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domingo, 25 de junho de 2023

Qual é o Significado da Oração do Pai Nosso na Bíblia?

A oração do Pai Nosso é um modelo de oração ensinado por Jesus Cristo aos seus seguidores durante o Sermão da Montanha. A oração do Pai Nosso também é chamada de Oração Dominical, e está registrada na Bíblia em Mateus 6:9-13. O significado dessa oração reúne adoração, petição e confissão de pecados.

 

Em Lucas 11:2-4 também há uma forma de oração que difere levemente daquela registrada no capítulo 6 de Mateus. No Evangelho de Lucas Jesus indica um modelo de oração ao responder um pedido de seus discípulos que queriam aprender a como orar. Já a oração do Pai Nosso registrada por Mateus foi ensinada por Jesus durante um sermão.

 

Antes de ensinar a oração do Pai Nosso, o texto bíblico mostra que Jesus exorta seus ouvintes sobre qual deve ser a atitude correta ao orar. Ele diz que seus seguidores não devem agir como os hipócritas que buscam apenas o reconhecimento humano durante as suas orações. Jesus também condena a prática de vãs repetições que era um comportamento comum entre os gentios em seus cultos pagãos. Então Ele ensina que seus seguidores devem orar ao Pai confiando em sua soberania sobre todas as coisas e com a certeza de que Ele ouve as orações de seus filhos (Mateus 6:5-8).

 

A oração do Pai Nosso pode ser dividida em duas partes. A primeira parte traz três sentenças que de forma geral dizem respeito à glória de Deus. São elas: “santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. Já a segunda parte traz três petições que dizem respeito a nossa vida e que implicam em provisão, perdão e proteção. São elas: “o pão nosso de cada dia nos dá hoje; perdoa-nos as nossas dividas, assim como nós perdoamos os nossos devedores; e não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal”.

 

Pai nosso, que estás nos céus

 

A palavra traduzida como “Pai” corresponde à palavra aramaica Abba que era uma forma comum de um filho se dirigir ao seu pai com carinho. Então é muito significativo o fato de Jesus ensinar que devemos nos dirigir a Deus como Pai. Isso porque, por natureza, nós não somos filhos de Deus. A Bíblia diz o homem caído é, na verdade, filho da ira (Efésios 2:1-4).

 

Mas Deus nos adotou em Cristo Jesus. Isso significa que pelos méritos de Cristo nós fomos adotados como filhos por Deus, e recebidos como herdeiros em sua família. Só podemos chamar Deus de “Pai” por causa de Cristo.

 

Também é realmente grande o número daqueles que foram redimidos por Cristo e aceitos na família de Deus. Então nós sempre devemos ter em mente que não estamos sozinhos, mas pertencemos a uma grande família. No Cristianismo não há lugar para individualismo.

 

A forma como Jesus diz “Pai nosso” implica nessa verdade maravilhosa. Simultaneamente milhões de filhos se dirigem em oração ao nosso Pai, e Ele escuta a cada um deles. A razão pela qual isso acontece é porque o nosso Pai não é qualquer tipo de pai. Na verdade Ele é o Pai nosso que está nos céus. Essa é uma clara indicação de sua divindade. Não oramos a um pai terreno, mas a um Pai celestial, cujo trono está nas alturas e faz da terra o estrado de seus pés (Isaías 66:1).

 

Santificado seja o teu nome

 

A frase “santificado seja o teu nome” essencialmente expressa uma preocupação com a glória de Deus. Os filhos de Deus adotados em Cristo entendem que a finalidade última de todas as coisas é a glória de Deus; é a santificação de seu sublime nome.

 

Nos tempos antigos os nomes não eram apenas títulos que distinguiam uma pessoa de outra. Na verdade os nomes eram considerados uma expressão da natureza da própria pessoa. Com isso em mente podemos entender melhor a petição “santificado seja o teu nome”. O nome de Deus revela o que Ele é em si mesmo. Então quando pedimos ao nosso Pai que seu nome seja santificado, estamos dizendo que nosso desejo principal nesta vida é que Deus seja reverenciado acima de tudo e de todos.

 

Venha o teu Reino

 

Aqueles que se preocupam que seu Pai celestial seja glorificado e seu nome reverenciado, também desejam que o Reino de Deus seja estabelecido mais e mais neste mundo. Quando oramos pedindo que o Reino de Deus venha, estamos reconhecendo o domínio de Deus e almejando que esse reconhecimento também alcance todas as partes desta terra.

 

Sabemos que o Reino de Deus já está presente. Jesus disse: "É chegado o Reino de Deus" (Mateus 4:17). Mas também sabemos que esse reino ainda não veio em toda sua plenitude. Ele virá quando Cristo voltar mais uma vez. Então ao dizermos “venha o teu Reino”, estamos pedindo pela manifestação plena e final da obra de Deus na História; estamos pedindo pela expansão do Evangelho; estamos pedindo pelo retorno de Jesus Cristo; e estamos pedindo pela consumação de todas as coisas para que possamos tão logo viver ao lado de Deus no novo céu e na nova terra.

 

Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu

 

Essa terceira petição relacionada a Deus é a consequência natural das duas primeiras. Se entendemos que a glória de Deus é o que realmente é importante e que seu santo nome deve ser reverenciado; e se entendemos a importância que há na expansão do Reino de Deus nesta terra, então também entendemos que tudo deve estar submetido à vontade de Deus.

 

É vontade de Deus que deve prevalecer, não a nossa. A consciência dessa verdade bíblica deve moldar o nosso relacionamento com Deus. Antes de pedirmos qualquer coisa a Deus, devemos nos lembrar que é a vontade d’Ele que deve ser feita e honrada. Então as nossas petições devem passar, primeiro, por esse filtro.

 

Perceba que Jesus diz “seja feita a tua vontade, assim na terá como no céu”. No céu a vontade de Deus é obedecida plenamente. Mas na terra, por causa do pecado, os homens transgridem a Lei de Deus; eles não andam segundo a vontade do Senhor. Porém, quando oramos para que a vontade de Deus seja feita na terra assim como é feita no céu, estamos pedindo a Deus que seus planos e seus propósitos sejam completamente cumpridos, e que Ele seja obedecido, reverenciado e glorificado na terra assim como Ele é no céu.

