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sábado, 25 de março de 2023

Entenda o significado da torre de Babel. Por que ela é citada na Bíblia?

Qual o significado da torre de Babel?

 

(1) Muitos estudantes da bíblia não percebem um fato importante mencionado em Gênesis 10 e 11. Pensam que esses dois capítulos estão em uma ordem cronológica (de tempo), mas não estão. Observe:

 

“Estes repartiram entre si as ilhas das nações nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, em suas nações” (Gênesis 10:5). 

 

Observe que nesse texto já temos diversas línguas e um espalhamento de diversos povos pela terra. Porém, em Gênesis 11:1 a Bíblia diz: “Ora, em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar”. 

 

Como é possível termos no capítulo 10 várias línguas e no capítulo 11 termos uma só linguagem? Respondo:

 

(2) A narrativa da torre de Babel (Gênesis 11:1-9) é uma espécie de parênteses do autor. Ela vem explicar com detalhes o que é narrado no capítulo 10.

 

Por que as pessoas se espalharam pela terra, formando diversos povos, cada um segundo sua língua (Gênesis 10:5)? O autor explica isso inserindo a narrativa da torre de Babel.

 

Ela é a explicação desse espalhamento narrado em Gênesis 10. Portanto, a primeira lição sobre a torre de Babel é que ela foi um evento que mudou a estrutura de vida dos povos que tinham uma única forma de falar, fazendo-os organizar-se de acordo com suas línguas, em territórios diversos por causa da intervenção de Deus.

 

(3) Além de ser um importante parênteses explicativo, a história da torre de Babel nos mostra outras lições interessantes: o homem tem continuamente em seu coração um desejo de tomar o lugar de Deus, de se autoexaltar à parte de Deus, ou seja, como se Deus não existisse.

 

Isso fica claro no desejo de construir uma torre que chegasse aos céus para que o nome deles se tornasse célebre (Gênesis 11:4). Ao mesmo tempo a história ensina que Deus está no controle de tudo.

 

Apesar de se acharem grandes, a grandeza que o homem tenta construir sobre si mesmo é tão pequena que Deus zomba dela. Na narrativa Deus “desceu” para ver a torre (Gênesis 11:5).

 

A ideia é de algo tão pequeno que Deus teve que “se aproximar” para ver melhor.

 

(4) Deus mostra, portanto, Sua soberania sobre os planos humanos. Confunde a linguagem daquelas pessoas de forma sobrenatural para não mais se entenderem (Gênesis 11:7). 


Só restou a eles abandonar seu mau propósito e se dispersarem pela terra (Gênesis 11:8), o que explica a narrativa do capítulo. Note este verso:

 

“O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar” (Gênesis 10:10). Agora iremos entender o nome “Babel”.

 

(4) Por fim, toda a narração explica a palavra Babel. Babel e Babilônia são as mesmas palavras. A palavra soa parecida com a palavra hebraica para “confusão”. Por isso temos no texto esse trocadilho:

 

“Chamou-se-lhe, por isso, o nome de Babel, porque ali confundiu o SENHOR a linguagem de toda a terra e dali o SENHOR os dispersou por toda a superfície dela” (Gênesis 11:9). 

 

Para os babilônicos o significado dela é diferente, significa “portão de Deus”. Possivelmente tenhamos aqui também Moisés apontando aos leitores a futura vitória dos israelitas contra os inimigos quando entrassem em Canaã (a terra prometida).

 

Veja este verso: “Para onde subiremos? Nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto do que nós é este povo; as cidades são grandes e fortificadas até aos céus. Também vimos ali os filhos dos anaquins” (Deuteronômio 1:28). 

 

Deus venceu o povo que construiu a torre que iria até os céus. Agora venceria o povo que era visto por muitos como sendo tão forte que suas construções iam até o céu!

A Que se Refere “Esta Pedra” em Mateus 16.18?

Poucos são os versículos que causaram tanta controvérsia quanto Mateus 16.18, onde Jesus disse: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Este versículo tem sido motivo de controvérsia sobre o modelo adequado do governo da igreja, o papel do papa (incluindo a infalibilidade papal), a sucessão apostólica etc.

 

No contexto, Jesus havia sondado seus discípulos a respeito do que as pessoas em geral pensavam sobre a identidade do “Filho do Homem” (v. 13). Sua resposta indica a abrangência da compreensão popular a respeito de Jesus: ele era João Batista, Elias, Jeremias ou algum outro profeta (v. 14). Então, Jesus redireciona sua pergunta: “Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?” (v. 15). Pedro responde pelos Doze: Jesus é o Messias há muito aguardado, Deus Filho encarnado (v. 16). Jesus aprova Pedro por identificá-lo corretamente, enfatizando que seu discípulo não havia descoberto esta verdade humanamente. Em vez disso, esta verdade havia sido recebida por revelação divina — da parte do Pai celestial de Jesus (v. 17). Usando um jogo de palavras, Jesus dá um novo nome a seu discípulo Pedro (do grego petros) e promete estabelecer a igreja do Messias sobre “esta pedra” (do grego petra).

 

Então, a que se refere “esta pedra”? Vamos considerar algumas das respostas equivocadas antes de apresentar aquela que penso ser a resposta correta.

 

A Pedra Como Pedro e Seus Sucessores Romanos

 

A Igreja Católica Romana interpreta “esta pedra” como se referindo a Pedro como o primeiro papa e o início da sucessão apostólica: Jesus instituiu uma linha oficial intacta de sucessores de Pedro e dos outros apóstolos até os bispos atuais da Igreja Católica Romana. Segundo esta visão, o papa Francisco é agora o vigário (ou representante terreno) de Cristo que, junto com os outros bispos, exerce a autoridade de Cristo no ensino, governo e santificação da Igreja.

 

Esta interpretação surgiu séculos após o acontecimento e da autoria do Evangelho de Mateus. De uma perspectiva católica romana, esta passagem é como uma semente que apenas depois floresceu na interpretação da Igreja. Para os católicos romanos, a falta de menção aos sucessores de Pedro, aos bispos e a uma estrutura eclesiástica hierárquica — junto do ato em sequência de Jesus dar as chaves não à Pedro, mas à Igreja (Mateus 18.15-20) — não é um entrave a esta compreensão.

 

Além disso, o “magisterium” — ou ministério de ensino da Igreja Católica — reivindica possuir a autoridade de Cristo para a interpretação oficial das Escrituras. E, uma vez que eles oficialmente interpretaram Mateus 16.18 desta maneira, esta interpretação permanece como oficial e verdadeira.

 

Historicamente, os protestantes rejeitaram esta interpretação das palavras de Jesus. Então, como os protestantes as interpretam?

