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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Sangue na veia – A Bíblia proíbe a transfusão de sangue?


Sangue na veia – A Bíblia proíbe a transfusão de sangue?


Embora injeções de sangue animal em seres humanos já houvessem sido feitas no século 17, a primeira transfusão de sangue humano em seres humanos foi realizada em 1818, pelo médico inglês James Blundell. Tais experimentos foram, no entanto, de pouco êxito até a descoberta dos grupos sangüíneos, em 1900, pelo imunologista austríaco Karl Landsteiner. Como essas experiências começaram muitos séculos após o período bíblico, é óbvio que as Escrituras não tratam explicitamente do assunto.

O uso do sangue como alimento é proibido tanto no Antigo Testamento (Gn 9,4; Lv 3,17; 7,27; 17,10-14; 19,26) como no Novo Testamento (At 15,20.29; 21,25). Pesquisas científicas têm confirmado que o consumo oral de sangue não é conveniente pelo fato de ele ser indigesto, de fácil decomposição e um veículo não apenas de nutrientes mas também de impurezas prejudiciais ao aparelho digestivo.

Mas é interessante notarmos que o sangue de animais era vertido durante o Antigo Testamento como um símbolo do sangue de Cristo a ser derramado sobre o Calvário pela salvação da raça humana (ver Hb 9,11-28; I Jo 1,7).

Uma vez que apenas o uso do sangue como alimento é proibido nas Escrituras, e que o sangue era vertido vicariamente pela salvação espiritual dos pecadores, por que razão não poderíamos realizar transfusões de sangue para a salvação física das pessoas?

Sendo que nenhuma proibição é encontrada nas Escrituras à transfusão venal de sangue, cremos que esta pode e deve ser ministrada sempre que o propósito seja salvar vidas. A recusa de ministrá-la a alguém que a necessite é uma transgressão direta tanto (1) do princípio de preservação da vida, enunciado através do mandamento “Não matarás” (Êx 20,13), como (2) do amor cristão, expresso na declaração de Cristo: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15,13).

#MarcoAntonioLana 

domingo, 25 de agosto de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 04 – A EVIDENCIA DOS EVANGELHOS



JESUS CRISTO - LIÇÃO 04 – A EVIDENCIA DOS EVANGELHOS

“Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14,9).

Jesus Cristo é verdadeiro Deus e não apenas um homem extraordinário que revolucionou o mundo e deixou sua marca como o maior de todos.

A deidade de Cristo é fundamento sólido do cristianismo e desafio constante à verdadeira fé.

Seitas heréticas têm surgido, desde os tempos remotos da Igreja, ensinando o contrário à doutrina apostólica. O gnosticismo tem sido uma erva daninha nascida desde os primórdios do cristianismo, que vem semeando heresias e falsas doutrinas, principalmente no aspecto da divindade do Senhor. Ainda hoje, o “campo de Deus” tem recebido essa semente maligna que tem crescido como joio em meio ao trigo da fé e da crença. A Heresia gnóstica tem minado o coração de muitos, pelas vastas literaturas esotéricas dos Kardecistas e dos russelitas, chamados falsamente  “Testemunhas de Jeová”.

Jesus é Deus da mesma essência e natureza do Pai. Ele é pleno de divindade e não devemos ser enganados com filosofias e sutilezas humanas – “Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” (Cl 2,8-9).

Se o Senhor Jesus fosse apenas um homem em especial de quem um anjo ou “aeon” apossou-se no batismo, abandonando-O na cruz, como dizem os gnósticos, o cristianismo bíblico seria incoerente e falso; vã seria nossa fé e o sangue dos mártires desde os tempos passados  teria sido derramado inutilmente.

Sua formosura divinal é descrita poeticamente num verso – “Nem os lírios dos vales da Judéia, em seu cântico suave de epopéia, têm a graça e o fascínio de Jesus”.

I – O TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA – (Jo 1,15-36).

João Batista, precursor de Jesus, testemunhou  do Messias aos judeus com verdades profundas e claras – “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim, passou adiante de mim; porque antes de mim ele já existia.” (Jo 1,15). Inferimos desta e de outras declarações de João que Jesus é Deus:

1 – Deus eterno –  “...já existia antes de mim” (Jo1,15.30). sabemos que João nasceu fisicamente antes de Jesus, portanto tinha mais idade que ele; não se trata de nascimento humano. Ver Is 9,1-7.

2 – Deus unigênito – “O Deus unigênito, que está no seio do Pai.” (Jo 1,18). Há duas pessoas aqui distintas, que são chamadas de “Deus” – o Pai e o Filho – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,6). Sabemos que não há dois deuses; a Bíblia contraria a idéia de deuses – “Não terás outros deuses diante de mim.” (Ex 20.3).

3 – Deus excelso, pleno e gracioso – “Pois todos nós recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. (Jo 1.16-17). Mostra que João tinha convicção que Jesus é Deus – “aquele que vem depois de mim, de quem eu não sou digno de desatar a correia da alparca (sandália) .” (Jo 1,27).

4 – Deus é Senhor – “Endiretai o caminho do Senhor” (Is 40,3-5). Já era previsto que João viria antes de Cristo, para que a nação de Israel se preparasse para aclama-lO como o Messias prometido.

5 – Deus Perdoador – “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (Jo 1,29). Quando Jesus recebeu aquele paralítico, descido à sua presença por uma abertura do telhado, antes da cura dele disse – “Filho, perdoados são os teus pecados.” (Mc 2.5). Os escribas entendiam que só Deus pode perdoar pecados, julgaram estas palavras como se fossem blasfêmia – “Por que fala assim este homem? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão um só, que é Deus?” (Mc 2,7). Arrazoavam deles. Jesus demonstrou-lhes que é  que é Deus confirmando o perdão concedido com a cura daquele homem – “Mas Jesus logo percebeu em seu espírito que eles assim arrazoavam dentro de si, e perguntou-lhes: Por que arrazoais desse modo em vossos corações? Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Perdoados são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito, e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados ( disse ao paralítico ), a ti te digo, levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa. Então ele se levantou e, tomando logo o leito, saiu à vista de todos; de modo que todos pasmavam e glorificavam a Deus, dizendo: Nunca vimos coisa semelhante. (Mc 2,8-12).