 

O pão nosso de cada dia nos dá hoje

 

Perceba que somente depois de orarmos pela santificação do nome de Deus, pelo Reino de Deus e pelo cumprimento da vontade de Deus, é que devemos orar pelas nossas necessidades diárias. O “pão nosso” a que Jesus se refere nessa oração diz respeito justamente àquilo que é essencial para nossa sobrevivência física nesta terra. É interessante notar também que Jesus diz “o pão de cada dia nos dá hoje”. Isso significa que devemos orar todos os dias apenas pelo pão diário, confiantes de que o futuro pertence a Deus.

 

Então quando oramos “o pão nosso de cada dia nos dá hoje” estamos pedindo a Deus que Ele derrame de sua provisão sobre nós para que possamos ter o necessário para sobrevivermos diariamente neste mundo. Isso significa que o compromisso da provisão de Deus nesse sentido é simplesmente com as nossas necessidades básicas. É claro que se Ele quiser, Ele poderá nos dar algo além do pão diário, mas tudo o que passar disso é simplesmente favor de sua bondade e misericórdia.

 

Perdoa as nossas dividas, assim como perdoamos os nossos devedores

 

As dividas que pedimos para que Deus perdoe não são dividas terrenas, mas dívidas espirituais. Essa parte da oração do Pai Nosso é uma confissão de nossos pecados. Apesar de termos sido redimidos, justificados e regenerados, enquanto estivermos nesta terra ainda estamos sujeitos ao pecado (1 João 1:10).

 

Sabemos que Cristo pagou todos os nossos pecados na cruz. Entretanto, a Bíblia nos ensina a confessarmos os nossos pecados a Deus para que possamos sentir o conforto de seu perdão através da pessoa de Cristo (1 João 1:9; cf. Provérbios 28:13).

 

Mas há algo importante aqui. Jesus diz que devemos pedir que Deus perdoe nossas dividas assim como nós também perdoamos os nossos devedores. Na Parábola do Credor incompassivo Jesus ensina que nós perdoamos porque fomos perdoados (Mateus 18:23-35). Se não perdoamos aqueles que nos ofendem, como poderemos clamar pelo perdão do Pai? Além disso, o perdão que dispensamos aos outros nas palavras de Jesus é uma evidência de que também somos perdoados por Deus (Mateus 6:14,15).

 

Não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal

 

A última petição refere-se à proteção de Deus contra os perigos do pecado. O crente que está comprometido com a glória de Deus, com o Reino de Deus e com a vontade de Deus, também se preocupa em não pecar contra Deus. Quando oramos para que Deus não nos deixe cair em tentação, mas que nos livre do mal, basicamente estamos confessando que o alvo de nossa confiança para que possamos andar em santidade é Deus, e não as nossas próprias forças.

 

Aqui é importante entender a diferença entre tentação e provação. A tentação é um convite ao pecado que pode ter origem em nós mesmos ou nos ataques do diabo. Tiago escreve que Deus a ninguém tenta (Tiago 1:13). Já a provação é um teste que o Pai submete seus filhos com a finalidade de aperfeiçoá-los.

 

Mas muitas vezes as provações podem nos deixar expostos aos ataques de satanás. A história de Jó é um exemplo muito claro disso. A boa notícia é que Deus promete que jamais seremos submetidos a uma prova além do que possamos suportar (1 Coríntios 10:13).

 

Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!

 

Essa frase final está presente na maioria dos manuscritos do Novo Testamento, mas por outro lado está ausente nos principais manuscritos mais antigos. Por esse motivo ela aparece nas traduções da Bíblia sempre com alguma sinalização.

 

Mas é inegável que essa frase, que basicamente é uma doxologia, está completamente de acordo toda a Escritura. Então tenha sido ela dita pelo próprio Jesus e escrita por Mateus; ou tenha sido ela adicionada posteriormente, é justo que olhemos para essa frase como uma declaração que responde com perfeição a todo conteúdo da oração do Pai Nosso.

 

Como devemos orar o Pai Nosso? 


O contexto onde a oração do Pai Nosso está inserida claramente revela que o propósito dessa oração ensinada por Jesus jamais é servir como um tipo de mantra pelos cristãos. Algumas pessoas só se apegam em repetir a oração do Pai Nosso, vez após vez, incansavelmente. Mas essas pessoas se esquecem que imediatamente antes de ensinar a oração do Pai Nosso, Jesus exortou contra a inutilidade das vãs repetições.

 

Então ao ensinar a oração do Pai Nosso, o objetivo de Jesus era fornecer um modelo de oração aos seus seguidores, e não estabelecer simplesmente uma oração litúrgica. Por vezes nos faltam palavras para nos achegarmos a Deus em oração. Até mesmo os cristãos mais experientes às vezes se perguntam: Como devo orar neste momento?

 

A oração do Pai Nosso é a resposta definitiva a qualquer questionamento nesse sentido. Por isso o correto é que oremos a oração do Pai Nosso aplicando-a a nossa realidade. Em outras palavras, devemos usar a oração do Pai Nosso como se fosse uma matriz para as nossas orações.

 

Devemos tomar a oração do Pai Nosso e entender que nossas orações devem, em primeiro lugar, adorar a Deus em petição por sua glória, seu Reino e sua vontade. Então só depois devemos clamar por nossas necessidades físicas e espirituais e confessar os nossos pecados.

História de Pedro na Bíblia: Conheça a trajetória de pescador a apóstolo de Cristo

História de Pedro

 

A vida de Pedro é, talvez, a maior história de redenção já registrada. Os pescadores de sua época eram considerados homens viris com temperamento quente e linguagem vulgar.  

 

Eles eram tradicionalmente sem instrução, mas teriam ampla inteligência e habilidades de sobrevivência adquiridas trabalhando duro e enfrentando os mares e os mercados de peixe. 

 

Os pescadores eram homens de ação, corajosos e sem medo dos outros, o que Pedro demonstra quando corta a orelha do soldado no Jardim do Getsêmani na prisão de Jesus. Foi uma reação carnal de violência em vez de amor, como ele ouviu Jesus pregar por três anos. 

 

No entanto, a jornada deste simples pescador para um apóstolo de Cristo está em todo o Novo Testamento. 