 

A Pedra Como a Confissão de Jesus ou de Pedro

 

Uma interpretação protestante comum diz que embora Pedro seja petros, uma pedra pequena, Jesus é petra, a rocha. Desta maneira, a afirmação de Jesus não é sobre um papel especial para Pedro, mas sobre o próprio Jesus como a pedra angular da igreja (Ef 2.20; 1Co 3.11; 1Pe 2.5-8). Mas esta perspectiva parece mais uma tentativa de se esquivarem da interpretação católica romana do que uma exegese plausível do próprio texto.

 

Uma segunda interpretação protestante popular diz que “esta pedra” não é Jesus, mas a confissão de Pedro sobre a identidade de Jesus. No entanto, esta verdade é então totalmente desconectada da pessoa de Pedro: a confissão em si é enfatizada como o fundamento para a igreja do Messias (e não Pedro como aquele que confessa).

 

Há dois principais problemas com estas interpretações. Primeiro, naquele contexto Jesus afirmou que é ele quem edifica sua igreja, e não seu fundamento. Na verdade, ele prometeu que ele edificará sua igreja sobre o fundamento “desta pedra”. Segundo, estas interpretações tendem a impor uma barreira entre a pessoa de Pedro e sua confissão divinamente revelada.

 

A Pedra Como Pedro em Razão de Sua Confissão

 

Uma interpretação superior junta estes dois elementos textuais: A pedra é Pedro em razão de sua confissão.

 

O principal sustentáculo para esta perspectiva pode ser visto no papel histórico-salvífico evidente que Pedro desempenha no Novo Testamento (especialmente nos evangelhos e na primeira metade do livro de Atos). Sua evidência é perceptível de vários modos. Ele é o primeiro a anunciar o evangelho aos judeus (Atos 2.14-41). Junto de João, ele confirma a inclusão dos samaritanos na igreja (Atos 8.14-25). Enfim, ele é o instrumento para a conversão dos primeiros gentios (Atos 10—11).

 

Esta narrativa vívida no livro de Atos demonstra como as chaves do reino foram usadas para edificar a igreja. E, embora todos os apóstolos fossem ativos (cf. Mt 18.18), o destaque de Pedro em vários pontos cruciais é incontestável.

 

O Evangelho de Mateus certamente situa Pedro entre os Doze (tal como eles, Pedro compreende algo da importância de Jesus e seu ministério embora também compreendendo erroneamente muitas coisas). Mas uma interpretação adequada da afirmação de Jesus deve reconhecer o privilégio de Pedro entre os discípulos. Ele pode ser tanto um porta-voz quanto um líder entre os Doze. E realmente o é, tanto que Jesus o louva individualmente (e lhe dá um novo nome!) em razão de sua confissão.

 

Edificar a Igreja 


Assim, “esta pedra” é, de fato, o discípulo de Cristo agora chamado Pedro (do grego petros). No entanto, a razão da promessa de Cristo de edificar sua igreja sobre “esta pedra” (do grego petra) é Pedro, em virtude da sua confissão,. E este projeto de edificação utiliza as chaves do reino dos céus, ao evangelho ser anunciado em todo o mundo.

 

A expressão não dá sustentação à interpretação católica romana de que Pedro foi o primeiro papa, o vigário de Cristo, o cabeça infalível da Igreja assentado sobre a sucessão apostólica e exercendo autoridade divinamente conferida por possuir as chaves do reino. Ao contrário, “esta pedra” é o fundamento da igreja que Jesus tem edificado e continua a edificar.

 

Conforme enunciada por Pedro, a confissão da identidade do Messias, Deus Filho encarnado, é parte essencial tanto da mensagem do próprio evangelho quanto da apropriação correta do evangelho: a todos os que, por meio do Espírito Santo, confessam “Jesus é Senhor” (1Co 12.3), o Filho dá salvação eterna para a glória de Deus.

sábado, 18 de março de 2023

O mundo depois do dilúvio

Noé trabalha na construção da Arca

 O personagem bíblico Noé surge na história da humanidade no ápice da degradação da civilização e no fim da paciência divina.  Por causa da maldade humana o Senhor se “arrepende” de ter criado o homem e vai destruir a humanidade. O “arrependimento divino” de ter criado o homem estava baseado na maldade e perversidade humana: “5. E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. 6. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. 12. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” (Gênesis 6:5-6,12).

 

“Então arrependeu-se o Senhor” – (וַיִּנָּחֶם יְהוָה), o verbo arrepender vem do hebraico neiham, que, literalmente fala de suspirar devido à profunda dor. (…) A declaração diz, então, que Deus experimentou tristeza que Lhe feriu o coração quando olhou para a trágica devastação que o pecado produzira (Moody. p.17.). Esse verbo é muito usado para Deus.

 

Ao passo que para arrependimento do homem o verbo é shuv, que significa voltar-se do pecado para Deus.  Sabemos que Deus está livre do pecado. A Bíblia diz em Números 23:19 “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?” Como fica a imutabilidade de Deus? “Arrependeu-se o Senhor” – isto é falar por antropopatismo, ou seja, atribuir sentimentos e emoções humanas a Deus, conforme a maneira do homem. É o que encontramos na literatura como prosopopeia, ou seja, mais um tipo de figura de linguagem.

 

1- O juízo divino e suas razões

 

Devido as condições degradantes da humanidade o juízo divino é vaticinado: “E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito” (Gênesis 6:7).  O rabino Menahem Diesendruck (abreviatura MD) em seu comentário da Torá a lei de Moisés diz que: “A Torá descreve o maravilhoso mundo criado por Deus, mas os homens dessa geração eram ruins, e sua maldade foi a causa da destruição dessa grandiosa obra Divina. De nada valeu a inteligência herdada de Adão depois deste ter comido da árvore da sabedoria; de nada ajudaram as descobertas no campo da técnica e da indústria, agricultura, economia e música, ao contrário, dia a dia aumentava a sua decadência moral. Com o progresso das descobertas e civilização, agravaram-se seu orgulho e sua voluptuosidade, e mais eles se aperfeiçoaram na descoberta de instrumentos mortíferos e destrutivos” (TORÁ, 2001, p.16).

 

Por que Deus vai destruir o homem que criou de sobre a face da terra? Porque a terra estava corrompida e cheia de violência: “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. 13. Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência” (Gênesis 6:11,13), a violência foi salientada especificamente como um fator especial da corrupção geral. Os sábios [judeus] interpretam o termo hebraico “hamás” traduzido como violência, também se aplicando para a prática da idolatria, incesto e homicídio (MD, TORÁ, 2001, p.16).