II – O TESTEMUNHO DA RESSURREIÇÃO (EVIDENCIAS).

A ressurreição de Jesus faz a diferença entre a fé cristã e as demais crenças do mundo. Temos um Cristo do qual não se encontraram no túmulo seus restos mortais. Os anjos disseram as mulheres que foram ver o sepulcro onde puseram seu corpo – “Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia.” (Mt 28,6).
Vejamos algumas evidencias da sua deidade pela ressurreição.

1 – Sua autoridade era divina – “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.” (Mt 28,18).

Jesus declara neste versículo que toda  a autoridade lhe foi dada no céu e na terra.

  1. Ele tem autoridade sobre a morte e por isso ressuscitou a si mesmo e ressuscitará o crente pelo seu poder – “Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la.”(Jo 10,18).
  2. Ele tem autoridade sobre os demônios com seu líder Satanás (Mc 5,1-13). Sem a permissão do Senhor o inimigo não pode tocar em um fio de nossos cabelos.
  3. Ele tem autoridade para salvar“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles.” (Hb 7,25).





2 – Sua autoridade é reconhecida com adoração – “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20,28).

Os discípulos estavam cheios de duvidas e medo, após a morte de Cristo. Foram as evidencias bíblicas do seu aparecimento como Senhor ressuscitado que os fizeram confirmar sua divindade e adora-lO.

Tomé claramente O chama - “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20,28). Lucas diz que os onze e outros com eles o adoraram - E, depois de o adorarem, voltaram com grande júbilo para Jerusalém.” (Lc 24,52).

II – O TESTEMUNHO OU DECLARAÇÃO DE JOÃO, O APÓTOLO – (Jo 20,30-31; 21,24-25; 1,1-14).

O Espírito Santo inspirou João para testemunhar, nos seus escritos sagrados, a pessoa de Jesus e Sua divindade. No fim do seu evangelho, João declara com beleza impar fatos e feitos gloriosos sobre o Cristo vivo. Diz ele – “Jesus, na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais que não estão escritos neste livro.” (Jo 20,30). Sabemos  que o ministério de Jesus foi realizado durante três anos e nele o Senhor fez maravilhas e sinais inumeráveis mais do que outro qualquer – “E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem.” (Jo 21,25). Pelas declarações do apostolo podemos  deduzir que Ele era mais do que um homem.

1 – Os feitos e sinais de Jesus mostram sua divindade.

João diz que no seu tempo os livros não podiam conter os relatos das obras do Senhor – (Jo 21,25).

Em alguns desses feitos Jesus foi adorado como Deus, e não repreendeu os que assim o fizeram, como no caso da mulher Cananéia -  “Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me.” (Mt 15,25).

2 – A encarnação do Verbo comprova a divindade de Jesus – (Jo 1,1-18).

João faz declarações extraordinárias sobra a humanização do Divino Verbo, tema este que é comprovado por fatos testemunhados pelo apóstolo – “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.” (Jo 1,1-2).

Tanta coerência é mostrada pela harmonia dos textos do Evangelho e da Epistola que a conclusão mais lógica é esta – O Logos é o Deus humanizado que tabernaculou conosco – “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo 1,14). “Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou.” (1Jo 5,9).

Inferimos pelas declarações do apóstolo que Jesus deu:

A – Deus pré-existente. (Jo 1,1-2) – “O Logos é o Ser cuja existência transcende o tempo. Sua preexistência eterna é implícita” (Novo Comentário da Bíblia – F Davidson). “Ele estava com Deus e era Deus”.

B – Deus Criador. (Jo 1,3-5) – “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (v. 3). Ele tem poder e direito sobre as coisas criadas, pois as fez – “o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele  é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas.” (Cl 1,15-17). “Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Rm 11,36).

C – Deus luz. (Jo 1,4-5.9) – A respeito de João Batista, a Bíblia diz que ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz – “Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.” (Jo 1,8). De Jesus esta declarado que é luz inextinguível e inconquistável – “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.” (vs. 4-5). Ele é a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina espiritualmente a todo homem (v9). Veja também Jo 8,12; Sl 36,9; 1Jo 1,5-7.

D – Deus da história. (Jo 1,10-15) – Jesus – a luz do mundo, o criador de tudo “revelou-se historicamente ao seu próprio povo, Israel, que não o recebeu” (Novo Comentário da Bíblia). “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (v11). Os judeus o rejeitaram, quando deviam aclama-lo como Messias da história, e ainda hoje podemos concluir que sofrem as conseqüências de tamanha ingratidão.

O versículo 12 mostra-nos a graça de Deus para aqueles que O recebem como Salvador; eles são feitos filhos de Deus pelo poder regenerador do Espírito Santo – “não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo.” (Tt 3,5). O Deus da historia se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. Jo testemunha ainda – “...e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo1,14b). A glória do Senhor (Ex 40,34-38) foi vista por João, Pedro e Tiago, no mente santo, com majestade e poder, como no tempo de Moisés mas na pessoa do Deus humanizado é acompanhada ainda de graça e verdade.

CONCLUINDO


Creio que no final deste, todos nós teremos uma convicção mais aguçada e mais abrangente da doutrina sobre a deidade de Jesus. Isto deve fazer-nos mais encorajados e mais fortes na batalhada fé “que de uma vez para sempre foi entregue aos santos.” (Jd 3).

Há também o lado pratico da doutrina que deve nos estimular a uma vida cristocêntrica, onde nossas propriedades devem estar sob a vontade daquele que é Deus e Senhor  no céu e na terra. Aquele  que diz “toda autoridade me foi dada”. É o mesmo que ordena “ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações...”, e ainda interroga “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?”

