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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

LIVRO DE JOSUÉ




Josué
Autor: Incerto (Josué)
Data: Cerca de 1400—1375 a.C.
Autor
O autor do Livro de Josué não pode ser determinado pelas Escrituras. O uso do pronome “nós” e “nos” (como em 5,6) sustenta a teoria de que o autor deve ter sido testemunha de alguns acontecimentos que ocorreram durante este período. Js 24,26 sugere que o autor de pelo menos grandes seções foi o próprio Josué.
Outras passagens, entretanto, não poderiam ter sido escrita por Josué. Sua morte é registrada no capítulo final (24,29-32). Vários outros acontecimentos que ocorreram após a sua morte são mencionados: A conquista de Hebrom por Calebe (14,6-15); a vitória de Otniel (15,13-17); e a migração para Dã (19,47). Passagens paralelas em Jz 1.10-16 e Jz 18 confirmam que esses acontecimentos ocorreram apos a morte de Josué.
É mais provável que o livro tenha sido composto em sua forma final por um escriba ou editor posterior, mas foi baseado em documentos escritos por Josué.
Data
O Livro de Js cobre cerca de vinte anos da história de Israel sob a liderança de Josué, assistente e sucessor de Moisés.
A data comumente aceita da morte de Josué é por volta de 1375 aC. Portanto, o livro engloba a história de Israel entre 1400 aC e 1375 Ac e é provável que tenha sido compilado pouco tempo depois.
Contexto Histórico
O livro começa nas vésperas da entrada de Israel em Canaã. Politicamente, Canaã se dividia em várias cidades-estados, cada uma com seu governo autocrático e todas hostis umas com as outras. Moralmente, as pessoas eram depravadas; a anarquia e a brutalidade eram comuns. A religião Cananéia enfatizava a fertilidade e o sexo, adoração da serpente e o sacrifício de crianças. O cenário estava estabelecido e a terra propícia para a conquista.
Em contrapartida, o povo de Israel estava sem pátria havia mais de quatrocentos anos (Gn 15,13). Eles tinham vivido em servidão aos Faraós egípcios e depois ficaram perambulando sem rumo no deserto por mais de quarenta anos. Entretanto, embora imperfeitamente, continuavam fiéis ao único e verdadeiro Deus e se apegavam à promessa que ele tinha feito ao antepassado deles, Abraão. Séculos antes, Deus havia prometido transformar Abraão e seus descendentes em uma grande nação e dar-lhes Canaã como pátria sob a condição de que eles continuassem fiéis e obedientes a ele (Gn 17). Agora, eles estavam prestes a vivenciar o cumprimento dessa promessa.
Conteúdo
O Livro de Josué é o sexto do AT e o primeiro de um grupo de livros chamado os Profetas Anteriores. Coletivamente, esses livros traçam o desenvolvimento do Reino de Deus na Terra Prometida até o cativeiro da Babilônia— Um período de cerca de novecentos anos. Josué narra o período da entrada de Israel em Canaã através da conquista, divisão e estabelecimento da Terra Prometida.
Cristo Revelado
Cristo é revelado no Livro de Js de três maneiras; por revelação direta, por modelos e por aspectos iluminantes de sua natureza.
Em 5.13-15, o Deus Triúno apareceu a Josué como o “príncipe do exercito do SENHOR” . Através de sua aparição, Josué teve certeza de que o próprio Deus era o responsável. Era tarefa de Josué, bem como nossa, seguir os planos do príncipe, além de conhecer o príncipe.
Um modelo é um símbolo, uma lição objetiva. Pode-se encontrar tipos em uma pessoa, em um ritual religioso e mesmo em um acontecimento histórico. O próprio Josué era um modelo de Cristo. Se nome, que significa ”Jeová é Salvação”, é um equivalente hebraico do grego “Jesus”. Josué guiou os israelitas até a possessão de sua herança prometida, bem como cristo nos leva à possessão da vida eterna.