 

O comentarista Champlin apresenta nos seguintes termos o contexto de fim de civilização que a humanidade estava vivendo: “crimes hediondos estavam sendo cometidos, e a idolatria havia substituído a antiga adoração a YHWH (Gn.4:26). A justiça havia sido distorcida mediante governos tirânicos; campeava toda forma de imoralidade; os homens não cumpriam a palavra dada; tinham-se habituado a praticar ações injustas; eram arrogantes e hostis; faziam ouvidos surdos aos clamores dos necessitados. Portanto, tornara-se imperioso um novo começo, e não apenas alguma alternativa. O paraíso fora perdido; mas agora o próprio globo terrestre haveria de perder tudo (CHAMPLIN, 2001, pg.60).

 

O vaticínio: “e eis que os desfarei com a terra” (Gênesis 6:13c), esta sentença afronta a: “Hashgachá, a Divina Providência, a lei que governa o mundo. A essência e finalidade da criação tinham sido desvirtuadas e a malícia imperava entre os homens. Pelas leis eternas, uma sociedade corrupta está condenada a desaparecer” (TORÁ, 2001, p.16).O Novo Testamento menciona esse mesmo texto, de maldade e perversidade moral do homem, para descrever a situação da sociedade para qual o Senhor Jesus voltará um dia: “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mateus 24:37).

 

2- O chamado de Noé

 

Noé do hebraico נח – Nôach, significa repouso e tem uma certa semelhança com o verbo hebraico que significa nos consolará. A versão grega do A.T. (LXX – Septuaginta) traz: “nos dará repouso”. O patriarca Noé: “porém, achou graça aos olhos do Senhor” (“Gênesis 6:8), isto é, ao contrário do que seria de se esperar, pois todos os homens mereciam condenação, Noé achou graça/favor.

 

Graça é receber o que não merecemos. E misericórdia é não receber o que merecemos. Por sermos todos pecadores não merecemos o Céu, mas graciosamente em Jesus, Deus nos dá o Céu. Também, por sermos todos pecadores merecemos o Inferno, mas Deus pela sua infinita misericórdia em Jesus, não nos envia para o Inferno. Numa situação de Juízo total, o Senhor agiu com uma livre manifestação de graça imerecida ao novo patriarca – Noé.

 

Noé possuía três características como encontramos em Gênesis 6:9: “Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus”. A primeira característica – no caráter, era justo; a segunda – entre as pessoas do seu tempo, era íntegro; e por fim – tinha comunhão com Deus. O patriarca Noé se tornou um testemunho para àquela geração perversa, ou como colocou o rabino Diesendruck: “um único homem justo, correto e integro dessa geração conseguiu salvar a humanidade inteira da ruína completa, Noé demonstrou que o homem tem forças morais suficientes para conservar sua integridade ética em todas as circunstâncias da vida, e não precisa sucumbir as influências malévolas e prejudiciais do ambiente em que vive” (MD, TORÁ, 2001, p.16).

 

A Arca de Noé (heb. תיבת נח Tevat Nôach)

 

Noé recebe a ordem divina de construir a arca: “Faze para ti uma arca da madeira de gofer” (Gênesis 6:14a). Tevat é o termo hebraico que designa a embarcação construída por Noé. É curioso destacar que o termo hebraico para arca – tevat aparece apenas duas vezes no Tanakh (A.T.) e está ligado a salvação por meio das águas. A primeira diz respeito a Noé e a salvação da humanidade por meio de sua família no dilúvio. E a segunda na salvação de Moisés do decreto de morte dos meninos hebreus pelo Faraó do Egito (Êx.2:3).

 

Noé obedece, mesmo sem ter visto chuva na vida – quanto mais um dilúvio (cf. Gn.2:5-6) e começa a construção da arca imediatamente conforme Gênesis 6:22: “Assim fez Noé; conforme a tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez”.

 

Baseado em Gênesis 6:3: “Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos”, alguns estudiosos Midrash* afirmam que o tempo da construção da Arca foi de 120 anos. As medidas da Arca são dadas em Gênesis 6:14-15: comprimento: 300 côvados = 132 metros; largura: 50 côvados = 22 metros; altura: 30 côvados = 13 metros, um côvado corresponde a 43 centímetros.

 

3- Dilúvio: Destruição e Recomeço

 

O rabino Arye Kaplan em seu comentário na Torá Viva trás a seguinte exposição sobre o uso do termo dilúvio: “em hebraico é “mabul” (מבול), esta palavra é usada somente para denotar o grande dilúvio na época de Noé. Alguns dizem que a palavra vem da raiz “naval”, denotando morte (como em “nevelá” – cadáver, carcaça); e, portanto, um mabul é um agente de morte (Radak, Sherashim, Hirsch). Outros mantém que vem da raiz “balá” (desgastar, reduzir por moagem), “balbal” (confundir, desordem), ou “iaval” (transportar). É também relacionada à raiz “balal” (misturar, agitar)” (TORÁ VIVA, 2017, pg.25).

 

Os Animais selecionados por Deus, Noé e sua família entraram na Arca (Gn. 6:19-21; 7:1). A duração do Dilúvio foi de 40 dias e 40 noites Gênesis 7:12: “E houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites”. Noé e sua família passaram um ano solar (365 dias) na Arca (Gn.7:11-12, 18, 24; 8:6-16). A Arca repousa sobre os Montes de Ararate Gênesis 8:4: “E a arca repousou no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os montes de Ararate”.

 

A humanidade recomeça com a família de Noé. Por meio de Noé, a humanidade teve novo início, uma segunda chance.

 

O conserto de Deus com Noé e a sua semente   

 

O capítulo de Gênesis fala sobre o mundo novo e seus habitantes. Desta família o mundo foi povoado novamente. Deus falou as mesmas palavras com a família de Noé que tinha falado com Adão e Eva (Gn.1:28 e 9:1).

 

O conserto que Deus fez com Noé foi feito também com a sua semente e toda alma vivente. Este conserto foi feito com Noé pela graça e era incondicional. Segue as bases na aliança pós-dilúvio:

 

A promessa de não destruir mais a terra pelas águas do dilúvio (Gn.8:21, 9:11-17).


O sinal desta promessa de não destruir mais a terra por um dilúvio é o arco do concerto / arco-íris (Gn.9:13).


O homem terá o domínio sobre todos os animais da terra (Gn.9:2).


A carne dos animais servirá para a comida do homem, sendo tirado o sangue, porque é proibido comer sangue vs.3-4 (Atos 15:28-29).


A pena de morte estabelecida pelo assassinato, note que foi estabelecida antes da lei de Moisés, pois é a lei de Deus que continua sendo válida até o fim (Gn.9:6 com Rm.13:1-5).