 
De acordo com a tradição da igreja, o evangelho de Marcos é na verdade uma colaboração com João e Marcos, que o escreveram e montaram como uma recontagem da vida de Pedro. Uma espécie de biografia. 

 

Então, a situação de Pedro de espalhar as Boas Novas é encontrada no Livro de Atos, e ele escreveu duas cartas para novos cristãos que foram adotadas na Bíblia.

 

Neste artigo, vamos explorar a vida e ministério de Pedro na Bíblia, incluindo seu significado, personalidade, transformação antes e depois, fatos notáveis sobre seu exemplo e ministério, a citação de Jesus sobre ele e as lições que podemos aprender com sua história.

 

Qual é o significado do nome Pedro na Bíblia?

 

O nome Pedro na Bíblia vem do grego “Petros”, que significa “pedra”. Pedro foi dado este nome por Jesus, que disse: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mateus 16:18).

 

Este versículo é uma das passagens mais conhecidas envolvendo Pedro na Bíblia, e é considerado como a declaração de Jesus de que ele seria o fundamento sobre o qual a igreja seria construída. Alguns interpretam a “pedra” mencionada como referindo-se a Pedro pessoalmente, enquanto outros entendem que se refere à confissão de Pedro de que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mateus 16:16).

 

De qualquer forma, é importante lembrar que, o verdadeiro fundamento da Igreja é Jesus Cristo, como afirmado em 1 Coríntios 3:11: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”.

 

Embora Pedro seja um exemplo importante de liderança e fé na Bíblia, não podemos adorar ou venerar como uma figura divina. Em vez disso, ele é lembrado como um homem comum que foi usado por Deus para cumprir sua vontade.

 

Qual era a personalidade de Pedro na Bíblia?

 

Pedro é uma figura proeminente no Novo Testamento da Bíblia e é considerado um dos discípulos mais próximos de Jesus. Na Bíblia, Pedro é retratado como um homem impulsivo, apaixonado e, às vezes, impetuoso. Ele é conhecido por sua lealdade e devoção a Jesus, mas também por suas falhas e fracassos.

 

Por exemplo, em Mateus 16:22-23, Pedro é repreendido por Jesus quando tenta impedir que ele vá à cruz. Em outra ocasião, Pedro nega conhecer Jesus três vezes antes que o galo cante, como Jesus havia previsto (Mateus 26:69-75).

 

No entanto, Pedro também é lembrado por seu papel de liderança na Igreja primitiva. Ele é descrito como pregador e curandeiro (Atos 3:1-10), e é frequentemente mencionado como um dos principais líderes da igreja em Jerusalém (Atos 15:1-29).

 

Em geral, Pedro é retratado como um homem de fé profunda, comprometido com a missão de Jesus e dedicado à propagação do evangelho. Apesar de suas falhas, ele é lembrado como um exemplo de como a graça de Deus pode transformar vidas e usar até mesmo as pessoas mais imperfeitas para cumprir seu propósito divino.

 

A Transformação: Pedro Antes e Depois

 

Pedro é um dos personagens mais notáveis do Novo Testamento, em grande parte devido à sua transformação notável.

 

Pedro antes:

 

Antes de encontrar Jesus, Pedro era um pescador rude e impetuoso. Ele era conhecido por ser impulsivo e falar sem pensar, o que o levou a cometer alguns erros notáveis. Aqui estão alguns exemplos disso:

 

1. Impulsividade: Pedro era conhecido por falar e agir sem pensar, o que o levava a cometer erros. Em Mateus 16:21-23, por exemplo, Pedro repreende Jesus por falar sobre sua futura morte e ressurreição, e Jesus o chama de “Satanás”.

 

2. Medo: Embora Pedro fosse corajoso em alguns momentos, também tinha medo e inseguranças. Quando Jesus foi preso, Pedro negou conhecê-lo três vezes, com medo de ser preso também (Mateus 26:69-75).

 

3. Falta de fé: Em uma ocasião, quando Jesus caminhou sobre a água em direção ao barco de Pedro e seus discípulos, Pedro pediu para caminhar sobre a água também, mas quando começou a ventar, perdeu a fé e começou a afundar (Mateus 14:28-31).

 

4. Violência: Durante a prisão de Jesus, Pedro cortou a orelha de um servo do sumo sacerdote com sua espada (João 18:10-11).

 

Pedro Depois:

 

No entanto, depois de encontrar Jesus e se tornar um de seus discípulos mais próximos, Pedro experimentou uma transformação significativa. Ele se tornou um líder forte e corajoso da Igreja primitiva e um evangelista poderoso. Aqui estão alguns exemplos disso:

 

1. Coragem: Pedro se tornou um líder corajoso da Igreja primitiva e pregou o evangelho mesmo diante da oposição e perseguição. Em Atos dos Apóstolos, ele enfrentou as autoridades religiosas e disse que era melhor obedecer a Deus do que aos homens (Atos 5:29).

 

2. Humildade: Embora tenha se tornado um líder importante da Igreja, Pedro permaneceu humilde e exortou outros líderes da Igreja a servirem humildemente como pastores do rebanho de Deus (1 Pedro 5:1-4).

 

3. Paciência: Pedro demonstrou uma grande paciência em várias situações, mesmo quando enfrentou dificuldades ou discordâncias com outros líderes da Igreja. Em 2 Pedro 3:9, ele escreveu que o Senhor não está atrasado em cumprir sua promessa, mas está sendo paciente, pois deseja que todos se arrependam e sejam salvos. Pedro também exortou os cristãos a serem pacientes em meio à perseguição e provações (1 Pedro 2:20-21).

 

4. Compaixão: Pedro era capaz de demonstrar compaixão pelos outros, como quando curou um homem que era coxo desde o nascimento e o ajudou a andar (Atos 3:1-10).

 

Em resumo, a transformação de Pedro na Bíblia foi notável. De um pescador rude e impetuoso, ele se tornou um líder forte e corajoso da Igreja, pregando o evangelho e defendendo a fé com humildade e determinação. Sua história é um testemunho do poder transformador de Jesus Cristo na vida das pessoas.

 

4 fatos notáveis ​sobre o exemplo e ministério de Pedro:

 

O impacto da vida de Pedro não pode se resumir em um artigo ou mesmo em alguns deles, pois sua influência é rica em conhecimento, estudos de aplicação e mensagens relevantes. 

