1, o que engloba sua vida e ministério até sua morte. A autoria do restante de 1Sm não pode ser determinada com certeza, mas alguns supõem que seja do sacerdote Abiatar.

Data
Por causa da referência à cidade de Ziclague, que “pertence aos reis de Judá, até o dia de hoje” (27,6), e por outras referencias a Judá e a Israel, sabemos que 1Sm foi escrito depois da divisão da nação em 931 aC. Além disso, como não há menção à queda de Samaria em 722 a.C, deve ser datado antes deste evento. O livro de 1Sm cobre um período de cerca de 140 anos, começando com o nascimento de Samuel em redor de 1150 a.C e terminando com a morte de Saul em redor de 1010 a.C.

Conteúdo

Israel havia sido governado por juizes que Deus levantou em momentos cruciais da história da nação; no entanto, a nação havia se degenerado moralmente e politicamente. Havia estado sob a investida violentas e desalmadas dos filisteus. O templo de Siló fora profanado e o sacerdócio se mostra corrupto e imoral. Em meio a essa confusão política e religiosa surge Samuel, o milagroso filho de Ana. De uma forma notável, a renovação e a alegria que esse nascimento trouxe à sua mãe prefiguram o mesmo para a nação.

Os próprios filhos de Samuel não eram reflexos do seu caráter piedoso. O povo não tinha confiança nos seus filhos; mas à medida que Samuel envelhecia, pressionavam-no para que lhes desse um rei. Com relutância, ele acaba cedendo. Saul, homem vistoso e carismático, é escolhido para tornar-se o primeiro rei. O seu ego era tão grande quanto a sua estatura. Pela sua impaciência, exerceu funções sacerdotais, em vez de esperar por Samuel. Depois de desprezar os mandamentos de Deus, foi rejeitado por ele. Depois dessa rejeição, Saul tornou-se uma figura trágica, consumida por ciúme e medo, perdendo gradualmente a sua sanidade. Gastou os seus últimos anos numa incansável perseguição a Davi através das regiões montanhosas e desérticas do seu reino, num desesperado esforço para eliminá-lo. Davi, no entanto, encontrou um aliado em Jônatas, filho de Saul. Ele advertiu Davi sobre os planos do seu pai para matá-lo. Finalmente, depois que Saul e Jônatas são mortos em batalha, o cenário está pronto para que Davi se torne o segundo rei de Israel.

2 Sm trata da ascendência de Davi ao trono e dos quarenta anos do seu reinado. O livro está enfocado na sua pessoa. E começa com a morte de Saul e Jônatas na batalha do monte Gilboa. Davi é, então, ungido rei sobre Judá, sua própria tribo. Há um jogo de poder pela casa de Saul entre Isbosete, filho de Saul e Abner comandante-chefe dos exércitos de Saul. Embora a rebelião tenha sido sufocada, esse relato sumário descreve os sete anos e meio anteriores à unificação do reino por Davi. “E houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se ia fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo” (3,1)

Davi unifica tanto a vida religiosa quanto política da nação ao trazer a arca do Testemunho da casa de Abinadabe, onde havia estado deste que fora recuperada dos filisteus (6,1-7,1).

O tema do Rei vindouro, o Messias, é introduzido quando Deus estabelece uma aliança perpétua com Davi e seu reino. “Teu trono será firme para sempre” (7,16).


Davi derrota com sucesso os inimigos de Israel, e inicia-se um período de estabilidade e prosperidade. Tristemente, porém, a sua vulnerabilidade e fraqueza o levam ao pecado com Bate-Seba e ao assassinato de Urias, esposo dela.
Apesar do arrependimento de Davi depois de confrontado com o profeta Natã, as conseqüências da sua ação são declaradas com todas as letras: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais de tua casa” (12,10).

Absalão, filho de Davi, depois de uma longa separação de seu pai, instiga uma rebelião contra o rei, e Davi foge de Jerusalém. A rebelião termina quando Absalão, pendurado numa árvore pelos cabelos, é morto por Joabe.

Há uma desavença entre Israel e Judá a respeito da volta do rei a Jerusalém. Um rebelde chamado Seba instiga Israel a abandonar Davi e a voltar para casa. Embora Davi tome uma série de decisões desafortunadas e pouco sábias, a rebelião é sufocada, e Davi é mais uma vez estabelecido em Jerusalém.

O livro termina com dois belos poemas, uma lista dos valentes de Davi e com o pecado de Davi em fazer o censo dos homens de guerra de Israel. Davi se arrepende, compra a eira de Araúna e apresenta oferendas ao Senhor no altar que constrói.

Cristo Revelado

1Sm
As semelhanças entre Jesus e o pequeno Samuel são surpreendentes. Ambos são filhos de promessa. Ambos foram dedicados a Deus antes do nascimento. Ambos forma pontes de transição de um estágio da história da nação para outro. Samuel acumulou os ofícios de profeta e sacerdote; Cristo é profeta, sacerdote e rei.

O fim trágico de Saul ilustra o destino final dos reinos terrenos. A única esperança é um Reino de Deus na terra, cujo soberano seja o próprio Deus. Em Davi começa a linhagem terrena do Rei de Deus. Em Cristo, Deus vem como Rei e virá novamente como Rei dos reis.
Davi, o pequeno e humilde pastor, prefigura a Cristo, o bom pastor. Jesus torna-se o Rei-pastor definitivo.