Obedecia ao nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus é o grande desafio da Igreja!


sábado, 24 de agosto de 2013

LITURGIA DA PALAVRA - DIA 25 DE AGOSTO - DOMINGO



LITURGIA DA PALAVRA - DIA 25 DE AGOSTO - DOMINGO

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – I SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona da entrada: Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me; salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).
Oração do dia
Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Isaías 66,18-21)
Leitura do livro do profeta Isaías.
66 18 E virei para reunir os homens de todas as nações e de todas as línguas; todos virão e verão minha glória.
19 Executarei no meio deles um prodígio e enviarei às nações aqueles dentre eles que tiverem escapado (a Társis, Put e Lud, Mosoc e Ros, Tubal e Javã), às ilhas longínquas que nunca ouviram falar de mim e não viram minha glória; eles farão conhecer às nações a minha glória.
20 De cada uma das nações trarão todos os vossos irmãos como oferenda ao Senhor, a cavalo, em carros, em liteiras, em lombo de mulas e de dromedários, ao meu monte santo, a Jerusalém, diz o Senhor, tal como os filhos de Israel trazem sua oferenda em vasos purificados à casa do Senhor.
21 Escolherei mesmo entre eles sacerdotes e levitas, diz o Senhor.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 116/117
Proclamai o Evangelho a toda criatura! 

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,
povos todos, festejai-o!

Pois comprovado é seu amor para conosco,
para sempre ele é fiel!
Leitura (Hebreus 12,5-7.11-13)
Leitura da carta aos Hebreus.
12 5 Estais esquecidos da palavra de animação que vos é dirigida como a filhos: “Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes, quando repreendido por ele;
6 pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho”.
7 Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige?
11 E verdade que toda correção parece, de momento, antes motivo de pesar que de alegria. Mais tarde, porém, granjeia aos que por ela se exercitaram o melhor fruto de justiça e de paz.
12 Levantai, pois, vossas mãos fatigadas e vossos joelhos trêmulos (Is 35,3).
13 Dirigi os vossos passos pelo caminho certo. Os que claudicam tornem ao bom caminho e não se desviem.
Palavra do Senhor.
Evangelho (Lucas 13,22-30)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém chega ao Pai senão por mim (Jo 14,6). 


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
13 22 Sempre em caminho para Jerusalém, Jesus ia atravessando cidades e aldeias e nelas ensinava.
23 Alguém lhe perguntou: “Senhor, são poucos os homens que se salvam?” Ele respondeu:
24 “Procurai entrar pela porta estreita; porque, digo-vos, muitos procurarão entrar e não o conseguirão.
25 Quando o pai de família tiver entrado e fechado a porta, e vós, de fora, começardes a bater à porta, dizendo: ‘Senhor, Senhor, abre-nos’, ele responderá: ‘Digo-vos que não sei de onde sois’.
26 Direis então: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste em nossas praças’.
27 Ele, porém, vos dirá: ‘Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós que sois malfeitores’.
28 Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes lançados para fora.
29 Virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus.
30 Há últimos que serão os primeiros, e há primeiros que serão os últimos”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
A PORTA ESTREITA DO REINO 
A resposta de Jesus à pergunta do desconhecido revelou ser irrelevante a preocupação com o número das pessoas que irão se salvar. Importante mesmo é decidir-se a trilhar os caminhos do Reino, apesar de suas exigências. É o que Jesus chama de "entrar pela porta estreita". Como isto, afirma-se que a salvação é obtida mediante a renúncia das comodidades e conveniências, para abraçar a causa do Reino, sem querer fazer-lhe adaptações. Trata-se de cumprir a vontade de Deus, submetendo-se fielmente a ela.
Muitos ficarão decepcionados, por ocasião do encontro com o Senhor. Seguros de terem direito à salvação, ver-se-ão fadados à condenação. Como é possível alguém se condenar, se "comeu e bebeu na presença do Senhor" (referência à participação na Eucaristia), e o ouviu pregar em suas praças (alusão ao discipulado cristão)?
Tudo isto não basta para se obter a salvação, se não chega a provocar uma sincera conversão. Pensando ser verdadeiros discípulos, muitos cristãos, na verdade, praticam a iniqüidade. Seu modo de proceder não corresponde ao de um autêntico discípulo do Reino. Donde a frustração de se verem condenados a viver longe do Senhor.
Por conseguinte, a salvação se alcança por meio da vivência diuturna dos valores do Reino, embora nos custem. É desastrosa a meta da porta larga das conveniências pessoais.

Oração
Espírito de abnegação, torna-me incansável no esforço de entrar pela porta estreita do Reino, dispondo-me a abrir mão de minhas conveniências e intere
sses pessoais. 

domingo, 18 de agosto de 2013

JESUS CRISTO - 03 – AS LIMITAÇÕES DE JESUS



03 – AS LIMITAÇÕES DE JESUS

“Então lhes disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo.” (Mt 26,38).

Pode parecer-nos estranho, até mesmo uma blasfêmia, a simples hipótese de que o nosso Senhor Jesus Cristo, que é eternamente Deus, tenha experimentado fraquezas e limitações quando esteve na terra como homem. Mas o fato é que, ao assumir identidade humana, ele se identificou conosco de tal maneira que, inevitavelmente, vivenciou as limitações peculiares à humanidade. Isso não implica que Jesus tenha sido imperfeito (nem como homem, nem como Deus) ou que tenha perdido seus atributos divinos. O que acontece é que Jesus voluntariamente “esvaziou-se”  de poder e glória, passando a depender em quase tudo da orientação do Pai e da capacitação do Espírito Santo.

Jesus Cristo, enquanto homem, teve de aprender tudo aquilo que é necessário para se tornar pessoa normal, madura e equilibrada. E nesse processo de desenvolvimento experimentou todas as dificuldades que um aprendizado acarretam – “...ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu.” (Hb 5,8).

Procuraremos entender melhor a que ponte Ele teve de se humilhar a fim de nos resgatar. E esperamos que essa compreensão fortaleça ainda mais a nossa fé e submissão irrestrita àquele que tanto nos amou.

I – JESUS EXPERIMENTOU LIMITAÇÕES FÍSICAS.

Olhando para o que a Bíblia diz sobre a vida de Jesus , descobrimos muitos argumentos que comprovam sua perfeita humanidade, embora também fosse plenamente Deus. Sendo ele ser humano, estava sujeito às mesmas limitações próprias de nossa natureza.

1 – Seu organismo era limitado.