 

Mas eu gostaria de apresentar quatro pontos notáveis ​​sobre o exemplo e ministério de Pedro. Espero que isso o estimule a fazer seu próprio estudo desse homem complicado e imperfeitamente perfeito.

 

1. Pedro era um homem pecador, mas tornou-se parte do círculo íntimo de Cristo

 

Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas listam Pedro como o primeiro discípulo chamado por Jesus, seguido de perto pelo irmão de Pedro, André, depois Tiago e João. 

 

Os relatos de Mateus e Marcos são uma narrativa quase idêntica de quando Jesus se aproximou de seus barcos de pesca. Mas Lucas acrescenta mais detalhes, pintando um quadro de Pedro e Jesus tendo um momento sincero no início de seu relacionamento. 

 

Ao ver o milagre dos peixes, Pedro percebe seu estado pecaminoso e dá glória ao Senhor diante dele, caindo de joelhos e exclamando: “Afaste-se de mim, Senhor; Eu sou um homem pecador!” (Lucas 5:8). 

 

No entanto, Jesus olhou para este homem perverso e disse: Não temas; de agora em diante serás pescador de homens.” (Lucas 5:10). 

 

Depois de Suas palavras, Pedro e os outros três largam tudo, inclusive suas próprias identidades como pescadores, e iniciam uma bela jornada com Jesus. 

 

Pedro continuou a cometer erros repetidamente, mas Jesus, como é Sua natureza, amava Pedro de todo o coração e continuou a usá-lo na obra do Seu reino. Isso incluiu a proclamação de Pedro de que Jesus era o Messias (Lc 9:20). 

 

Ele fez parte do círculo íntimo de Jesus porque há alguns incidentes em que apenas Pedro, João e Tiago foram testemunhas, incluindo a Transfiguração. Foi quando a aparência física de Jesus mudou para revelar Sua divindade (Mateus 17:2), Moisés e Elias apareceram em “glorioso esplendor” diante deles (Lucas 9:30), e o Pai falou de uma nuvem dizendo: “Este é meu Filho, a quem me comprazo. Ouça-o!” (Mateus 17:5).

 

O relacionamento íntimo de Pedro com Jesus prova que Ele anseia por intimidade com Seus seguidores, pessoas normais e comuns, como Pedro e como você e eu. 

 

Ver como Jesus pegou um homem sem instrução e pecador e o amou infinitamente nos dá a certeza de que Ele pode fazer isso por nós também. 

 

2. Pedro cresceu em maturidade como seguidor de Jesus

 

Durante o ministério de Jesus, Pedro era um homem que queria uma fé poderosa, mas vacilava com frequência. 

 

Ele pisou no mar agitado para encontrar Jesus andando sobre as águas, mas mesmo depois de dar alguns passos com segurança, ele começa a duvidar e afunda nas ondas.  

 

Nesta passagem, Jesus o salva de “pouca fé” (Mateus 14:31). 

 

Mais tarde, Pedro até mesmo respondeu o Senhor depois que Ele predisse Sua morte, dizendo: “Nunca, Senhor… Isso nunca acontecerá com você!” (Mateus 16:22). 

 

E depois que Jesus foi preso, antes do galo cantasse na manhã seguinte, Pedro o negou três vezes (Mateus 26:69-75). 

 

Mesmo assim, após a ascensão de Jesus ao céu, tendo sido restaurado e perdoado por Seu Senhor, Pedro se torna o porta-voz dos apóstolos. 

 

Este homem sem instrução falou com ousadia para multidões de milhares, trazendo-lhes as Boas Novas e convertendo-os ao que hoje chamamos de cristianismo. 

 

Em seus mais de 30 anos de trabalho para o Reino de Deus, ele realizou muitos milagres, incluindo trazer os mortos de volta à vida (Atos 9:36-43). 

 

Ele viajou por toda parte compartilhando a mensagem de Jesus, suportando perseguição, prisão e finalmente a morte, mostrando sua maturidade vivendo uma vida guiada pelo Espirito.

 

Pois em 1 Pedro 2:2, o próprio Pedro diz: “Como bebês recém-nascidos, anseie pelo leite espiritual para que por ele você cresça em sua salvação, agora que você provou que o Senhor é bom”. 

 

Veja, Pedro reconheceu que o tempo gasto com Jesus deveria produzir maturidade no relacionamento do crente como aconteceu com ele. 

 

Isso pode ser evidenciado pela obediência à Sua Palavra e o fruto espiritual que produz. 

 

Eu oro a cada dia para que meu crescimento na compreensão de Jesus se fortaleça, e que Ele possa me usar no ministério como fez com Pedro. 

 

3. Pedro mostrou ao mundo que os não - judeus podem ser cristãos

 

O significado de Atos 10 a 11:18 não pode ser subestimado. 

 

Depois de uma visão, Pedro foi à casa de um gentio chamado Cornélio. Naquela época, era “contra nossa lei (judaica) que um judeu se associasse ou visitasse um gentio”. (Atos 10:28). No entanto, sabendo o que o Senhor queria, Pedro levou Cornélio e sua família a Cristo e os testemunhou recebendo o Espírito Santo. Pedro então batizou a família em nome de Jesus. 

 

Pedro é questionado sobre isso pelos crentes judeus. Ele lhes contou sua história, dizendo: “se Deus deu a eles o mesmo dom (o Espírito Santo) que ele deu a nós que cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era eu para pensar que poderia ficar no caminho de Deus?”  (Atos ). 11:17).

 

Por causa da fidelidade de Pedro, os cristãos judeus responderam “não tendo mais objeções e louvaram a Deus dizendo: Assim, pois, Deus concedeu também aos gentios o arrependimento que conduz à vida” (Atos 11:18).

 

Não é incrível? Deus queria ter certeza de que o mundo inteiro soubesse que quando Ele deu Sua vida por todos, Ele quis dizer por todos

 

E Ele usou Pedro para deixar isso claro, para nos mostrar quão grande é o Seu amor e quão capaz é a Sua graça que pode perdoar os pecados de todos e dar a todos a vida eterna. Pois, como o livro de Romanos 3:22-24 afirma:

 

“Esta justiça é dada pela fé em Jesus Cristo a todos os que creem. Não há diferença entre judeus e gentios, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, e todos são justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que veio por Cristo Jesus”. 