O cordão de fio de escarlata na janela de Raabe (2,18.21) ilustra a obra de redenção de Cristo na cruz. O Pano cor de sangue pendurado na janela salvou Raabe e sua família da morte. Assim, Cristo também derramou seu sangue e foi pendurado na cruz para nos salvar da morte.
Um dos aspectos da natureza de Cristo revelada em Josué é o da promessa cumprida. No final de sua vida, Josué testemunhou: “nem uma só promessa caiu de todas as boas palavras que falou de vós o SENHOR, vosso Deus” (23,14). Deus, em sua graça e fidelidade, sustentou e preservou seu povo tirando-os do deserto e levando-o à Terra Prometida. Ele fará o mesmo por nós através de Cristo, que é a Promessa.
O Espírito Santo em Ação
Uma tendência constante da obra do ES flui através do Livro de Js. Inicialmente, sua presença surge em 1.5, quando Deus conhecendo a esmagadora tarefa de comandar a nação de Israel, forneceu a Josué a promessa de seu Espírito sempre presente.
O trabalho do Espírito Santo era o mesmo antes de agora: ele atrai as pessoas a um relacionamento de salvação com Cristo e realiza os propósitos do Pai. Seu objetivo em Josué, bem como no AT, era a salvação de Israel, pois, foi através dessa nação que Deus escolheu salvar o mundo (Is 63,7-9)
Várias características sobre a maneira como o Espírito opera podem ser vistas em Josué. A obra do Espírito Santo é contínua: “Não te deixarei nem te desampararei” (1,5). O Espírito Santo está comprometido a realizar a tarefa, independentemente de quanto tempo demore. Sua presença contínua é necessária para o sucesso do plano de Deus na vida dos homens. A obra do Espírito Santo é mútua: “Tão somente sê forte e mui corajoso para teres cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares” (1,7). Foi dito: “Sem ele, não podemos; sem nos ele não quer”. A cooperação com o Espírito Santo é essencial à vitória. Ele nos habilita a cumprir nosso chamado e a completar a tarefa ao nosso alcance. A obra do Espírito Santo é sobrenatural. A queda de Jericó foi obtida mediante a destruição milagrosa de seus muros (6,20). A vitória foi alcançada em Gibeão, quando o Espírito deteve o sol (10,12-13). Nenhuma obra de Deus, seja a libertação da servidão ou possessão da bênção, é realizada sem ajuda do Espírito.
Esboço de Josué
I. Preparação da herança 1.1-5.15
Mediante a escolha do líder do exército 1.1-18
1) Josué ouve o chamado 1.1-9
2) Josué dá o mandamento 1.10-15
3) Josué recebe estímulo 1.16-18
Mediante o preparo do exército para a batalha 2.1-5.15
1) Procurando a moral do inimigo 2.1-24
2) Posicionando o povo para a batalha 3.1-5.1
3) Fortalecendo as tropas para a guerra 5.2-12
4) Convencendo um líder a servir 5.13-15
II. Possuindo a herança 6.1-12.24
O território central 6.1-8.35
1) A obediência traz a conquista – Jericó 6.1-27
2) O pecado traz a derrota – Acã 7.1-26
3) O arrependimento traz a vitória – Ai 8.1-29
4) A lei traz a bênção – Monte Ebal e monte Gerizim 8.30-35
O território do Sul 9.1-10.43
1) O engano traz o cativeiro – Gibeonitas 9.1-27
2) Os milagres trazem a liberação – Amorreus 10.1-43
O território do Norte 11.1-15
Revisando os territórios conquistados 11.16—12.24
1) Os territórios 11.16-23
2) Os reis 12.1-24
III. Compartilhando a herança 13.1-22.34
Distribuindo a herança 13.1-21.45
1) Partes ainda não conquistadas 13.1-7
2) Partes para Ruben, Gade e Manassés 13.8-33
3) Dividindo as partes a oeste da Jordânia 14.1-5
4) Uma parte para Calebe 14.6-15
5) Uma parte para Judá 15.1-63
6) Uma parte para Efraim e Manassés 16.1-17.18
7) Partes para as tribos restantes 18.1-19.48
8) Uma parte para Josué 19.49-51
9) Cidades de refúgio e para os levitas 20.1-6.21.42
10) Epílogo 22.1-34
Discutindo o futuro 22.1-34
1) Uma benção para as tribos do Leste 22.1-9
2) Uma explicação para o altar 22.10-34
IV. O discurso final de Josué e sua morte 23.1—24.33
Josué aconselha os líderes 23.1-16
Josué desafia o povo 24.1-28
Josué morre 24.29-33