Embora tenha sido concebido de maneira sobrenatural, a verdade é que sem os nutrientes e o oxigênio recebidos de sua mãe na fase pré-natal, certamente teria perecido (morto). Depois de nascido, precisou de leite, papinha, fruta e etc... como qualquer bebê humano. Precisou de cuidados especiais, de higiene, remédio, agasalho. Ele estava sujeito a se desidratar, ferir, intoxicar, porque seu organismo era absolutamente normal.

2 – Seu corpo era limitado.

Jesus atravessou todas as etapas de desenvolvimento pelas quais passamos. Lucas diz: “E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.”  (Lc 2,52). O fato de sabermos que ele crescia em estatura confirma que seu corpo precisou de se desenvolver, como o de qualquer pessoa. Ele não veio como um “Super-Homem”  à prova de balas. Jesus veio num corpo mortal, precisou ser cuidadoso enquanto manuseava as ferramentas na carpintaria – “Não é este o carpinteiro,” (Mc 6,3) – pois seu corpo poderia ferir tal como acontece conosco – “Porque isto aconteceu para que se cumprisse a escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado.” (Jo 19,36). O sangue derramado no flagelo e na crucificação é a maior prova dessa vulnerabilidade.

Há também aqui dois pontos a considerar, pois se de um lado Jesus diz que seus opositores “tirar-lhe-ão a vida” (Lc 18,33), por outro lado ele também afirma que ninguém a tira, mas, sim, que ele espontaneamente a entrega – “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.” (Jo 10,17-18). A divindade nos desfez a humanidade, nem a humanidade enfraqueceu sua divindade.

3 – Sua resistência era limitada.

Jesus ficava cansado – “achava-se ali o poço de Jacó. Jesus, pois, cansado da viagem, sentou-se assim junto do poço; era cerca da hora sexta.” (Jo4,6), sentia sono – “ele, porém, estava dormindo.” (Mt 8,24), sentia fome e fraqueza – “E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome.” (Mt 4,2), sentia sede – “Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.” (Jo 4,7), sentia dor – “Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta.” (Hb 13,12). Deus tornou-se homem e, na limitação de seu corpo humano, não suportou o tratamento desumano a que foi submetido. Seus órgãos entraram em colapso, e Jesus morreu – “De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito.” (Mt 27,50).

Paulo seguiu o exemplo de Jesus quando disse: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte.” (2Cor 12,10).

II – JESUS EXPERIMENTOU LIMITAÇÕES INTELECTUAIS.

É bom esclarecermos algo sobre as duas naturezas de Cristo antes de avançarmos, pois é certo que tanto a plenitude da humanidade como a plenitude da divindade estavam presentes na pessoa de Cristo. Estas duas naturezas não estão misturadas nem confundidas de maneira a formar uma terceira natureza, que não é uma nem outra. Pelo contrario, cada uma das naturezas reteve suas próprias características sem mudanças; de modo que em Cristo há inteligência e vontade finitas (natureza humana) e inteligência e vontade infinitas (natureza divina).

Em conseqüência dessa união  de duas naturezas tão distintas, podemos conceber a idéia de que a um só tempo Jesus Cristo foi mortal e imortal, finito e infinito, nascido no tempo e existente desde a eternidade, criatura e Criador, menor que Deus e igual a Deus, limitado e onisciente.

Tendo isso em mente é que analisaremos as limitações experimentadas por Cristo em sua natureza humana.

1 – Conhecimento limitado.

Se por um lado é verdade que Jesus demonstrava um conhecimento extraordinário para os padrões da época, é verdade também que, por vontade própria consentiu que a encarnação lhe privasse do absoluto conhecimento de todas as coisas. Ele conhecia o passado, o presente  e o futuro em grau não permitido a seres humanos comuns. Sabia por exemplo que Lazaro havia morrido – “Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.” (Jo 11,11); que a mulher samaritana tivera cinco maridos, antes do amante com quem vivia – “...porque cinco maridos tiveste, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade.” (Jo 4,18); conhecia os pensamentos dos amigos – “Mas Jesus, percebendo o pensamento de seus corações,...” (Lc 9,47) e dos inimigos – “Mas ele, conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao homem que tinha a mão atrofiada: Levanta-te, e fica em pé aqui no meio.” (Lc 6,8). Mas  que ao esvaziar-se de sua onisciência sujeitou-se até mesmo a uma capacidade intelectual limitada. Jesus mesmo admitiu (como homem) que não sabia de tudo – “Quanto, porém, ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu nem o Filho, senão o Pai.” (Mc 13,32). Também o vemos perguntando coisas que seriam desnecessárias se gozasse da plenitude de sua onisciência, porque parcialmente, pelo menos, há mostras de onisciência – “Há quanto tempo sucede-lhe isto?” (Mc 9,21).

2 – Aprendizado limitado.

Ele não nasceu conhecendo tudo, nem aprendeu tudo de uma só vez. Jesus (como criança) precisou aprender uma coisa de cada vez. O fato de ter crescido em sabedoria – (Lc 2,52) significa que lhe passou por um processo de aprendizado normal, assim como todas as crianças – aprendeu a comer, a falar, a andar, a ler e a escrever, a ser obediente aos pais – “...ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu.” (Hb 5,8).

III – JESUS EXPERIMENTOU LIMITAÇÕES EMOCIONAIS.

Ainda que exercesse pleno domínio de suas emoções, Jesus estava exposto à instabilidade humana, que tantas às vezes nos causa transtornos. A diferença é que ele, na força do Espírito Santo , procurava sempre a manter o auto-controle de suas emoções, a fim de não cair em pecado ou desviar-se de seus objetivos.

1 – Jesus sentia tristeza – “E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.” (Mt 26,37).

2 – Jesus sentia alegria – “Estas coisas vos tenho dito, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.” (Jo 15,11).

3 – Jesus se angustiava – “E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que caíam sobre o chão.” (Lc 22,44)

4 – Jesus ficava irritado – “Então Jesus entrou no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores.” (Mt 21,12-13).