 

4. O tropeço de Pedro como seguidor de Cristo não cancela sua identidade em Cristo 

 

Não acredito em coincidências. Então, quando Jesus disse exatamente as mesmas palavras em Suas primeiras frases para Pedro como Suas últimas, devemos tomar nota. 

 

Em sua primeira interação, Jesus disse a Pedro para segui-lo (Mateus 4:19). Então, após a ressurreição de Jesus, e no café da manhã especial na praia onde Jesus restaurou Pedro, Suas últimas palavras registradas para ele foram mais uma vez: “Siga-me!” (João 21:19).

 

Posso imaginar que Pedro também notou a repetição dessas palavras. Quando você segue alguém, você procura imitar aquela pessoa. 

 

Pedro foi atrás de Jesus e o seguiu, procurando aprender e ser como Cristo em todos os seus caminhos. É claro que Jesus é perfeito e, portanto, Pedro não conseguiria uma imitação perfeita na terra, mas largou tudo para tentar. 

 

Uma vez tomada a decisão de seguir a Jesus, Ele se torna nossa identidade. Somos então seguidores de Cristo. Essa identidade supera nosso sobrenome, nosso título no trabalho e até nossa posição na igreja. Fomos feitos portadores de Sua imagem, seguindo nosso Senhor. 

 

E a beleza na repetição dessas palavras é que mesmo quando Pedro falhou com Jesus ao negar que o conhecia, Jesus perdoou sua ofensa. 

 

Desde que assumiu a forma humana, Ele entende nossas fraquezas e perdoa nossas falhas quando nos arrependemos e nos voltamos para Ele. 

 

“Sobre esta pedra edificarei a minha igreja” – Jesus chama Pedro

 

Após essa restauração, Jesus presenteou Pedro de volta com sua identidade, que era a coisa mais importante sobre ele – Sua pertença a Deus. 

 

Jesus lembrou a Pedro de sua identidade e importância.

 

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Mateus 16:18)

 

O nome Pedro significa “uma rocha ou pedra” – Jesus conhecia o destino de Pedro! 

 

Sou muito grato por minha identidade em Cristo, e sou igualmente grato por Ele me perdoar quando eu errei. 

 

Como dito antes, nosso relacionamento com Cristo deve amadurecer e devemos ganhar força para combater o mundo e suas armadilhas. 

 

Mas quão doce é que, quando falhamos, nosso Senhor nos ama o suficiente para olhar em nossos olhos e nos dizer novamente para segui-lo. 

 

4 Lições da história de Pedro na Bíblia

 

A história de Pedro na Bíblia nos ensina várias lições valiosas, tais como:

 

1. Ninguém é perfeito:

 

Pedro cometeu muitos erros e tinha defeitos antes de sua transformação, mas isso não o impediu de se tornar um líder poderoso na Igreja. Isso nos lembra que ninguém é perfeito, mas Deus pode transformar nossas vidas e nos usar para Sua glória.

 

2. A importância da humildade:

 

Pedro aprendeu a importância da humildade e da submissão a Deus após sua transformação. Ele nos ensina que devemos ser humildes diante de Deus e uns dos outros, e que a verdadeira grandeza vem do serviço aos outros.

 

3. A importância da fé:

 

Pedro experimentou altos e baixos em sua fé, mas no final, ele se tornou um exemplo de fé para os cristãos de todo o mundo. Sua história nos lembra que a fé é essencial para nossa vida cristã e que devemos confiar em Deus em todos os momentos.

 

4. O poder da transformação:

 

A história de Pedro nos mostra que a transformação é possível através de Jesus Cristo. Pedro mudou de um pescador impetuoso para um líder poderoso da Igreja, e isso nos encoraja a acreditar que Deus pode nos transformar também, independentemente de nossa história ou circunstâncias.

Tema: “Pedro: um exemplo de transformação e amor por Jesus”

“E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.” – João 21:15 

 

Introdução: Irmãos e irmãs, hoje eu quero compartilhar com vocês a história de um dos discípulos mais conhecidos de Jesus: Pedro. A vida de Pedro é uma grande lição de transformação e amor por Jesus, e podemos aprender muito com a sua jornada. 

 

Quem foi Pedro (apóstolo) na Bíblia

 

Pedro era um dos 12 apóstolos, que servia muitas vezes como porta-voz dos discípulos. Ele era um dos discípulos mais próximos de Jesus e foi um dos grandes líderes da igreja primitiva. Pedro escreveu duas cartas, que estão na Bíblia (1 e 2 Pedro).

 

Pedro, discípulo de Jesus

 

Pedro, também chamado Simão, era um pescador que tinha um pequeno negócio em parceria com seu irmão André e dois amigos, Tiago e João. André introduziu Pedro a Jesus e, mais tarde, quando Jesus o chamou, Pedro deixou tudo para ser seu discípulo (Lucas 5:9-11). Jesus escolheu Pedro para ser um de seus 12 apóstolos, que receberam um treinamento especial para serem líderes.

 

Pedro se destacou entre os discípulos por ser ousado e falar o que todos estavam pensando. Ele era impulsivo, fazia tudo com entusiasmo e amava Jesus ferozmente. Pedro tinha a personalidade de um líder, mas ainda não era maduro. Teve experiências profundas, como andar sobre as águas, que revelaram sua ousadia e espontaneidade, mas também suas dúvidas, fraquezas e falta de fé (Mateus 14:27-30).

 

Imagem ilustração de Pedro andando sobre as águas, afundando, salvo por Jesus 

 

Pedro era um dos discípulos mais íntimos de Jesus e presenciou eventos especiais, que nem todos os apóstolos viram. Junto com Tiago e João, Pedro viu a transfiguração de Jesus e a ressurreição da filha de Jairo (Marcos 9:2). Pedro era mais que aluno, ele era amigo de Jesus.

 

Pedro reconheceu que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus, mas não entendia que Jesus tinha que morrer e queria protegê-lo a todo custo (Mateus 16:15-17). Ele estava pronto para morrer para defender Jesus e até tentou salvar Jesus quando foi preso. Mas Jesus impediu Pedro de seguir o caminho da violência (João 18:10-11).