 

O Dilúvio e a Arqueologia

 

Na década de 1850, sir Henry Layard desenterrou nas ruínas de Nínive milhares de pedaços de tabuinhas de argila, que formavam a biblioteca do rei assírio Assurbanipal e foram quebrados e esquecidos por ocasião da destruição do palácio, em 612 a.C. Layard levou as tabuinhas para o Museu Britânico, em Londres. Ao longo dos anos os estudiosos catalogaram e identificaram as peças, divulgando seu trabalho em livros e em periódicos científicos.

 

Em 1872, George Smith estava absorto na sua tarefa quando percebeu que os fragmentos espalhados sobre a mesa pertenciam a história do dilúvio. Não se tratava de uma enchente comum, nem era somente a história de um dilúvio qualquer. Tinha incríveis semelhanças com a história de Noé, registrada no livro bíblico de Gênesis. Smith divulgou sua descoberta numa reunião da Sociedade de Arqueologia Bíblica.

 

A Epopeia de Gilgamesh

 

A epopeia conta como o antigo rei Gilgamesh tentou conquistar a imortalidade. Depois de muitas aventuras, alcançou uma terra remota, onde vivia o único homem que se tornara imortal, um homem chamado Um-napishtim, o Noé babilônico. Ele contou a Gilgamesh sobre o dilúvio para explicar por que os deuses lhe haviam dado a vida eterna. Depois de contar a história, mostrou a Gilgamesh que não podia alimentar esperanças de tornar-se imortal e mandou-o de volta para casa.

 

A Epopeia de Atrakhasis

 

Como Gênesis, a Epopeia de Atrakhasis narra a criação do homem e sua história até o tempo do dilúvio e a nova sociedade que se estabeleceu depois dele. Aqui a razão do dilúvio é clara, ao contrário do que acontece na epopeia de Gilgamesh.

 
 

A humanidade fazia tanto barulho que o deus-chefe na terra não conseguia dormir. Os deuses, sem poder resolver o problema de outro modo, enviaram então o dilúvio para destruir esses seres humanos perturbadores, silenciando-os para sempre.

 

As semelhanças entre as histórias babilônica e hebreia são fáceis de ver. Mas há diferenças notáveis que não devem ser desprezadas. A diferença básica é o monoteísmo do relato hebreu, em contraste com os muitos deuses que atuam na narrativa babilônica. Igualmente diferente é a atitude moral. Os detalhes também diferem quanto à forma e o tamanho da arca (a babilônica, um cubo, dificilmente poderia flutuar), a duração do dilúvio e com o envio das aves.

 

As semelhanças dos relatos e o reconhecível cenário mesopotâmico levam a crer que tiveram origem comum. Os indícios arqueológicos de enchentes na Babilônia, além da forte tradição que mostra a possibilidade de um dilúvio grande e desastroso, somados aos relatos sobre este apontam para um acontecimento catastrófico no início da história. Quanto se trata de interpretar esse fato, o relato bíblico claramente se diferencia dos outros, sustentando não ser somente uma narrativa humana, mas a revelação divina.

 

O Mundo depois do Dilúvio – Governo Humano

 

Com afirmou o reverendo Paulo Guiley em sua obra – O plano das épocas: “esta dispensação do governo é a última mordomia imposta sobre a raça inteira. Portanto, podemos afirmar que as exigências desta mordomia nunca foram removidas de sobre a raça, mas estão em vigor até hoje (GUILEY, 1984, pg.121-122).

 

As Sete Leis Universais de Noé 


O judaísmo considera alguns princípios como base da fé ética e moral, universais, pois devem ser difundidos por toda a humanidade para garantir a existência pacífica e justa entre as nações. Apesar de existirem inúmeros preceitos Divinos, sete deles ultrapassam as fronteiras da fé judaica e foram ordenados por Deus para toda a humanidade:

 

  1. Não praticar idolatria;
  2. Não blasfemar contra Deus;
  3. Não cometer homicídio;
  4. Não roubar;
  5. Não cometer adultério e não manter relações incestuosas;
  6. Estabelecer tribunais;
  7. Não molestar os animais ingerindo um órgão retirado em vida.

 

Os Termos da Dispensação desta Época

 

O reverendo Guiley apresentou quatro ordens fundamentais para entendermos o papel do governo humano com suas responsabilidades sobre o mundo novo que surgia após o dilúvio com o patriarca Noé e seus descendentes. São eles:

 

A primeira ordem de Deus aos mordomos foi: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gênesis 9:1).


A segunda trata de uma nova relação do homem para com os animais (Gênesis 9:2-3). Aparentemente até o dilúvio não havia feras, isto é, animais bravios. Noé não precisava proteger um animal do outro na arca, nem havia perigo de um animal atacar outro. Mas agora Deus está operando uma mudança na natureza dos animais, pondo neles um sentimento de pavor, ou medo dos homens. Mas o que é ainda mais notável, é que deste momento em diante é dada ordem aos homens para comerem carne. Não é dada explicação ou motivo para esta ordem.


A terceira é a proibição de comer sangue. “A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis” (Gênesis 9:4). Mais tarde a mesma ordem é dada a Israel, mordomo da Dispensação da Lei (Levítico 17: 10-16); e ainda mais tarde há uma extensão desta ordem dirigida especificamente à Igreja de hoje (Atos 15:20-29). Deus dirigiu esta ordem a cada divisão da raça humana aos Gentios, a Israel e à Igreja. 


A quarta: “quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado” (Gênesis 9:6). O motivo declarado é “porque Deus fez o homem conforme a Sua imagem”. Assim a superioridade do homem sobre os animais é declarada.  É exigido que o homem (a sociedade) execute o castigo sobre alguém que desobedecer a ordem divina. Torna-se claro que sob certas condições é proibido derramar o sangue do homem, mas sob outras condições é exigido o derramamento de sangue humano. É proibido ao indivíduo matar um outro homem. O que está em mira aqui é o assassinato, e não a guerra, onde o soldado obedece a ordem do seu governo. Naquele caso a responsabilidade está sobre o assassino; neste caso ela está sobre o governo e não sobre o soldado, como um indivíduo. O assassinato é proibido; a morte do assassino é exigida. A mesma sentença deve ser aplicada caso aquele que derramar o sangue do homem seja animal ou homem. É de se notar que aqui não estamos tratando com ordenanças de homens. Ao declarar os termos da mordomia (Gn.9:1-7) Deus entregou aos homens o dever de governar e controlar a vida que existia sobre a terra. Noé era o primeiro a ocupar o “trono” como vice regente de Deus. Todos os três ministérios concentravam-se em Noé! Como “sumo-sacerdote”, ele iniciou o novo regime da raça sobre a Terra oferecendo sacrifícios (Gn.8:20); como “governador”, ele recebeu a revelação da vontade de Deus para a nova ordem mundial (Gn.9:1-7), e como “profeta” ele devia passar aos seus descendentes o conhecimento da Palavra de Deus e da Sua vontade (GUILEY, 1984, p.122-125).