5 – Jesus ficava comovido – “Jesus, pois, quando a viu chorar, e chorarem também os judeus que com ela vinham, comoveu-se em espírito, e perturbou-se. Jesus, pois, comovendo-se outra vez, profundamente, foi ao sepulcro; era uma gruta, e tinha uma pedra posta sobre ela.” (Jo 11,33.38).

6 – Jesus ficava preocupado – “Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo.” (Lc 22,31).

7 – Jesus ficava admirado – “E admirou-se da incredulidade deles. Em seguida percorria as aldeias circunvizinhas, ensinando.” (Mc 6,6).

8 – Jesus sentia compaixão – “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque andavam desgarradas e errantes, como ovelhas que não têm pastor.” (Mt 9,36).
IV – JESUS EXPERIMENTOU LIMITAÇÕES ESPIRITUAIS.

Como dissemos no inicio deste, poderá parecer estranho a simples hipótese de que Jesus tenha experimentado algumas limitações em decorrência da encarnação, mas a verdade declarada  nas Escrituras é que Jesus, deliberadamente, assumiu todas as limitações que um ser humano vivencia (física, emocional, intelectual e até espiritual) a fim de uma prefeita identificação conosco não obra que se propôs a fazer.

Embora tenha, por vontade própria, abdicado da manifestação de seus atributos divinos, como o propósito de tornar-se um de nós, Jesus ainda permaneceu plenamente Deus, sem nenhuma limitação, no entanto, ao assumir o papel de criatura submeteu-se a restrições nunca antes experimentadas pelo Criador. Na encarnação, Jesus colocou-se, de corpo e alma, sob a autoridade do Pai, tornando-se dependente dele tal qual foi planejado para os remidos do SENHOR. Vamos explicar melhor.

1 – Jesus (como homem) precisou cultivar sua “vida religiosa”.

Apesar de ser filho de Deus e ainda no ventre materno ter sido reconhecido como Deus – “Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo, e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre! E donde me provém isto, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? (Lc 1,41-43), desde a infância buscou desenvolver seu relacionamento com o Pai – “E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.” (lc 2,52). Ele participava de cultos na sinagoga e o fazia regularmente – “Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.” (Lc 4,16). Sua vida devocional era uma indicação clara da dependência humana do Pai. Jesus orava com regularidade – “Mas ele se retirava para os desertos, e ali orava.” (Lc 5,16), com intensidade – “E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que caíam sobre o chão. (Lc 22,44), às vezes por longos períodos, buscando sempre a direção nas escolhas e decisões que iria tomar – “Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar; e passou a noite toda em oração a Deus.” (Lc 6,12).

2 – Jesus buscou forças no Pai a fim de suportar as provocações.

Hebreus revela que Ele foi tentado - “...porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.” (Hb4,15b). É evidente que Jesus, por causa de sua limitação humana. Se sentia dependente do Pai até mesmo para resistir aos ataques do maligno nas horas de tentação – “...e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal. [Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém.]” (Mt 6,13); nos momentos de angustia – “E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. Retirando-se mais uma vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.” (Mt 26,39.42). Por outro lado, é verdade também que Satanás temia a pessoa divina de Cristo – “E veio espanto sobre todos, e falavam entre si, perguntando uns aos outros: Que palavra é esta, pois com autoridade e poder ordena aos espíritos imundos, e eles saem?” (Lc 4,36).

CONCLUINDO


Na encarnação, por amor de nós, Cristo se limitou, cumprindo o ministério a Ele entregue pelo Pai na força, no poder e na capacitação concedidas por Deus e Pelo Espírito Santo. Tudo que Ele fez, o fez nas limitações de Sua humanidade, a fim de demonstrar-nos o caminho da vitória, que podemos trilhar mesmo com nossas limitações, se nos submetermos inteiramente ao poder divino – “Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê em mim, esse também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para o Pai.” (Jo 14,12). O Ser espiritual se tornou humano, para que o Ser humano pudesse se tornar espiritual. O Filho de Deus se tornou “Filho do Homem” para que os filhos dos homens pudessem se tornar “filhos de Deus”.


“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.” (1Pd 1,3).

sábado, 17 de agosto de 2013

LITURGIA DA PALAVRA - DIA 18 DE AGOSTO - DOMINGO



DIA 18 DE AGOSTO - DOMINGO

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE)

Antífona da entrada: Grande sinal apareceu no céu: uma mulher que tem o sol por manto, a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça (Ap 12,1).

Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu, em corpo e alma, a imaculada virgem Maria, mãe do vosso filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Apocalipse 11,19;12,1.3-6.10)

Leitura do livro do Apocalipse.
11 19 Abriu-se o templo de Deus no céu e apareceu, no seu templo, a arca do seu testamento. Houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e forte saraiva.
12 1 Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas.
3 Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas.
4 Varria com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as atirou à terra. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho.
5 Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono.
6 A Mulher fugiu então para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um retiro para aí ser sustentada por mil duzentos e sessenta dias.
10 Eu ouvi no céu uma voz forte que dizia: Agora chegou a salvação, o poder e a realeza de nosso Deus, assim como a autoridade de seu Cristo, porque foi precipitado o acusador de nossos irmãos, que os acusava, dia e noite, diante do nosso Deus.
Palavra do Senhor.

Salmo responsorial 44/45

À vossa direita se encontra a rainha
com veste esplendente de ouro de Ofir.

As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
e à vossa direita se encontra a rainha
com veste esplendente de ouro de Ofir.

Escutai, minha filha, olhai, ouvi, isto:
“Esquecei vosso povo e a casa paterna!
Que o rei se encante com vossa beleza!
Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!

Entre cantos de festa e com grande alegria,
ingressam, então, no palácio real”.

Leitura (1 Coríntios 15,20-27)

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
Irmãos, 15 20 Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram!
21 Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos.
22 Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão.
23 Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de sua vinda.
24 Depois, virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação.
25 Porque é necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés.
26 O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos seus pés.
27 Mas, quando ele disser que tudo lhe está sujeito, claro é que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas.
Palavra do Senhor.