 

Quando Jesus foi preso, Pedro perdeu a coragem e negou Jesus três vezes. Seu coração era sincero, mas nesse momento ele tropeçou. Logo Pedro se arrependeu de suas palavras e ficou muito triste (Lucas 22:60-62).

 

Pedro, líder da igreja

 

Quando Jesus ressuscitou, Pedro foi o primeiro a entrar no túmulo vazio para ver. Mais tarde, Jesus apareceu na praia e conversou com Pedro. Três vezes Pedro disse que amava Jesus e Jesus o mandou cuidar de suas ovelhas (João 21:17). Daí em diante, Pedro foi uma pessoa diferente.

 

Imagem ilustração de Pedro - Simão Pedro 
 

No dia de Pentecostes, quando os discípulos receberam o Espírito Santo, Pedro pregou o evangelho e 3000 pessoas se converteram! A partir daí, Pedro começou a falar corajosamente sobre Jesus por toda a parte (Atos dos Apóstolos 2:37-39). Deus usou sua ousadia e coragem, junto com o poder do Espírito Santo, para estabelecer a igreja no seu início.

 

Mesmo correndo risco de morrer, Pedro continuou pregando o Evangelho. No início, ele só pregava para judeus, mas depois Deus lhe revelou que o evangelho é para todos. Pedro teve que aprender a largar o preconceito e a preocupação com a opinião dos outros (Atos dos Apóstolos 10:27-28).

 

Com o tempo, Pedro amadureceu e seus traços mais impulsivos e violentos desapareceram. Pedro foi um exemplo de coragem mas também de humildade, reconhecendo e corrigindo seus erros. Deus usou Pedro de maneira poderosa para levar o Evangelho a muitas pessoas.

 

O que aprendemos:


I. Pedro antes de conhecer a Jesus. Pedro era um pescador que vivia em Betsaida Era um homem impulsivo, às vezes agia sem pensar Pedro tinha um coração sincero e leal, mas não conhecia o verdadeiro amor de Deus 

 

II. O encontro de Pedro com Jesus. Pedro foi chamado por Jesus para se tornar um dos seus discípulos Jesus viu algo especial em Pedro e lhe deu um novo nome: “Cefas” ou “Pedro”, que significa “rocha” Pedro começou a seguir Jesus e aprendeu muito com os seus ensinamentos e milagres 

 

III. A transformação de Pedro. Pedro negou Jesus três vezes durante a prisão e julgamento de Jesus, mas se arrependeu amargamente Depois da ressurreição de Jesus, Pedro se tornou um líder forte e corajoso na igreja Pedro pregou a Palavra de Deus com poder e realizou milagres em nome de Jesus  

 

IV. O amor de Pedro por Jesus. Pedro amava Jesus mais do que tudo e estava disposto a sacrificar tudo por Ele Pedro foi martirizado e morreu por causa da sua fé em Jesus  

 

Conclusão: Irmãos e irmãs, a história de Pedro é uma inspiração para todos nós. Ele passou de um pescador impulsivo a um líder forte e corajoso na igreja. Pedro se transformou por causa do seu encontro com Jesus, e seu amor por Jesus o levou a sacrificar tudo por Ele. Que possamos seguir o exemplo de Pedro, buscando um encontro transformador com Jesus e amando-o com todo o nosso coração. Que possamos aprender a confiar em Deus em todas as situações e estar dispostos a sacrificar tudo por Ele. Que essa mensagem nos encoraje a buscar a transformação e a viver uma vida de amor por Jesus. Em nome de Jesus, amém!

Tanque de Betesda: estudo sobre a cura de um paralítico

O tanque de Betesda foi o lugar onde Jesus curou um homem doente há 38 anos. Muitas pessoas esperavam por um milagre na água do tanque, mas Jesus curou o paralítico apenas com suas palavras! O poder não estava no tanque de Betesda, mas em Deus.

 

"Há em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, um tanque que, em aramaico, é chamado Betesda, tendo cinco entradas em volta. Ali costumava ficar grande número de pessoas doentes e inválidas: cegos, mancos e paralíticos. Eles esperavam um movimento nas águas.[De vez em quando descia um anjo do Senhor e agitava as águas. O primeiro que entrasse no tanque, depois de agitada as águas, era curado de qualquer doença que tivesse]". - João 5:2-4 


Betesda (Bethesda) significa "casa de Misericórdia". Provavelmente, foi assim denominada devido a busca de inúmeros doentes pela cura (misercórdia) neste lugar. Seria assim, um lugar da graça de Deus, que mostrava favor ao povo dando essa virtude através daquelas águas? Ou um lugar Jesus mostra que Ele próprio era a fonte de cura e misericórdia para todo que cresse nele.

 

Essa piscina provavelmente era usada para nado, mergulhos ou banhos, mas tornou-se famosa pela crença que, ocasionalmente, um anjo agitava as águas. Quando isso acontecia, a primeira pessoa que entrasse na água ficaria curada de qualquer doença que tivesse. Por causa desses milagres, muitos doentes ficavam junto ao tanque, aguardando a oportunidade de serem curadas (João 5:2-4).

 

Como era e onde ficava o tanque de Betesda?

 

Esse tanque de águas possuía cinco pórticos (varandas) em volta, onde os doentes e pessoas em sofrimento ficavam aguardando uma oportunidade para serem curadas. Essa piscina ficava localizada em Jerusalém, num edifício próximo à Porta das ovelhas, também mencionada em Neemias 3:32 e Neemias 12:39. Esse portão ficava a norte do Templo.

 

tanque Betesda

 

Alguns estudiosos consideram que havia duas piscinas nas proximidades do Templo. Um tanque superior (2 Reis 18:17), no lado oriente, e outra mais a oeste. Uma piscina seria o tanque de Betesda, próxima à porta das ovelhas e a outra seria o tanque de Siloé, junto ao jardim (Neemias 3:15). Ambas estariam ligadas a uma fonte de água intermitente, que alimentavam esses reservatórios artificiais.

 

Em outro episódio em que Jesus curou um homem cego de nascença, Ele o mandou se lavar no tanque de Siloé (João 9:7). Em ambos os casos, não foi o poder medicinal das águas que possibilitou a cura, mas o poder da Palavra de Jesus Cristo.