2Sm

Davi e seu reino esperavam a vinda do Messias. O cap. 7, em especial, antecipa o futuro Rei. Deus interrompe os planos de Davi de construir uma casa para a arca e explica que enquanto Davi não pode construir uma casa para Deus, Deus está construindo uma casa para Davi, ou seja, uma linhagem que dure para sempre.


Pela sua vitória sobre todos os inimigos de Israel, pela sua humildade e compromisso com o Senhor, pelo seu zelo a favor da casa de Deus e pela associação dos ofícios de profeta, sacerdote e rei na sua pessoa, Davi é um precursor da Raiz de Jessé, Jesus Cristo.

O Espírito Santo em Ação

1Sm contém notáveis exemplos da vinda do Espírito Santo sobre os profetas, bem como sobre Saul e seus servos. Em 10,6, o Espírito Santo vem sobre Saul, que profetiza e “se transforma em outro homem”, isto é, é equipado pelo Espírito para cumprir o chamado de Deus.

Depois de ser ungido por Samuel, “desde aquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi” (16,13). O fenômeno do Espírito inspirando a adoração ocorre no cap. 10 e em 19,20. Esse fenômeno não é como o frenesi impregnado de emotividade dos pagãos, mas verdadeira adoração e louvor a Deus pela inspiração do Espírito, em semelhança ao ocorrido no dia de Pentecostes (At 2)


Mesmo nos múltiplos usos do éfode, Urim e Tumim, esperamos ansiosamente pelo momento em que o “Espírito da Verdade” nos irá guiar em “toda a verdade”, nos falará sobre “o que há de vir” e “há de receber do que é meu (de Jesus)” e no-lo “há de anunciar” (Jo 16,13-14)

2Sm

Jesus “explicou a obra do Espírito em Jo 16,8: E, quando ele vier convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo.” Nós vemos claramente a ação do Espírito Santo através desses dois modos em 2 Sm. Ele atuava com mais freqüência através do sacerdócio. Sua atuação como conselheiro pode ser apreciado nas muitas ocasiões em que Davi “consultou o Senhor” através do sacerdote e do éfode.

A obra de convencer e de condenar do Espírito é claramente percebida quando o profeta Natã enfrenta Davi por causa do seu pecado com Bate-Seba e Urias. O pecado de Davi é desnudado, a justiça é feita, e o julgamento é anunciado. Isso, no quadro microcósmico de 2 Sm, ilustra o amplo ministério do Espírito Santo no mundo através da igreja investida do poder do Espírito.

Esboço de 1º Samuel

I. Renovação sob Samuel 1,1-7,17

Nascimento e infância de Samuel 1.1-2,36
1.      Nascimento e dedicação de Samuel 1,1-2,11
2.      Crescimento de Samuel e a corrupção dos filhos de Eli 2,12-36
Começo do ministério profético de Samuel 3,1-4,1
1.      Seu chamado por Deus 3,1-9
2.      Sua palavra para Eli 3,10-18
3.      Seu ministério a todo Israel 3,19-4.1
O ministério de Samuel como juiz 4,2-7,17
1.      A captura da arca pelos filisteus 4,2-11
2.      A morte de Eli 4,12-22
3.      Recuperação da arca por Israel 5,1-7.1
4.      Samuel exorta ao arrependimento 7,2-6
5.      Derrota dos filisteus 8,1– 15,35

II. O reinado de Saul 8,1 –15,35

Estabelecimento de Israel por um rei 8,1-12,25
1.      A Exigência de Israel por um rei 8,1-22
2.      Saul é escolhido e ungido rei 9,1-12,25
As guerras de Saul 13,1-14,52
Saul é rejeitado por Deus 15,1-35

III. Declínio de Saul e ascensão de Davi 16,1-31,13
A crescente proeminência de Davi 16,1-17,58
1.      Sua unção por Samuel 16,1-13
2.      Sua música diante de Saul 16,14-23
3.      O conflito de Davi com os filisteus e os amelequitas 29,1-30,31
4.      A morte de Saul 31,1-13

Esboço de 2º Samuel

I. Os triunfos de Davi 1,1-10,19
Os triunfos políticos de Davi 1,1-5,25
1.      O reino de Davi em Hebrom 1,1-4,12
2.      O reino de Davi em Jerusalém 5,1-25
Os triunfos espirituais de Davi 6,1-7,29
1.      Mudando a arca 6,1-23
2.      Aliança de Deus com Davi 7,1-29
Os triunfos militares de Davi 8,1-10,19
1.      Triunfos sobre os seus inimigos 8,1-12
2.      O governo Justo de Davi 8,13– 9,13
3.      Triunfos sobre Ámom é Síria 10,1-19

II. As transgressões de Davi 11,1-27

O pecado do adultério 11,1-5
O pecado do Assassinato 11,6-27
1.      Lealdade de Urias a Davi 11,6-13
2.      Ordem de Davi para assassinar Urias 11,14-25
3.      Casamento de Davi com Bate-Seba 11,26-27

III. Os problemas de Davi 12,1-13,36

Problemas na casa de Davi 12,1-13,36
1.      Profecia de Natã 12,1-14
2.      Morte do filho de Davi 12,15-25
3.      Lealdade de Joabe a Davi 12,26-31
4.      Incesto na casa de Davi 13,1-20
5.      Absalão mata Amom 13,21-36
Problemas no reino de Davi 13,37—24,25
1.      Rebelião de Absalão 13,37—17,29
2.      Joabe mata Absalão 18,1-33
3.      Restauração de Davi como rei 19,1– 20,26
4.      Comentários sobre o reino de Davi 21,1—24,25
 

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