Evangelho (Lucas 1,39-56)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Maria é elevada ao céu, alegram-se os coros dos anjos.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 39 Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.
40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
41 Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42 E exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
43 Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?
44 Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.
45 Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”
46 E Maria disse: “Minha alma glorifica ao Senhor,
47 meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
48 porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
49 porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
50 Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
51 Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
52 Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
53 Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
54 Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
55 conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.
56 Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa”.
Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

A GLORIFICAÇÃO DE MARIAA festa da assunção de Nossa Senhora leva-nos a repensar todo o seu peregrinar neste nosso mundo, pois se trata de celebrar o desfecho de sua caminhada. O fim da existência terrena de Maria consistiu na plenificação de todos os seus anseios de mulher de fé e disponível para servir. A expressão “repleta de graça”, dita pelo anjo, encontrou sua expressão consumada na exaltação dela junto de Deus.
A estreita conexão entre a existência terrena de Maria e a sua sorte eterna foi percebida desde cedo pela comunidade cristã, apesar de a Bíblia não contar os detalhes de sua vida e de sua morte. A comunidade deu-se conta de que Deus assumiu e transformou toda a sua história, suas ações e seu corpo.
O relato evangélico é um pequeno retrato de Maria. Sua condição de mãe do Messias, o “Senhor” esperado pelo povo, proveio da profunda comunhão com Deus e da disponibilidade total em fazer-se sua servidora. Expressou sua fé no canto de louvor – o Magnificat –, no qual proclamou as maravilhas do Deus e as grandezas de seus feitos em favor dos fracos e pequeninos.
A comunhão com Deus desdobrava-se, na vida de Maria, na sua disponibilidade a servir o próximo. A ajuda prestada à prima Isabel é uma pequena amostra do que era a Mãe de Deus no seu dia-a-dia.
Assunta ao céu, Maria experimentou, em plenitude, a comunhão vivida na Terra.

Oração
Pai, conduze-me pelos caminhos de Maria, tua fiel servidora, cuja vida se consumou, sendo exaltada por ti. Que, como Maria, eu saiba me preparar para a comunhão plena contigo.

domingo, 11 de agosto de 2013

JESUS CRISTO - LIÇÃO 02 – A VIDA NORMAL DE JESUS.




LIÇÃO 02 – A VIDA NORMAL DE JESUS.

“E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.” (Lc 2,52)

Eis o fato mais surpreendente, extraordinário e maravilhoso em toda a história da humanidade: Jesus Cristo, o Filho de Deus, a segunda Pessoa da Trindade, Se fez um de nós. Ele, que vive desde a eternidade e por meio do qual todas as coisas foram criadas (Jo 1,1-3). Ele, que é eterno, soberano e glorioso de Deus, reinando sobre todo o Universo, na companhia do Pai e do Espírito. Ele que é a fonte da vida, o Criador, decidiu tornar-Se “criatura” a fim de resgatar Sua obra danificada pelo pecado – o ser humano.

Como ser humano, Jesus viveu normalmente como qualquer outro homem (embora sem pecado). É este aspecto da pessoa do Salvador que vamos estudar agora.

I – ENTRANDO NO CURSO DA HISTÓRIA.

O início do NT nos apresenta a genealogia de Jesus, desde Abraão. Sabemos que todas a Escritura é útil. Assim, que ensinamentos podemos extrair desse trecho da Palavra de Deus?

1 – A genealogia de Jesus confirma ser Ele o “Rei Prometido”, uma vez que era “Filho de Davi”.

Aqui Jesus demonstra possuir as qualificações do Messias, tanto no plano espiritual como na descendência humana de Davi.

2 – A genealogia de Jesus constata que Deus sempre cumpre suas promessas.

Jesus é apresentado como descendente (humano) prometido a Abraão – “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.” (Mt 1,1), que viria abençoar todas as famílias da terra – “...e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz.” (Gn 22,18).

3 – A genealogia de Jesus evidencia quão grande é a misericórdia e a compaixão de nosso Senhor Jesus Cristo.

“...sendo rico, por amor de vós se fez pobre.” (2Cor 8,9) e abrindo mão de sua glória foi capaz de se humilhar e habitar entre nós – “...tornando-se semelhante aos homens.” (fl 2,7).

4 – A genealogia de Jesus identifica Cristo conosco.

Ele não apenas se tornou humano, mas também viveu como um de nós. Jesus teve mãe e pai (adotado), tios, primos, avós, e para os evangelhos (protestantes) teve também irmãos e irmãs – “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? e não estão aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se dele.” (Mc 6,3). Na linguagem bíblica, “irmão” é muito usado em lugar de primo, sobrinho, tio, parente. Por ex. em Gn 13,8 Abrão diz a Ló: “somos irmãos” – enquanto que em Gn 11,27-31 consta claramente que Ló era filho de Aran – irmão de Abraão, portanto seu sobrinho.

II – INTERFERINDO NO CURSO DA HISTÓRIA.

O Filho de Deus deixou a glória junto ao Pai e entrou no âmbito humano. Encarnado, realizou a obra  para qual foi destinado, obedientemente.

Tendo Jesus sido concebido de forma miraculosa, como podemos ter certeza de que ele era de fato um verdadeiro ser humano?

  • Primeiro argumento: Jesus nasceu.

Ele não desceu do céu como um homem já feito. Ele foi concebido no ventre de uma mãe humana e nutrido pelo cordão umbilical como qualquer outro ser humano. Sua concepção foi sobrenatural, mas todo o  seu desenvolvimento a partir daí foi natural.

  • Segundo argumento: Jesus teve família.

Ele esteve ligado biologicamente a seus ancestrais e recebeu deles sua herança genética como qualquer pessoa normal. Certamente trazia em seu corpo e em seu semblante os traços e aparências de sua mãe, tios primos e avós.

  • Terceiro argumento: Jesus se desenvolveu.

Lucas, em seu evangelho – “E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.” (Lc 2,52) dá grande ênfase à humanidade perfeita de Jesus.
    • Jesus foi bebê, foi criança, foi adolescente, foi jovem.... Jesus cresceu porque era humano.
    • Jesus precisou de alimento, água e exercícios para sobreviver e se desenvolver.
    • Sua capacidade física era limitada. Ele sentia fome e fraqueza quando jejuava – “E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome.” (Mt 4,2); sentia sede – “Dá-me de beber.” (Jo 4,7); ficava cansado – “achava-se ali o poço de Jacó. Jesus, pois, cansado da viagem, sentou-se assim junto do poço; era cerca da hora sexta.” (Jo 4,6). Jesus sentia dor, inclusive quando foi espancado, chicoteado, esfolado com espinhos, perfurados com os pregos e com a lança. De tão fragilizado precisou de ser ajudado (por Simão Cirineu) quando carregou sua cruz – “Quando o levaram dali tomaram um certo Simão, Cirineu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus.” (Lc 23,26).