 

O paralítico de Betesda

 

Não se sabe muito acerca desse homem, nem mesmo qual é o seu nome. A Bíblia apenas diz que era um homem enfermo que sofria há 38 anos. Não se sabe também que doença ele tinha, mas geralmente é considerado como paralítico, porque não conseguia se mover sem ajuda e também porque ficava ali deitado num leito. Esse homem não teve muitas oportunidades até ali. Provavelmente, quando a água era agitada, ele não tinha ninguém que o colocasse no tanque e, sozinho nunca conseguia ser o primeiro a entrar.

 

Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim havia muito tempo, perguntou: — Você quer ser curado? O enfermo respondeu: — Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada. Quando tento entrar, outro enfermo chega antes de mim. - João 5:6-7

 

Doente e estagnado

 

Este homem não tinha capacidades físicas para fazer quase nada. Talvez já até tivesse tentado alguma alternativa. Mas agora vivia ali parado e doente. Quem sabe até já tivesse se conformado com essa situação, depois de quase 4 décadas, sem que pudesse ver alguma melhora.

 

Provavelmente, ali paralisado, aquele homem não tivesse ainda ouvido falar sobre Jesus e, por isso, ainda nem cresse nele. Sua mente estava fixada nas inúmeras vezes que fracassara na tentativa de alcançar a cura.

 

Você quer ser curado?

 

Quando Jesus lhe perguntou se queria ser curado, o paralítico explicou sua situação. Era uma vítima paralisada dentro de seus limites, dentro da sua própria vida. Assim, também muitos de nós, podemos estar paralisados emocional, profissional e até espiritualmente. Lamentamos não receber ajuda e até justificamos os nossos sofrimentos por falhas alheias. Mas essa não é a pergunta de Jesus: você quer a cura?

 

Não tenho ninguém...

 

Aquele homem além de paralisado também era solitário. Mesmo que tivesse família ou alguém que o ajudasse com sustento, ou levando e buscando do tanque, provavelmente não poderia contar com a ajuda de alguém 100% do tempo. Ninguém mais deixaria seus afazeres para estar ali à espera do movimento das águas.

 

Fato é que aquele homem arranjou uma triste desculpa para responder à pergunta de Jesus. Ele não estava atento a possibilidade de mudança, mas estava focado na sua solidão e sofrimento. O seu passado estava presente demais, para deixá-lo ir. Muitas pessoas arranjam desculpas para não saírem da sua condição. E acabam por rejeitarem a cura, com medo de se desiludirem novamente.

 

Jesus e a cura inesperada

 

Então Jesus lhe disse: — Levante-se, pegue o seu leito e ande. Imediatamente o homem se viu curado e, pegando o leito, começou a andar. E aquele dia era sábado. - João 5:8-9

 

Jesus Cristo provou ter o poder para restaurar a saúde daquele paralítico. Sem nada fazer para merecer, aquele homem recebeu misericórdia de Deus. Cristo graciosamente transformou aquela vida. O paralítico ficou curado e saiu andando! Não esperava que somente por uma palavra tal milagre pudesse acontecer. Mas assim Deus faz!

 

Incompreensão dos judeus

 

Alguns judeus implicaram com o ex-paralítico, porque ele estava carregando sua maca no sábado. Mas o homem respondeu que Aquele que o tinha curado também mandou que levasse sua cama (João 5:10-13). O paralítico ainda não conhecia o nome de Jesus, que tinha se retirado. Aqueles judeus perderam a oportunidade de louvar e agradecer a Deus pela cura recebida. Alguns também nos nossos dias, preferem a retaliação e críticas, em vez de se alegrarem com vitória dos outros.

 

Não peque mais, para que não lhe aconteça coisa pior

 

Mais tarde, Jesus o encontrou no templo e lhe disse: — Olhe, você foi curado. Não peque mais, para que não lhe aconteça coisa pior. O homem se retirou e disse aos judeus que tinha sido Jesus quem o havia curado. E por isso os judeus perseguiam Jesus, porque fazia essas coisas no sábado. Mas Jesus lhes disse: — Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por isso, os judeus cada vez mais queriam matá-lo, porque além de desrespeitar o sábado, também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. - João 5:14-18

 

O que poderia ser pior que ficar doente, "vegetando" durante 38 anos? Jesus deixou bem claro que há coisa pior, muito mais severa que isso. As consequências de uma vida no pecado são graves e o alerta serve para todos nós. Além das bênçãos materiais e cura física precisamos nos agarrar a cura espiritual. Pois, o destino eterno daqueles que permanecem em pecado, longe da salvação em Jesus Cristo será muito mais terrível.

 

Essa passagem fala-nos de uma cura maravilhosa, mas também revela a paralisia e estagnação dos judeus para fé no Messias. O legalismo e religiosidade deles os impediam de se mover na fé em Jesus Cristo. Em vez de ficarem felizes e maravilhados com os sinais e cumprimento das Escrituras, os judeus procuraram matar Jesus por curar no sábado! Outra mensagem importante ensinada por Jesus neste milagre, foi a sua identificação com o Pai, revelando-se igual a Deus.


Curiosidades sobre o Tanque de Betesda

 

Vários pontos dessa história suscita curiosidade nos leitores da Bíblia, com p.ex., a localização atual de Betesda, ou suposta atuação do anjo nas águas, por que Jesus curou aquele homem e outros. Veja alguma curiosidades relacionadas à Betesda:

 

O que realmente acontecia no tanque de Betesda?

 

Aparentemente, aconteciam curas ocasionais. Por parte dos judeus, havia a crença que um anjo, eventualmente, movimentava as águas. Segundo essa tradição, quando isso acontecia, a água adquiria propriedades curativas e o primeiro a estar na água recebia a cura. Contudo, embora fosse a crença tradicional da época, a Bíblia não afirma que era assim, nem Jesus usou a suposta atuação angelical para curar.

 

Entre outros rumores, havia uma lenda árabe em torno dessa narrativa, mas em vez de anjo, era um dragão vindo do abismo. Quando ele acordava as águas paravam, mas quando dormia, as suas convulsões agitavam as águas e promoviam a cura.