sábado, 22 de dezembro de 2018

O SONO DA ALMA



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O que acontece depois da morte? 

Embora os detalhes não sejam muitos, na Bíblia nós encontramos a informação sobre o que realmente acontece depois da morte. Quem estiver em Cristo vai estar com o Senhor, mas os que morrem em seus pecados vão para um lugar de sofrimento, separados de Deus, enquanto aguardam o Juízo Final.

A Bíblia nos diz que a nossa existência não consiste apenas em nossos corpos físicos, mas também em nossas almas. A morte é a separação entre corpo e alma, e não o fim da nossa existência. Para os que acreditam em Jesus, para os salvos, estas quatro coisas acontecem após a morte:

1) Vão estar na presença de Cristo: Sabemos que Jesus está agora assentado à direita de Deus no céu. O apóstolo Paulo afirmou que partir significava estar com o Senhor (“Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.


Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.Filipenses 1,23-24) e que era melhor estar ausente do corpo e presente com o Senhor (“Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (“Porque andamos por fé, e não por vista). Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. Pois que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes. 2 Coríntios 5,6-9). Jesus também deu a entender que depois da morte quem crê nele vai estar imediatamente com ele (“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso. Lucas 23,43).


2) Vão estar em um lugar de glória: Jesus chamou de “Paraíso” o lugar onde vamos habitar com ele (“Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. 2 Coríntios 5,8) e Paulo, como vimos acima, disse que será “muito melhor” estar com Jesus do que aqui (“Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Filipenses 1,23).

3) Vão continuar aguardando a ressurreição: Mesmo depois da morte, vamos continuar aguardando a ressurreição, quando receberemos corpos gloriosos (“E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Romanos 8,23) (“Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas. Filipenses 3,21).

4) Serão aperfeiçoados: Após a morte, os cristãos estão finalmente limpos de todo pecado e não mais vão pecar, passando a ser então perfeitos, nesse sentido (“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. Romanos 8,29) (“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.1 Tessalonicenses 5,23) (“Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Efésios 5,27).

Para os que não acreditam em Jesus:

Quem morre sem ter colocado fé em Jesus para perdão de seus pecados fica completa e eternamente separado de Deus e da sua graça e bênção. Segundo a Bíblia, o descrente entra em uma realidade dolorosa e cheia de sofrimento (Seol ou Hades – sepultura, cova inferno), enquanto aguarda o juízo final. Jesus fala sobre essa situação na parábola do homem rico e Lázaro, em Lucas 16,22-26 (E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.
E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.”. )

Na volta de Jesus e após o juízo final, o descrente (todo aquele cujo nome não se encontrar no Livro da Vida) será lançado no inferno, juntamente com a besta, o falso profeta, o diabo, a morte e o Hades (“E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. Apocalipse 19,20) (“E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. Apocalipse 20,10) (“E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo. Apocalipse 20,14-15). Muitos grupos religiosos, como os Adventistas do Sétimo Dia e as Testemunhas –de - Jeová, acreditam que quando o homem morre, ele fica inconsciente, não percebendo o que se passa ao seu redor.Para nós evangélicos, tirando algumas implicações, essa problemática doutrinária não é tão relevante – sono da alma ou imortalidade. Agora, para os Adventistas e Testemunhas –de - Jeová, devido às suas doutrinas exóticas, isso é realmente uma problemática. Para os Adventistas seria a questão da doutrina do Juízo Investigativo*, sem sono da alma essa doutrina fica irreparavelmente quebrada. Para as Testemunhas –de - Jeová é a questão da doutrina do paraíso na Terra, afinal a onde seria o paraíso?

Porém, a Bíblia não ensina a doutrina do “Aniquilacionismo”, vulgarmente chamada de “Sono da Alma”. O fato de que a alma dos cristãos vai imediatamente para a presença de Deus (“Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.Filipenses 1,23) mostra que a doutrina do sono da alma está equivocada. Essa doutrina ensina que quando os cristãos morrem, eles entram em um estado de inexistência e que voltarão à consciência somente quando Cristo voltar e ressuscitá-los para a vida eterna 

 As Escrituras quando falam da morte como “dormir”, trata-se apenas de uma metáfora usada para indicar que a morte é apenas temporária para os cristãos, como é temporário o sono. Isso é visto claramente, por exemplo, quando Jesus fala a seus discípulos sobre a morte de Lázaro – “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo” (Jó 11,11).

Devemos notar que Jesus não diz aqui que alma de Lázaro adormeceu, nem qualquer texto bíblico de fato afirma que a alma de alguém está dormindo ou inconsciente (declaração necessária para provar a doutrina do sono da alma). Em vez disso Jesus diz apenas que Lázaro adormeceu. João prossegue, explicando: “Mas Jesus falara da sua morte; eles, porém, entenderam que falava do repouso do sono.

“Então Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu” (“Jó 11,13-14). Os outros versículos que falam sobre dormir após a morte são igualmente metáforas que ensinam que a morte é temporária.