 

O Mundo depois do Dilúvio – Aspecto Profético

 

As profecias sobre os três filhos de Noé são apresentadas em Gênesis 9:25-27. O contexto é a embriaguez do patriarca Noé (Gn.9:20-24).

 

Profecia sobre Cão e seu filho Canaã: “E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos” (Gn.9:25), Cão do hebraico Ham (חם), “quente”, por extensão, “queimado pelo sol, negro”. Cão foi apontado, na pessoa de seu filho Canaã (Gn.9:18), para um lugar de servidão “e seja-lhe Canaã por servo”.

 

Em Gênesis 10:6-14 se dá a região geográfica da descendência de Cão. A região dele começou com o Egito, indo para o sul incluindo todo o continente Africano. No versículo 6 temos os nomes dos filhos dele: Cuxe é Etiópia, Mizraim é Egito, Pute é Líbia, Canaã e a África. Em Gênesis 10:15-20 se dá a região geográfica dos descendentes de Canaã, também conhecida como a terra prometida por Deus aos filhos de Abraão, Isaque e Jacó.

 

Profecia sobre Jafé: “Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo” (Gn.9:27), Jafé do hebraico Yafét (יפת), “o dilatado”, “o difundido”. Jafé é feito herdeiro da prosperidade mundial “Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem”.

 

Em Gênesis 10:1-5 Jafé, este povo é o que nós chamamos hoje em dia os indo-europeus. Eles ficaram na Europa, a maior parte da Ásia e as ilhas que ficam ao litoral de Europa e da Ásia. Depois chegaram até os continentes da América do Norte e do Sul. Nota que é uma área grande como Deus tinha dito em Gênesis 9:27.

 

De Jafé descendem os seguintes povos: Gregos, Romanos, Alemães, Celtas, Escandinavos, Finlandeses, Holandeses, Russos, Citas, Turcos, Ingleses, Franceses, Italianos, Húngaros, e outros povos da Europa.

 

A profecia sobre Sem: “E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo” (Gn.9:26), Sem do hebraico Shem (שם), “nome”. À Sem é dada a preeminência na região ou no relacionamento com a revelação de Deus: “Bendito seja o Senhor Deus de Sem”.

 

Em Gênesis 10:21-32 encontramos os seguintes povos que são da descendência de Sem: Assírios, Caldeus, Sírios e Hebreus. Sem é o filho mais velho (primogênito) de Noé (Gn.10:21).

 

Profecia Messiânica – O Messias seria semente de Sem

 

Em Gênesis 9:26-27 a revelação de Deus quanto ao Messias prometido à Israel relaciona-se àqueles da linhagem semita. Deus é mencionado como Senhor Deus de Sem. A segunda profecia messiânica mostra uma clara progressão no desenrolar das profecias messiânicas.

 

Na primeira profecia, o Messias deve ser a semente da mulher, que indica que Ele deveria ser o descendente, o filho da mulher, nascido de uma virgem (Gn.3:15; Is.7:14). Entretanto, a segunda profecia messiânica começa a restringi-la. Ele não estará relacionado com os descendentes de Cão ou Jafé, mas com os de Sem.Para a expressão: “e habite nas tendas de Sem” (Gn.9:27), Orelli em sua obra “Profecias do Velho Testamento” comenta que: “O Shekiná (glória de Deus) habita somente nas tendas de Sem!”. Já para o teólogo e hebraísta de origem alemã Franz Delitzsch: “O protoevangelho anunciou uma salvação futura na Semente da mulher; a linguagem, aqui, relaciona essa semente da mulher com o nome de Deus, יהוה (YHWH), que devia ser confiado a Sem. Os semitas devem ser os preservadores do nome de Deus, o preservador de Sua revelação.”

 
Para a expressão: “e habite nas tendas de Sem” (Gn.9:27), Orelli em sua obra “Profecias do Velho Testamento” comenta que: “O Shekiná (glória de Deus) habita somente nas tendas de Sem!”. Já para o teólogo e hebraísta de origem alemã Franz Delitzsch: “O protoevangelho anunciou uma salvação futura na Semente da mulher; a linguagem, aqui, relaciona essa semente da mulher com o nome de Deus, יהוה (YHWH), que devia ser confiado a Sem. Os semitas devem ser os preservadores do nome de Deus, o preservador de Sua revelação.”

 

É interessante notar que os judeus ortodoxos ao invés de usarem a palavra Adonai (Senhor), em público, usam o vocábulo: “o Nome (השם)” que é usado absolutamente e sem dúvida como um equivalente para o nome de Deus (YHWH). Antigos expositores judeus fizeram de Deus o sujeito do verbo “habite”, significando que o próprio Deus habitará nas tendas de Sem”.

 

Em quem se cumpriu mais essa profecia messiânica?

 

Em Jesus que era é semita (um descendente de Sem), conforme Lucas 3:23,36: “E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José de Heli, 36. E Salá de Cainã, e Cainã de Arfaxade, e Arfaxade de Sem, e Sem de Noé, e Noé de Lameque”. Assim Deus estava dando continuidade na raça humana para enviar seu Filho nascido de mulher da linhagem semita.

Predestinação, o que a Bíblia ensina sobre isso?

O que significa predestinação?

 

a) A preordenação de Deus dos acontecimentos, de forma que as coisas que acontecem não podem ir contra os decretos divinos e nem frustrar os planos de Deus:

 

“porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram” (Atos 4:27-28).

 

Isso significa que os homens têm suas responsabilidades, mas as ações humanas não podem frustrar os planos de Deus para cada vida e para o mundo.

 

b) O ato de escolha de Deus dos indivíduos que são salvos. Ou seja, quando Deus escolhe certos indivíduos para receber a Sua salvação gratuita.

 

A predestinação está amplamente ligada a uma outra palavra, a eleição. Eleição é o ato de Deus eleger pessoas e salvá-las da condenação do pecado através de Sua graça.

 

Essas pessoas passam a realizar uma missão especial no mundo, que é a missão de proclamação do evangelho de Deus:

 

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:8-10).

 

Saindo agora dos conceitos, vejamos alguns textos bíblicos que falam a respeito da predestinação:

 

“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” (Romanos 8:29-30)

 

“assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade…” (Efésios 1:4-5)

 

“Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2Tessalonicenses 2:13)

 

Esses são apenas alguns dos diversos textos bíblicos que falam a respeito da predestinação, da escolha de Deus para a salvação.

 

Isso nos leva de antemão a concluir que a Bíblia fala sim de uma predestinação realizada pelo Deus Todo Poderoso. Não há como negá-la quando avaliamos as escrituras.