  • Quarto argumento: Jesus morreu.

Seu corpo humano deixou de conter a vida, ao ser submetido a tão cruel tratamento, e parou de funcionar, assim como acontece com o nosso quando morremos. Mesmo depois de morto seu corpo continuou sendo humano, sujeito a decomposição – “contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.” (Jo 19,34).

Até mesmo na ressurreição a sua humanidade foi confirmada. Jesus convidou seus discípulos a verificar a genuinidade de sua humanidade por si mesmo – “Olhai as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede; porque um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que eu tenho.” (Lc 24,39). Também confirmou a sua presença física almoçando com eles – “Então lhe deram um pedaço de peixe assado,” (Lc 24,42).

  • Quinto argumento: Jesus se considerava homem.

Repetidamente fez uso da palavra “homem” em referencia a si mesmo (Mt 8,20; 9,6; Mc 10,45; Lc 7,34). Outros também usaram a palavra “homem” em referencia a Jesus: Paulo (Rm 5,15.17.19; 1Cor 15,21.47-49); João (1Jo 1,1). Neste texto, João afirma que de fato ouviu, viu e tocou em Jesus – “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida” (1Jo 1,1).

III – MODIFICANDO O CURSO DA HISTÓRIA.

O apóstolo João escreveu sua primeira epistola a fim de combater um ensino herético (docetismo) que nega a encarnação de Jesus. Ele teria apenas aparência de ser humano, mas não era material. João percebeu logo a verdadeira intenção dessa doutrina anticristã:  negar a humanidade de Jesus era negar a possibilidade da salvação – “Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo.” (1Jo 4,2-3).

Ao examinarmos as Escrituras principalmente o NT, encontramos não apenas a confirmação da plena humanidade do Messias, como também os motivos porque tinha que se tornar homem.

  • Primeiro motivo: representar a nossa obediência.

O primeiro representante da humanidade (Adão) foi reprovado no teste da obediência (Gn 2,15-3,7), mas o segundo representante, Jesus Cristo – homem – “Assim também está escrito: O primeiro homem, [Adão], tornou-se alma vivente; o último [Adão], espírito vivificante. O primeiro homem, sendo da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.” (1Cor 15,45.47) mostrou-se aceitável perante Deus vencendo o tentador (Lc 4,1-13). Por isso Paulo disse: “Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida. Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos.” (Rm 5,18-19).

  • Segundo motivo: oferecer sacrifício substitutivo.

Se Jesus não tivesse sido homem não poderia te morrido em nosso lugar e pago a penalidade que nos cabia. O autor de Hebreus nos diz: “Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo.” (Hb 2,17).

  • Terceiro motivo: intermediar entre Deus e o homem.

Estando nós afastados de Deus por causa do pecado, carecíamos de alguém que intercedesse por nós perante Deus e nos reconciliasse com Ele. Precisávamos de alguém como nós, porém perfeito e sem pecado, para atuar como um mediador e um advogado. Só Jesus poderia preencher este requisito – “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,” (1Tm 2,5).

Jesus pode realmente ter empatia para conosco e interceder por nós, já que ele “sentiu na pele” todas as aprovações pelas quais passamos os nossos sentimentos, frustrações e tentações. Experimentou o que é sofrer, passar fome e frio, ficar exausto e abatido, sentir-se o rejeitado – “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.” (Hb 4,15).

  • Quarto motivo: deixar exemplo e padrão a ser seguido.

João disse: “Aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou.” (1Jo 2,6). Paulo nos diz: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (1Cor 3,18). Pedro nos faz lembrar do exemplo deixado por Cristo – “Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas.” (1Pe 2,21). Na vida cristã, “corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé.” (Hb 12,1-2).

  • Quinto motivo: ser modelo de ressurreição.

Quando Jesus ressurgiu dentre os mortos, o fez num novo corpo de glória, como ensina Paulo – “...semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual..... corpo espiritual” (1Cor 15,42-49). Jesus tinha que ressuscitar como homem para ser “o primogênito dentre os mortos” (Cl 1,18), o padrão do corpo que teremos mais tarde.

  • Sexto motivo: compadecer-se como sumo sacerdote.

O autor de hebreus lembra-nos de que “naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” (Hb 2,18; cf. 4,15-16). Se Jesus não tivesse existido na condição de homem, não teria conhecido por experiência o que sofremos em nossas tentações e lutas nesta vida.

CONCLUINDO



Não há como medir tão extraordinário ato de amor que levou nosso Senhor a abdicar da eterna gloria e poder para se tornar um mortal, vivenciando as limitações de um ser menor que ele mesmo criou. E se nos maravilhamos com seu amor, surpreende-nos ainda o fato de que para nos salvar Jesus não apenas se tornou “temporariamente homem”, mas uniu para sempre a sua natureza divina com a natureza humana. Agora e para sempre ele vive, não só como Filho eterno de Deus, a segunda pessoa da Trindade, mas também como Jesus, o homem que nasceu de Maria, o Cristo, o Messias e o Salvador de seu povo. Jesus permanecerá  para sempre plenamente Deus e plenamente homem, e ainda uma só pessoa. E nós, seres regenerados, novas criaturas... nós, os que crermos, viveremos para sempre com Ele – o Deus que se fez homem.

sábado, 10 de agosto de 2013

LITURGIA DA PALAVRA - DIA 11 DE AGOSTO - DOMINGO



DIA 11 DE AGOSTO - DOMINGO

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM 
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – III SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona da entrada: Considerai, Senhor, vossa aliança e não abandoneis para sempre o vosso povo. Levantai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22s).

Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Sabedoria 18,6-9)

Leitura do livro da Sabedoria. 
18 6 Esta mesma noite tinha sido conhecida de antemão por nossos pais, para que, conhecendo bem em que juramentos confiavam, ficassem cheios de coragem. 
7 Assim vosso povo esperava tanto a salvação dos justos como a perdição dos ímpios, 
8 e pelo mesmo fato de terdes destruído nossos inimigos, vós nos convidastes a ser vossos e nos honrastes. 
9 Por isso, os santos filhos dos justos ofereciam secretamente um sacrifício; de comum acordo estabeleciam o pacto divino: que os santos participariam dos mesmos bens e correriam os mesmos perigos; e entoavam já os hinos de seus pais.
Palavra do Senhor.

Salmo responsorial 33

Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança! 

Ó justos, alegrai-vos no Senhor! 
Aos retos fica bem glorifica-lo. 
Feliz o povo cujo Deus é o Senhor 
e a nação que escolheu por sua herança! 

Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem 
e que confiam, esperando em seu amor, 
para da morte libertar as suas vidas 
e alimentá-los quando é tempo de penúria. 

No Senhor nós esperamos confiantes, 
porque ele é nosso auxílio e proteção! 
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, 
da mesma forma que em vós nós esperamos!


Leitura (Hebreus 11,1-2.8-19)

Leitura da carta aos Hebreus. 
11 1 A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê. 
2 Foi ela que fez a glória dos nossos, antepassados. 
8 Foi pela fé que Abraão, obedecendo ao apelo divino, partiu para uma terra que devia receber em herança. E partiu não sabendo para onde ia. 
9 Foi pela fé que ele habitou na terra prometida, como em terra estrangeira, habitando aí em tendas com Isaac e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa. 
10 Porque tinha a esperança fixa na cidade assentada sobre os fundamentos (eternos), cujo arquiteto e construtor é Deus. 
11 Foi pela fé que a própria Sara cobrou o vigor de conceber, apesar de sua idade avançada, porque acreditou na fidelidade daquele que lhe havia prometido. 
12 Assim, de um só homem quase morto nasceu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como os grãos de areia da praia do mar. 
13 Foi na fé que todos (nossos pais) morreram. Embora sem atingir o que lhes tinha sido prometido, viram-no e o saudaram de longe, confessando que eram só estrangeiros e peregrinos sobre a terra (Gn 23,4). 
14 Dizendo isto, declaravam que buscavam uma pátria. 
15 E se se referissem àquela donde saíram, ocasião teriam de tornar a ela... 
16 Mas não. Eles aspiravam a uma pátria melhor, isto é, à celestial. Por isso, Deus não se dedigna de ser chamado o seu Deus; de fato, ele lhes preparou uma cidade. 
17 Foi pela sua fé que Abraão, submetido à prova, ofereceu Isaac, seu único filho, 
18 depois de ter recebido a promessa e ouvido as palavras: Uma posteridade com o teu nome te será dada em Isaac (Gn 21,12). 
19 Estava ciente de que Deus é poderoso até para ressuscitar alguém dentre os mortos. Assim, ele conseguiu que seu filho lhe fosse devolvido. E isso é um ensinamento para nós! 
Palavra do Senhor.


Evangelho (Lucas 12,32-48)

Aleluia, aleluia, aleluia. 
É preciso vigiar e ficar de prontidão; em que dia o Senhor há de vir não sabeis, não! (Mt 24,42.44) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. 
12 32 Disse Jesus: “Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino. 
33 Vendei o que possuís e dai esmolas; fazei para vós bolsas que não se gastam, um tesouro inesgotável nos céus, aonde não chega o ladrão e a traça não o destrói. 
34 Pois onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração. 
35 Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas. 
36 Sede semelhantes a homens que esperam o seu senhor, ao voltar de uma festa, para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. 
37 Bem-aventurados os servos a quem o senhor achar vigiando, quando vier! Em verdade vos digo: cingir-se-á, fá-los-á sentar à mesa e servi-los-á. 
38 Se vier na segunda ou se vier na terceira vigília e os achar vigilantes, felizes daqueles servos! 
39 Sabei, porém, isto: se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria forçar a sua casa. 
40 Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem”. 
41 Disse-lhe Pedro: “Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos?” 
42 O Senhor replicou: “Qual é o administrador sábio e fiel que o senhor estabelecerá sobre os seus operários para lhes dar a seu tempo a sua medida de trigo? 
43 Feliz daquele servo que o senhor achar procedendo assim, quando vier! 
44 Em verdade vos digo: confiar-lhe-á todos os seus bens. 
45 Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’, e começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, 
46 o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar e na hora em que ele não pensar, e o despedirá e o mandará ao destino dos infiéis. 
47 O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. 
48 Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir”. 
Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

CONVITE A PERMANECER ALERTA 

A longa espera do Senhor poderia ter como efeito, no coração do discípulo, a lassidão. E, com ela, o risco de agir em total desconformidade com o projeto do Reino. Daí a importância da exortação de Jesus. 
A maneira conveniente de esperar o Senhor consiste em desapegar-se dos bens deste mundo, buscando apenas o tesouro inesgotável no céu, que está a salvo da ação dos ladrões e das traças. A maneira prática de desfazer-se das coisas desnecessárias, às quais o coração se apega, resume-se em vendê-las e dá-las aos pobres. 

O Evangelho alerta para o risco da posse avarenta de bens. Agindo assim, o discípulo desloca o centro de seus interesses do Reino para os bens materiais. E, com isso, torna-se despreparado para o encontro com o Senhor. Seu coração não estará no Reino, e sim nos bens acumulados. É atitude insensata de quem desconhece a hora em que virá o Senhor. 

O discípulo que permanece de prontidão predispõe-se para encontrar o Senhor, qualquer que seja a hora em que ele chegue. Quem age assim, é chamado de "bem-aventurado", pois experimentará a alegria de ser acolhido pelo Senhor que vem. Por conseguinte, nada de se deixar seduzir pelas riquezas, a ponto de se esquecer desse encontro com ele. 

Oração
Espírito de prontidão, mantém-me em contínuo alerta, à espera do Senhor que vem, libertando meu coração do apego exagerado aos bens deste mundo.