Já os textos que indicam que os mortos não louvam a Deus, ou que a atividade consciente cessa depois da morte, devem ser entendidos da perspectiva da vida nesse mundo. De nossa perspectiva, uma vez que a pessoa esteja morta, ela não se envolve mais com atividades como essas. Mas o Salmo 115 apresenta a perspectiva bíblica plena sobre essa posição.

O texto diz: “Os mortos não louvam o Senhor (na congregação aqui na terra), nem os que descem à região do silêncio” (parêntese nosso). Prossegue, porém, no próximo versículo com um contraste indicando que aqueles que crêem em Deus bendirão o Senhor para sempre: “Nós, porém, bendiremos o Senhor, desde agora e para sempre.” (Salmos 115,17-18).

A Bíblia mostra que as almas dos cristãos vão imediatamente à presença de Deus e desfrutam da comunhão com Ele ali (“Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. 2 Coríntios 5,8) (“Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Filipenses 1,23) (“À universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; Hebreus 12,23). Jesus não disse: “Hoje já não terás mais consciência de nada que esta acontecendo”, mas sim “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23,43).

Certamente o conceito de paraíso naquela época não era de existência inconsciente, mas sim de existência de grande bênção e de regozijo na presença de Deus. Paulo não disse: “Tenho o desejo de partir e ficar inconsciente por muito tempo”, mas sim “tenho o desejo de partis e estar com Cristo” (Filipenses 1,23) — e sem dúvida ele sabia que Cristo não era um Salvador inconsciente, adormecido, mas sim alguém que está vivo, ativo e reinando no céu.

Estar com Cristo era desfrutar a bênção da comunhão da sua presença, e é essa a razão por que partir e estar com ele era incomparavelmente melhor. Foi por isso que ele disse: “Preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” (2 Coríntios 5,8). Apocalipse 6,9-11 e Apocalipse 7,9-10 também mostram claramente as almas dos mortos que foram para o céu orando e adorando a Deus: “Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?”.

E eles foram vistos “em pé, diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Apocalipse 7,9-10).

Todos esses versículos negam a doutrina do “aniquilacionismo” ou “sono da alma”, pois deixam claro que a alma do cristão experimenta comunhão consciente com Deus no céu imediatamente após a morte.

“O Homem é uma alma que faz uso de um corpo. A alma se mantém em atividade e ultrapassa o corpo”. (Santo Agostinho).

Em Fim a Pergunta é: “O que a Bíblia diz sobre o sono da alma?”

Resposta: O conceito do “sono da alma” não é uma doutrina bíblica. Quando a Bíblia diz que uma pessoa está “dormindo” em relação à morte (Lucas 8,52; 1 Coríntios 15,6), não significa um “sono” literal. Dormir é só uma forma de descrever a morte porque um corpo morto aparenta estar dormindo. 

A Bíblia nos diz que no momento que morremos, somos levados ao céu ou ao inferno, dependendo de se colocamos nossa fé em Cristo para a nossa salvação. Para os Cristãos, estar ausente do corpo é estar presente com o Senhor (“Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (Porque andamos por fé, e não por vista). Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. 2 Coríntios 5,6-8; Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.Filipenses 1,23). 

Para os incrédulos, a morte significa punição eterna no inferno (“E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. Lucas 16,22-23). No momento que morremos, temos que encarar o julgamento de Deus (“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Hebreus 9,27). Até à ressurreição, no entanto, há um céu temporário chamado de “Paraíso” (“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso. Lucas 23,43; Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar. 2 Coríntios 12,4) e um inferno temporário chamado no grego de “Hades” (“E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. Apocalipse 1,18; E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.
E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. 20,13-14).
De certa forma, o corpo de uma pessoa está “dormindo” enquanto sua alma está no Paraíso ou Hades. Esse corpo então é “acordado” e transformado em um corpo eterno que essa pessoa possuirá por toda a eternidade.

Esses corpos eternos são o que possuiremos por toda a eternidade, quer estejamos no céu ou no inferno.

Aqueles que estavam no Paraíso serão enviados ao novo céu e nova terra (“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Apocalipse 21,1). Aqueles que estavam no Hades serão lançados no lago de fogo (“E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo. Apocalipse 20:11-15). Esses serão os dois destinos finais de todas as pessoas – baseado completamente em se aquela pessoa confiou apenas em Jesus Cristo para a salvação de seus pecados ou não.

Grupos atuais que defendem a doutrina do sono da alma são a Igreja Adventista do Sétimo Dia, as Testemunhas de Jeová, os Cristadelfianos e outros

Por: Marco Antônio Lana (Teólogo Bíblico)