 

Mas o grande debate está na forma como Deus faz essa escolha com relação a salvação de alguns indivíduos e a condenação de outros. Dentro desse assunto temos duas correntes principais de pensamento:

 

a) Deus escolheu aqueles que Ele já sabia que iriam crer. Esse grupo argumenta que Deus olhou o futuro e viu claramente quais homens responderiam à fé salvadora, quais pessoas aceitariam o evangelho em suas vidas e, então, predestinou esses à salvação de acordo com a sua presciência dos fatos.

 

Assim, Deus predestina essas pessoas com base na escolha positiva que Ele sabia que elas iriam fazer. Dentro desse pensamento se aceita que o homem pode resistir ao chamado de Deus, ou seja, podem dizer não ao chamado que Deus realiza, pois podem exercer a sua livre vontade.

 

Essas pessoas que dizem “não a Deus” seriam aquelas que não foram predestinadas, aquelas que Deus viu antes da fundação do mundo que não iriam crer Nele.

 

b) Deus escolheu aqueles que Ele mesmo selecionou baseado na vontade Dele, independente dos méritos da pessoa. Esse grupo argumenta que a Bíblia indica que Deus não olhou o futuro e nem uma aceitação das pessoas à fé, antes, Ele escolheu antes da fundação do mundo aqueles que seriam salvos e os conduz até a salvação por Seu livre desejo.

 

Por meio da fé e da graça salvadora, que é irresistível, ou seja, uma vez que Deus toca no coração dessa pessoa, ela sempre irá responder positivamente à fé, pois é uma eleita de Deus.

 

Dentro desse pensamento não se aceita a ideia de que o homem possa dizer não ao chamado de salvação de Deus, pois, essa pessoa já foi escolhida, logo, Deus executa a Sua vontade (através do meio que ordenou para isso, a pregação do evangelho) e a pessoa sempre irá responder positivamente a esse chamado por conta da ação do Espírito Santo no coração dela.

 

Observação:

Esse estudo não ter por objetivo defender qualquer uma das posições sobre a predestinação, mas apenas ser um informativo a respeito do que ela significa e como pensam (de forma simplificada) as principais correntes a respeito do assunto.

05 MULHERES DO MAL NA BIBLIA

A Bíblia nos mostra diferentes tipos de mães, dos quais podemos retirar lições importantes para a vida em família. Mesmo aquelas que falharam com os filhos, sendo maus exemplos, poderão servir de alerta para a postura e atitude materna com os filhos. Então vejamos, algumas mães que agiram mal na Bíblia:

 

1. Penina: a Mãe arrogante e provocadora 


Penina mãe provocadora

 

A vida de Penina é apresentada brevemente na Bíblia. Mesmo assim, podemos aprender muito com o mau exemplo dessa mãe. A sua história é paralela à de Ana, mãe de Samuel. No texto, ela é aparece como a segunda esposa de Elcana, que tinha filhos e filhas e que irritava constantemente a sua rival, Ana (1 Samuel 1:6). Pelo relato, Penina parece ter sido uma pessoa desagradável e intolerante que se vangloriava do seu status de mãe. O seu orgulho era prova de um coração exaltado e autossuficiente, capaz de ferir e perturbar, sem a graça e misericórdia de Deus.

 

Anualmente, o marido levava toda a família para adorar a Deus na cidade de Siló. Imagine que excelente oportunidade Penina tinha para exibir, orgulhosamente, seus muitos filhos para a oponente estéril... Ana sofria tanto com as provocações e humilhações dela que nem conseguia comer. Mas Deus, interferiu na história e abençoou a humildade de Ana. Enquanto que Penina, não foi mais mencionada na história. Não há mais relatos sobre ela, nem sobre seus filhos. Por outro lado, sabemos da relevância que Deus deu à atitude de Ana e ao seu filho Samuel (1 Samuel 2:26).

 

Más atitudes como as dessa mãe não devem ser encorajados, nem agradam a Deus (Provérbios 12:2). Fica o alerta, com essa breve história, que agir com altivez e importunações não traz nenhum benefício. O Senhor zomba dos zombadores (Provérbios 3:34), e castiga os arrogantes (Isaías 13:11).

 

Penina fez de seus filhos o seu troféu e usou-os para se vangloriar e desprezar Ana. Como mãe, ela se esqueceu que estava sendo um péssimo exemplo para seus filhos, agindo de forma irritante, prepotente e arrogante (Provérbios 21:24). Ela também se esqueceu que é DEUS, quem dá toda boa dádiva (Tiago 1:17), inclusive a possibilidade de gerar a vida. É Ele quem sustenta, dá saúde, forças e inteligência aos filhos.

 

O que você pode fazer diferente: Ame os seus filhos e aprecie, com humildade, a dádiva de ser mãe. Não faça disso um motivo para se gloriar e desprezar outras pessoas (1 Coríntios 3:21). Vigie para não fazer de seus filhos seus ídolos particulares. Nada nem ninguém deve tomar o primeiro lugar no coração daqueles que amam a Deus, nem mesmo os filhos. Toda mãe sábia deve ser grata a Deus pelos seus filhos e dedicá-los ao Pai, para que possam crescer amando e honrando ao Senhor, como fez Samuel (Provérbios 3:5).

 

2. Rebeca: a Mãe que preferia um dos filhos

 

Rebeca foi a esposa de Isaque, nora de Abraão. Ela era estéril e seu marido orou insistentemente para que ela engravidasse. Deus ouviu a sua oração e Rebeca teve filhos gêmeos: Esaú e Jacó. Desde o ventre, ela sentia que os filhos lutavam entre si. O Senhor lhe mostrou que dos dois filhos descenderiam dois povos diferentes e que o filho mais novo seria maior e mais forte que o mais velho.

 

Já crescidos, os rapazes tornaram-se, explicitamente, alvos da preferência dos pais. Esaú era um excelente caçador e agradava muito ao pai com as caças que lhe trazia do campo (Gênesis 25:28). Jacó era mais pacato, caseiro e, provavelmente por isso, agradava mais a mãe por estar mais tempo próximo dela em casa. A história dos dois irmãos quase teve um fim trágico por causa da parcialidade dos pais.

 

O problema da predileção dos filhos é que ela sempre gera sentimentos de rejeição e inveja, além de muita competição e oposição entre os irmãos. O ambiente familiar será menos pacífico se os pais tratarem os filhos com parcialidade, concedendo vantagens a um em relação a outro.