 

Além dessa ainda haviam outras crenças pagãs, como a dos gregos do deus Asclépio (Esculápio para os romanos). Havia cultos e templos dedicados ao deus Asclépio, filho de Apolo na mitologia grega, conhecido como o deus da cura ou da medicina. Sua figura está sempre associada a uma serpente envolta a uma bastão, que é hoje também símbolo da saúde e medicina.

 

Havia mesmo um anjo que agitava a água?

 

É difícil dizer com certeza se aconteciam mesmo milagres por ação de um anjo no tanque. Poderia ser simplesmente uma fonte intermitente, que jorrava e movimentava a água de tempos em tempos, fazendo enfermos sentirem-se curados.

 

Por outro lado, outras interpretações consideram a hipótese de, eventualmente, curas acontecerem ali, pelo propósito soberano de Deus. Poderia então existir um anjo a serviço de Deus, enviado para curar de tempos em tempos naquele lugar? Ou poderia Deus, de alguma outra forma, estender a sua misericórdia sarando alguns? Sim, poderia. Mas, a Bíblia não dá comprovação neste texto, nem em outras passagens que haviam curas efetuadas por anjos, movimentando águas, em nenhuma ocasião.

 

Parece fazer mais sentido, o que alguns estudiosos acreditam: que Jesus, através desse milagre, estava refutando todas as crendices acerca das águas de Betesda. Ao chamar a atenção do doente pa Si, Jesus fez com que ele retirasse seus olhos das águas para depositar fé e esperança na Sua Palavra. Para Cristo, era importante que as pessoas confiassem exclusivamente na misericórdia de Deus.

 

O versículo 4 de João 5 é uma nota explicativa?

 

Outro ponto que levanta muita discussão é acerca de João 5:4. Este versículo aparece na maioria das traduções bíblicas entre chaves, indicando que não consta na maioria dos manuscritos originais mais antigos do Evangelho de João. Provavelmente, algum escriba pode ter adicionado este trecho como uma glosa, uma nota para explicar o porquê tantas pessoas se ajuntavam ali. Essa informação não é central na passagem. Mesmo assim, o trecho não precisa ser desprezado, uma vez que não contradiz nenhuma verdade bíblica, apenas registra um dado que era de conhecimento popular na época. O próprio autor João parece estar ciente da tradição oral, comentada no verso 7 - João 5:7.

 

Descobertas arqueológicas

 

Escavações realizadas em 1888, em Jerusalém, nas ruínas do terreno da igreja de Santa Ana, parecem ter revelado a localização do tanque de Betesda. No local onde muitos peregrinos cristãos falavam de piscinas gêmeas de Betesda, foram descobertas as fundações de uma igreja bizantina, construída pelos Cruzados, sobre o que poderia ter sido os tanques duplos dos tempos de Jesus.

 

Também foi encontrada uma cripta emoldurada imitando os cinco pórticos, onde havia uma abertura no chão para descer até à água, local que foi considerado ser o Tanque de Betesda. Numa das paredes desta ruína ainda havia a representação de um anjo movendo a água, o que parece indicar ser mesmo o local.

 

Além dessas descobertas, também foram encontradas artefatos do período romano, descobertos nas proximidades desses terrenos os quais podem conectar a fama do local com Asclépio, o deus greco-romano da medicina. Esse dado satisfaz o que alguns estudiosos interpretam, sobre a crença comum de cura através de águas medicinais. É possível que já naquele tempo, muitas pessoas buscassem a cura naquelas águas por terem assimilado crendices pagãs.

 

Anjo água tanque betesda

 

De qualquer forma, havia alguma crença que motivava os doentes irem até ao tanque em busca um milagre. Quer fosse verdade ou não, as pessoas acreditavam que podiam ser curadas em Betesda. Mas apesar de serem genuínas na sua busca, Betesda não era a resposta. As águas do tanque não é o foco principal da história...

 

A verdadeira lição e significado da cura em Betesda

 

A história da cura no tanque de Betesda mostra o poder de Jesus. Enquanto muitos esperavam anos por uma rara oportunidade para serem curados, Jesus mostrou que podia oferecer cura a qualquer um, em qualquer tempo!

 

Não havia esperança para o paralítico de Betesda. A sua condição era semelhante a de muitos outros doentes e sofredores com suas enfermidades. Aos olhos humanos sua situação era impossível, mas Jesus chegou e mudou tudo!

 

Cristo também faz isso em nossas vidas: Ele salva do pecado e nos promete vitória sobre o impossível – a morte. Todos estamos condenados à ela, com os dias contados. Mas Jesus concede vida eterna aos que ouvem, creem e obedecem a Sua voz poderosa.

 

Essa narrativa parece dar um quadro universal da condição humana em todos os tempos. Os doentes em Betesda parecem ser um retirado da humanidade: enferma, debilitada, vulnerável, desacreditada e iludida em diversas crenças, buscando à sua maneira a resposta para sua aflição. Mas Jesus, somente Ele têm as Palavras de Salvação (cura, restauração, vida plena) para o homem. Seja qual for a enfermidade: espiritual, física ou emocional, Jesus pode curar imediatamente! Basta crer na Sua Palavra!

 

Outra lição importante foi dada pelo Senhor Jesus ao paralítico de Betesda e que também serve a nós: ficar paralisado é uma coisa terrível, mas o pecado tem consequências muito piores. Quem continua vivendo para o pecado, e não para Deus, terá que enfrentar um castigo eterno. Se voltar para Jesus significa total mudança de vida.

 

Referências:

  • BÍBLIA DE ESTUDO GENEBRA. 2ª ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil: São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
  • BÍBLIA DE ESTUDO ALMEIDA. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
  • BÍBLIA DE ESTUDO CONSLHEIRA. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil: São Paulo: Cultura Cristã, 2019.
  • NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Volume II (Lucas e João). Russel Norman Champlin. 9ª impressão setembro de 1995. São Paulo: Candeia, 1995.
  • MILLER, J. Maxwell, “JERUSALEM Name Setting Ancient Sources Archaeological Evidence History Tradition”. Eerdmans Dictionary of the Bible, p. 697.
  • Bible Hub Commentary. Comentários João 5:2-18. Disponível em: Acessado em > 25/01/2022.