 

O que você pode fazer diferente: Reflita sobre a sua relação com seus filhos. Observe o modo como atende a cada um deles e repare se age com mais apreço com um em detrimento de outros. Se já são maiores, os próprios filhos poderão sinalizar se há um "predileto". Ore e peça a Deus para que você e seu cônjuge não tenham nenhum favorito, mas que amem aos filhos igualmente, sendo justos e equilibrados no tratamento de todos. 



3. Atalia: a mãe maquiavélica e má conselheira

 

Atalia mãe má conselheira

 

Atalia era neta de Onri, filha de Acabe, esposa de Jeorão e mãe de Acazias, todos reis maus de Israel. Infelizmente, aprendeu muito com os pecados de seus pais, principalmente com a má influência de sua mãe Jezabel*.

 

Atalia tornou-se conselheira do seu filho, quando este assumiu o reino aos 22 anos 2 Reis 8:26. Como mãe do rei, ela tinha uma forte influência em sua vida e encaminhava-o nas questões reais, com a mesma perversão de seus antepassados. A Bíblia diz-nos que esses maus conselhos levaram Acazias à ruína 2 Crônicas 22:3-7. Depois da morte do filho, Atalia usurpou o trono e mandou matar todos de sua família que poderiam herdar o trono, escapando-lhe o próprio neto Joás. Atalia foi morta quando Joás foi proclamado rei.

 

O final desta trágica história faz-nos refletir sobre o poder de influência das mães como referência para seus filhos. A crueldade e astúcia de Atalia interromperam a vida do próprio filho.

 

O que você pode fazer diferente: Cuidado para não servir de tropeço para os seus próprios filhos. Se esforce para ser a melhor influência para eles: viva com alegria, gentileza, honestidade, esperança, fé e amor. O seu filho, potencialmente, irá seguir os seus passos, por isso, dê bons exemplos na prática e seja uma boa conselheira Provérbios 12:5. Assim, seus filhos poderão aprendê-los e repassá-los a outros.

 

4. Herodias: A mãe manipuladora (e assassina)

 

Herodias era a mulher de Herodes, e havia sido anteriormente esposa do seu irmão Filipe. A Bíblia diz que Herodes era constantemente repreendido por João Batista por ter se juntado com a mulher de seu irmão e por causa de outras atitudes ilícitas deles (Lucas 3:19-20). Herodias detestava João Batista por confrontá-los e pregar que se arrependessem de seu erro. Ela queria a todo custo silenciá-lo. A prisão somente não lhe bastava, a perversa mulher buscava ocasião para matar João (Marcos 6:19). Herodes porém, temia João Batista e o mantinha preso em segurança.

 

Do primeiro casamento, Herodias teve uma filha e com astúcia e malícia usou-a para liquidar o seu astuto plano. No aniversário de Herodes, a oportunidade surgiu e a mãe instigou a própria filha para executar os seus intentos malignos. Depois de dançar para Herodes e seus convidados, a jovem agradou-o tanto que ganhou o direito a um pedido. Aliciada pela maldade da mãe, a moça pediu a cabeça de João Batista.

 

Herodias manipulou a própria filha para conseguir realizar os seus intentos. Conspirou e conseguiu executar João Batista. A perversão e malícia dessa mãe, certamente, contaminaram o coração de sua filha. Assistir a tantos episódios perversos em casa, tal como a própria mãe trair e abandonar o pai para se juntar ao tio, bem como o ódio de morte que esta sentia por João Batista, fez da filha coparticipante dessa natureza maligna e assassina.

Com essa história, vemos que Herodias corrompeu a filha pois ensinou-a diversos princípios errados. 


O que você pode fazer diferente: Lembre-se que os filhos costumam ter sempre os pais como modelo a ser seguido. Procure ser o melhor exemplo de pessoa para seus filhos. Tudo o que eles aprendem, ouvem e veem você fazendo servirá como estímulo para praticarem também (Filipenses 4:9).

 

Como mãe, você precisa ter cuidado para não usar os seus filhos como meio para atingir seus fins. Infelizmente, há muitos filhos que são manipulados, atuando como peças num jogo de ofensas e atritos entre os pais, e sofrem imensamente por isso. Ensine aos seus filhos a respeitarem e amarem o pai e demais familiares, por mais que haja alguma diferença entre vocês. Promova um ambiente sadio e pacífico em casa para que seus filhos amadureçam na fé e sejam felizes (2Pedro 3:18).

 

5. A mãe julgada por Salomão: invejosa e egoísta

 

Mãe julgada por Salomão

 

A história dessa mãe é retratada num relato sobre o julgamento sábio de Salomão em 1 Reis 3:16-27. Duas prostitutas, não nomeadas na Bíblia, levaram uma intrigante questão em audiência para que o rei resolvesse. Ambas tiveram filhos na mesma altura e partilhavam a casa em que viviam. Numa noite uma delas, se apercebendo que o seu bebê estava morto, trocou-o com o filho vivo da colega. As duas reivindicavam o filho vivo como sendo seus... Grande problema para o rei julgar!

 

Salomão mediante a sabedoria de Deus solucionou o caso: ameaçou partir o bebê vivo e reparti-lo entre as duas mães. A mãe mentirosa, dizia que poderia dividir o bebê em dois: "- nem meu, nem seu!"

 

Que terrível inveja e ambição dessa mãe, a ponto de colocar a vida de uma criança em risco! Ressentida de ter perdido o seu filho, não se importava que o filho da outra também fosse morto. Felizmente, Salomão conseguiu descobrir quem era a verdadeira mãe: claramente, aquela que demonstrou pesar pela vida da criança.

 

A postura maligna da mãe mentirosa mostra-nos a que grau de malícia e cobiça um coração invejoso pode chegar.

 

O que você pode fazer diferente: Como mãe, você precisa estar atenta para o perigo desses e outros males no meio da sua família. Busque constantemente instrução na Bíblia sagrada e permita que o seu coração seja purificado pela Palavra de Deus. Ore e vigie para que não aja movida por ganância nem inveja (Provérbios 4:23).

 

Apesar dessas mães não serem consideradas boas referências na vida de seus filhos, podemos aprender com o seu mau exemplo. Busque ajuda do Senhor para ser uma pessoa melhor. O propósito de Deus é moldar o caráter das mães e pais para que possam liderar bem e abençoar as suas famílias. Que você assuma uma postura de amor, de entrega, renúncia e dedicação na criação dos seus filhos, para que estes possam crescer integralmente, honrando e amando ao Senhor e aos seus pais.

 

Lembre-se: ser mãe é uma dádiva de Deus! É também um grande desafio para todas as mulheres que tem ou esperam ter um filho. Com graça de Deus, você poderá ser uma mãe melhor... Conte com a ajuda e orientação do Senhor e veja uma transformação na sua família!

 

sexta-feira, 10 de março de 2023

Nosso Deus é Fogo Consumidor: O Que Isto Significa?

Nosso Deus é fogo consumidor porque Ele é plenamente justo, puro e santo. Sua santidade jamais tolera o pecado e sua justiça exige a punição da transgressão de sua Lei. Essa verdade é um alerta para que sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor. Por isso o escritor de Hebreus escreve: “Porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hebreus 12:23).

 

Deus é fogo que consome

 

Em diversas ocasiões o fogo aparece na Bíblia relacionado diretamente a Deus; muitas vezes como símbolo de sua presença em algum aspecto. Foi assim na aliança de Deus com Abraão (Gênesis 15:17); na convocação de Moisés quando ele avistou uma sarça ardente (Êxodo 3:2); na coluna de fogo que acompanhava os israelitas (Êxodo 13:21); etc.

 

Sem dúvida a associação mais marcante do fogo com Deus no Antigo Testamento diz respeito a sua santidade. A santidade é um dos atributos morais de Deus. Ele é plenamente santo; Ele próprio é a fonte da verdadeira santidade. A Bíblia diz que dele não pode provir o mal. A santidade de Deus é tamanha que seus olhos não podem contemplar a iniquidade (Habacuque 1:13).

 

Tudo isso significa que o homem pecador não pode se aproximar de Deus de qualquer maneira. Quando Deus desceu em fogo no Monte Sinai, os israelitas foram avisados para não ultrapassarem certo limite; caso contrário, eles seriam destruídos (Êxodo 19:18-21). Quando Moisés subiu novamente no Sinai para receber a lei de Deus, a Bíblia diz que o aspecto da glória do Senhor era como um fogo consumidor (Êxodo 24:17).

 

Para apaziguar sua ira devido ao pecado do homem, o próprio Deus instituiu na Antiga Aliança um sistema sacrificial, cuja finalidade principal era expiatória. Deus separou sacerdotes que serviriam como representantes entre Ele e o povo. Esses sacerdotes cuidariam dos sacrifícios que deveriam ser oferecidos.

 

O fogo que ascendeu o altar onde eram oferecidos os sacrifícios foi enviado pelo próprio Deus. O livro de Levítico fala sobre como saiu fogo de diante de Deus e consumiu a oferta queimada (Levítico 9:24). Esse mesmo fogo, porém, logo depois também consumiu os filhos de Arão que ousaram trazer fogo estranho diante de Deus (Levítico 10:1-3).

 

O nosso Deus é fogo consumidor

 

Quando o escritor de Hebreus diz que Deus é fogo consumidor, ele faz uma citação de Deuteronômio 4:24. Nesse texto de Deuteronômio, Moisés prepara os israelitas para entrarem na Terra Prometida. Então ele exorta o povo à obediência e alerta acerca do perigo da idolatria. Moisés avisa que Deus não toleraria adoração dividida em Israel. Nesse contexto o escritor bíblico escreve: “Porque o Senhor, teu Deus, é fogo que consome, é Deus zeloso” (Deuteronômio 4:24).

 

Já no capítulo 12 da Carta aos Hebreus, o escritor neotestamentário fala sobre a necessidade de o cristão perseverar na fé. Ele diz que o crente deve imitar o exemplo de Cristo e exorta o redimido a viver de um modo que agrada a Deus. Nesse sentido, ele indica a necessidade indispensável da santificação. Por isso no próprio capítulo 12 está registrado o importante alerta: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).

 

Além disso, a superioridade de Cristo e de seu ministério messiânico é um tema central em Hebreus. Durante sua carta, o escritor estabelece muitos paralelos entre a Antiga e a Nova Aliança, com a finalidade de demonstrar o caráter superior, perfeito e definitivo da última.

 

Em Hebreus 12 ele mantém esse foco e fornece um contraste entre Sinai e Sião. O escritor fala sobre como aqueles que recusaram as advertências divinas na Antiga Aliança foram punidos. Em seguida, ele reflete sobre quão mais severo castigo é merecedor aqueles que rejeitam o Evangelho de Cristo.

 

Assim, ele conclui o capítulo dizendo que o cristão deve servir a Deus “de modo agradável, com reverência e santo temor”. O motivo disto é explicado imediatamente na sequência do texto: “Porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hebreus 12:28-29).

 

Isso significa que o verdadeiro cristão se aproxima de Deus da maneira correta. Ele compreende a grandeza da obra de Cristo e está ciente da santidade de Deus e de seu juízo inevitável contra aqueles que desprezam sua oferta de salvação por meio do seu Filho, Jesus.

 

O que significa dizer que “Deus é fogo consumidor”?

 

Parece que muitas pessoas não entendem o que realmente significa dizer que Deus é fogo consumidor. Muitas, inclusive, oram pedindo que Deus venha sobre elas como fogo consumidor. É cada vez mais comum ouvir pessoas pedindo para serem incendiadas e consumidas pelo fogo de Deus.

 

Como já foi dito, é verdade que existem diferentes sentidos do fogo relacionado a Deus na Bíblia. Uma das aplicações mais lembradas por todos, é aquela em que o fogo transmite a ideia de purificação (cf. Isaías 6). Há também aquele sentido que remete a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes (Atos 2).

 

No entanto, ainda assim a ideia do juízo divino está presente, inclusive no que diz respeito ao Pentecostes (cf. Joel 2:30-32; 1 Coríntios 14:21,22). Aqueles que são purificados, pela graça divina escapam de conhecer Deus como fogo consumidor.

 

João, o Batista, anunciou o ministério do Messias dizendo que Ele é Aquele quem batiza com Espírito Santo e com fogo (Mateus 3:11). Portanto, através do sangue de Cristo e do ministério do Espirito Santo, os crentes são purificados e santificados, enquanto os incrédulos impenitentes são merecedores do fogo do juízo de Deus.

 

Definitivamente a ideia de que devemos pedir que Deus venha como fogo consumidor sobre nós, é indefensável à luz das Escrituras. Como foi dito, Deus se manifesta na Bíblia como fogo consumidor por dois motivos principais: para consumir a oferta pelo pecado ou para consumir o pecador indigno, como no caso dos filhos de Arão.

 

Essa verdade também aponta para a grandiosa obra de Cristo. Se hoje Deus não vem como fogo consumidor sobre nós, é porque sua ira contra o pecado caiu sobre Cristo em seu sacrifício vicário. Em favor do seu povo, o Filho de Deus suportou a ira divina em todo seu ardor. Mas aqueles que rejeitam o sacrifício de Cristo, inevitavelmente tentam se aproximar de Deus com seus próprios pecados. Então no dia vindouro, o Deus santo e puro revelará sua justiça, e essas pessoas conhecerão verdadeiramente por que Deus é fogo consumidor.